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Direito Germânico

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UNIPÊ-Centro Universitário de João Pessoa
Professor:Julian Nogueira de Queiroz
Discente:Liélia Morais da Silva
Disciplina:História do Direito
Semestre:2018.1 Perído:1º Turma:A Curso:Direito
A Europa Medieval
Direito Germânico
A expressão direito germânico indica as instituições e os sistemas jurídicos existentes nas diversas nações bárbaras de origem teutônica que se apossaram da Europa após a queda do Império Romano do Ocidente, no ano 476. Predominava entre os invasores o direito de origem costumeira, particularista, rudimentarmente desenvolvido e fortemente impregnado de sentido comunitário. Os usos da tribo ascendiam à categoria de lei mediante sua definição pelo órgão judicial, a assembleia, no julgamento dos casos concretos. As decisões constituíam precedentes e se aplicavam com força legal. O direito era, ao mesmo tempo, de origem popular e judicial, conservado pela tradição oral.
Importante característica do direito germânico era a chamada personalidade das leis. O direito romano, pelo menos depois que o império atingiu a expansão máxima, no século II, consagrava, ainda que com exceções, o princípio da territorialidade, segundo o qual o direito aplicável às pessoas que se acham no território do estado é o direito do próprio estado, independentemente da condição nacional ou da origem étnica de seus habitantes. O direito germânico, ao contrário, principalmente depois que se generalizou a convivência com a população romana, nos séculos IV e V, considerava que o estatuto legal da pessoa era uma prerrogativa desta, determinada por sua procedência ou nacionalidade.
O Direito dos Bárbaros e a Personalidade das Leis
Com a invasão dos bárbaros estabeleceu-se nos países invadidos o sistema da personalidade das leis, ou seja, cada grupo étnico conservou a sua própria lei e os seus costumes tradicionais. O princípio da personalidade foi consequência da reunião de comunidades de costumes e graus diversos de civilização: as populações romanas continuaram submetidas ao direito romano, ao passo que os germânicos continuaram regidos pelos costumes germânicos, os francos (franceses) pelos costumes francos, os bávaros pelos costumes bávaros.
A presença dos germanos no Império Romano do Ocidente mostra que o seu sistema jurídico, de caráter costumeiro, não se impôs em sentido unitário. Vale dizer, embora prevalecendo o princípio da personalidade das leis (onde quer que se encontre, o indivíduo é regido pela lei do país de sua nacionalidade), pôde o direito romano vigorar ao lado do direito dos invasores. E isso se explica pelas seguintes razões: possuem os invasores uma concepção diferente da dos romanos, ou seja, o direito faz parte da sua personalidade e acompanha-o onde quer que seja, sem que se modifique na sua essência e sem que se possa abandoná-la.
Vale aqui melhor estabelecer a diferença entre o princípio da personalidade do princípio da territorialidade do direito: a) prevalece o princípio da personalidade quando duas populações com sistemas jurídicos diferentes habitam o mesmo território, e o vencedor deixa que o vencido viva segundo o seu próprio direito e aplica o seu direito aos seus próprios cidadãos originários; b) no princípio da territorialidade o vencedor impõe ao vencido o seu direito, sendo o mesmo direito aplicado a todos os habitantes, qualquer que seja a sua origem
Causas da aplicabilidade do Princípio da Personalidade do Direito na Invasão Bárbara
A sua aplicação nessa época deveu-se à grande diferença entre o nível de evolução do direito romano em relação ao direito dos povos germânicos, impedindo que estes últimos conseguissem impor o seu sistema. Além disso, os reis germânicos encontraram no direito público romano um reforço considerável da sua autoridade.
Segundo o princípio da personalidade, na hipótese de conflitos entre pessoas que viviam sob direitos diferentes aplicava-se, como regra geral, a lei do réu. Contudo, tal regra não prevalecia em matérias relativas a casamento (a lei aplicada era a do marido); à propriedade (a lei aplicada era a do proprietário ou do possuidor aparente); e à sucessão (a lei aplicada era a do de cujos).
Quando os pais ou casais eram de grupos diferentes era necessário determinar-se o grupo a que a pessoa pertencia para determinar qual o direito aplicável. Para tanto, consideravam-se em princípio os filhos legítimos como pertencentes ao grupo do pai (o que levava à necessidade de provar-se a filiação legítima), e os filhos naturais como pertencentes ao grupo da mãe; bem como no que pertine à mulher, quando casada era considerada como pertencente ao grupo do marido, quando solteira pertencente ao grupo do pai. Os libertos, por outro lado, dependiam do processo utilizado para sua libertação (romano ou germânico)
A coexistência entre romanos e bárbaros tornou-se ameaçadora para as instituições e os costumes jurídicos destes últimos, ante o impacto de uma civilização mais avançada. Por outro lado, com o curso do tempo e a ocorrência de frequentes migrações, com casamentos entre pessoas de nacionalidades diferentes e o nascimento de descendentes dessas uniões, a aplicação do direito foi-se tornando problema dos mais difíceis. Alguns reis bárbaros mandavam compilar os direitos de seu povo e os dos povos vencidos, pelo sistema romano de codificação, o que contribuiu para que, aos poucos, se firmasse o princípio da territorialidade das leis.
As leis bárbaras ordenaram os usos e costumes das tribos na forma escrita, recolhendo a influência de princípios do direito romano, mediante compilações do período pós-clássico, das constituições imperiais e da jurisprudência. Nessas codificações, as leis ou a jurisprudência romana podiam aparecer justapostas, sem modificações, ou resumidas, modificadas e intercaladas.
Princípio da territorialidade (art. 5°) 
O Código Penal enuncia o princípio básico de aplicação da lei penal no espaço, ao determinar que "aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional ". Assim, os crimes cometidos dentro do espaço onde a República Federativa do Brasil exerce sua soberania devem ser julgados pelo Poder Judiciário do País, não importando a nacionalidade do autor ou da vítima do crime. 
A exceção a que se refere o termo "tratados e regras de direito internacional "são os agentes diplomáticos, que somente podem ser julgados pelo governo que representam. Porém, as embaixadas e as representações estrangeiras são territórios do país onde estão instaladas. O território nacional, em sentido estrito, inclui o solo, o subsolo, as águas interiores, o mar territorial e o espaço aéreo. Em sentido amplo, também território nacional inclui aeronaves e embarcações brasileiras (§ 1°): a) " de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem " ; b) " de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar ". 
A mesma regra é aplicável a embarcações ou aeronaves estrangeiras: a) de natureza pública, são consideradas território do País de origem, onde quer que estejam; b) de natureza privada, são consideradas território do País de origem apenas se estiverem em alto-mar ou no espaço aéreo correspondente. O Código de Bustamante excepciona essas regras ao determinar que estão isentos das leis penais de cada Estado " os delitos cometidos em águas territoriais ou espaço aéreo nacional, em navios ou aeronaves mercantes estrangeiras, se não têm relação alguma com o país e seus habitantes, nem perturbam a sua tranquilidade " (art. 301).
Assim, é possível aplicar a lei da embarcação ou aeronave, mesmo que privada, a crime acontecido no território brasileiro se este não perturbar, de alguma forma, a população brasileira. Os crimes cometidos a bordo de embarcações ou aeronaves brasileiras serão processados e julgados, no primeiro caso, " pela justiça do primeiro porto brasileiro em quetocar a embarcação, após o crime, ou, quando se afastar do País, pela do último em que houver tocado " (CPP, art. 89); e, no último caso, " pela justiça da comarca em cujo território se verificar o pouso após o crime, ou pela da comarca de onde houver partido a aeronave " (CPP, art. 90). 
Situações de extraterritorialidade (art. 7°) 
Os crimes cometidos em país estrangeiro são de responsabilidade do Poder Judiciário daquele país. Existem, porém, situações em que o criminoso deve ser processado e julgado no Brasil, mesmo tendo sido cometido o crime em país estrangeiro. Para esses casos, aplica-se o princípio da extraterritorialidade, que permite a aplicação da lei penal brasileira ao crime cometido no exterior.
A eficácia da lei brasileira fora dos limites do território nacional deve obedecer a um dos seguintes critérios (princípios): a) princípio da defesa, real ou de proteção: aplica-se a lei do país a que pertencer o bem jurídico lesado ou ameaçado de lesão pelo crime; b) princípio da personalidade: aplica-se a lei penal do país de nacionalidade do autor (personalidade ativa) ou da vítima do crime (personalidade passiva); c) princípio do domicílio: aplica-se a lei penal do país em que o agente for domiciliado, mesmo que seja estrangeiro nesse país; d) princípio da representação, da bandeira, subsidiário ou de proteção: adota-se a lei do país em que estiver registrada a embarcação ou aeronave;e) princípio cosmopolita ou da justiça penal internacional: aplica-se a lei penal do país, mesmo que o crime tenha sido cometido fora de seu território, não envolva seus cidadãos nem afeta seus bens jurídicos. 
Existem duas formas de aplicação extraterritorial da lei penal brasileira: a) extraterritorialidade incondicionada (absoluta): a lei nacional aplica-se, nos casos previstos no art. 7°, I, do CP, aos crimes cometidos em país estrangeiro, sem necessidade do preenchimento de qualquer requisito. O Judiciário brasileiro tem competência mesmo que o réu já tenha sido absolvido ou condenado no estrangeiro (7°, § 1°); e b) extraterritorialidade condicionada (relativa): a lei nacional aplica-se, nos casos previstos no art. 7°, II, do CP, aos crimes cometidos em país estrangeiro, desde que sejam preenchidos os requisitos no art. 7°, § 2°.
A extraterritorialidade incondicionada é prevista para os crimes: a) “contra a vida ou a liberdade do Presidente da República” (art. 7°, I, a); b) “contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público” (art. 7°, I, b); c) “contra a administração pública, por quem está a seu serviço” (art. 7°, I, c). Neste caso e nos anteriores, aplica-se o princípio da defesa; e d) “de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil” (art. 7°, I, d). Aplica-se o princípio da personalidade ativa ou do domicílio. 
A extraterritorialidade condicionada é prevista para os crimes: a) “que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir” (art. 7°, II, a). Aplica-se o princípio da justiça universal; b) “praticados por brasileiro” (art. 7°, II, b). Aplica-se o princípio da personalidade ativa; e c) “praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados” (art. 7°, II, c). Aplica-se o princípio da bandeira. 
Nos casos previstos no parágrafo anterior, a aplicação da lei brasileira somente é possível se obedecidos os seguintes requisitos: a) “entrar o agente no território nacional” (art. 7°, § 2°, a). Basta que o agente compareça uma vez. A saída posterior do país não impede o inquérito ou o processo penal; b) “ser o fato punível também no país em que foi praticado” (art. 7°, § 2°, b). O fato deve preencher, no Brasil e no país estrangeiro, todos os requisitos para a imposição da pena, ou seja, deve ser típico, ilícito, culpável e punível;c) “estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição” (art. 7°, § 2°, c). A Lei 6.815, de 19 de agosto de 1980, (Estatuto do Estrangeiro) prevê, no art. 77, os casos em que a extradição não pode ser concedida. 
Finalmente, em complemento aos requisitos enumerados no parágrafo anterior, a lei ainda prevê o cumprimento das seguintes condições caso o crime tenha sido cometido por estrangeiro contra brasileiro no exterior (trata-se de aplicação do princípio da personalidade passiva): a) “não foi pedida ou foi negada a extradição” (art. 7°, § 3°, a). Assim, o inquérito policial ou o processo penal eventualmente abertos podem ser obstados no momento em que for pedida a extradição; b) “houve requisição do Ministro da Justiça” (art. 7°, § 3°, b). É uma das raríssimas hipóteses de ação penal pública que conta com essa condição de procedibilidade.
O conhecimento da evolução histórica alarga-nos a compreensão do homem enquanto ser que constrói seu tempo, ajudando-nos a compreender o que podemos ser e fazer. Mas o passado não se repete em termos absolutos e, por isso, as soluções de ontem não servem para os problemas de hoje, sem um processo de recriação que considere as mudanças nas condições políticas, econômicas e culturais.
Assim, não há cultura jurídica ou científica, no mundo atual, que possa limitar-se ao estudo de um determinado conceito ou objeto sem investigar sua história, origens e influências. O estudo da história da evolução do direito faz-se necessário na medida em que queiramos nos situar no tempo e no espaço para orientar o presente.
Referências
Castro, Flávia Lages de. História do Direito Geral e do Brasil,8 ed. Lumen Juris,2010.
https://www.webartigos.com/artigos/direito-e-justica-da-pre-historia-a-contemporaneidade/28704
http://www.estudantedefilosofia.com.br/conceitos/direitogermanico.php
https://www.zemoleza.com.br/trabalho-academico/sociais-aplicadas/historia/idade-media-3/
https://www.researchgate.net/publication/303855601_TERRITORIALIDADE_E_EXTRATERRITORIALIDADE_PENAL_CP_ARTS_5_E_7

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