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UNIDADE 1 PSI (2)

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TEXTO I	-	UNIDADE 1
ECONOMIA BRASILEIRA – Consolidação das condições para o desenvolvimento industrial.
O processo de transição para o modo de produção capitalista nos países atrasados mostra-se especialmente prolongado e doloroso, atravessando uma fase de desenvolvimento e de existência , mais ou menos longa, de diversas formas econômicas mistas que combinam elementos de relações de produção arcaicas e modernas. Nos países em vias de desenvolvimento, certos traços do tradicionalismo são característicos também no setor capitalista que surge , na maioria das vezes , com a participação direta do capital estrangeiros ou como resultado do efeito demonstrativo da industria e da agricultura dos centros capitalistas e incorpora inicialmente apenas uma parte limitada da população .
No Brasil, a economia capitalista e as “outras economias”que se desenvolviam paralelamente absorvia apenas uma parte da mão-de-obra lançada para o mercado devido ao superpovoamento agrícola e a deterioração das formas econômicas anteriores.
A industria brasileira tornou-se o principal fator de crescimento do país a partir da grande Depressão dos Anos 30. A crise da economia cafeeira foi um grande estímulo para o aprofundamento da industrialização , iniciada já nas décadas finais do século XIX. O avanço da industrialização deu-se por meio do processo de substituição de importações, começando com bens de consumo não-duráveis como alimentos e tecidos, e evoluindo na direção de bens de consumo duráveis e de capital.
O PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES 
A forma assumida pela industrialização brasileira depois de 1930 foi o chamado Processo de Substituição de Importações ( PSI ), a fase fundamental de industrialização da economia brasileira compreende o período de 1930 a 1960.
A Era VARGAS – 1939 / 1954 - “O POPULISMO”.
A crise de 1930, iniciada nos Estados Unidos e que se repercutiu rapidamente na Europa, chegou ao Brasil por meio de uma rápida queda na demanda do café , acompanhada de forte queda nos preços do café. Outro impacto importante na crise foi a reversão dos fluxos de capital : se a década de 20 foi bastante favorável ao Brasil no que tange à entrada de capital externo, essa entrada foi revertida com a crise de 1930. Assim, configurou-se uma grave crise no balanço de pagamentos brasileiros , pois as exportações caíram e a balança de capital passou a ser negativa.
A forma como o Brasil fez frente a crise, provocou o que foi denominado por alguns autores de deslocamento do centro dinâmico da economia brasileira. Este se refere ao período em que o elemento essencial na determinação do nível de renda da economia brasileira deixa de ser a demanda externa, como é típico de uma economia agro exportadora , e passa ser a atividade voltada o mercado interno, mais precisamente o consumo e especialmente o investimento doméstico. Esse deslocamento ocorre em função da crise e da resposta à crise dada pelo Governo Vargas, depois de ter ocorrido a Revolução de 30.
A crise da economia mundial gerou efeito negativo no Brasil que, se comparado com outros países, foi no entanto de menor intensidade e de menor duração. Esse desempenho da economia brasileira nos anos 30 pode ser explicado por uma política do governo que pode ser considerada heterodoxa. As medidas adotadas pelo governo são de duas ordens : a política de “manutenção da renda”e o “deslocamento da demanda”.
Manutenção da Renda : A manutenção do nível de renda, evitando uma queda mais acentuada, foi feita essencialmente por meio do reforço da política de defesa do café. O Governo, dada a enorme dificuldade nas vendas das supersafras de café, decidiu estocar café e acabou por queimá-lo. Assim, mesmo pagando um preço mínimo baixo para os cafeicultores, esse preço ainda viabilizava a realização da própria colheita e, portanto, o emprego e a renda de muitas pessoas, assim como permitia a manutenção de parte do efeito multiplicador exercido pelo café sobre o restante da economia.
Deslocamento da Demanda : Mantida minimamente a demanda , continuava porém , existindo um problema no balanço de pagamentos. Esse problema , causado pela queda nas exportações de café e na entrada de recursos externos, era ainda agravado pela própria manutenção da demanda nessa economia. Como tal manutenção da demanda, parte dela materializava-se por meio de importações. A fim de solucionar esse problema, foi feita uma moratória sobre parte da dívida externa do país e permitida um expressiva desvalorização da moeda nacional. Também se impôs um contingenciamento no uso dos recursos externos, isto é , as poucas divisas que entravam no país tinham sua utilização regulada pelo governo, e foram prioritariamente utilizadas para o pagamento de alguns compromissos externos e para a aquisição de bens essenciais ao país.
A desvalorização do cambio provocou forte elevação nos preços dos produtos importados. Essa elevação junto com a própria dificuldade em se importarem produtos pelo contingenciamento , tornou os produtos nacionais atraentes. Os produtos nacionais passaram então a substituir os produtos importados no atendimento à demanda.
A produção nacional passou, assim, com a proteção recebida frente aos concorrentes externos e com as vendas propiciadas pela manutenção da demanda, a gerar uma rentabilidade que, dada a queda de rentabilidade do setor cafeeiro , atraía o capital de outros setores e o próprio reinvestimento dos lucros gerados pela atividade industrial. Nesse momento, são justamente esses investimentos que passam a ditar o ritmo de crescimento da economia brasileira, caracterizando assim o deslocamento do centro dinâmico de nossa economia.
O Inicio da Industrialização Brasileira
A década de 30, assim como as décadas subseqüentes , compõe o período em que houve forte avanço do setor industrial no Brasil. Esse avanço teve determinadas características que permitiram chamá-lo de industrialização por substituição de importações. A principal característica de tal processo é uma industrialização fechada. Fechada em função de dois elementos:
ser voltada para dentro, isto é, visar ao atendimento do mercado interno, não ser uma industrialização que produz para exportar;
depender em boa parte de medidas que protegem a industria nacional dos concorrentes externos;
O processo de industrialização por substituição de importações caracterizava-se pela idéia de “construção nacional”, ou seja alcançar o desenvolvimento e a autonomia com base na industrialização , de forma a superar as restrições externas e a tendência à especialização na exportação de produtos primários. Nesse processo, a indústria vai se diversificando e diminuem as necessidades de importação em relação ao abastecimento doméstico.
Mecanismos de proteção à indústria nacional são utilizados no PSI.
desvalorização real do cambio : promove-se uma forte desvalorização da taxa de cambio, acima do aumento de preços internos, acaba-se por aumentar o preço dos produtos importados frente aos nacionais;
controle do cambio : estabelece-se um sistema de licenças para importar, controlando o acesso dos demandantes de divisas à moeda estrangeira;
taxas múltiplas de cambio: nesse sistema, estabelecem-se vários mercados cambiais, destinando-se a cada um deles alguns tipos de demanda e oferta de divisas;
elevação das tarifas aduaneiras : aqui, em vez de se controlar o cambio , simplesmente se elevam as tarifas de importação.
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