Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DISCIPLINA: História do Brasil Módulo: O processo de independência do Brasil Nome do Professor : Sílvia Cristina da Silva Nome da Disciplina: História do Brasil – Faculdade Campos Elíseos (FCE) – São Paulo – 2017. Guia de Estudos – Módulo 04 Faculdade Campos Elíseos SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ANTECEDENTES ECONÔMICOS E ADMINISTRATIVOS MILITARES DAS REFORMAS POMBALINAS 3 AS REFORMAS POMBALINAS NOS CAMPOS ECONÔMICO E ADMINISTRATIVO-MILITAR 4 SEPARAÇÃO DE INTERESSES ENTRE A METRÓPOLE E A COLÔNIA BRASILEIRA 5 DECOMPOSIÇÃO DO VICE-REINADO E ORIGEM DA REPÚBLICA DO BRASIL CONSIRAÇÕES FINAIS BIBLIOGRAFIA MÓDULO 04 – O processo de independência do Brasil Conversa Inicial Este quarto módulo é voltado para o estudo do processo de independência do Brasil. Nosso objetivo é que você descubra como se deu esse processo e que através desses novos conhecimentos adquiridos, você não só cresça ainda mais academicamente, bem como profissionalmente. Desse modo, percorreremos a respeito do estudo dos antecedentes econômicos e administrativos militares das reformas pombalinas, além de estudarmos a questão das reformas pombalinas nos campos econômico e administrativo-militar. Por outro lado, estudaremos a questão da separação de interesses entre a metrópole e a colônia brasileira, bem como a decomposição do vice-reinado e origem da república do brasil Diante do proposto, dediquemo-nos com entusiasmo aos estudos! Sucesso! 1 INTRODUÇÃO O território do Brasil havia sido colonizado por Portugal. Esta colônia havia crescido a partir da exploração do pau Brasil, uma árvore de madeira dura utilizada para a construção e para a obtenção de produtos para colorir, do açúcar e da extração de ouro. Essas atividades foram realizadas com trabalho escravo. A Coroa portuguesa havia organizado o território em capitanias hereditárias que mantinham uma grande autonomia em relação ao poder central. ASSUNÇÃO (2005) Apesar das tentativas da coroa de confiscar ou comprar capitanias, os empresários privados eram fundamentais na colonização do Brasil. Bandeiras organizadas, exércitos privados que, às vezes, podiam reunir até 3.000 homens. Esses exércitos de bandeirantes empreenderam expedições em busca de metais preciosos ou para a recuperação de escravos escapados. A cobrança de impostos também estava nas mãos de particulares. Assim, os proprietários rurais tinham amplos poderes militares e executivos. ASSUNÇÃO (2005) Desse modo, a partir deste estudo abordaremos cada um desses acontecimentos históricos. 2 ANTECEDENTES ECONÔMICOS E ADMINISTRATIVOS MILITARES DAS REFORMAS POMBALINAS O elemento econômico mais decisivo, em nossa opinião, nesta primeira etapa do processo de trânsito do Brasil, de uma colônia portuguesa a uma república independente, é o fator ouro, pois demarca a diferença de interesses entre grupos americanos e peninsulares. No final do século XVII, com a descoberta das minas de ouro no Rio de Janeiro, mas principalmente em Minas Gerais, começa a produção extrativa e maciça deste valor metálico e começa a chamada bonança de ouro, que substituirá em importância ao peso que a produção de açúcar teve, antes dessa descoberta. GUIMARÃES (1994) Este novo valor econômico chegou a articular perfeitamente um século de hegemonia britânica sobre o ouro brasileiro: devemos lembrar aqui que, após o Tratado de Methuen (1703), os comerciantes britânicos foram privilegiados com o lucro extraído deste mineral metálico, pelo menos de forma constante durante o período de 1700-1750. As empresas britânicas gozaram de hegemonia sobre a Coroa portuguesa no uso do ouro, em troca, os portugueses exportaram seus vinhos para a Inglaterra, enquanto que entre ambos conseguiram dar estabilidade e continuidade ao tráfico de escravos. Por outro lado, a menor produção agrícola obtida no Brasil, desprezada pela Inglaterra, foi comercializada por Portugal na Europa continental. WIKIPEDIA (2017). No entanto, essa era de ouro da produção de metal entraria em crise no decurso do século XVIII: entraria em declínio lento após 1740 e um declínio declarado a partir de 1770 (um curso similar, mas tarde e menor, continuaria a produção de diamantes no Brasil). Durante este curso econômico, houve uma modificação do centro do Brasil. Se na época anterior do “boom” do açúcar, a sede do vice-rei se baseava em São Salvador, na Bahia (o antigo núcleo central do nordeste: Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Bahia), então no período do “boom” aurífero, isso aconteceria para o Rio de Janeiro (1763), deixando o Brasil posicionado com dois grandes cortes ao serviço da Coroa Portuguesa, sendo de maior importância o novo tribunal. GUIMARÃES (1994) O elemento econômico mais decisivo, em nossa opinião, nesta primeira etapa do processo de trânsito do Brasil, de uma colônia portuguesa a uma república independente, é o fator ouro, pois demarca a diferença de interesses entre grupos americanos e peninsulares. É importante notar aqui que tanto os campos da produção de açúcar como os novos campos de extração de ouro alimentaram o comércio de escravos de importação durante o século XVIII: foram trazidos da Guiné e principalmente durante a segunda metade deste século, de Angola (primeira metade do século: 800,000 aprox., e segunda metade: 900 mil escravos mais). Assim, a escravidão representou o regime por excelência da colônia portuguesa, a instituição econômica básica. GUIMARÃES (1994) Desse modo, a piora dos conflitos europeus, como a Guerra dos Sete Anos, em que a Inglaterra estava envolvida, promoveu a consolidação do poder britânico sobre Portugal (neutro, mas protegido por interesses britânicos). No entanto, pouco a pouco, começou a ter uma dualidade no interesse de Portugal em relação ao seu protetor: embora, por um lado, buscassem a proteção nos braços dos britânicos, por outro lado, uma inevitável separação entre seus interesses e os dos insulares. GUIMARÃES (1994) 3 AS REFORMAS POMBALINAS NOS CAMPOS ECONÔMICO E ADMINISTRATIVO-MILITAR De acordo com McFARLANE (2006) a partir desta crescente separação de interesses entre Portugal e Inglaterra, as reformas encorajadas pelo novo Marquês de Pombal vieram atacar diretamente a fábrica britânica, para poder favorecer os próprios interesses da Coroa, para os quais foi decidida a criação de empresas privilegiadas destinado à nacionalização do controle sobre a colônia (por meio da facilitação de créditos aos cultivadores, sob a forma de contratos que durarão 20 anos). Dois núcleos de empresas instaladas no Brasil: o primeiro núcleo representado por empresas do Pará e Maranhão: a empresa do Maranhão é dedicada mais ou menos sucesso para a produção de algodão, atingindo praças e portos comerciais de Rouen (nordeste da França), Marselha (sul da França), Hamburgo (Alemanha), Roterdão (Países Baixos), Génova (Itália) e Londres (Inglaterra). A empresa do Pará, participou com menos sucesso do que a produção de arroz e cacau. McFARLANE (2006) Vale destacar que o outro núcleo é o das empresas de Pernambuco e Paraíba: ambas as zonas de exploração estavam estagnadas, já que eram as antigas terras da produção de açúcar, e esta produção, como Galeano aponta, deixou a terra bastante danificada para si própria cultivo de açúcar e outras espécies (lembre-se de que a região nordeste do Brasil era a áreamais rica e o declínio dessa riqueza era devido ao declive da terra). Nessa área, as empresas não conseguiram uma aquisição que reverteria a influência britânica na área. McFARLANE (2006) Por isso, essas empresas privilegiadas estavam envolvidas principalmente no negócio de importar escravos (devido ao processo severo de produção de açúcar, muitos escravos morreram nos campos do que nas minas, incluindo, o que exigia a transferência constante de novos escravos), e também o negócio de exportação de açúcar (mais minoria). Esta empresa obterá os maiores lucros da oferta de bens para os produtores e o tráfego com a África, além de promover a promoção da produção, através de atividades de crédito. McFARLANE (2006) Outro elemento muito importante das reformas econômicas visava proibir os comissários voadores, que são comerciantes estrangeiros sem sede fixa, para dar maior possibilidade aos interesses dos comerciantes com sede fixa, em Portugal ou no Brasil, seguindo a necessidade de impor interesses metropolitanos contra os comerciantes estrangeiros e itinerantes. De acordo com McFARLANE (2006) a partir desta crescente separação de interesses entre Portugal e Inglaterra, as reformas encorajadas pelo novo Marquês de Pombal vieram atacar diretamente a fábrica britânica, para poder favorecer os próprios interesses da Coroa. No aspecto administrativo e militar, e de acordo com os novos interesses portugueses, cada vez mais independentes dos interesses britânicos, as reformas buscaram a reestruturação do tesouro e a partir de 1760 (a primeira década de reformas é principalmente, nas necessidades econômicas, para mais tarde, na década seguinte, basear-se na coisa administrativa). McFARLANE (2006) Por conseguinte, um Conselho do Tesouro foi designado para cada uma das capitanias gerais do Brasil, para tentar aumentar o controle econômico-político e limitar as perdas, negligência e corrupção, os tráficos ilegais e informais de diamantes, ouro e outros mercadoria Procuraram assegurar que as autoridades fossem melhor integradas no sistema administrativo imperial português. McFARLANE (2006) Por esta razão, a afirmação da supremacia do vice-rei foi encorajada sobre os capitães-gerais (centralização do poder político), e também se acreditava, como resultado do boom do ouro, a sede do vice-reino do Rio de Janeiro, sendo administrado pelo Brasil relações (Bahia e Rio). Desta forma, a estrutura imperial foi estruturada da seguinte maneira: o rei português (até 1777 foi José I, data em que o governo de Pombal chegou ao fim), então as 2 relações dos ouvidores (que são os juízes de distrito, ou seja, de uma unidade territorial que envolve mais de um município) a juízes de foros (que são os juízes municipais, que constituem a mais alta hierarquia do judiciário) até as câmaras municipais de origem local. McFARLANE (2006) Já para LYRA (1994), ele aduz que: “paralelamente à administração, esta nova integração da colônia brasileira com a metrópole, implicava uma reorganização do exército português no próprio Brasil. Para 1770, o núcleo regular do exército (4.000 quadrados) é apoiado pela milícia auxiliar de origem local, cujos coronéis têm o reconhecimento da ascendência que sua posição na sociedade local lhes deu. Dizem que a vontade dele é a lei.” (LYRA, 1994, p. 56) Por outro lado, a partir do núcleo do exército, os dragões de Minas Gerais, que eram uma força armada de origem metropolitana, foram criados para a supervisão das áreas de mineração. Diante dos obstáculos à integração do Brasil sob estas novas regras de reforma da relação do Império, foi decidido em 1759 a expulsão dos jesuítas, porque foi visto como a empresa responsável por incentivar a resistência indígena a reformas e inovações. GUIMARÃES (1994) Destaca-se que os jesuítas, antes das reformas, vieram concentrar o poder espiritual e econômico, de modo que, diante de uma nova situação de integração, constituíam um obstáculo à incorporação dos índios na economia e na sociedade portuguesas. GUIMARÃES (1994) 4 SEPARAÇÃO DE INTERESSES ENTRE A METRÓPOLE E A COLÔNIA BRASILEIRA As reformas pombalinas, das quais explica-se suas grandes características, econômicas e administrativas, não significaram, ao contrário das reformas Bourbon, uma mediatização das autoridades locais e das elites, por meio de uma burocracia imperial, mas, pelo contrário, significavam uma abertura para as figuras de influência local, para os administradores locais. FURTADO (2006) No aspecto administrativo e militar, e de acordo com os novos interesses portugueses, cada vez mais independentes dos interesses britânicos, as reformas buscaram a reestruturação do tesouro. O declínio da mineração, que piorou após 1770, restringiu as importações, favorecendo o crescimento da produção industrial local, o que levou, em grande medida, a uma separação gradual entre os interesses globais da metrópole e os interesses locais da colônia. A prova desta separação de interesses é a reação estéril da Coroa, através da Ordem Real de 1775, que estabeleceu a proibição da produção de têxteis no Brasil, exceto aqueles destinados a atender às necessidades dos escravos. Isso já marcou uma separação de interesses irreconciliáveis e inevitáveis. FURTADO (2006) Estes números de influência local que se encontraram sob os mesmos interesses da Coroa portuguesa, reuniram-se em torno das Juntas de Fazenda, que eram grupos constituídos por "homens ricos e prudentes" que se encarregavam da seleção de assentistas para cobrança de impostos. Além disso, outros contratos, que começaram a provocar rivalidades entre os diferentes líderes que queriam aproveitar as oportunidades disponíveis para obter os contratos. FURTADO (2006) Duas ordens de rivalidades suscitaram essas medidas, segundo FURTADO (2006): (1) rivalidades entre os candidatos para os assentos; (2) rivalidades entre a Coroa e a mais poderosa da província de mineração, em torno dos lucros do ouro: o último que finalmente detonou na conspiração de Minas Gerais em 1788. Após a queda de Pombal, em 1784, o novo governador de Minas Gerais, Luis da Cuhna Meneses, chegou ao poder e aproveitando sua posição de poder, começou a reservar lucros para o novo grupo de poderosos reunidos ao seu redor, que desencadeou o desconforto de outros líderes, e todo um caso de corrupção à frente, com casos de contrabando de diamantes incluídos. Dado o aumento da corrupção, em 1786 o visconde de Barbacena assumiu o cargo e chegou ao poder com um novo programa sob o braço, um novo programa que causou uma forte carga tributária sobre as localidades, enquanto a reação e a solidariedade social contra as novas imposições da Coroa portuguesa. FURTADO (2006) Desse modo, os administradores, comumente orientados por fortes divisões e disputas entre eles, se juntam a uma conspiração, auto definida como republicana, para varrer a regra monárquica portuguesa em 1788, como observamos anteriormente. Este grupo que participou da conspiração foi composto pelo mesmo grupo que assumiu o controle e a corrupção de Minas Gerais, anteriormente, figuras de elite, como os grandes comerciantes e proprietários de terras, altos funcionários e advogados, além de começar a se equiparar com a sociedade que deveria assistir, tudo sob a ideia de um plano revolucionário, que seria frustrado após a denúncia de um dos seus conspiradores, Silveiro Dois Reis. FURTADO (2006) FURTADO (2006) ainda destaca que apesar do fato de que essa conspiração estava frustrada, na décadade 1990, o espaço começou a abrir-se para a crise final da ordem colonial: em 1789, após a experiência haitiana da revolução dos escravos, no Brasil, a primeira rebelião dos mulatos na Bahia (um regimento mulato e um pequeno número de artesãos, também mulatos). Enquanto a Rainha Maria de Portugal se afundava em loucura, e os herdeiros de Pombal ameaçavam sua colônia com um excesso de voracidade fiscal, isso, por sua vez, anunciava as reações irritadas que mais tarde viriam em seus domínios americanos. FURTADO (2006) (1) rivalidades entre os candidatos para os assentos; (2) rivalidades entre a Coroa e a mais poderosa da província de mineração, em torno dos lucros do ouro: o último que finalmente detonou na conspiração de Minas Gerais em 1788. 5 DECOMPOSIÇÃO DO VICE-REINADO E ORIGEM DA REPÚBLICA DO BRASIL O início do fim da influência da metrópole no Brasil pode ser entendida por meio da relação de Portugal com os britânicos, quanto à incidência destes últimos na América e na própria península de Portugal na penetração da Coroa Portuguesa no Brasil e nas reações provocadas por esta estratégia portuguesa nos portadores locais e imperiais do republicanismo liberal, em Portugal e no Brasil. ASSUNÇÃO (2005) Para ele quanto ao relacionamento da Coroa portuguesa com os britânicos, deve acabar reconhecendo a situação privilegiada da Inglaterra, tanto na situação de Portugal na Europa como na América. A Coroa portuguesa permaneceu sob a proteção da marinha britânica (como fazia desde a Restauração da Independência de Portugal no século XVII), especialmente diante da ameaça napoleônica latente em novembro de 1807, que surgiu em torno de Portugal. Antes do perigo de sua aniquilação, a Coroa portuguesa decide a transferência do seu Tribunal para o vice-reinado do Rio de Janeiro. Esse fato, como devemos supor, acabou por consolidar a influência britânica em Portugal, principalmente devido ao desempenho do exército britânico na península europeia. Esta dependência e proteção foi ratificada pelo Tratado de Comércio e Navegação assinado em 19 de fevereiro de 1810 pelo rei Juan VI a favor da influência da Inglaterra em Portugal e sua colônia. ASSUNÇÃO (2005) De acordo com ASSUNÇÃO (2005): “Com relação a este último, o domínio da Inglaterra no mercado brasileiro será decretado: por exemplo, o artigo 20 deste tratado estabelece que os produtos brasileiros, como o café e o açúcar, poderão entrar nos pontos britânicos, de modo que Através desses pontos, eles são reexportados para outras áreas comerciais. Esta cláusula favoreceu acima de todos os comerciantes britânicos com sede no Brasil.” (ASSUNÇÃO, 2005, p. 346) Desse modo, ele destaca que, além disso, os britânicos receberam o direito de estabelecer uma fábrica em Santa Catarina (costa sul do Brasil), à qual o transporte mercante inglês teria acesso livre, o último de importância vital para as aspirações britânicas de estabelecer controle sobre a Rio de la Plata. Já para GUIMARÃES (1994) a entrada de Portugal no Brasil por um lado, e a assinatura do Tratado de 1810, por outro, levaram a uma abertura comercial no Brasil. Esta abertura favorecia parcialmente as regiões do Nordeste, mas, acima de tudo, provocou uma transformação do Brasil central, que se transformaria ao longo dos anos de acordo com o sinal da nova capital imperial. Nesses lugares, promoveu-se uma implantação acelerada do estado e das instituições econômicas para a implantação das condições materiais da nova nação impostas de cima, da Coroa, ao mesmo tempo em que se desenvolveu como pano de fundo e, silenciosamente, a transformação de a superestrutura econômica e social que também aspirava à nação republicana. No Rio de Janeiro, a sua vez, houve um fenômeno de contradição econômica: a expansão do mercado foi desenvolvida, em larga medida, para apoiar a nova demanda gerada a partir da chegada do Rei e seus 10.000 a 15.000 refugiados peninsulares. Diante da medida real das reduções de preços em benefício do novo grupo de consumidores, o sistema de exportação brasileiro entrou em crise, e por isso, irremediavelmente, o crescimento econômico imperial é limitado. GUIMARÃES (1994) No Rio, uma expansão urbana de natureza metropolitana é provocada (o que se expressa no fato de que 20 anos após a penetração da Coroa, sua população cresceria 3 vezes seu tamanho), pelo qual Rio adquire uma "personalidade urbano ", Para Assunção quanto ao relacionamento da Coroa portuguesa com os britânicos, deve acabar reconhecendo a situação privilegiada da Inglaterra, tanto na situação de Portugal na Europa como na América. adquirindo em seu desenvolvimento, sua identificação como a capital da monarquia portuguesa. São realizadas, entre outras, duas grandes construções para a criação de uma alta cultura da Coroa: a Biblioteca Real e a Academia Militar, com a qual a monarquia portuguesa é gerida para tornar menos estrangeira para o Brasil. No quadro institucional, seu Tribunal, seus ministros, continuam a governar a vida política do Brasil sob o regime da monarquia absoluta. GUIMARÃES (1994) Ademais, FURTADO (2006), na sucessão de ministros encarregados da vida política do Brasil, esses interesses monárquicos absolutistas enfrentam interesses britânicos em relação ao Rio de Plata. Conde de Linhares, Don Rodrigo de Souza Coutinho, identificado com os interesses da aliança britânica em favor desta influência britânica no Rio de la Plata, perdeu a favor do soberano que queria a reestruturação da nova nação imperial, que procurou dentro dos seus propósitos, estabelecer sua própria influência na região sul. Após a morte da contagem, e em 1814, o Gabinete reafirma o apoio do regente Antônio de Araújo, francófilo, sob a oposição aberta do representante dos interesses britânicos, Lord Strangford, que procurou convencer o Rei D. João de regressar a Lisboa ordenar o império para longe dos domínios do Rio de la Plata, e permitir a persistência dos britânicos. Aqui, os interesses da Coroa portuguesa se manifestaram, enquanto, por um lado, Portugal procura manter uma distância entre seus interesses e os da Inglaterra, bem como sua estratégia de transferir definitivamente o eixo do império de Portugal, Já para GUIMARÃES (1994) a entrada de Portugal no Brasil por um lado, e a assinatura do Tratado de 1810, por outro, levaram a uma abertura comercial no Brasil. Esta abertura favorecia parcialmente as regiões do Nordeste, mas, acima de tudo, provocou uma transformação do Brasil central, que se transformaria ao longo dos anos de acordo com o sinal da nova capital imperial. por outro lado, no desenvolvimento do napoleônico pós-guerra D. João decide a transferência da maior parte do exército Português para a América para começar a sua aventura em La Plata, expressando assim a necessidade de realizar suas próprias ações, contra qualquer impedimento. Diante desse processo de consolidação de Portugal como um poder ultramarino, posicionando seus interesses, o fenômeno econômico e social descrito como "o pano de fundo" é despido: a revolução pernambucana de 1817, revela a fragilidade do regime configurado pela Coroa, de aparente solidez. Em Pernambuco, a centelha é acesa, por meio de um levante republicano estabelecido por meio de um Conselho de 5 membros, em representação auto nomeada da elite do antigo pedido de Recife: um representante do clero, o oficialismo, a magistratura, o comércio e agricultura. Este movimento, apesar de conseguir alguma expansão, foi esmagado e as forças realistas acabaram levando Recife.FURTADO (2006) Além disso, evidência neste episódio, foi o fato da oposição de interesses entre americanos e peninsulares, ao mesmo tempo que a oposição histórica entre produtores de Pernambuco e os comerciantes de Recife, como Halperin apontou corretamente e que já havia enfatizou Marx em termos gerais, no último capítulo do Volume 1 do Capital, intitulado The Modern Theory of Colonization, explica a natureza da oposição entre o modo produtivista e o modo mercantilista-capitalista: FURTADO (2006), destaca que: "(...) nas colônias. Ali, o regime capitalista choca em todo o lado com o obstáculo do produtor, que, como possuidor de suas próprias condições de trabalho, é enriquecido por sua obra, em vez de enriquecer o capitalista. A contradição entre esses dois sistemas econômicos, diametralmente opostos, se manifesta praticamente, neste caso, na luta entre os dois. Se o capitalista é apoiado pelo poder da metrópole, ele tenta varrer violentamente o modo de produção e apropriação fundado no próprio trabalho do produtor ". (FURTADO, 2006, p. 103) Acreditamos que a partir deste momento, essa luta descrita por Marx, entre os antigos interesses coloniais e os novos interesses capitalistas dos comerciantes ingleses e portugueses, e do poder absoluto da monarquia portuguesa se manifesta mais claramente. Por outro lado, o grupo produtivista, localista, auto designado "patriota", ou seja, a velha pernambucana elite colonial, bem como alguns setores de mineração, estão se voltando para o republicanismo em um esforço para abrir a passagem para o novo peso absolutista do monarca em terras brasileiras. FURTADO (2006), Aqui é um fato que empurraria ainda mais fortemente para uma nova relação entre a monarquia e a sociedade brasileira: em 1820 a revolução liberal explodiu no Porto (Portugal). Este movimento constitucionalista logo se transferiu para o Brasil e explodiu em diferentes regiões durante 1821: no Pará (de janeiro); Bahia (fevereiro); na capital, no dia 26 de fevereiro, um levante constitucionalista será desenvolvido, pela mão dos militares portugueses a favor do movimento constitucionalista em Portugal. FURTADO (2006), Deste modo, D. João foi forçado a reconhecer essas reformas constitucionais em Portugal e a prometer uma futura constituição para o Brasil. Antes do chamado em Portugal, o rei sai para esta terra em 25 de julho (juntamente com 3.000 cortesãos e boa parte do tesouro), deixando sua posição para seu filho Pedro, como tenente e regente do reino do Brasil. FURTADO (2006), Sob a pressão dos ministros pró-brasileiros, Dom Pedro é forçado a jurar as bases constitucionais ditadas pela metrópole. No Rio de Janeiro, perto de junho de 1821, a maçonaria veio à luz, que estava atrasada, escondida, o movimento de 1817. Finalmente, deixou as sombras conspiradoras para afirmar seu vínculo com o movimento constitucionalista. FURTADO (2006), Entre maio e novembro, as diferentes capitanias elegeram seus delegados para participar do círculo eleitoral que se realizará em Lisboa, que inclui todas as capitanias do império. No entanto, um novo evento definitivo viria a marcar o fim do cinerício do Brasil e a independência do reino brasileiro. Em junho, na região de San Pablo, é criada uma diretoria, liderada por seu vice-presidente, José Bonifácio de Andrada e Silva, que oferece as bases e entrega a estratégia para o movimento que levará à Independência do Brasil, que é uma nova constituição monárquica que emana do poder monárquico no Brasil, desconsiderando a monarquia portuguesa. FURTADO (2006). Em dezembro de 1821, a chamada demanda de São Paulo ao príncipe Pedro é recebida por ele, que permanece no Brasil, diante do chamado do rei em janeiro de 1822. Diante dessa recepção do príncipe, a guarnição portuguesa se levanta contra a medida e a demanda de San Pablo, provocando também uma reação e oposição que impede a ação da guarnição. Esta reação, encorajada pelo próprio Dom Pedro, termina com a expulsão das guarnições portuguesas do Brasil e com a nomeação de José Bonifácio como Ministro de Governo e Relações Exteriores. Além disso, em 13 de maio, ele aceita o título concedido pela Maçonaria do Rio do Perpétuo Defensor do Brasil, com o qual essa figura se torna uma peça transcendental no processo de fundação republicano. FURTADO (2006), Já no dia 1 de agosto desse mesmo ano, finalmente, José Bonifácio convocou a Assembleia Constituinte em que declarou a independência política do reino brasileiro. Finalmente, antes da ameaça das Cortes de Lisboa, a independência foi formalmente declarada em 7 de setembro. No dia 14 deste mês ele é reivindicado imperador e no dia 1 de dezembro ele é coroado como tal. FURTADO (2006) CONSIDERAÇÕES FINAIS Como pudemos perceber, s Independência do Brasil comemora o aniversário do dia em que o Brasil alcançou sua independência de Portugal no ano de 1822. Nesse ano, o Príncipe Pedro I do Brasil proclamou o "choro da independência" nas margens do rio Ipiranga, em São Paulo. Este dia é apresentado como um dos feriados nacionais mais importantes do país porque proclama sua soberania antes do resto do mundo. Ao contrário do resto das declarações de independência dos países americanos, a independência do Brasil não era o resultado de uma guerra direta, não estando envolvido em nenhuma das guerras de independência hispano-americanas. O evento ocorreu principalmente devido ao enfraquecimento de Portugal após as guerras napoleônicas terem lutado desde o ano de 1808. O dia se celebra em 7 de setembro de cada ano. Ao final deste módulo, queremos incentivá-lo a permanecer na busca constante por conhecimento e informação! BIBLIOGRAFIA ASSUNÇÃO, Mattias Röhrig. Miguel Bruce e os “horrores da anarquia” no Maranhão, 1822-1827. JANCSÓ, I. (org.). Independência: história e historiografia. São Paulo: Hucitec/Fapesp, p. 345-378, 2005. FURTADO, João Pinto. Das múltiplas utilidades das revoltas: movimentos sediciosos do último quartel do século XVIII e sua apropriação no processo de construção da nação. MALERBA, J. (org.). A Independência brasileira: novas dimensões. Rio de Janeiro: Editora FGV, p.99-121, 2006. GUIMARÃES, Lúcia M. Paschoal. Debaixo da imediata proteção de Sua Majestade Imperial: o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. São Paulo, FFLCH-USP, Tese de doutorado, 1994. LYRA, Maria de Lourdes Viana. A utopia do poderoso império - Portugal e Brasil: bastidores da política 1798-1822. Rio de Janeiro: Sette Letras, 1994, p. 56. MALERBA, Jurandir (org.). A Independência brasileira: novas dimensões. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006a. McFARLANE, Anthony. Independências americanas na era das revoluções: conexões, contextos, comparações. MALERBA, J. (org.). A Independência brasileira: novas dimensões. Rio de Janeiro: Editora FGV, p.387-417, 2006. Tratado de Methuen. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Methuen> Acesso em 05 de dez de 2017. PERGUNTA: Uma (1) pergunta para o Fórum. O que se entende pelo processo de independência do Brasil? LEITURA COMPLEMENTAR: 2 LEITURAS COMPLEMENTARES: http://www.scielo.br/pdf/his/v24n1/a05v24n1.pdf http://flacso.org.br/files/2014/12/Padre_Aleixo.pdf SUGESTÃO DE VÍDEO: Vídeo para complementar os conhecimentos: https://www.youtube.com/watch?v=LWyswBzZcys
Compartilhar