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Farmacologia dos Ansiolíticos e Hipnóticos Filipe Dalla Dentro de certos limites: normal Quadro tende a se aprofundar, interferindo no desempenho normal do indivíduo: TRATAMENTO Incidência maior na população ATIVA Hábitos pessoais e profissionais Cada vez mais comum: PEDIATRIA Ritmo de vida imposta, relações familiares ANSIEDADE descrição clínica x tratamento Classificações (Associação Americana de Psiquiatria) Reação de ajustamento com humor ansioso Transtorno de pânico Transtorno de pânico com agorafobia Agorafobia sem ataques de pânico Fobia social Fobias específicas TOC (Transt. Obsessivo compulsivo) TAG (Transt. Ansiedade generalizada) Transtorno de estresse pós-traumático Transtorno da ansiedade generalizada (sintomas contínuos sem razão ou foco claro) Transtorno do pânico (medo incontrolável com sistemas somáticos marcantes como sudorese, taquicardia, dores no peito, tremores, sensação de asfixia) Fobias (medo intenso de objetos ou situações específicas (cobras, aviões, altura, interações sociais) Transtorno do estresse pós-traumático (ansiedade ativada por lembranças de situações vividas no passado). Transtorno obsessivo-compulsivo (medo de contaminação) A ansiedade se manifesta em sinais e sintomas psíquicos Preocupação Nervosismo Inquietação Irritabilidade Insônia Dificuldade de concentração Sinais e Sintomas Somáticos Taquicardia Sensação de falta de ar Pupilas dilatadas Tremores Sudorese Náuseas ou Vômitos, diarréia, micção freqüente Dificuldade para engolir (entalo nervoso) Mal-estar abdominal Pressão no peito Vertigem Dificuldade para relaxar, tremores, dores diversas Critérios diagnósticos do DSM IV para TAG Ansiedade e preocupações excessivas (expectativa com apreensão) ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos 6 meses a respeito de diversos eventos ou atividades (trabalho/estudo) Dificuldade de controlar a preocupação Ansiedade e preocupação associadas a 3 ou mais dos sintomas nos últimos 6 meses: Inquietação , cansaço fácil, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular, distúrbios do sono O foco da ansiedade não está confinado a aspectos de um transtorno específico de ansiedade Ansiedade e preocupação ou sintomas físicos que causam sofrimento clínico significativo Não está relacionado a efeitos fisiológicos diretos de substâncias (drogas) ou condições médicas (hipertireoidismo) e nem ocorre exclusivamente durante transtorno do humor ou transtorno psicótico. Participação da serotonina Ansiolíticos serotoninérgicos Agonista nos receptores 5HT1A da serotonina: BUSPIRONA Vantagens: Ausência de interação com álcool, BZD e barbitúricos Ausência de dependência química ou síndrome de abstinência com uso prolongado Sem sedação, anticonvulsivante ou miorrelaxante Desvantagem: retardo do início de ação Farmacocinética: sofre metabolismo de primeira passagem gerando metabólitos ativos Meia vida de eliminação: 2-4h Metabolização hepática: interação com indutores (rifampicina) e inibidores (eritromicina e cetoconazol) HIPERATIVIADE NORADRENÉRGICA Fisiopatologia da Ansiedade Agonistas alfa-2 adrenérgicos nos neurônios pré-sinápticos “feed-back negativo” (clonidina) – efeito simpatolítico, diminui [ ] de noradrenalina e suprime resp. hiperadrenérgica. Usos terapêuticos: Desintoxicação de dependentes de álcool , BZD, heroína. PARTICIPAÇÃO GABAÉRGICA Há dois receptores para o GABA Gaba A Gaba B O GABA talvez seja o NT mais abundante no SNC: 40% de todas as sinapses Faz parte de numerosos circuitos inibitórios INSÔNIA “É um sintoma que se refere à incapacidade de iniciar e de manter o sono, sendo acompanhada de sono de baixa qualidade, interrompido ou de duração reduzida, e é insuficiente para restaurar o alerta completo.” O tratamento farmacológico Os Benzodiazepínicos Vantagens de sua utilização Grande margem de segurança Início de ação rápido Fármacos de primeira escolha no tratamento da ansiedade Efeitos Farmacológicos no SNC Efeitos ansiolíticos Sedação mínima e pode levar hipnose Relaxamento muscular Ação anticonvulsivante Benzodiazepínicos Midazolam - Dormonid® Flunitrazepam - Rohypnol® Flurazepam - Dalmadorm® Nitrazepam - Sonebon®, Nitrapan® Clobazan - Frisium®, Urbanil® Clonazepam - Rivotril® Clorazepato - Tranxilene® Clordiazepóxido - Psicosedin® Cloxazolam – Clozal®, Elum®, Olcadil® Alprazolam - Apraz®, Frontal® Bromazepam - Lexotan®, Somalium®, Novazepan® Lorazepam - Lorax®, Max- pax®, Mesmerin® Diazepam - Valium®, Ansilive®, Calmociteno® Mecanismo de ação: Potencializam o efeito inibitório neuronal do GABA Sozinhos não abrem o canal, por isso são mais seguros que os barbitúricos. Só não deve-se ingerir com álcool pois os juntos geram influxo de Cl- (Michael Jackson) Mecanismo de ação Os benzodiazepínicos ligam-se aos seus receptores induzindo alteração conformacional no receptor do GABA, o que facilita a ligação GABA-receptor, acarretando aumento no influxo de íons cloreto, HIPERPOLARIZANDO o neurônio BZD GABA BZD GABA BZD GABA hiperpolarização BZD GABA BZD GABA BZD GABA hiperpolarização Duração de ação dos BDZs Midazolam (Dormonid®) Flunitrazepam (Rohypnol®) Diazepam (Valium®) Alprazolam (Apraz®) Clonazepam (Rivotril®) Bromazepam (Lexotan®) Flurazepam (Dalmadorm®) Cloxazolam (Olcadil®) A duração de ação pode determinar o emprego terapêutico. Ação curta – Maior efeito hipnótico (usado em endoscopia) gera maior dependência Ação intermediária – ansiolíticos e hipnótico-sedativos. Ação longa – Maior efeito ansiolítico. Reações Adversas dos BDZs BDZs: alto índice terapêutico. Superdosagem: depressão respiratória, apnéia, depressão miocárdica com hipotensão grave. Mais comum em pacientes idosos e quando em associação com outros depressores do SNC. Efeito paradoxal: raros casos - inquietude, agitação, irritabilidade, agressividade e insônia. Depressão gradativa dose- dependente da função do SNC Droga A – Barbitúricos, álcool. Droga B – benzodiazepínicos KATZUNG, B Efeitos dos BDZs RELAXAMENTO MUSCULAR: Reduz espasmo muscular e espasticidade; Altas doses de diazepam; ANTICONVULSIVANTE: Diazepam – mal do estado epiléptico. Clonazepam e clobazan – tratamento crônico dos distúrbios epilépticos. AÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA: Sinergismo de adição: ↓ dose dos anestésicos; Aliviam a tensão antecipatória. AMNÉSIA ANTERÓGRADA: ↓ aquisição da memória. ATAXIA E DISARTRIA DE FALA: Doses mais elevadas. Usos Terapêuticos dos BDZs Ansiolítico de uso agudo; Doença do pânico; Transtornos obsessivo-compulsivos; Distúrbios do sono; Adjuvante anestésico; Anticonvulsivante; Miorrelaxante: tratamento de espasmos da musculatura esquelética e espasticidade, que ocorre em algumas doenças, tais como: tétano, esclerose múltipla, paralisia cerebral, lesão medular. Tratamento agudo da síndrome de abstinência do álcool e outras drogas. Precauções com BDZs Interações medicamentosas: ↑ efeitos dos depressores do SNC: neurolépticos, antidepressivos, ansiolíticos, sedativos, hipnóticos, narcóticos, analgésicos, álcool e anti-histamínicos. Cimetidina, Dissulfiram, Eritromicina, Fluoxetina, Isoniazida e anticoncepcionais orais – inibição enzimática - ↑ efeitos dos depressores do SNC Antiácidos diminuem a absorção; Contra-indicações: Doença hepática ou renal; Síndrome cerebral crônica; Glaucoma de ângulo fechado; Idosos. Antagonista BDZs Hipnóticos não benzodiazepínicos de curta duração: Tratamento de primeira escolha para insônia Vantagens farmacodinâmicas e farmacocinéticas sobre os BZD Zelaplon, zopilone, zolpidem Atuam seletivamente em sítios ômega 1 dos canais tipo GABA, envolvidos na sedação, mas não alteram a cognição, memória e funções motoras (pois o sono passa por suas fases, logo é restaurador) Tempo de meia-vida curtos Fármacos de outras classes terapêuticas usados como auxiliares: Anti-histamínicos: Hidroxizina pré anestésica (sedativa, além de antiemética e anticolinérgica). Barbitúricos: depressores não seletivos do SNC. Problemas: tolerância, dependência, abstinência, suicídio, homicídio (uso inadequado pode ser fatal por falência respiratória e cardiovascular). Beta-bloqueadores: Ansiolíticos (não causam dependência). Propranolol reduz sintomas autonômicos associados a fobias específicas bloqueio periférico dos sintomas beta-adrenérgicos mediados. Fitoterápicos: melissa, kawa-kawa, maracujá (este último, foram isolados princípios ativos que apesar de não terem estrutura semelhante aos BZDs, atuam no mesmo receptor exercendo efeito calmante).
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