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Análise econômica do Direito

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UNIVERSIDADE DE VILA VELHA
PEDRO, CLAUDINEI, NATALIA, DANIELY GOMES, VINICIUS
RELAÇÃO DA ECONOMIA E O DIREITO
VITÓRIA
2014
UNIVERSIDADE DE VILA VELHA
PEDRO, CLAUDINEI, NATALIA, DANIELY GOMES, VINICIUS
RELAÇÃO DA ECONOMIA E O DIREITO
Trabalho para a disciplina Fundamentos da Economia, apresentado ao curso de Direito, 1º Período, Turma D1Na, 1º Semestre, Nível Superior Universidade de Vila Velha. 
Professor Mário Vasconcellos
VITÓRIA
2014
RESUMO
	A presente pesquisa tem por objetivo explicar a relação da economia e o direito, através da atuação das empresas e o seu comportamento no mercado, e como essas atuações geram reflexos na sociedade. É possível observar a ligação entre Economia e o Direito quando se analisam os princípios gerais da atividade econômica contidas na Constituição; da política urbana, agrícola e fundiária; o Sistema Financeiro Nacional; as políticas monetárias, de crédito, cambial e comércio exterior. Já as normas jurídicas buscam, regular as atividades econômicas, no sentido de tornar os mercados mais eficientes, e buscar melhor qualidade de vida para a população como um todo.
Palavras-chave: Análise econômica do Direito, atividades econômicas, constituição, epistemologia.
Abstract: This research aims to explain the relationship of economics and law, through the performance of companies and their market behavior, and how these actions generate consequences in society. You can observe the link between economics and law when considering the general principles of economic activity contained in the Constitution; urban, agricultural and land policy; the National Financial System; monetary, credit, foreign exchange and foreign trade. Already seek legal standards, regulate economic activities in order to make markets more efficient, and get better quality of life for the population as a whole.
Keywords: Economic analysis of law, economic activities, constitution, epistemology.
SUMÁRIO
RESUMO	3
SUMÁRIO	4
1 - INTRODUÇÃO	5
2 – A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988	6
3 - POLITICA ANTITRUSTE NO BRASIL	7
4 - CONCLUSÃO	8
5 - REFERÊNCIAS	9
	
1 - INTRODUÇÃO
		Até meados do século XVIII, não havia uma interdependência da economia e o direito, segundo Adam Smith, a atuação da livre concorrência sem qualquer interferência levaria a sociedade ao crescimento econômico, como que guiada por uma “mão invisível”, sem a intervenção do Estado, seus argumentos se baseavam na livre iniciativa, laissez-faire, é o principio do liberalismo. 
	O Estado só passou a intervir na economia devido às imperfeições do mercado, tais como: externalidades, informação imperfeita, poder de monopólio e oligopólio. Em resposta a essas falhas, as normas jurídicas possibilitaram a atuação do Estado na economia de forma mais abrangente, a mão invisível de Adam Smith, passou a ser a mão visível do Estado como forma de aumentar a eficiência econômica, essas atuações foram por meio de leis, as chamadas leis de defesa da concorrência, que regulam tanto as estruturas de mercado, como a conduta das empresas. 
		A mudança expressiva na política nacional ocorreu após a Constituição Federal de 1988, a partir dessa base legal foi promulgada a Lei nº 8.884, de 11 de junho de 1994, que criou o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC), formado por três órgãos: a Secretaria de Acompanhamento Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, a Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE), do Ministério da Fazenda, e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), autarquia vinculada ao Ministério da Justiça, os quais possuem diferentes funções: o CADE tem um poder decisório sobre os processos por ele julgados, enquanto as secretarias apresentam um caráter mais instrutor ao processo.
		Com a implantação da política Neoliberal nos anos de 1990, ocorreram várias privatizações levando a uma desestatização da economia e iniciando uma economia de mercado. 
		As principais agencias reguladoras são: Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), autarquia vinculada ao Ministério de Minas e Energia, Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), autarquia vinculada ao Ministério das Comunicações, ANP (Agência Nacional do Petróleo), autarquia vinculada ao Ministério de Minas e Energia, ANS (Agência Nacional de Saúde), autarquia vinculada ao Ministério da Saúde, Susep (Superintendência de Seguros Privados), órgão no Ministério da Saúde, e ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), vinculada ao Ministério da Defesa.
2 – A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
	A ação do Estado quer do ponto de vista econômico, quer jurídico, supõe-se que esteja voltada para o bem-estar da população, e é o Direito que estabelece as normas que regulam as relações entre os indivíduos, grupos, e mesmo entre governos, indivíduos e organizações internacionais.
	Segundo Jonh Locke, os indivíduos, por um acordo, teriam colocado parte de seus direitos naturais sob controle de um governo parlamentar, limitado em suas competências e responsável perante o povo. Assim de maneira voluntária e unânime, os homens decidiram entrar num acordo para criar uma sociedade civil cuja finalidade fosse promover e ampliar os direitos naturais do homem à vida, à liberdade e à propriedade.
	Em parte baseando-se nesses princípios, as normas constitucionais brasileiras foram criadas com a preocupação de promover o bem-estar da coletividade, e encontram-se na Constituição Federal de 1988.
	Em ultima instancia, para a atuação do Estado brasileiro na economia, buscou-se o que esta previsto no artigo 170 da Constituição de 1988:
“ A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
soberania nacional;
propriedade privada;
função social da propriedade;
livre concorrência;
defesa do consumidor;
defesa do meio ambiente;
redução das desigualdades regionais e sociais;
busca do pleno emprego
tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.
Parágrafo único: É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica independente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos na lei”.
3 – POLITICA ANTITRUSTE NO BRASIL 
	A política antitruste existe no Brasil desde os anos 1960, quando foi instituído o Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (CADE), em 1962, com a principal função de intervir em situações relacionadas com condutas anti-competitivas. O CADE, no entanto, só obteve os instrumentos e as funções atuais com a publicação em 1994 da Lei Antitruste (Lei 8.884/94), também conhecida como Lei da Concorrência, a qual o transformou em um organismo moderno de controle de estruturas e de condutas. 
		A Política de Defesa da Concorrência é implementada e defendida pelo Estado através da denominada Lei Antitruste. No caso brasileiro, a lei que trata da questão relacionada a esse tema (Lei 8.884/94) permite ao Estado reprimir o abuso do poder econômico que vise dominar mercados, causando a eliminação da concorrência, ou então ao aumento arbitrário de lucros. 
Dentro do chamado Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, o Conselho Administrativo de Direito Econômico (CADE), a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) e a Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE) são os órgãos que tem por objetivo julgar os processos administrativos relativos a abusos do poder econômico, bem como analisar fusões de empresas que podem criar situações de monopólio ou maior domínio de mercado. Quando se prova que a limitação da concorrência não propicia ganhos aos consumidores em termos de menores preços ou produtos tecnologicamente mais avançados, o CADE pode determinar que o negócio seja desfeito.Em linhas gerais, o principal objetivo da Política de Defesa da Concorrência está em limitar o exercício de poder de mercado das empresas. A elevação do poder de mercado por parte de uma empresa pode prejudicar o ambiente competitivo e gerar ineficiências que podem reduzir o bem-estar econômico do consumidor. É preciso enfatizar que a Lei Antitruste não necessariamente repudia o poder de mercado, nem torna a concretização de monopólios ilegais. 
 	Ela apenas tenta controlar como essa elevação do poder de mercado é adquirida. Em outras palavras, a Lei Antitruste tem o objetivo de reprimir o exercício considerado abusivo do aumento do poder de mercado. 
6 - CONCLUSÃO
	A abertura da economia, as privatizações e a desregulamentação, bem como a estabilização dos preços são os principais fatores que contribuem para dar uma maior importância ao CADE, estas circunstâncias ensejaram uma atuação estatal menos preocupada em investir diretamente na produção, mas por conseguinte, mais determinada em coordenar e estimular a economia de mercado. A globalização da economia também corrobora para um maior impulsionamento dos trabalhos do CADE, pois ela exige grande competitividade e produtividade por parte das empresas instaladas no Brasil. Diante de tais fatos, é imprescindível a existência de um órgão para zelar a harmonia da ordem econômica no país, porém este órgão deve ser bem administrado e estruturado para não gerar conflitos ao mercado.
	As externalidades econômicas estão cada vez mais presentes em nossa economia de mercado, fiscalizá-las e tratá-las com justiça deverá ser uma obrigação para nosso setor público, elas não podem ser vistas apenas como indiferenças.
	A regulação exercida pelas agências possui papel fundamental no cumprimento das políticas determinadas pelo Estado, sua função é gerencial (técnica) e de controle sobre os entes regulados. Portanto, deve sempre ser preservado o objetivo de harmonizar os interesses do consumidor, como preço e qualidade, com os do fornecedor, como a viabilidade econômica de sua atividade comercial, como forma de perpetuar o atendimento aos interesses da sociedade.
	Sendo assim como considerações finais, percebe-se que é indispensável para que haja um bom andamento da economia o adentramento ao campo do Direito, principalmente tratando-se de assuntos como externalidades, legislação antitruste e repressão ao abuso do poder econômico e ainda as leis de proteção ao consumidor.
REFERÊNCIAS
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA, Marco Antonio S. de Vasconcellos, Manuel E. Garcia – 4ª Ed. – São Paulo 2008 (caps. 3 e 7). 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO, Paulo Nader – 36ª Ed. –Rio de Janeiro 2014. 55p.
3MELLO, Maria T.L. Defesa da concorrência. In: Economia Industrial: fundamentos teóricos e práticas no Brasil. David Kupfer e Lia Hasenclever. Rio de Janeiro: Campus. 2002. 640p.
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