Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Introdução a estabilidade de taludes Prof. Daniel Lemos Mouço Objetivos da avaliação da estabilidade de taludes Encostas naturais avaliação do risco e a necessidade de medidas de estabilização; Objetivos da avaliação da estabilidade de taludes Cortes ou escavações no terreno projeto de medidas de estabilização do terreno Objetivos da avaliação da estabilidade de taludes Aterros estudar a seção mais econômica, avaliação da segurança Tipos de escorregamentos Tombamento de blocos • Sem planos de deslocamento • Movimentos tipo queda livre ou em plano inclinado • Velocidades muito altas • Material rochoso • Pequenos a médios volumes • Geometria variável: lascas, placas, blocos etc. • Rolamento de matacão • Tombamento Tipos de escorregamentos Escorregamentos • Poucos planos de deslocamento • Velocidades de médias a altas • Pequenos a grandes volumes de material • Geometria e materiais variáveis solos pouco espessos, solos e rochas com um plano de fraqueza Tipos de escorregamentos Escorregamentos • Poucos planos de deslocamento • Velocidades de médias a altas • Pequenos a grandes volumes de material • Geometria e materiais variáveis solos espessos homogêneos e rochas muito fraturadas Tipos de escorregamentos Escorregamentos • Poucos planos de deslocamento • Velocidades de médias a altas • Pequenos a grandes volumes de material • Geometria e materiais variáveis solos e rochas com dois planos de fraqueza Tipos de escorregamentos Rastejo (ou fluência) • Vários planos de deslocamento (internos) • Velocidades de muito baixas (cm/ano) a baixas e decrescentes com a profundidade • Movimentos constantes, sazonais ou intermitentes • Solo, depósitos, rocha alterada/fraturada • Geometria indefinida Tipos de escorregamentos Corridas • Muitas superfícies de deslocamento • Movimento semelhante ao de um líquido viscoso • Desenvolvimento ao longo das drenagens • Velocidades de médias a altas • Mobilização de solo, rocha, detritos e água • Grandes volumes de material • Extenso raio de alcance, mesmo em áreas planas Caracterização da segurança de encostas Processo de verificação de estabilidade de encostas previsto pela NBR 11682- Estabilidade de Encostas. Fluxograma Procedimentos preliminares Investigações geológico-geotécnicas Projeto Execução Monitoramento / manutenção Etapas para a elaboração do projeto: Procedimentos preliminares Os procedimentos preliminares indicados na norma são de caráter obrigatório e visam: • Conhecimento das características do local; • Consulta de mapas e levantamentos disponíveis; • Verificação de restrições legais e ambientais à elaboração de laudo de vistoria; • Avaliação da necessidade de implantação de medidas emergenciais; e • Programação de investigações geológicas e geotécnicas. Etapas para a elaboração do projeto: Investigações: Incluem os seguintes tipos de estudo: • Geológicos; • Geotécnicas; • Geomorfológicas; • Topográficas; • Geohidrológicos. Abrangem levantamentos locais, coleta de dados, ensaios "in situ" e em laboratório, bem como o uso de instrumentação para estabelecer um modelo geológico-geotécnico. Etapas para a elaboração do projeto: Projeto: Esta etapa corresponde na elaboração dos seguintes produtos: • Caracterização do perfil geológico-geotécnico; • Caracterização do tipo de instabilização do terreno; • Definição do modelo de cálculo com os respectivos parâmetros; • Diagnóstico e concepção do projeto; e • Detalhamento da obra Numa fase preliminar, pode ser elaborado um Anteprojeto, com a finalidade de avaliação de orçamentos, concepção de alternativas de projeto, programação da obra futura, pode-se realizar sondagens de reconhecimento (tipo SPT). Fator de Segurança • Em taludes estáveis, a resistência do solo pode ser maior ou igual à tensão devida às forças instabilizantes. No entanto, somente parte desta resistência é mobilizada para garantir o equilíbrio. • Denominamos Fator de Segurança como a relação entre a tensão resistente e a tensão mobilizada. No caso do plano inclinado: FS = Fat ÷ Px FS > 1.0: O corpo está em repouso; FS < 1.0: O corpo se desloca para baixo. Fator de Segurança • Os fatores de segurança previstos na norma têm a finalidade de cobrir as incertezas naturais das diversas etapas de projeto e construção. Dependendo dos riscos envolvidos, deve-se inicialmente enquadrar o projeto nas classificações de Nível de Segurança, definidas a seguir: Fator de Segurança Fator de Segurança Modelagem geotécnica de escorregamentos a) Análise de tensões e deformações do solo Permite considerar o comportamento real dos materiais, considerando: i) Não linearidade da curva tensão x deformação; ii) Anisotropia e não homogeneidade; iii) influência do estado inicial de tensões; iv) etapas construtivas Custo computacional muito elevado para problemas correntes; Softwares caros e que exigem treinamento específico. Depende de muitos parâmetros do solo de difícil obtenção. b) Método do equilíbrio limite Cálculos simplificados, dependendo de poucos parâmetros; Permite a consideração da não homogeneidade do solo; Resolvível por planilhas excel ou softwares de baixo custo, Fator de segurança único Resultado depende da SPR adotada e do método utilizado. Método do Equilíbrio Limite Hipóteses: 1- Superfície de ruptura arbitrada; 2- Equilíbrio de forças resistentes x instabilizantes ao longo da SPR 3- Fator de segurança definido em função da resistência ao cisalhamento do solo 4- FS constante ao longo da SPR 5- Comportamento rígido-plástico do solo Resistência ao cisalhamento do solo A resistência ao cisalhamento é função de 2 componentes: embricamento e resistência entre partículas: Envoltória de cisalhamento de Mohr Coulomb • A resistência entre partículas pode ser vista por analogia à lei de Coulomb que define resistência ao deslizamento de um corpo rígido sobre uma superfície plana. • No caso dos solos coesivos (argilo minerais) ou cimentados, a presença de uma ligação entre partículas faz com que o esforço necessário para movimentação relativa do bloco seja aumentado de uma parcela que independe da tensão normal, denominada coesão. • O embricamento é definido com o trabalho necessário para movimentar a partícula ascendentemente. No caso do solo fofo, os grãos movimentam-se horizontalmente, sendo mobilizada a resistência entre grãos. • Já no caso do solo denso existe um trabalho adicional para superar o embricamento entre partículas, causando necessariamente uma expansão volumétrica durante o cisalhamento (dilatância). Assim, quanto mais denso for o solo, maior a parcela de interlocking e, conseqüentemente, maior a resistência do solo. Fofo Denso • Se a tensão normal aumenta, a tendência de movimento ascendente diminui; isto é, reduz o efeito de dilatância. No limite é possível imaginar uma tensão normal alta o suficiente para impedir a dilatância. Assim sendo o valor de a varia com o nível de tensão normal. Ensaio de resistência ao cisalhamento do solo Resultados: Correlações com SPT • O ensaio de SPT é o método de investigação geotécnica mais utilizado no Brasil por conta da sua simplicidade e baixo custo de execução. • Tendo em vista sua ampla utilização, foram desenvolvidas correlações entre o resultado do SPT e diversas propriedades do solo: Correlações do SPT com o peso específico Correlações do SPT com o ângulo de atritoDensidade relativa de solos granulares: Ângulo de atrito: Estimativa do Módulo de Elasticidade Água no solo Elementos de um sistema de águas subterrâneas Permeabilidade de solos saturados Ensaios: • Carga constante (areias) • Carga variável (argilas, siltes) MEL- Talude infinito: • Talude cuja espessura da massa de solo é muito menor que sua altura; • Ruptura geralmente planar, no contato solo-rocha • Ocorre também em pilhas de material granular do solo. • Poropressões dentro da massa de solo: MEL- Método de Culmann: O método baseia-se na hipótese que considera uma superfície de ruptura plana passando pelo pé do talude. A cunha assim definida é analisada quando a estabilidade como se fosse um corpo rígido que desliza ao longo desta superfície. Uma vez conhecida a geometria do talude e arbitrada a superfície de ruptura, temos as forças participantes do equilíbrio da cunha: • força peso: W (módulo, direção, sentido e ponto de aplicação conhecidos) • força de coesão: Cm (módulo e direção e sentido conhecidos) • força de atrito: F (sentido e direção conhecidos) • Peso do terreno: • Resistência do terreno: A coesão mobilizada pode ser obtida por: Para um dado valor de cd e fd terá seu valor máximo se: A superfície de ruptura crítica terá a inclinação de: Substituindo na expressão anterior, a coesão mobilizada será: Desta forma, a máxima altura possível para um corte (FS = 1) será: Podemos trabalhar com casos mais complexos, com poropressões ou inclinação no topo do corte. Neste caso, basta alterar o polígono de forças e calcular o ângulo q por tentativas, até se obter o maior valor de cm. MEL- Método das fatias: MEL- Método das fatias: • Consiste na divisão da massa potencialmente instável em diversas fatias verticais. Tantas quantas forem necessárias; • Analisa o equilíbrio de forças e/ou momentos em cada uma das fatias, considerando-as como um corpo rígido e levando em conta o “atrito” entre fatias; • A partir da imposição da superfície potencial de ruptura, calcula- se seu FS; • Investiga-se outras superfícies para se determinar o menor FS. • É um problema estaticamente indeterminado, como visto a seguir. MEL- Método das fatias: Equilíbrio da Fatia "i": Variáveis conhecidas: Incógnitas (n fatias): Total de incógnitas: 5n-2 Total de equações: 3n Problema indeterminado! Bibliografia: BECKER, L. B., Notas de aula da disciplina EER550- Análise de estabilidade (UFRJ), Rio de Janeiro, 2014; GERSCOVICH, D. M. S., Notas de Aula da disciplina Estabilidade de Taludes (UERJ), Rio de Janeiro, 2009; PINTO, C. S. Curso Básico de Mecânica dos Solos, em 16 Aulas. 1 ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. AUGUSTO, F.. Curso de Geologia Ambiental via Internet, UNESP Campus Rio Claro, 2001. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11682- Estabilidade de encostas, Rio de Janeiro, 2007.
Compartilhar