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WBA0839_v1.0 Construções de aterros sobre solos moles Estabilidade e monitoramento de aterros sobre solos moles Análise de estabilidade Bloco 1 Bianca Lopes de Oliveira Parâmetros para a análise de estabilidade Figura 1 – Parâmetros para um projeto de aterro sobre solos moles Fonte: elaborada pelo autor. • Resistência não drenada da argila Su.Solo de fundação • Resistência obtida nos ensaios de cisalhamento.Solo do aterro • Resistência à tração. • Módulo de rigidez. Reforço geossintético Modos de ruptura Figura 2 – Modos de ruptura de aterros Fonte: Almeida e Marques (2014, p. 140). Instabilidade interna: ruptura pelo corpo de aterro. Instabilidade da fundação: ruptura do solo de fundação. Instabilidade global: ruptura do conjunto aterro fundação. Ruptura de fundação Figura 3 – Ábaco para determinação do fator de carga Nc Fonte: Massad (2010, p. 127). - Altura crítica do aterro. Onde Nc é o fator de capacidade de carga que pode ser obtido no ábaco da Figura 3 e γat é o peso específico do aterro. .c u cr at N Sh γ = Exemplo Figura 4 – Seção de aterro Fonte: elaborada pelo autor. Vamos calcular a altura admissível de um aterro com peso específico de 18 kN/m³, com a camada de argila com coesão de 10 kPa constante em toda a camada. Consideraremos o fator de segurança igual a 1,5. Ruptura de fundação Figura 5 – Ábaco para determinação do fator de carga Nc Fonte: Massad (2010, p. 127). Se a coesão é constante: C1 = 0 N=5,5 . 5,5.14 4,28 18 4,28 2,85 1,5 c u cr at cr adm N Sh m hh m FS γ = = = = = = Altura admissível versus altura de projeto • Se a altura admissível for inferior a altura de aterro projetada: • Aterro em etapas. • Bermas de equilíbrio. • Aterro reforçado. • Uso de aterros sobre colunas granulares. Estabilidade global aterro/fundação • Métodos das fatias: consiste em dividir a superfície de ruptura em fatias e realizar o equilíbrio de forças em cada uma delas. • Métodos das cunhas. • Uso de planilhas e softwares de cálculo. • Método dos elementos finitos. Estabilidade global aterro/fundação – Fellenius • Método de Fellenius: • Ruptura circular. • Divisão em fatias ou lamelas. • Fator de segurança obtido pelo equilíbrio de forças. • Não considera as forças tangenciais e normais às paredes das fatias. • Processo é repetido em posições diferentes da superfície de ruptura Adotado menor FS. Estabilidade global aterro/fundação • Método de Bishop simplificado: • Ruptura circular. • Divisão em fatias ou lamelas. • Resultante das forças entre fatias é horizontal. • Fator de segurança obtido pelo equilíbrio de forças. • Processo iterativo. Estabilidade global aterro/fundação • Método de Janbu simplificado. • Método das fatias ou lamelas. • Baseado no equilíbrio de forças e de momentos. • Forças tangenciais; as laterais das fatias são desprezadas. • Uso de fator de correção empírico dependente do tipo de solo e da forma da superfície de deslizamento. Estabilidade e monitoramento de aterros sobre solos moles Estabilidade de aterros construídos por etapas ou com bermas de equilíbrio Bloco 2 Bianca Lopes de Oliveira Aterros com bermas de equilíbrio Figura 6 – Aterro utilizando bermas de equilíbrio Fonte: elaborada pelo autor. Quando o valor de hadm é inferior à altura necessária de acordo com o definido em projeto, pode-se adotar o uso de bermas de equilíbrio. Bermas de equilíbrio • Segundo Massad (2010) trata-se de aterros laterais que funcionam como contrapeso, de forma a opor-se a eventual ruptura do aterro. • A altura das bermas é a diferença entre a altura de projeto do aterro e a altura admissível dele. Método de Jakobson Figura 7 – Ábaco caso 1 Fonte: Caputo e Caputo (2015, p. 481). Método de Jakobson Figura 8 – Ábaco caso 2 e 3 Fonte: Caputo e Caputo (2015, p. 481). Exemplo: • Dimensione um aterro sobre uma camada de argila mole com espessura de 10 m. O aterro deve ter 4,5 m. Considere: • FS = 1,5. • Peso específico do aterro: 19 kN/m³. • Peso específico da argila: 15 kN/m³ e Su = 15 Kpa. • Largura do aterro (b): 12 m. • Inclinação: 2:3. Resolução • Cálculo da altura admissível do aterro: • Cálculo da altura da berma (h2): . 5,5.15 4,34 19 4,28 2,89 1,5 c u cr at cr adm N Sh m hh m FS γ = = = = = = 2 1 4,5 2,89 1,61admh h h m= − = − = Resolução • Cálculo da largura do aterro (b1): • Cálculo da sobrecarga do aterro (p1): • Cálculo da resistência admissível (σadm): 1 312 .(4,5 1,61) 16,33 2 b m= + − = 15 10 1,5 u adm S kPa FS σ = = = 1 4,5.19 85,5 /p kN m= = Resolução • Cálculo da carga da berma: • Relações para utilizar o ábaco: • Considerando caso I: 2 19.1,61 30,59 /p kN m= = OLHAR O ÁBACO1 1 2 10 0,12 85,5 85,5 2,80 30,59 P P P δ = = = = Resolução Figura 9 – Ábaco caso 1 Fonte: Caputo e Caputo (2015, p. 481). 2 2 2 2, 45 2,45.10 24,50 0,7 0,70.24,50 17,15 b b m D x x m b = → = = = → = = 𝛿𝛿 𝑃𝑃1 = 0,12 𝑃𝑃1 𝑃𝑃2 = 2,80 Resolução Figura 10 – Solução do exemplo Fonte: elaborada pela autora. Estabilidade e monitoramento de aterros sobre solos moles Análise de estabilidade de aterros reforçados Bloco 3 Bianca Lopes de Oliveira Aterros reforçados • Utilização de geossintéticos: poliéster (PE), polipropileno (PP), polietileno (PE) e álcool de polivinila (PVA). Geogrelha Formato de grelha. Unidirecionais ou bidirecionais em relação à resistência e rigidez à tração. Geotêxtil Tecido: filamento e fibras em duas direções ortogonais. Não tecido: filamentos e fibras com distribuição aleatória. Resistência nominal típica – geossintéticos • Faixa de 200 e 1000 kN/m. • Ensaio de tração de faixa larga: • Resistência à tração nominal (Tr). • Deformação específica nominal (εr). • Módulo de rigidez nominal (Jr). • Informações obtidas nos catálogos dos fabricantes. Redução da resistência devido à fluência, danos de instalação e degradação química e biológica. Análise de estabilidade: aterros reforçados • Geossintético: reforço passivo – esforço de tração resistente T. Onde Kaat é o coeficiente de empuxo ativo do aterro, Suo é a resistência não drenada na interface solo/aterro; α é o fator de redução para minoração da resistência não drenada e XT é a distância entre o local em que o círculo de ruptura intercepta o reforço e o pé do talude. lim 2.(0,5. . ) .. aat ref aat aat at at at uo ref T T T P P P K h qh SP X FS γ α ≤ = + = + = Análise de estabilidade: aterros reforçados • Geossintético: esforço de tração resistente T. • Valores de deformação permissível εa entre 2 e 6 %. Onde J é o módulo de rigidez do reforço. . aT J ε= Valores de T Onde FRF é o fator de redução parcial devido à fluência para o tempo de vida útil da obra ou da atuação do reforço; FRI é o fator de redução devido a danos mecânicos da instalação; FRDQ é o fator de redução parcial devido à degradação química e FRDB é o fator de redução parcial devido à degradação biológica. . . . r adm F I DQ DB TT FR FR FR FR = Ancoragem de reforço Onde Tanc é a resistência de ancoragem, devendo ser superior ao esforço de tração considerado no projeto; Ci é o coeficiente de interação do geossintético com o solo, obtido em ensaios de arrancamento, fornecido pelos fabricantes; hat é a altura do aterro acima do reforço e γat, cat e ϕat parâmetros do solo de aterro. 2. .( . . tan ) anc anc i at at at at TL C c hγ φ = + Estabilidade ao deslizamento Figura 11 – Análise do escorregamento do aterro ou do reforço Fonte: Almeida e Marques (2014, p. 148). Acima do reforço Abaixo do reforço Aterro sobre colunas granulares Figura 12 – Esquema de célula unitária Fonte: Almeida e Marques (2014, p. 174). Vista superior Distribuição de tensões Célula unitária Aterro sobre colunas granulares encamisadas Figura 13 – Colunas encamisadas com geossintéticos Fonte: Almeida e Marques (2014, p. 186).Teoria em Prática Bloco 4 Bianca Lopes de Oliveira Reflita sobre a seguinte situação • Considere três projetos de aterros sobre uma camada espessa de solo mole subjacente a uma camada de solo argiloso de compacidade rija. • Aterro 1: FS = 1,15 e cv = 0,0005cm/s. • Aterro 2: FS = 2,0 e cv = 0,05 cm/s. • Aterro 3: FS = 2,1 e cv = 0,0005 cm/s. • Reflita: analisando os fatores de segurança obtidos e os coeficientes de adensamento, qual aterro teria melhor comportamento à utilização de sobrecarga temporária? E ao uso de drenos verticais? Por quê? Norte para a resolução... • Sobrecarga temporária: • Funciona para coeficientes de adensamento altos (TEMPO) e FS alto (suporta o peso da sobrecarga). • Aterro 2 SIM. • Drenos verticais: • Coeficiente de adensamento baixo. • Aterro 1 SIM. • Aterro 3 – Combinação dos dois. Dica do(a) Professor(a) Bloco 5 Bianca Lopes de Oliveira Dica da Professora • Assista a palestra Geossintéticos e a Melhoria de Solos Moles do Prof. Dr. Márcio Almeida. • Acesse canal da Geotecnia Brasil no YouTube. Referências ALMEIDA, M. S. S.; MARQUES, M. E. S. Aterro sobre solos moles. 2. ed. São Paulo: Editora Oficina de Textos, 2014. CAPUTO, H. P; CAPUTO, A. N. Mecânica dos Solos e suas aplicações. 7. ed. v. 2. Rio de Janeiro: LTC, 2015. MASSAD, F. Obras de Terra – curso básico de geotecnia. 2. ed. São Paulo: Editora Oficina de Textos. 2010. Bons estudos! Construções de aterros sobre solos moles Estabilidade e monitoramento de aterros sobre solos moles Parâmetros para a análise de estabilidade Modos de ruptura Ruptura de fundação Exemplo Ruptura de fundação Altura admissível versus altura de projeto Estabilidade global aterro/fundação Estabilidade global aterro/fundação – Fellenius Estabilidade global aterro/fundação Estabilidade global aterro/fundação Estabilidade e monitoramento de aterros sobre solos moles Aterros com bermas de equilíbrio Bermas de equilíbrio Método de Jakobson Método de Jakobson Exemplo: Resolução Resolução Resolução Resolução Resolução Estabilidade e monitoramento de aterros sobre solos moles Aterros reforçados Resistência nominal típica – geossintéticos Análise de estabilidade: aterros reforçados Análise de estabilidade: aterros reforçados Valores de T Ancoragem de reforço Estabilidade ao deslizamento Aterro sobre colunas granulares Aterro sobre colunas granulares encamisadas Teoria em Prática Reflita sobre a seguinte situação Norte para a resolução... Dica do(a) Professor(a) Dica da Professora Referências Bons estudos!