Buscar

dissiplina em construção de aterro emsolo mole

Prévia do material em texto

Podcast 
Disciplina: Construções de aterros sobre solos moles 
Título do tema: Métodos construtivos de aterros sobre solos 
moles 
Autoria: Bianca Lopes de Oliveira 
Leitura crítica: Eduarda Pereira Barbosa 
 
Abertura: 
Olá, ouvinte! No podcast de hoje vamos conversar sobre o efeito de 
arqueamento do solo, princípio utilizado nos aterros estaqueados! 
O aterro sobre estacas é uma técnica que melhora a capacidade de suporte de 
solos moles. Seu método construtivo se adapta a terrenos difíceis, pode ser 
feito sobre obras com espaço reduzido, possui menor prazo de execução e 
permite maior controle dos recalques em comparação a outros métodos. 
Também é uma alternativa quando as áreas de empréstimos estão longe. 
Mas o que é um aterro sobre estacas? É um tipo de aterro estruturado que 
transmite a carga do aterro para a camada de solo mais resistente. Essa 
transmissão é feita primeiramente para a plataforma de capitéis e geogrelha e, 
depois, a carga é transmitida as estacas que estão apoiadas em solo mais 
resistente. O funcionamento deste aterro se baseia no princípio do 
arqueamento do solo. 
Mas como isso funciona? 
O arqueamento do solo corresponde à tendência natural que as estruturas têm 
de redistribuir os esforços das zonas mais deformáveis para as zonas mais 
rígidas. 
Terzaghi descreveu o arqueamento dos solos como um dos fenômenos que 
mais acontecem nos solos, tanto no laboratório como em campo. Ele fez um 
ensaio utilizando um dispositivo que consistia em uma plataforma com um 
alçapão. Sobre esse alçapão ele colocou uma camada de areia até o alçapão 
ceder. Quando o alçapão cedia, a massa de solo acima dele tendia a se 
movimentar, enquanto a massa de solo localizada ao lado permanecia imóvel. 
Ao analisar a tensão que ocorria nessa situação, ele percebeu que esse 
mecanismo reduzia a tensão da massa de solo que tendia a se mover sobre o 
alçapão e aumentava a tensão nas áreas adjacentes, devido a resistência de 
cisalhamento do solo. Esse fenômeno foi chamado de arqueamento do solo. 
Basicamente ele explica que a distribuição de tensão sobre o solo não é 
uniforme, sendo que durante um recalque, as áreas mais rígidas têm maior 
concentração de tensões do que nas áreas deformáveis. 
Este princípio se aplica em aterros sobre estacas. 
W
B
A
0
8
3
9
_v
1
.0
 
 
 
Como as estacas têm rigidez superior ao solo, as tensões verticais se tornam 
maiores nos capitéis do que no solo entre os capitéis. No solo, área mais 
deformável, há um alívio de tensões. Os capitéis absorvem a carga e 
transmitem para as estacas, que por sua vez transmitem ao solo de fundação 
mais resistente. 
Nessa redistribuição de tensões, a altura do aterro é um fator importante. 
Aterros com altura reduzida não chegam a desenvolver o arqueamento, pois a 
carga exercida não é suficiente. Com o aumento da altura do aterro, as forças 
cisalhantes no solo aumentam e o efeito de arqueamento melhora. A altura na 
qual, após determinado recalque do solo mole, as tensões entre os capitéis se 
mantenham constantes é chamada de altura crítica. 
O comportamento de aterros sobre estacas pode ser ainda melhor quando se 
utiliza reforço com geossintético. Ao se incorporar o geossintético no aterro 
estaqueado, é possível, a princípio, utilizar estacas mais espaçadas. Ele tem a 
função de enrijecer a base do aterro e melhorar a transferências das tensões. 
A maior parte da carga é transferida diretamente para os elementos de 
fundação. A outra parte da carga é transferida indiretamente para a fundação a 
partir do geossintético de reforço e o restante, que não consegue ir para os 
apoios, é transferida para o solo mole. 
Por isso, essa técnica minimiza os recalques nos solos moles comparado a 
outras metodologias construtivas como aterros convencionais ou com uso de 
drenos verticais! 
Como não é necessário aguardar a dissipação das poropressões, os aterros 
sobre estacas podem ser feitos em única etapa, reduzindo o tempo de 
execução do aterro. 
Outra vantagem desse método é do ponto de vista ambiental: como os 
recalques são reduzidos, consegue-se atingir as cotas de projeto utilizando 
volumes menores de aterro. Isso diminui as intervenções no meio ambiente, 
minimizando impactos ambientais e favorecendo a economia dos recursos 
naturais. 
Mas nem tudo são flores, o custo desse sistema é alto comparado a outros 
métodos construtivos de aterros sobre solos moles. Isso se deve ao custo de 
cravação das estacas, confecção dos capitéis e do geossintético de reforço. 
Mesmo assim, para prazos curtos de execução ou altas espessuras de solo 
mole, se torna uma alternativa viável. A avaliação desses itens permite a 
escolha adequada do tipo de aterro a ser empregado! 
 Este foi nosso podcast de hoje! Até a próxima!

Continue navegando