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6 Recurso Especial e Extraordinário

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RECURSOS ESPECIAL E EXTRAORDINARIO
	
O recurso especial, o recurso extraordinário e os embargos de divergência são recursos constitucionais de caráter excepcional (ou extraordinário lato sensu), que tutelam o direito objetivo, ou seja, visa preservar o ordenamento jurídico de violações ou interpretações inadequadas, buscando a uniformização de sua exegese, interpostos, respectivamente, ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) e STF (Supremo Tribunal Federal).
	São chamados de recursos “excepcionais” porque a mera sucumbência e inconformismo da parte não bastam para que seja autorizada sua interposição, sendo necessário o preenchimento de requisitos específicos de admissibilidade:
a) o esgotamento das instâncias ordinárias: a parte deve usar de todos os recursos ordinários cabíveis para poder posteriormente utilizar-se dos recursos excepcionais (Súmula 281 do STF: “É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber na justiça de origem, recurso ordinário da decisão impugnada”).
b) prequestionamento: para que seja apreciado o recurso especial ou o extraordinário, há necessidade de a matéria ter sido suscitada e julgada pelo tribunal de origem, ou seja, tem que ocorrer o debate anterior do tema da causa, com a manifestação expressa do órgão prolator da decisão impugnada sobre a interpretação da lei federal ou de dispositivo constitucional:
Súmula 282 do STF: “É inadmissível o recurso extraordinário quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada” 
Súmula 356 do STF: “O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento”). 
É necessário que no aresto recorrido a matéria tenha sido decidida explicitamente, não sendo aceito um prequestionamento implícito, pois o prequestionamento visa evitar a supressão de instância e que a parte contrária seja surpreendida com o novo tema
c) não servem para questionar a “justiça” da decisão e nem o reexame de provas ou fatos: é que o interesse social de assegurar a integridade do ordenamento se sobrepõe à mera sucumbência ou prejuízo da parte (Súmula 279 do STF: "Para simples reexame da prova não cabe recurso extraordinário").
d) a decisão recorrida não pode estar em conformidade com a jurisprudência do Tribunal “ad quem” (STJ ou STF), porque o recurso seria absolutamente inútil.
e) obrigatoriedade de interposição simultânea de recurso especial e extraordinário, quando houver violação simultânea ao ordenamento jurídico federal e constitucional;
PRAZO: 15 (quinze) dias para ambos (art. 1003, § 5º, CPC).
	Se forem admitidos ambos os recursos (ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO) os autos serão remetidos primeiramente ao STJ. Só na hipótese de o recurso extraordinário mostrar-se prejudicial em relação ao especial, é que o relator sobrestará o seu julgamento e remeterá os autos ao STF para julgar o extraordinário em primeiro lugar (§ 2º do art. 1031 do CPC), podendo o relator do recurso extraordinário não o considerar prejudicial e restituir os autos ao STJ.
EFEITOS DOS RECURSOS ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO
	Tanto o recurso especial quanto o extraordinário têm normalmente apenas o efeito devolutivo. Em casos excepcionais pode-se requerer a concessão de efeito suspensivo (art. 1.029, § 5º).
RECURSOS ESPECIAIS OU EXTRAORDINÁRIOS REPETITIVOS
EFEITO EXTENSIVO: se houver multiplicidade de recursos extraordinários ou especiais sobre idêntica questão de direito, por medida de economia processual, para evitar decisões contraditórias e para uniformizar o precedente (tanto no Recurso Especial, quanto no Recurso Extraordinário), o tribunal a quo pode determinar a suspensão do processamento dos recursos idênticos (arts. 1036 a 1041, do CPC) e determinar a remessa de apenas dois ou mais recursos escolhido dentre eles, representativo da controvérsia (para fins de afetação), ficando os demais sobrestados (caso o tribunal de origem não tome essa providência, o próprio STJ poderá determiná-la, conforme preceitua o art. 1036, § 5º, do CPC).
A escolha, que não vincula o relator do STF ou STJ (que poderá escolher outros recursos) é feita referentemente ao recurso que contenha a mais abrangente argumentação e discussão a respeito da questão a ser decidida.
A decisão de afetação:
I - identificará com precisão a questão a ser submetida a julgamento;
II - determinará a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território nacional;
III - poderá requisitar aos presidentes ou aos vice-presidentes dos tribunais de justiça ou dos tribunais regionais federais a remessa de um recurso representativo da controvérsia.
Se, após receber os recursos selecionados o STF ou STJ não proceder à afetação, comunicará isto ao tribunal que houver enviado os recursos, para que seja revogada a decisão de suspensão. 
Os recursos afetados deverão ser julgados no prazo de 1 (um) ano e terão preferência sobre os demais feitos (exceto réu preso e habeas corpus), sob pena de cessar automaticamente, em todo o território nacional, a afetação e a suspensão dos processos, que retomarão seu curso normal.
REPERCUSSÃO DO JULGAMENTO DOS RECURSOS AFETADOS
Decididos os recursos afetados, os órgãos colegiados declararão (art. 1.039):
prejudicados os demais recursos versando sobre idêntica controvérsia ou 
os decidirão aplicando a tese firmada.
OBS: Negada a existência de repercussão geral no recurso extraordinário afetado, serão considerados automaticamente inadmitidos os recursos extraordinários cujo processamento tenha sido sobrestado (parágrafo único). 
PARTICULARIDADES DO RECURSO ESPECIAL
Hipóteses de cabimento: estão previstas pelo art. 105, inc. III, da CF: as causas decididas em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais, Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e território, quando a decisão recorrida:[1: Súmula 203 do STJ: “Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo grau dos Juizados Especiais”.]
a). contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhe vigência;[2: Significa dar à lei ou tratado cumprimento diverso do que seria o correto.][3: Consiste em declarar ou entender a lei erroneamente como revogada.]
b). julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;[4: Significa reconhecer a validade de ato administrativo local (estadual ou municipal), que estaria afrontando lei federal. Ato de governo local é aquele praticado por agentes públicos dotados de certa parcela de poder, independentemente se pertencentes ao Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário, com ressalva às decisões judiciais puras, proferidas nos autos dos processos.]
c). der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.[5: É o caso de divergência jurisprudencial entre tribunais diversos, posto que na hipótese de divergência apenas entre turmas do mesmo tribunal o remédio correto seria a “uniformização de jurisprudência” e não o Recurso Especial.]
Requisitos especiais de admissibilidade: 
a) esgotamento das vias recursais inferiores;
b) prequestionamento;
c) alegação de direito;
d) a interposição simultânea de recurso extraordinário, havendo fundamento constitucional.
PARTICULARIDADES DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Hipóteses de cabimento: estão previstas pelo art. 102, inc. III, CF: julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a). contrariar dispositivo desta Constituição;
b). declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c). julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição;
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
Requisitos especial de admissibilidade: A EC 45/2004 acrescentou um novo requisito de admissibilidade exclusivo dos Recursos Extraordinários: a REPERCUSSÃO GERAL das questões constitucionais discutidasno caso (art. 102, §3º, CF e art. 1035, do CPC).
	O CPC (art. 1035, §1º) definiu repercussão geral como a existência de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa.
	Presume-se de forma absoluta a repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que:
contrarie súmula ou jurisprudência dominante do STF;
tenha sido proferido em julgamento de casos repetitivos;
tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, nos termos do art. 97 da Constituição Federal.
AMICUS CURIAE: o relator do recurso pode admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de terceiros, subscrita por procurador habilitado (art. 1035, §4º, CPC).
Caso seja negada a repercussão geral do recurso extraordinário, esta decisão é irrecorrível e valerá para todos os recursos sobre matéria idêntica, que passarão a ser indeferidos liminarmente.
EFEITO EXTENSIVO: Idêntico ao do Recurso Especial.
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA
CONCEITO: É o recurso através do qual se busca impugnar decisão proferida por uma das Turmas do STJ ou do STF, quando esta colidir com decisão de outra turma ou seção do mesmo Tribunal, em caso idêntico ao que se julga.
	Tem, portanto, a função de pacificação jurisprudencial nos chamados Tribunais de superposição (STJ e STF), pois obviamente se cabe ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal interpretar em última instância o direito federal assim como o constitucional, não havendo hipótese de utilização deste recurso para divergência em relação a outros tribunais.
CABIMENTO: cabe contra acórdão que decida um recurso extraordinário (STF) ou um recurso especial (STJ), a grosso modo, houver divergência entre este acórdão e outro proferido naquela mesma Corte. 
Poderão ser confrontadas teses jurídicas contidas em julgamentos de recursos e de ações de competência originária.
A divergência pode verificar-se na aplicação do direito material ou do direito processual.

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