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Trabalho sobre Recurso Especial (Resp) e Recurso Extraordinário (RE)

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1 INTRODUÇÃO
À luz do princípio constitucional do duplo grau de jurisdição, direito este fundamental a todo ser humano, sendo forma de garantia da dignidade da pessoa humana, a parte insatisfeita com uma determinada decisão judicial possuí a prerrogativa legal de recorrer, os instrumentos utilizados para obter uma reforma, invalidação, modificação, são os recursos. 
Neste ensaio, será percebido dois tipos de recursos que poderão ser interpostos contra acórdãos, recursos esses interpostos no STF (Supremo Tribunal Federal), guardião das normas constitucionais, e o STJ (Superior Tribunal de Justiça), responsável por cuidar da interpretação das normas infraconstitucionais. O Recurso Extraordinário é gênero de decisões que irão para o STF, com previsão legal disposta no artigo 102, III, da CF (Constituição Federal) de 1988. A despeito, do Recurso Especial, as decisões recorridas irão para o STJ, amparado na disposição constitucional prevista no artigo 105, III. 
Diante disso, o presente trabalho acadêmico visa apresentar profundamente as características, hipóteses de cabimento, efeitos no RE (Recurso Extraordinário) e REsp (Recurso Especial), regras que necessitarão de eminente atenção para a prática recursal. Logo, é importante a compreensão destes recursos pois estes garantem a aplicabilidade de forma correta das normas quer sejam constitucionais, quer sejam normas federais, dizendo a forma de interpretação e utilização.
2 RECURSO ESPECIAL
2.1 CONCEITO E PREVISÃO LEGAL
O Recurso Especial (REsp), caracteriza-se como uma das formas de recorrer de uma determinada decisão judicial no ordenamento jurídico brasileiro. O mesmo é citado como um dos meios impugnativos no código de processo civil, no seu art. 994 “Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos: [...] VI - recurso especial;”. Importante ainda mencionar que o Recurso Especial (REsp) é um recurso constitucional, isto é, tem previsão expressa no texto da Constituição Federal de 1988, em seu art. 105, inciso II, que indica: “Compete ao Superior Tribunal de Justiça: [...]; III - julgar, em recurso especial [...]”. 
Diante disso, não se pode olvidar o destaque que, em regra, os chamados órgãos de superposição, isto é, Supremo Tribunal Federal (STF) e Superior Tribunal de Justiça (STJ), não realizarão uma nova análise de provas ou dos fatos de um processo que já tramitado nas instâncias inferiores, mas restringe-se à observação da chamada matéria de direito, ou seja, destinam-se a observar o cumprimento e a proteção das normas constitucionais e infraconstitucionais determinando sua interpretação como preceitua Montenegro Filho (2018, p. 869) “A finalidade dos dois tribunais não é a de rever equívocos na avaliação de provas e de fatos, cometidos pelos magistrados que atuam no 1.º grau de jurisdição e nos tribunais[...]”. Portanto, quando se fala em Recurso Especial não ocorre reexame de matéria de fato.
Ademais, no sentido do mencionado acima explicita-se a Súmula 7 do STJ, a qual, estabelece que “A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial”. Significativo apontamento nos coloca Fredie Didier Jr e Leonardo Carneiro da Cunha: 
É preciso distinguir, portanto, o recurso extraordinário interposto para discutir a apreciação da prova, que não se admite, daquele que se interpõe para discutir a aplicação do Direito Probatório, que é uma questão de direito e, como tal, passível de controle por esse gênero de recurso. (2016, p. 308).
Assim, o STJ se manifestará e analisará em sede de Recurso Especial (REsp) sempre a respeito de questões de direito levadas para sua apreciação.
2.2 JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
O Recurso Especial (REsp) deverá apresentar os mesmos requisitos que os demais recursos para que venha a ser aceito, vale-se mencionar que o juízo de admissibilidade será realizado pelo Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal recorrido cabendo contra a decisão denegatória o agravo presente no artigo 1042 do Código de Processo Civil. Portanto, o Recurso Especial deverá respeitar as hipóteses de cabimento, as partes devem possuir legitimidade e interesse processual, será necessário a efetuação do preparo sob pena de deserção, além disso, tal recurso precisará ser apresentado dentro do prazo, ou seja, ser tempestivo, respeitando o disposto no art. 1003 § 5 (prazo de 15 dias úteis).
Todavia, além dos pressupostos gerais de admissibilidade que devem está presentes em todos os recursos é necessário a existência do chamado pré-questionamento, o qual consiste no apontamento das hipóteses de cabimento do Recurso Especial no momento em que se toma conhecimento, não deixando para mencionar apenas no mencionado recurso. Logo, se não houver o pré-questionamento o recurso não será aceito no STJ. A doutrina preceitua da seguinte maneira: “Considera-se pré-questionamento o enfrentamento, pelo tribunal recorrido no acórdão impugnado, da questão de direito que é objeto do recurso excepcional”. (CUNHA, DIDIER JR., 2016, P. 310).
A finalidade de existência do prequestionamento repousa sob a perspectiva de haverem esgotados todas as demais possibilidades de recurso nas instâncias superiores, conforme indica Daniel Amorim Assumpção Neves (2016, p. 2892): “A exigência do prequestionamento tem fundamentalmente a missão de impedir que seja analisada no recurso especial matéria que não tenha sido objeto de decisão prévia [...]”. A partir disso, deve se realizar o pré-questionamento a partir dos Embargos de Declaração, a Preliminar de Apelação, entre outros. 
O Pré-questionamento da matéria se configura com a discussão a respeito do tema, não sendo caracterizado tal requisito em recursos onde existirem apenas o apontamento do dispositivo violado que ensejou a interposição do recurso, neste sentido corroboram (CUNHA, DIDIER JR., 2016, P. 311). O Supremo Tribunal Federal em sua Súmula de número 282 estabelece o pré-questionamento da matéria de Recurso Extraordinário, sendo o mesmo válido para o Recurso Especial, desta forma o pré-questionamento constitui-se como elemento imprescindível. 
O STJ pode vim a desconsiderar vício formal em função do princípio da instrumentalidade das formas, a fim de tentar aproveitar os atos processuais visando garantir o acesso à justiça, possuindo previsão legal no art. 1029 § 3º do CPC 2015: “O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave.”
2.3 HIPÓTESES DE CABIMENTO 
 As hipóteses de cabimento do recurso especial estão previstas no art. 105, III, da Constituição Federal:
“Art. 105 Compete ao Superior Tribunal de Justiça: III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.”
Desta forma, conforme o disposto na Carta Magna, que o Recurso Especial (REsp) deve ser manejado contra decisões realizadas nos TRF’s ou TJ’s dos Estados, Distrito Federal e Territórios, cabendo o recurso contra as decisões colegiadas destes órgãos. Assim, compreende-se que somente será possível a utilização do Recurso Especial quando esgotadas as possibilidades ordinárias de impugnação (NEVES, 2016, p. 2886).
Nesse Interim, faz-se mister destacar a impossibilidade de utilização do Recurso Especial (REsp) para as decisões proferidas em sede de Recurso Inominado nas Turmas Recursais dos Juizados Especiais, uma vez que estas turmas não se caracterizam como tribunais. O STJ por meio da súmula 203 enuncia que: “Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo grau dos Juizados Especiais”.
As hipóteses previstas em cada alínea do inciso III, do art. 105, serão esclarecidas de forma amiúde e didática em tópico distinto a fim de umamelhor compreensão.
2.3.1 Alínea a - Contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
O entendimento do termo contrariar e negar vigência é fundamental para a configuração desta hipótese. Exposição interessante sobre o termo “Contrariar” é a de Nelson Luiz Pinto: "supõe toda e qualquer forma de ofensa ao texto legal, quer deixando de aplicá-lo às hipóteses que a ele devem subsumir-se, quer aplicando-o de forma errônea ou, ainda, interpretando-o de modo não adequado" (2001, p. 179-180). O termo negar vigência, por sua vez, está relacionado a aplicação de uma lei que em lugar de outra, que seria a cabível, ou a aplicação de lei inaplicável, observado a ideia de vigência presente na Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro (LINDB).
Por fim, a violação mencionada por essa alínea deve ser a lei federal, portanto refere-se a ofensa de lei complementar federal; lei ordinária federal; lei delegada federal; decreto-lei federal; medida provisória federal; decreto autônomo federal. Logo não será objeto de Recurso Especial (REsp) violação a resolução, portaria, circular, lei local, ainda não terá cabimento o mencionado recurso quando o objeto for regimento interno de tribunal com base na súmula 399, nem tampouco se for por contrariar a súmula de tribunal.
A ofensa intentada contra a legislação federal deve ser manifestada de forma clara e expressa no corpo do recurso, se restar caracterizado essa hipótese, haja vista ser fundamental ao STJ entender qual foi a lei ofendida, sob pena de não seguimento do recurso. 
2.3.2 Alínea b - Julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
O disposto na alínea b do artigo 105 da Constituição Federal objetiva proteger a Lei Federal por meio de Recurso Especial (REsp) ao STJ, em face de ato normativo ou administrativo do poder executivo, legislativo ou judiciário do governo local (Unidade Federativa ou Município).
Desta forma, o Superior Tribunal de Justiça deve zelar pela preservação do ordenamento jurídico federal realizando a análise da violação de lei federal através de ato do governo local, uma vez que este ato foi reputado válido em acórdão anterior, logo existe o interesse na segurança jurídica, sendo somente possível se concretamente o ato do poder local contrariar a legislação federal.
2.3.3 Alínea c - Der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
Antes de adentrarmos na explicação do recurso propriamente dito, é significativo demonstrar o papel do Superior Tribunal de Justiça (STJ) dentro do ordenamento jurídico nacional, esta corte é responsável por uniformizar a jurisprudência infraconstitucional, isto é, regula a interpretação a respeito das normas federais. Nas palavras de Didier Jr e Cunha (2016, p. 347): “A principal função constitucional do Superior Tribunal de Justiça é promover a unidade do Direito, uniformizar a jurisprudência nacional[...]”. Neste contexto, não deve haver decisões contrárias de tribunais diferentes em relação a casos com matérias semelhantes utilizando interpretação diferente para o mesmo dispositivo normativo. Dessa forma deve o STJ eliminar a incongruência e decidir a forma de hermenêutica do dispositivo normativo.
Diante dessa conjuntura, se faz considerável apontar que a decisão divergente deve ser proferida por tribunais distintos, não sendo possível o ingresso do recurso por entendimento distinto do mesmo tribunal, com base no estabelecido pela Súmula 13 do STJ: “Não cabe o recurso especial se a divergência ocorrer dentro do mesmo tribunal”. Além disso, não é configurável a interposição de recurso especial quando o entendimento do tribunal cujo acórdão se está recorrendo tem posição igual à do Superior Tribunal de Justiça, tal entendimento está expresso em sua Súmula de número 82: “Não se conhece do recurso especial pela divergência, quando a orientação do Tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida.”.
Portanto, enseja Recurso Especial (REsp) as decisões distintas entre tribunais em caso semelhantes, assim, a título de exemplificação o Tribunal de Justiça de São Paulo deve decidir de forma igual ao Tribunal de Justiça do Maranhão diante da mesma situação. Ao ingressar com o Recurso o recorrente deve demonstrar a divergência de uma das seguintes formas destacadas abaixo:
a) a certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão divergente; 
b) reprodução de julgado disponível na rede mundial de computadores, com indicação da respectiva fonte.
Destaca-se que não se limita a simples transcrição das ementas, porém deverá haver a indicação das circunstâncias semelhantes entre acórdão recorrido e o acórdão paradigma, conforme o art. 1029, § 1°. O STJ entende que servirá de acórdão paradigma somente aquele acórdão proferido em sede de Recurso Especial (REsp) ou Recurso extraordinário (RE).
2.4 DINÂMICA DO RECURSO ESPECIAL (REsp)
O Recurso Especial (REsp) como já outrora mencionado deve ser interposto em até 15 dias após a intimação da decisão a ser recorrida. A interposição deverá ser dirigida ao Presidente ou Vice-presidente do tribunal recorrido, o qual deverá intimar a parte contrária para apresentar as contrarrazões no prazo de 15 dias, tomando as providências presentes no art. 1030, bem como o juízo de admissibilidade, e posteriormente, remeterá os autos ao STJ para julgamento. O Recurso Especial deverá conter o previsto nos incisos I, II e III do art. 1029: 
I - A exposição do fato e do direito;
II - A demonstração do cabimento do recurso interposto;
III - As razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.
O artigo 1031 do Código de Processo Civil de 2015 traz a hipótese de ingresso em conjunto do Recurso Especial e o Recurso Extraordinário, sendo ambos os autos remetidos no Superior Tribunal de Justiça. O julgamento do Recurso Especial (REsp) será realizado antes do Recurso Extraordinário (RE), tendo o segundo os seus autos remetidos ao STF, caso este não reste prejudicado. Se o relator do Recurso Especial (REsp) julgar prejudicado, em decisão irrecorrível, o Recurso Extraordinário (RE), este sobrestará o julgamento do recurso e enviará os autos para o Supremo Tribunal Federal. O relator do Recurso Extraordinário (RE) no STF se manifestará a respeito da prejudicialidade, se rejeitada a prejudicialidade, este remeterá os autos para o STJ a fim de que o Tribunal julgue o Recurso Especial.
O relator do Recurso Especial pode entender e visualizar que este trata de questão constitucional este poderá intimar a parte para que no prazo de 15 dias, o recorrente se manifeste a respeito da questão constitucional e demonstre a existência da repercussão geral. Assim, os autos serão remetidos ao STF que em sede de juízo de admissibilidade poderá devolver ao próprio STJ. 
O Supremo Tribunal Federal poderá considerar como reflexa a ofensa a constituição arguida no Recurso Extraordinário, desta forma, o STF determinará a remessa dos autos ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento em forma de Recurso Especial, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, conforme o disposto no art. 1033. Portanto, uma vez realizado o juízo de admissibilidade sendo o Recurso Especial conhecido o STJ deverá julgar o mérito do processo, de acordo com o dispositivo presente no art. 1034.
Por fim, o Recurso Especial, não possuí o efeito suspensivo, isto é, não suspende a execução da decisão, contudo, nada impede que a parte venha a ingressar com um pedido de efeito suspensivo, com base no art. 1029 § 5°: 
“§ 5º O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por requerimento dirigido: I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo; II - ao relator, se já distribuído o recurso; III – ao presidente ou ao vice-presidentedo tribunal recorrido, no período compreendido entre a interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim como no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037.”
Assim, o recorrente comprovando o periculum in mora e fumus boni iuris, poderá pleitear o efeito suspensivo. Contra decisão que denega o efeito suspensivo cabe Agravo Interno.
3 DISPOSIÇÕES GERAIS ATINENTES AO RECURSO EXTRAORDINÁRIO E RECURSO ESPECIAL 
O recurso extraordinário ou recurso excepcional, ou ainda conhecido como recurso de superposição, é gênero de revisões de decisões para o STF (Supremo Tribunal Federal) e o recurso especial para o STJ (Superior Tribunal de Justiça). As disposições legais são encontradas nos artigos 102, III, CF (Constituição Federal) de 1988; e no artigo 105, III, CF de 1988, respectivamente. O recurso de revista para o TST (Tribunal Superior do Trabalho) e para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) são também espécie desse gênero. Os autores Fredie Didier e Luciano de Carneiro Cunha, destacam uma distinção entre o recurso extraordinário e o recurso especial: 
O recurso especial para o STJ é, na verdade, fruto da divisão das hipóteses de cabimento do recurso extraordinário para o STF (antes da CF/1988), que servia como meio de impugnação da decisão judicial por violação à Constituição e à legislação federal. Com a criação do STJ, pela CF/1988, as hipóteses de cabimento do antigo recurso extraordinário foram repartidas entre o STF e o STJ. O recurso especial nada mais é do que um recurso extraordinário para o STJ. (DIDIER; CUNHA, 2016, p. 306)
A finalidade do STF e STJ não são de terceiro grau de jurisdição, ou seja, em regra, não podem fazer análise de provas e de fato que foram percebidos equivocadamente pelos juízes de primeiro grau e os tribunais. A preocupação dos tribunais superiores será fundamentada na tutela do direito objetivo, como por exemplo, a preocupação da aplicação de normas constitucionais e infraconstitucionais, dando ao STF e ao STJ a obrigação de dar o veredito a respeito da interpretação e aplicação de normas. É o que profere Misael filho em sua lição: 
A tarefa atribuída a esses órgãos do Poder Judiciário visa a pacificar a interpretação de normas constitucionais e infraconstitucionais, evitando a proliferação de decisões sobre um mesmo assunto, o que semearia manifesta instabilidade judicial. (MONTENEGRO FILHO, 2018, p. 870)
Os tribunais não podem ter interpretações distintas a respeito de determinada lei especial, como o caso da Lei nº 8.112/1990. O tribunal de determinada cidade, como Rio de Janeiro, não pode aplicar a lei mencionada de uma forma, e outra cidade, como São Paulo, não pode determinar aplicação diversa da mesma lei. 
3.1 PRINCIPAIS SÚMULAS DO STF E STJ APLICÁVEIS AO RE E RESP
3.1.1 Súmula 282 STF
Esta súmula profere sobre a necessidade do prequestionamento da matéria. O prequestionamento significa que, a parte deve ser cuidadosa durante o processo, onde a mesma deve alegar no momento correto que a decisão judicial afrontou norma constitucional ou norma infraconstitucional. Isto consiste que, se a parte for indiligente, esbarrará na súmula 282 do STF, que profere ser inadmissível o recurso extraordinário quando não ventilada (questionada), na decisão recorrida, a questão federal suscitada. 
3.1.2 Súmula 279 e Súmula 7 do STJ
A redação a Súmula 279 profere que com ao simples reexame e prova não cabe o recurso extraordinário, assim como a Súmula 7 do STJ destaca que a simples pretensão de reexame de provas não enseja o recurso especial. Isso traz à tona que tanto o STF quanto o STJ devem se preocupar com a preservação das normas jurídicas de natureza constitucionais e infraconstitucionais, instruindo como devem ser suas aplicabilidades, nas decisões judiciais. Portanto a súmula em estudo proíbe a interposição do RE (Recurso Extraordinário) e do REsp (Recurso Especial) em situações de nova análise de provas ou fatos controvertidos, e se a decisão proferida fora julgada justa ou injusta, pois nessas circunstancias aparece em destaque matérias de direito. Os tribunais superiores, em regra, proferem decisões de matérias de fato. 
3.1.3 Súmula 281 do STF 
A Súmula 281 explicita que é inadmissível o RE quando couber, na justiça de origem, recurso ordinário da decisão impugnada. Isto dispõe que, o recorrente deve esgotar todos os outros recursos, se possível, de forma adequada ao combate da decisão recorrida. Misael Filho profere seu entendimento sobre súmula em estudo: 
Essa súmula tem relação direta com os recursos que podem ser interpostos contra os acórdãos proferidos pelos tribunais no julgamento dos recursos de apelação, de agravo interno, de embargos de declaração e de agravo de instrumento. Em qualquer dos casos, se o pronunciamento do tribunal for omisso, obscuro e/ou contraditório, deve ser atacado pelo recurso de embargos de declaração. (MOTENEGRO FILHO, 2018, p. 872)
O recorrente, à luz desta súmula, não pode deixar de interpor um recurso cabível contra, por exemplo decisão obscura, o embargo de declaração. Preferindo interpor o RE quando ficou comprovada a utilização de todos os recursos cabíveis àquela decisão recorrida.
4 EFEITOS NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
4.1 EFEITO SUSPENSIVO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
Em regra, o RE não possui efeito suspensivo, que é a possibilidade do adiamento provisório dos efeitos da decisão recorrida. A exceção se configura quando são interpostos contra decisão que julga o incidente de resolução de demandas repetitivas. Esta exceção se observa no artigo 987, § 1º, do CPC (Código de Processo Civil), artigo 928, que traz a consideração atinente aos julgamentos de casos repetitivos e o § 5º do artigo 1029 do CPC que profere sobre o requerimento para a concessão de efeito suspensivo no RE. 
4.2 EFEITO DEVOLUTIVO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO E RECURSO ESPECIAL
Sobre o efeito devolutivo, percebe-se a possibilidade da decisão ser analisada por órgão competente que, nesta situação, será deverá ser observado as hipóteses de cabimento previstas nos artigos 102, III e 105, III. Como profere Fredie Didier e Leonardo Carneiro da Cunha, ambos recursos são utilizados para resolução de matérias de direito, não se admitindo a interposição para reexame de provas ou de fatos. (DIDIER, CUNHA, 2016, p. 306).
5 RECURSO EXTRAORDINARIO- HIPOTESES DE CABIMENTO
Recurso extraordinário (RE) é um recurso que pode ser usado para impugnar uma decisão judicial proferida por um tribunal estadual ou federal, ou por uma turma recursal de um juizado especial, podemos alegar contrariedade as normas estabelecidas na constituição federal. Não se resume apenas a recurso contra o tribunal de justiça (TJ) ou tribunal regional federal (TRF), o recurso extraordinário pode ser utilizado para atacar qualquer acórdão.
Vale se atentar para a diferença entre recurso especial e o recurso extraordinário, o recurso especial nós sabemos que é aquele que pode combater decisões proferidas por acórdão jurisdicional que não sejam um tribunal, como exemplo as turmas dos juizados especiais cíveis, em decorrência da interpretação do inciso III do art. 102 da CF. Já o recurso extraordinário pode ser utilizado em decisões proferidas por colégio recursal e mesmo por juiz de direto, basta que o pronunciamento não possa ser combatido por recurso ordinário (apelações, agravo de instrumento, embargos de declaração exemplo).
Em relação ao recorrente, no parágrafo terceiro do art. 102 da CF é necessário que ele comprove a repercussão geral das questões constitucionais, depois disso o tribunal vai observar a admissão do recurso extraordinário, sabemos que há possibilidade de ser recurso pela manifestação de dois terços de seus membros.
Assim, podemos conceituar a repercussão geral como a exigência de comprovação de que a matéria versada no recurso extraordinário transpassa os interesses das partes, sendo relevante do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, interessando à sociedade de modo geral, evidenciando um interesse coletivo de que a questãoseja examinada pelo STF. (MONTENEGRO FILHO, 2018, p. 877)
5.1 CABIMENTO QUANDO A DECISÃO RECORRIDA CONTRARIAR DISPOSITIVO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Nesse caso o recorrente deverá demonstrar que a norma constitucional foi ferida, ou seja, que a constituição federal foi violada, o STF deverá admitir recurso extraordinário fundado na ofensa a constituição federal.
5.2 CABIMENTO QUANTO A DECISÃO RECORRIDA DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE DE TRATADO OU LEI FEDERAL
Em relação a inconstitucionalidade pode ser alegada pelas partes de qualquer processo ou recurso em tramitação no tribunal, pode também ser alegada pelo ministério público, e o relator deverá se pronunciar, o órgão do tribunal local pode rejeitar a alegação, então o julgamento do recurso irá continuar ou então o tribunal pode acolher a alegação, quando o tribunal pode acolher a alegação, quando o tribunal reconhece a inconstitucionalidade pode ser atacado pelo recurso extraordinário. Vale lembrar que a declaração vai produzir efeitos erga omnes, ou seja para todos os processos sobre aquela determinada matéria.
5.3 CABIMENTO QUANDO A DECISÃO RECORRIDA JULGAR VÁLIDA LEI OU ATO DE GOVERNO LOCAL CONTESTADO DIANTE DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E QUANDO A DECISÃO RECORRIDA JULGAR VÁLIDA LEI LOCAL CONTESTADA PERANTE LEI FEDERAL.
Temos de um lado a lei federal e do outro a lei municipal, se o juiz de primeiro grau de jurisdição aplica uma lei estadual deixando de se atentar e utilizar a norma constitucional, nesse caso é possível atacar com um recurso extraordinário. Ao recorrer é preciso mostrar o desacerto na aplicação da lei e pedir a reforma da decisão para que sejam aplicados de forma correta os dispositivos da constituição federal.
6 RECURSO EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL REPETITIVOS
O Recurso Repetitivo é a efetividade e celeridade do processo justo, baseado na dignidade da pessoa humana. Assim a aplicação desse mecanismo evita que os tribunais superiores fiquem sobrecarregados pela lotação de demandas repetitivas ferindo a celeridade do processo.
Ademais, esse mecanismo garante que as decisões, em múltiplas demandas de mesma matéria de direito, não tenham decisões distintas, o que pode causar insegurança jurídica, violando a efetividade do processo justo, mantendo um controle constitucional sobre as interpretações que os tribunais dão a interpretação das leis, isso traz um viés ao direito de igualdade, para que todas as pessoas diante da mesma situação processual tenham um tratamento parecido ou idêntico não existindo discrepância entre os julgados
O atual código brasileiro disciplina os recursos excepcionais (extraordinário ou especial) a partir do art. 1036 até o art. 1041, assim podemos definir que recurso repetitivo como um procedimento jurídico processual que visa diminuir a demanda dos recursos que contemplem uma idêntica controvérsia estabelecida em vários processos e outros recursos, em sentido amplo a saber os recursos extraordinário e especial frente aos tribunais superiores (STF e STJ) com o intuito de se obter decisões com eficácia vinculativa na solução de todos e quaisquer recursos, bem como causas que tenham por fundamento essa mesma questão. 
6.1 PROCESSAMENTO NOS TRIBUNAIS DE ORIGEM
Os recursos extraordinário e especial são interpostos nos tribunais cabendo ao presidente ou vice-presidente constatar a multiplicidade de causas e repercussão geral sobre a mesma questão jurídica de direito, ele fará escolha de no mínimo dois recursos mais representativos da controvérsia jurídica repetida que será encaminhado ao Superior Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça para que seja apreciada de maneira mais detalhada em vários ângulos para que seja abrangente a argumentação e a discussão a respeito da questão para fins de afetação. O presidente tribunal determinará a suspensão de todos os processos que trâmite de todos os processos pendentes até que ocorra a afetação dos casos no tribunal superior quando a suspensão ocorrerá no território nacional. 
6.2 DA AFETAÇÃO
“A afetação é a decisão proferida relator que após ter feita a seleção dos recursos paradigmas e preenche todos os demais requisitos do art. 1036, identificará com precisão a questão jurídica controvertida se elevada apreciação para julgamento assim que determinar suspensão dos processos que tenha a mesma matéria de direito em questão” (GONÇALVES, p. 1145, 2016). 
No caso de conflito de mais de uma afetação será prevento o relator que primeiro estiver proferida decisão que identificar a questão a ser segmentada a julgamento.
6.3 SUSPENSÃO DO PROCESSO
Os recursos selecionados serão submetidos para tribunal superior e os demais ficaram suspensos. O relator determinará a suspensão de todos os processos individuais ou coletivos que conterem questão de mesma natureza em todo território nacional. 
6.4 PRAZOS PARA JULGAMENTO
Os recursos afetados deverão ser julgados no prazo de 1 (um) ano inteiro preferência sobre os demais feitos ressalvadas que morreram presos e os pedidos de habeas corpus. 
6.5 REQUERIMENTO DE PROSSEGUIMENTO DO PROCESSO
As partes serão intimadas da decisão do relator ou do juiz que trata da suspensão do processo que poderão requerer a continuação do processo se demonstrarem que a questão jurídica que é objeto do recurso repetitivo não tem a mesma semelhança com a bordada em seu processo. O requerimento será dirigido ao juiz se o processo sobrestado estiver em primeiro grau; ao relator se estiver no tribunal de origem; ao relator do acórdão recorrido se for sobrestado recurso especial ou recurso extraordinário me tribunal de origem; a relator tribunal superior de recurso especial ou de recurso extraordinário cujo processamento houver sido sobrestado. A decisão que resolver requerimento caberá agravo de instrumento se o processo estiver em primeiro grau e agravo interno se decisão de relator.
Afetação poderá ser realizada pelo relator do Tribunal Superior que pode requisitar ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal de justiça dos tribunais regionais federais remessa de um recurso representativo da controvérsia. Se eventualmente esses recursos de amostragem tiverem outras questões além do objeto da afetação caberá ao tribunal decidir esta (afetação) em primeiro lugar e depois os demais em acórdãos específicos para cada processo. 
Antes do julgamento o relator poderá requisitar informações dos tribunais de origem a respeito de controvérsia, admite a manifestação das pessoas de órgão ou entidades como amigos da corte ouvir depoimento de pessoas com experiência e conhecimento na matéria em audiência pública.
Ademais o relator poderá abrir vista ao ministério público caso haja necessidade sua intervenção para o prazo de 15 dias, contudo se o recurso afastado for recursos será apreciada primeiro a repercussão geral e se nega a sua existência serão considerados inadmitidos automaticamente todos os recursos sobrestados.
6.6 JULGAMENTO NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
Nos tribunais superiores o acórdão Tribunal Superior deverá abranger análise dos fundamentos relevantes da tese jurídica discutida em seu conteúdo. Os órgãos colegiados declararam os demais recursos versando sobre idêntica controvérsia ou decidiram aplicando a tese firmada.
Nos tribunais a quo na primeira instância o presidente ou vice-presidente negará prosseguimento aos recursos sobrestados origem se o acórdão recorrido coincidir com julgados procedentes. Contudo se o tribunal de origem já tiver proferido o acórdão recorrido reexaminara a decisão dada se ela contrariar a orientação no tribunal superior no recurso paradigma.
Vale ressaltar que o tribunal a quo pode se retratar e decidir conforme o paradigma, ou manter o acórdão divergente neste caso o recurso especial ou extraordinário será remetido ao respectivo Tribunal Superior.
 Ainda nas hipóteses de retratação o presidente ou vice-presidente deverá determinar a remessa de recurso ao Tribunal Superior para julgamento das demais questões que surgirem
Superado a questão sobre as consequências dos efeitos da decisão vejamos por fim a desistência da demandasobrestada depois do julgamento do paradigma a parte poderá desistir da ação em curso no primeiro grau de jurisdição antes do procedimento da sentença se a questão for idêntica a questão resolvida pelo recurso representativo de controvérsia.
Lembra-se que a desistência independente do consentimento do réu, ainda que apresentada a contestação, e se a desistência ocorrer antes deste ato da defesa, ela ficará isenta do pagamento de custas de honorários de Sucumbência.
7 CONCLUSÃO
O Recurso Especial (REsp) e o Recurso Extraordinário (RE) são recursos imprescindíveis na vida do operador jurídico, sendo duas das hipóteses de obter uma apreciação das instâncias jurisdicionais máximas do ordenamento jurídico de nossa pátria. Portanto, se faz de extrema importância a compreensão de ambos os institutos jurídicos, no corpo deste trabalho destacou-se os aspectos principais e de maior significância nos estudos de ambos os recursos.
Destarte, é possível observar que o estudo do Recurso Especial (REsp) e Recurso Extraordinário (RE), demonstra a interligação de todos os institutos processuais sobretudo do entendimento das decisões judiciais, sem as quais é impossível se manejar recursos, assim como é indispensável entender a dinâmica do Supremo Tribunal Federal (STF) e Superior Tribunal de Justiça (STJ), portanto entender aspectos como a interposição destes recursos, suas hipóteses de cabimento bem como a sua dinâmica processual constituí um significativo conhecimento para o acadêmico de Direito.
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