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aula 2 farmacodinamica.pdf AULA 2 FARMACODINÂMICA Profa. Joquebede Rodrigues Pereira 1 Percurso do fármaco 2 Farmacodinâmica Estudo dos efeitos fisiológicos e bioquímicos das drogas e dos seus mecanismos. 1.Local de ação 2. Mecanismo de ação 3. Efeitos terapêuticos e tóxicos 3 4 Fármaco + Receptor Complexo fármaco-receptor Efeito biológico 5 Figura 1 O reconhecimento de um fármaco pelo receptor inicia a resposta biológica. 6 Farmacodinâmica O que é dose? Quantidade adequada de uma droga que é necessária para produzir certo grau de resposta em um determinado paciente. A dose de uma droga dever ser determinada em termos de resposta escolhida Dose analgésica da aspirina: 0,3 a 0,6g Dose anti-inflamatória da aspirina: 3 a 6g/dia Tipos de doses Dose terapêutica Dose profilática Dose tóxica 7 Farmacodinâmica- afinidade 8 Farmacodinâmica Eficácia • Efeito máximo que ele pode produzir DROGA + RECEPTOR 1. Efeito máximo: agonista pleno/total 2. Efeito parcial: agonista parcial 3. Nenhum efeito: antagonista 9 Farmacodinâmica Potência A avaliação da CE50 (concentração efetiva) é usada para determinar a potência de um fármaco Concentração em que produz 50% da sua resposta máxima 10 11 Fármaco X mais potente! Fármaco X é mais eficaz! 12 13 Farmacodinâmica Agonista total/pleno Produzem resposta máxima por ocupar todos os receptores ou parte deles Agonistas parciais Não desencadeiam resposta máxima mesmo quando ocupam todos os receptores 14 15 Figura 2.10 . Efeitos dos agonistas total, parcial e inverso na atividade do receptor. Farmacodinâmica Agonistas 16 Farmacodinâmica Antagonistas Impedem que os agonistas se liguem ao receptor 1. Antagonistas competitivos - se ligam no mesmo sitio de ação dos agonistas (ligação reversível) 2. Antagonistas não competitivos - se ligam no mesmo sitio de ação dos agonistas (ligação irreversível) 3. Antagonistas alóstericos – se ligam em um sitio alósterico e impedem que o agonista se ligue ao receptor 17 18 Farmacodinâmica Curva dose – resposta Adiciona-se concentrações crescentes do agonista e mede-se a resposta terapêutica 19 20 LD50: dosagem letal 50 Dose necessária para matar 50% dos animais testados Farmacodinâmica Índice terapêutico: Relação entre a dose letal 50 e a dose efetiva 50 (50% da população que faz uso do fármaco adquire a resposta desejada 21 Segurança do fármaco! Farmacodinâmica Índice terapêutico 22 Farmacodinâmica Margem de segurança 23 Farmacodinâmica Considerando um dado medicamento 1. Sua ação biológica está ligada a sua estrutura química 2. Ligam se aos seus receptores formando um complexo-alteração do funcionamento celular Ex. Alguns anti-hipertensivos causam relaxamento dos vasos sanguíneos e diminuição da pressão arterial. 24 Como um fármaco produz uma resposta terapêutica na célula?? 25 Como o fármaco produz uma resposta terapêutica na célula? Transdução do sinal 26 Os fármacos atuam como sinais, e seus receptores atuam como detectores de sinais. Vários receptores sinalizam o reconhecimento de um ligante iniciando uma série de reações que no final resultam em uma resposta intracelular específica. Características da transdução do sinal 27 Especificidade 28 Características da transdução do sinal 29 30 Amplificação Características da transdução do sinal 31 32 Dessensibilização/Adaptação Características da transdução do sinal 33 34 Integração Alvos terapêuticos Receptores Transportes Enzimas Parede/membrana celular Genes 35 Subfamílias de receptores 36 Receptores que abrem canais iônicos Receptores acoplados a proteina G Receptores que apresentam atividade enzimática Receptores citoplasmáticos 37 Tipos gerais de transdutores de sinal Receptor do tipo canal iônico 38 Receptor do tipo canal iônico 39 Ex: A estimulação do receptor nicotínico pela acetilcolina resulta em um influxo de sódio, na geração de um potencial de ação e na contração do músculo esquelético. Benzodiazepínicos: aumentam a estimulação do receptor (GABA) pelo GABA, resultando no aumento do influxo de cloretos e na hiperpolarização da respectiva célula. Tipos gerais de transdutores de sinais 40 Receptor tirosina cinase 41 Proteína que atravessa a membrana uma vez única Tipos de receptores com atividade enzimática 42 Receptores tirosina quinase Tipicamente, após a ligação do ligante à subunidade receptora, o receptor sofre alteração conformacional, passando da sua forma quinase inativa para a ativa. O receptor ativado se autofosforila e fosforila os resíduos de tirosina em proteínas específicas 43 Tipos gerais de transdutores de sinais 44 Receptor acoplado a proteína G 45 Tipos de proteína G 46 Receptor acoplado a proteína G Principais segundos mensageiros 47 Receptor acoplado a proteína G: sistema da adenilato ciclase 48 Papel do AMPc 49 50 Receptor acoplado a proteína G:sistema da fosfolipase C 51 Tipos gerais de transdutores de sinais 52 Receptores citoplasmáticos 53 Regulação da transcrição genica pelos hormônios esteroides 54 Resumo dos tipos de receptores 55 aula_farmacologia dos hipertensivos pronta.pdf 1 Profa. Joquebede Rodrigues Pereira Fármacos anti-hipertensivos Introdução A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). Associa-se a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas. 2 Introdução Hipertensão arterial • Agravo mais comum na população adulta • Fator de risco importante para as doenças cardiovasculares. Maior causa de mortes. Hipertensão: pressão arterial sistólica (PAS) ≥ 140 mm Hg e diastólica (PAD)≥90 mm Hg 3 Classificação da PA 4 Dificuldades para manter um hipertenso com níveis pressóricos normais: Ausência de sintomas Ausência de cura Necessidade de mudança de estilo de vida. Tratamento da hipertensão: reduz em 42% os acidentes cebebrovasculares e em 33% os eventos coronários. 5 HIPERTENSÃO Quando tem causas específicas Hipertensão secundária 6 Constrição da artéria renal Coarctação da aorta Feocromocitoma (tumor na adrenal) Aldosteronismo primário HIPERTENSÃO Quando tem causas específicas Hipertensão secundária Quando não tem causas específicas (95 a 97%) Hipertensão primária (ou essencial) – Causas multifatoriais. o Fatores genéticos o Estresse psicológico o Hábitos e costumes (dieta, álcool, tabagismo) Geralmente assintomática até a lesão de órgão-alvo. 7 Princípios da terapia anti-hipertensiva Não farmacológica importante componente do tratamento. Controle da PA na HAS estágio 1 –↓consumo de sódio –↑exercício aeróbico –↓consumo de álcool Mudança no estilo de vida (MEV) –Pode ser difícil para muitos –Pode ↑ controle farmacológico da PA se só MEV é insuficiente. 8 Fatores que influenciam a PA PAM = DC X RVP em que: PAM = Pressão arterial média DC = Débito cardíaco –fluxo sanguíneo (FCxVS) RVP = Resistência vascular (Força que regula a perfusão). RVP = PAM 9 10 Mecanismos de regulação da PA Anti-hipertensivos Inibidores do sistema simpático Vasodilatadores Inibidores da enzima conversora Antagonistas do receptor da angiotensina II Bloqueadores de cálcio Diuréticos 11 Inibidores do sistema simpático central 12 13 1. Drogas de ação central Mecanismo de ação 14 1. Drogas de ação central Reações adversas • Sonolência, sedação, boca seca, disfunção sexual. Clonidina Alfametildopa Uso geral Eficazes na hipertensão moderada a grave Alfametildopa: gestantes hipertensas 15 Boca seca e tonturas. Cuidado com efeito rebote Sedação, tonturas, boca seca e cefaleia. Ações 16 2. Antagonistas alfa-adrenérgicos seletivos Alfa 1 bloqueadores 17 2. Antagonistas alfa-adrenérgicos seletivos Efeitos adversos • Hipotensão postural (1dose) • Retenção de liquido • Impotência sexual • Obstrução nasal • Diarreia : efeito direto, ACTH 18 3. Drogas de ação periférica Betabloqueadores 19 Betabloqueadores O protótipo é o propranolol, que atua em receptores β1 e β2 Bloqueadores seletivos de receptores β1, como metoprolol e atenolol, estão entre os β-bloqueadores mais comumente prescritos Eficazes como monoterapia. Hipertensão grave: combinação com outras drogas Eficazes em controlar o aumento exagerado da PAS durante exercício e em produzir queda normal da pressão durante o sono. Evitar suspensão abrupta. “Up regulation” dos receptores beta 20 3. Drogas de ação periférica Betabloqueadores Efeitos adversos comuns em altas doses e idosos Fadiga, letargia e frieza de extremidades Secura das mucosas, turvação da visão, disfunção sexual. Possibilidade de agravamento da aterosclerose e do diabete. 21 3. Vasodilatadores 22 23 Vasodilatadores Efeito relaxador direto no musculo liso vascular na RPV Dilatação do vaso sanguíneo no aparelho justaglomerular (aumento da renina e retenção hídrica e de sodio). Aumento da FC (reflexa) Hidralazina (50-200mg) 2-3 Combinação com diuréticos e betabloqueadores como terapia tripla em casos graves ou muito resistentes Tratamento crônico da HA durante a gravidez. Cefaleia, náuseas, hipotensão postural e taquicardia. Minoxidil (2,5 -40mg) - hipertricose 24 Vasodilatadores Mecanismo de ação 25 Antagonistas dos canais de cálcio 26 Antagonistas dos canais de cálcio Mecanismo de ação Hipertensão arterial = RVP 27 CONTRAÇÃO MUSCULAR [Ca2+] Uso geral Eficazes em idosos Em terapia combinada, eficaz em associação a betabloqueador ou IECA Verapamil anti-hipertensivo potente quando associado. Como efeito adverso pode provocar bloqueio da condução. Di-hidroxipiridínicos (Anlodipino) mais seguros. 28 Antagonistas dos canais de cálcio Uso geral Di-hidroxipiridínicos (Anlodipino) eficazes em monoterapia da HA leve e moderada e como terapia combinada na forma grave 50 a 60% dos pacientes tem redução ou mesmo normalização da PA. Formulações comuns: 2 a 3 tomadas ao dia Preparações de ação lenta: 1 única dose diária Nifedipino sublingual: crise hipertensiva Efeitos adversos: cefaleia, rubor facial 29 Antagonistas dos canais de cálcio Inibidores da enzima conversora (IECA) 30 31 Inibidores da enzima conversora (IECA) Grande avanço no tratamento da HA Inibem a formação da angiotensina II São muito eficazes em diminuir a PA na maioria dos pacientes Poucos efeitos adversos 32 33 A cascata enzimática do sistema de renina-angiotensina 34 Ação dos inibidores da ECA Mecanismo de ação 35 Inibidores da enzima conversora (IECA) Uso geral Monoterapia: a PA em mais de 50% dos pacientes com HA leve a moderada Farmacocinética Enalapril e ramipril são prodrogas Efeitos adversos Hipotensão, hipercalemia e deterioração da função renal. Tosse seca (potencialização ou liberação das cininas ou da substancia P). Contraindicados na gravidez. Vantagens: sem interferência na atividade sexual e no metabolismo 36 Antagonistas do receptor da angiotensina II 37 Antagonistas do receptor da angiotensina II 38 Antagonistas do receptor da angiotensina II 39 Antagonistas do receptor da angiotensina II 40 Antagonistas do receptor da angiotensina II 41 Antagonistas do receptor da angiotensina II Losartan Modo de ação • Antagonista total, competitivo e específico do receptor da AII • Vasodilatação, excreção de sódio e diminuição da atividade noradrenérgica • Não interfere nos sistemas de cininas Efeitos adversos • Semelhantes as dos IECA, com exceção da tosse. • Contra indicado na gravidez. 42 Diuréticos 43 44 Drogas mais usadas no tratamento da hipertensão. Atuam nos néfrons. Aumentam a taxa de fluxo da urina e a taxa e excreção de NACL (determinante do volume do fluido extracelular). Classificados em: Diuréticos de alça Diuréticos tiazídicos Diuréticos poupadores de potássio 45 Diuréticos 46 Diuréticos Diureticos tiazidicos Hidroclorotiazida e clortalidona Inibem a reabsorção de Na no túbulo contorcido distal. Inibem 5% do sódio no filtrado. Indicações: hipertensão, ICC e edemas leves. Reacoes adversas: hipopotassemia. 47 Diuréticos Mecanismo de ação 48 Diuréticos Diuréticos de alça Furosemida Agem na alça de Henle 49 Diuréticos Poupadores de potássio 50 Diuréticos 51 Diuréticos Uso geral 50 a 60% respondem a diuréticos isoladamente. Hipertensão leve a moderada: associação Efeitos adversos Diuréticos de alça: desidratação e hipotensão ortostática Em idosos: hipotensão ortostática na vigência de diarreia, vômitos ou diminuição da ingestão de líquidos. Pode ocorrer impotência. 52 Em baixas doses, são eficazes em diminuir a PA com boa tolerabilidade e poucos efeitos adversos, reduzindo a mortalidade por AVC, sobretudo em idosos. Conclusão 53 1. Com relação aos efeitos farmacológicos de agentes anti-hipertensivos, julgue os itens subsecutivos. I. Os diuréticos tiazídicos, como a hidroclorotiazida, diminuem a PA inicialmente por aumentar a excreção de sódio e água. Isso causa uma redução do volume extracelular, resultando em diminuição do débito cardíaco e do fluxo sanguíneo renal. II. O protótipo dos β bloqueadores é o propranolol, que atua em receptores β1 e 2. Bloqueadores seletivos de receptores β1 , como metoprolol e atenolol, estão entre os β bloqueadores mais comumente prescritos. III. Os inibidores da ECA diminuem os níveis de angiotensina II e aumentam os de bradicinina. Ocorre vasodilatação de arteríolas e veias como resultado da combinação de efeitos de vasoconstrição diminuída causada pela redução dos níveis de angiotensina II e potente vasodilatação devido ao aumento da bradicinina IV. O captopril é um antagonista total, competitivo e específico do receptor da AII que causa vasodilatação, excreção de sódio e diminuição da atividade noradrenérgica. É um medicamento que não interfere nos sistemas de cininas e os efeitos adversos são semelhantes as dos IECA, com exceção da tosse. Farmacocinética.pdf Farmacologia Profa. Joquebede Rodrigues Pereira Farmacêutica Mestre em Genética, biodiversidade e conservação Farmacocinética Conceito • Estuda o que o organismo faz com o fármaco; • Está relacionada com a velocidade do início da ação, a intensidade do efeito e a duração da ação do fármaco; • Suas variáveis permitem ao clínico decidir A via de administração de cada fármaco, A quantidade e a frequência de cada dose A duração do tratamento Reajuste da posologia Interpretação de resposta inesperada ao medicamento Posologia em condições especiais. Vias de administração Vias de administração • Como escolher a via ou sistema de administração da droga? Propriedades da droga e da forma farmacêutica Idade do paciente Conveniência Tempo necessário para o início do tratamento Duração do tratamento Vias de administração 1- Enteral: mais seguro, comum, conveniente e econômico. Pode ser deglutido ou deixado sob a língua. • Oral: Tem baixo risco de infecções sistêmicas; A toxicidade e as dosagens excessivas podem ser neutralizadas por antídotos; Preparações orais liquidas Soluções Suspensões Preparações sólidas Comprimidos Cápsulas • Preparações revestidas – proteção que resiste à ação das substâncias no estômago, mas que dissolve-se facilmente no intestino; Ex: omeprazol e AAS • Preparações de liberação prolongada – possuem revestimentos que controlam a velocidade com que o fármaco é liberado do comprimido para o organismo. Ação mais longa e melhor adesão ao tratamento. Vantagem para fármacos com meia vida curta. 2- Parenteral: usada para fármacos pouco absorvidos no TGI (heparina) e instáveis no TGI (insulina) • Usada no tratamento do paciente inconsciente ou quando precisa de início rápido de ação; • Possui maior biodisponibilidade; • Assegura a dose real administrada. • Porém, é difícil de reverter e pode causar dor, medo, lesões e infecções. • Pode ser inconveniente quando as aplicações se tornam frequentes. 3) Inalação: as vias oral e nasal permitem rápida oferta do fármaco através da ampla superfície de membrana. O fármaco é ofertado diretamente no local de ação. Ex: albuterol e fluticasona; 4) Intratecal/intraventricular: utilizada quando deseja-se alcançar efeitos locais e rápidos no SNC. Introduz-se diretamente no líquido cerebrospinal. Ex: anfotericina B intratecal; 5) Tópica: produz efeito localizado do fármaco. Ex: clotrimazol. 6) Transdérmica: proporciona efeitos sistêmicos pela aplicação do fármaco na pele. A velocidade de absorção depende das características físicas da pele no local da aplicação e da lipossobulidade do fármaco. Ex: adesivos de nicotina e anticoncepcional; 7) Retal: a biotransformação é menor; é útil se o fármaco provoca êmese; evita a destruição do fármaco pelo intestino e estômago. Absorção • Transferência de um fármaco do seu local de administração para a corrente sanguínea. Por via IV, a absorção é 100%; • A velocidade e a eficiência da absorção vai depender entre outros fatores da via de administração. • Mecanismos de absorção de fármacos – difusão passiva, difusão facilitada, transporte ativo, endocitose e exocitose; Fatores que influenciam a absorção 1) pH – A maioria dos fármacos é ácido fraco ou base fraca. • Um fármaco atravessa a membrana mais facilmente se ele estiver não ionizado, ou seja, menos polar. Não ionizada Ionizada Ionizada Não ionizada • A [fármaco] no seu local de absorção é determinada pelas formas ionizada e não ionizada. • A relação entre as duas formas é determinada pelo pH no local de absorção e pela força do ácido ou base fracos, que é representada pela constante de ionização, o pKª (medida da força da interação de um composto com um próton). • Droga ácida em pH ácido tem sua ionização diminuída e absorção aumentada. • Droga ácida em pH alcalino tem sua ionização aumentada e sua absorção diminuída • Droga básica em meio ácido tem sua ionização aumentada. 2) Fluxo de sangue no local de absorção Quanto o fluxo de sangue, a absorção. Por isso, a absorção é maior no intestino; 3) Área ou superfície disponível para absorção Quanto a superfície de absorção, a absorção. Portanto, a absorção é maior no intestino; 4) Tempo de contato com a superfície de absorção A presença de alimento no estômago dilui o fármaco e retarda o esvaziamento gástrico. Portanto, se o fármaco for ingerido com alimento sua absorção ocorrerá lentamente; 5) Expressão da glicoproteína-P A glicoproteína P é uma proteína transportadora de fármacos para o meio extracelular, a absorção dos fármacos. • No fígado: transportar fármacos para a bile visando à sua eliminação • Nos rins: bombear fármacos para a urina visando à excreção •Na placenta: transportar fármacos de volta para o sangue materno, reduzindo, assim, a exposição do feto aos fármacos •No intestino: transportar fármacos para o lúmen intestinal e reduzir a absorção Biodisponibilidade • Fração do fármaco administrado que alcança a circulação sistêmica; • 100mg – administrado; 70mg - absorvido; biodisponibilidade – 70%; 1. Fatores que influenciam a biodisponibilidade a. Biotransformação hepática de primeira passagem Se o fármaco é rapidamente biotransformado no fígado ou na parede intestinal durante esta passagem inicial, a quantidade de fármaco inalterado que tem acesso à circulação sistêmica diminui. 2. Solubilidade do fármaco. Fármacos muito hidrofílicos e extremamente hidrofóbicos são pouco absorvidos. 3. Instabilidade química Benzilpenicilina – instáveis em pH gástrico; Insulina – destruídos no TGI pelas enzimas. 4.Natureza da formulação do fármaco Tamanho da partícula, tipo de sal, polimorfismo cristalino, revestimento entérico e a presença de excipientes podem influenciar na facilidade de dissolução e alterar a absorção. 5. Fatores individuais • Bioequivalência – dois fármacos são bioequivalentes se eles apresentam biodisponibilidades comparáveis e tempos similares para alcançar o pico de concentração plasmática; • Equivalência terapêutica – dois medicamentos são terapeuticamente iguais se apresentarem concentração sérica máxima e tempo para alcançar o pico de concentração iguais. Distribuição • Transporte da droga pelo sangue e outros fluidos aos tecidos do corpo. 1. Fluxo sanguíneo • O fluxo sanguíneo para o cérebro, fígado e rins é maior do que para os músculos esqueléticos. • A curta duração da hipnose produzida por um bolus de injeção IV de propofol (anestésico – elevada lipossolubilidade). Distribuição 2. Ligação de fármacos a proteínas plasmáticas e tecidos • Ligação a proteínas plasmáticas A albumina plasmática é uma proteína que pode atuar como reserva do fármaco; • Ligação a proteínas dos tecidos. Os fármacos podem acumular-se nos tecidos como resultado da ligação a lipídeos, proteínas ou ácidos nucleicos; • Hidrofobicidade Os fármacos hidrofóbicos movem-se mais facilmente através das membranas biológicas. Reações de biotransformação • Os fármacos lipofílicos são facilmente reabsorvidos nos túbulos renais. Por isso, para serem eliminados estes fármacos precisam 1º serem biotransformados em substâncias mais polares no fígado; • Essa biotransformação ocorre em 2 fases. Reações de fase 1 • Convertem moléculas lipofílicas em moléculas mais polares (-OH ou -NH2) • Pode aumentar, diminuir ou deixar inalterada a atividade farmacológica do fármaco. Reações de Fase 1 utilizando o sistema P450. • O citocromo P450 liga-se ao fármaco, promovendo sua biotransformação; • O citocromo P450 é denominado CIP – família de isozimas contendo heme que se localizam na maioria das células, principalmente no fígado e no TGI. • Indutores – alguns fármacos são capazes de a síntese de CIP. Isso resulta em de biotransformação, levando a nas [ ] dos fármacos biotransformados. • Inibidores – • Ex: O omeprazol é um inibidor de 3 CIP responsáveis por biotransformar a varfarina. Se os 2 fármacos são tomados juntos, a [varfarina] , o que a inibição da coagulação, o risco de hemorragias e sangramentos. • Fase II Essa fase consiste em reações de conjugação. Se o metabólito resultante da Fase 1 é suficientemente polar, ele pode ser excretado pelos rins. Vários metabólitos de Fase 1 : muito lipofílicos. Uma reação subsequente de conjugação com um substrato endógeno - como ácido glicurônico, ácido sulfúrico, ácido acético ou amino ácido - produz um composto polar em geral mais hidrossolúvel e terapeuticamente inativo. Excreção das drogas • Depois de absorvidas, distribuídas e metabolizadas, as drogas e seus metabolitos serão excretados. • Os fármacos podem ser eliminados pelo intestino (fezes), bile, pulmões, leite das lactantes; • Pode ocorrer também por suor, saliva, lágrimas, pelos e pele; • Um paciente com IR pode ser beneficiado pelo fármaco que é excretado pelas fezes, em vez da via renal. Depuração renal 1. Filtração glomerular ( 20% - filtram moléculas com peso 20.000 Da) 2. Secreção tubular (substâncias que não sofreram filtração) 3. Reabsorção tubular distal • REMÉDIO – qualquer substância ou recurso utilizado para obter cura ou alívio; • FÁRMACO – substância química, de estrutura química conhecida, dotada de atividade farmacológica. Sinônimo de princípio ativo; • MEDICAMENTO – forma farmacêutica que contém o fármaco em associação com adjuvantes farmacotécnicos; • DROGA – toda substância, natural ou sintética, que ao ser introduzida no organismo modifica suas funções; • PLACEBO – ação que não decorre de atividade farmacológica; • METABÓLITO – qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo. • MEIA-VIDA - tempo necessário para que se reduza à metade da inicial a quantidade de átomos radiativos idênticos em um certo reagente; período. • LIVROS SUGERIDOS • Clark, M. A. , Finkel, R., Rey, J., Whalen, K. Farmacologia ilustrada. 5.ed. - Porto Alegre : Artmed, 2013. • Katzung: Farmacologia Básica e Clínica. Ed. Guanabara Koogan, ed 2005 • Penildon, S: Farmacologia, 6a Edição, Ed. Guanabara Koogan, 2006. • Goodman, A. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 11. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2006 questionario farmacologia.doc DISCIPLINA: FARMACOLOGIA Profa. Joquebede Rodrigues Pereira QUESTIONÁRIO 1. O que é Farmacocinética, e qual a sua relação com a efetividade de ação de um fármaco? 2.Caracterize o processo de absorção de medicamentos, levando em consideração a velocidade de dissolução das drogas. Quais os fatores e como estes influenciam a absorção dos medicamentos? Conceitue biodisponibilidade. Quais os fatores e como estes influenciam a biodisponibilidade? O que é distribuição? Quais e como os fatores influenciam a distribuição de medicamentos? Discorra sobre as etapas de biotransformação. Caracterize os termos lipossolubilidade e hidrossolubilidade e sua importância para os processos de farmacocinética dos fármacos. Caracterize a principais vias de administração de medicamentos (enterais e paraenterais) relacionando-a com a velocidade de absorção e a biodisponiblidade da droga. Qual a diferença entre eficácia e potência? Descreva os termos agonista total, agonista parcial, antagonista competitivo, antagonista não competitivo e antagonista alosterico. Quais são as características da transdução do sinal? Quais os principais tipos de receptores farmacológicos? Descreva o que acontece quando uma molécula se liga a um receptor ligado a proteína G nos sistemas abaixo: a. sistema da adenilato ciclase b. sistema da fosfolipase 15. Os inibidores da enzima conversora da angiotensina são úteis no controle da pressão arterial e também podem ser utilizados no tratamento da insuficiência cardíaca congestiva: a) Qual o mecanismo de ação desses fármacos? b) Cite dois exemplos de fármacos dessa classe. 16. Assinale a opção correta a respeito dos fármacos cardiovasculares. a) O propranolol é um fármaco da classe dos betabloqueadores que apresenta propriedades antiadrenérgicas. b) Os inibidores da enzima conversora da angiotensina constituem recente inovação no campo de agentes anti-hipertensivos. São representantes dessa classe terapêutica o captopril e o minoxidil. c) Tosse seca contínua e cefaléia constituem efeitos adversos dos bloqueadores seletivos do canal de cálcio. d) Losartana e valsartana são fármacos bloqueadores seletivos do canal de cálcio utilizados como anti-hipertensivos.
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