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ÉTICA E DIVERSIDADE CULTURAL NO COTIDIANO ESCOLAR

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ÉTICA E DIVERSIDADE CULTURAL NO COTIDIANO ESCOLAR
RESUMO
A diversidade cultural no Brasil é muito rica. Muito dessa diversidade se manifesta dentro do espaço escolar. Neste contexto entra o papel do professor em trabalhar essa diversidade de forma adequada, mantendo a ética, o que é bastante importante. A ética é a conduta de cada ser humano no meio social se traduzindo no campo da moral, refletindo diretamente no comportamento de cada um dentro de uma sociedade.
 
Palavras-chave: Ética. Diversidade cultural. Educação. 
1. INTRODUÇÃO
 
Para se ter ética é preciso ter moral, para se ter moral e ética é preciso ter vivências e essa vivência somente ocorre na prática, no relacionamento social. Desse relacionamento social nascem as mais diferentes culturas, que nos ensinam a referência não apenas ao que é, mas ao como e o que deve ser. O que se deve fazer numa sociedade, como nos orientarmos e como deve ser a conduta dos indivíduos.
Esse trabalho tem por objetivo mostrar a inclusão das mais variadas culturas dentro do âmbito escolar. A escola tem o poder e o papel de trabalhar de forma adequada essa diversidade cultural, estabelecendo regras e princípios, para que se obtenham relações democráticas, trazendo para o cotidiano escolar a ética.
Esse texto foi dividido em três subitens. No primeiro apresentaremos a ética nas escolas, no segundo, a educação e suas interfaces com a diversidade cultural. Por fim, relacionaremos como acontece essa ligação na prática do cotidiano escolar. 
2. ÉTICA E EDUCAÇÃO
2.1 ÉTICA
Quando pensamos na palavra ética e seus significados, o conceito de moral aparece diretamente associado. Os conceitos etimológicos das palavras são bastante parecidos, segundo DORTIER (2010, p. 187), “a ética (do grego, ethos, hábito) e a moral (do latim, mores, costumes)”. A moral é essencialmente social, pois se parte de um pressuposto de que ninguém vive isoladamente, todos os seres humanos estão inseridos em um grupo, ou seja, vivem em sociedade e compartilham com ela a moral vigente (seus costumes e conjuntos de valores). Sendo social, a moral parte do todo para o individual. Já a ética, é o estudo sistematizado dos valores morais. A ética, portanto, é a essência da moral, seu estudo e discussão em caráter prático. Ela se dá quando contestamos a moral vigente e a mudamos.
A ética estuda os diversos sistemas morais elaborados pelos seres humanos, buscando compreender a fundamentação compreender a fundamentação das normas e as interdições (proibições) próprias de cada um e explicitar seus pressupostos. Nesse sentido, a ética é uma prática humana, que é o comportamento moral. (COTRIN e FERNANDES, 2010, p. 291)
	O trabalho e o estudo da ética é bastante importante para o convívio social, visto que praticar a ética é contestar a moral vigente. E as grandes mudanças da sociedade, as quebras de paradigma, se fazem justamente pelo exercício ético.
2.2 A EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE
	O ato de educar possui diversas facetas. Não é somente o ato de aprender, mas também é o ato social de formar pessoas conscientes e preparadas para pensar e agir criticamente. Segundo DURKHEIN apud PILETTI (1990, p. 82) “A educação é ação exercida, pelas gerações adultas, sobre as gerações que não se encontrem ainda preparadas para a vida social”. Portanto, o papel e a responsabilidade do professor não é somente o de mero transmissor de conhecimento, mas o de formar cidadãos. Esse é o papel social da educação. 
A sala de aula é um ambiente onde se encontram as mais diversas culturas, sejam elas as trazidas pelos alunos, a dos próprios professores ou da comunidade em geral. Essa diversidade também é apresentada nos conteúdos, que podem trazer ao debate assuntos como relações étnico-raciais, gênero e diversidade, questões ambientais e cidadania. O professor, dentro desse contexto possui o papel de trabalhar com os alunos de modo a não exercer um papel etnocêntrico e desenvolver todo o potencial que essa diversidade pode trazer.
A palavra cultura tem vários significados, tais como cultura de uma pessoa letrada, “culta”. Em antropologia, cultura significa tudo o que o ser humano produz ao construir sua existência: as práticas, as teorias, as instituições, os valores materiais ou espirituais. Se o contato como mundo é intermediado pelo símbolo, a cultura é um conjunto de símbolos elaborados por um povo. (ARANHA e MARTINS, 2007, p.25)
O Brasil é um país de dimensões continentais e multifacetado. Coexistem, em seu território, indivíduos com peculiaridades culturais bastante distintas. Dentro de um mesmo estado da nação encontramos essa característica. Por conseguinte, um local onde vai abarcar toda essa miscelânea é a escola. E essa diversidade cultural, não é apenas regional, envolve diversos critérios:
A diversidade da cultura brasileira –ou das culturas brasileiras– está referida a diferenças não só percebidas e/ou classificadas do ponto de vista geográfico, como também a dimensões ou fatores como a geração, a etnicidade, a forma de se inserir na produção de bens, as tradições religiosas e/ou familiares, o acesso à informação, etc. (MOURA, 2010, p.02)
Esses símbolos culturais estabelecem relações com todo o sistema de valores que a uma pessoa possui: religião, modos de vestir, de agir, pensar e conviver em sociedade. A cultura pode ser materialou imaterial. Portanto, não se torna tarefa das mais fáceis para o professor, lidar com todas essas questões em sala de aula e ainda ter o dever de transmitir conhecimento no processo de ensino-aprendizagem. 
A diversidade cultural precisa ser tratada dentro do ambiente escolar como uma característica positiva, no sentido de fazer pensar criticamente sobre os assuntos abordados. A educação, não deve ser tão somente o papel de transmitir informações, mas de formar pessoas preparadas para pensar criticamente a sociedade. E isso se faz através da ética, do diálogo e da ação. É como cita ARANHA (2006, p. 68), “o que vale, afinal, é conceber a cultura como manifestação plural, um processo dinâmico, e a educação como o momento em que herança e renovação se completam, a fim de criar o espaço possível de exercícios da liberdade.”.
“O ideal da educação não é aprender ao máximo, maximizar os resultados, mas antes de tudo, é aprender a aprender; é aprender a se desenvolver e aprender a continuar a se desenvolver depois da escola" (PIAGET, 1977, p. 225). É dever do educador preparar o aluno para enfrentar as mais diferentes diversidades culturais existentes. É inevitável um choque de valores, pois cada educando está inserido numa realidade com meios sociais diferentes. Moral e ética não se ensinam, se vivenciam, e caso a escola vier a falhar nesse ponto sobra apenas para o aluno as suas vivências que podem ser positivas ou não.
2.3 EDUCAÇÃO X ÉTICA X CULTURA NA PRÁTICA ESCOLAR
Na prática essa abordagem é um pouco mais complicada. O professor se depara com as mais diferentes diversidades culturais, as quais deverão ser trabalhadas de forma que não haja preconceito ou discriminação por parte dos alunos e nem do professor. 
Um exemplo prático vivenciado em sala de aula é a religião. De que forma o professor pode trabalhar assuntos polêmicos que entram a questão religiosa? Nesse caso o professor deve ser o mediador, tentando manter-se neutro, que em certas ocasiões não é fácil, fazendo com que o aluno coloque o seu ponto de vista, sendo respeitado pelos colegas e vice versa. Tratando-se de assuntos polêmicos como homossexualidade, aborto e pena de morte, não são assuntos fáceis de serem discutidos em sala de aula. Haverá discussão entre as partes. Nesse momento entra o que é essencial, a intervenção do professor, fazendo-se entender que o ponto de vista de cada um é uma referencia cultural, não somos obrigados a seguir ou tornar-se adepto de alguma religião ou pensamento, mas devemos respeitar para ser respeitado. 
O professor deve estimular todos os debates que surgirem no decorrer das aulas, mas como é formador de opinião, deve deixar de lado a sua opinião, deixando com que cada aluno crie o seu próprio senso crítico. 
Um assunto que está sendo muito comentado é a homossexualidade. Os jovens estão se descobrindo, hormônios a flor da pele, corpo mais musculoso, voz mais grave. As meninas também estão passando por transformações, o corpo ganhando forma e chamando a atenção dos meninos, estão na fase do “ficar”. Dentro dessas descobertas um jovem chama a minha atenção. O comportamento dele é diferente, até tenta se aproximar das meninas e ficar com elas, mas ele percebe que isso não lhe atrai. Na verdade o que lhe atrai são os meninos, sente prazer em ficar na companhia de meninos, em tocar-lhes. Mas tudo isso está confundindo a sua cabeça e dos seus colegas. Está havendo atritos, os meninos estão percebendo que ele tem traços homossexuais. Começam as brigas, discussões. O educador se vê no meio de tudo isso, tentando ajudar o aluno a se descobrir e se aceitar e conversando com os colegas para voltarem a ter o relacionamento que tinham antes. Mas mesmo com conversa do educador existem alguns alunos que insistem em criar conflito e brigas com esse jovem, o qual reage da mesma forma. Nessa hora o educador tem uma conversa com esse grupo que teve a discussão ou briga e após uma conversa separada com cada aluno. 
Esses exemplos foram tirados da vivência prática em sala de um educador social de uma instituição de convivência e apoio à infância e juventude.Essa instituição atende crianças e adolescentes de 06 á 14 anos, sem discriminação de sexo, raça ou credo religioso, proporcionando atendimento e zelando pela defesa dos seus direitos, com vistas a assegurar-lhes uma vida digna. 
 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
 O relacionamento do aluno em comunidade escolar é o seu primeiro contato com a sociedade. Portanto é nela que se deve aprender como agir diante das diferenças. Em um país de ampla diversidade cultural, torna-se extremamente importante e necessário ter como base o respeito e a aceitação. 
 Vimos no decorrer do trabalho que cabe ao educador o papel de despertar no aluno o pensamento crítico e consciente, bem como o agir de forma ética. O professor tendo também a sua bagagem cultural, opiniões formadas e ideais bem estabelecidos, deve manter-se neutro diante de todas as diferenças encontradas em sala de aula. Mesmo que as ideias sejam diferentes das suas, a ética deve ser mantida sempre em primeiro lugar. A tolerância e o respeito devem ser transmitidos aos alunos tanto quanto o conhecimento geral.
 As diferenças são muitas, portanto saber lidar com as mesmas é dever de todos os cidadãos, desde o início da vida escolar até o decorrer da vida adulta. 
 Através dos exemplos práticos citados no texto fica mais fácil entendermos como é o dia-a-dia nas escolas, como abordar toda a diversidade cultural e qual é o papel do professor dentro desse contexto.
 
4. REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia Arruda de; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2009.
ARANHA, Maria Lúcia Arruda de. Filosofia da Educação. São Paulo: Moderna, 2006.
COTRIM, Gilberto; FERNANDES, Mirna. Fundamentos de Filosofia. São Paulo: Saraiva, 2011.
DORTIER, Jean-François. Dicionário de Ciências Humanas. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
MOURA, Milton. Cultura e Diversidade Considerações sobre a multiplicidade das manifestações. Antíteses, vol. 3, n. 5, jan.-jun. de 201o, pp. 321-346. Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses> Acesso em: 09 jun 2014.
PIAGET, Jean. Para onde vai a educação? São Paulo: Editora José Olympio, 1977.
PILETTI, Nelson. Sociologia da Educação. São Paulo: Ática, 1990.

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