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CALEFFI MÁQUINAS DE COSTURA LTDA., ingressou com uma ação de rescisão de contrato de compra e venda com reserva de domínio cumulada com pedido de reintegração de posse e perdas e danos com pedido liminar, em face de J.O Confecções Ltda, afim de reobter a posse de uma máquina de costura que, segunda a autora foi vendida a parte ré que não adimpliu com o pagamento das últimas 7 parcelas. Tentou ainda diversas vezes receber o crédito, tendo a requerida ignorando todas as possibilidades, sendo assim, a requerente realizou notificação pelo Registro de Título e Documentos e Pessoas Jurídicas, ficando constituída em mora a Requerida. A parte autora requereu também a título de danos morais o valor de 1% mensal a título de aluguel da máquina, bem como a condenação da ré ao pagamento de multa no valor de 32%, prevista em cláusula contratual. (mov.1) A liminar de busca e apreensão foi deferida a fim de reintegrar o autor na posse da máquina, baseando-se o juiz sua decisão nos artigos 1010 e 1071 do Código de Processo Civil. Na mesma decisão foi ordenado a citação do réu para apresentar resposta no prazo de 5 dias. (mov 11.1) O mandado de busca e apreensão foi cumprido conforme mov. 14.2, bem como a citação do réu, o qual permaneceu inerte. Em mov. 26.1, Carla Naiara de Oliveira, peticionou pela revogação da liminar concedida, na condição de exequente nos autos nº 0009699-98.2011.8.16.0069 cujo executado é J.A.S Vicentini Bordados ME, afirmando que tratar-se de fiel depositária da máquina, a qual foi penhorada em garantia da dívida nos autos referidos. A autora foi intimada a se manifestar no prazo de 5 dias sobre a petição de mov 26.1, pugnou pelo desentranhamento da petição, por ser inadequado o meio, devendo o terceiro manejar ação própria visando à defesa de seus eventuais direitos. Requereu ainda, que o terceiro fosse desincumbido do encargo de depositário fiel, visto que a posse e propriedade da máquina é da requerente. (mov 32) O pedido de revogação da liminar foi indeferido em mov. 38, eis que a máquina penhorada nos autos de execução, não poderia ter sido objeto de constrição, eis que a executada não possuía o domínio da mesma. Dessa forma a penhora se deu de forma viciada, sendo que o bem pertencia a terceiro, não ao executado. O pedido foi julgado parcialmente procedente para I) declarar rescindido o contrato de compra e venda com reserva de domínio; II) determinar que a autora restitua à requerida os valores pagos, podendo reter o percentual de 10% sobre o que devolver; III) autorizar a reintegração da autora na posse do bem, após a devolução das quantias pagas; IV) condenar a requerida ao pagamento de aluguel, correspondendo ao período em que esteve na posse no valor de 1%; V) condenar a requerida ao pagamento de custas e despesas processuais e de honorários advocatícios, arbitrados no valor de R$ 3.000,00. (mov. 38.1) A parte autora interpôs Embargos de Declaração (mov.44) baseando-se em omissão, no sentido que não foram arbitrados o valor em que foi avaliado a máquina, determinando que a autora restituísse ao réu os valores pagos, o que em para a ela deve ser apurada pois não é devido a restituição integral das parcelas pagas, levando em consideração que o Oficial de Justiça arbitrou a máquina o valor de R$ 60.000,00. Os embargos de declaração não foram acolhidos (mov.48), sendo ele no sentido à correção da tese exposta na sentença, estando ausentes os requisitos autorizadores postos no art. 535 do CPC. A autora interpôs Recurso de Apelação, no sentido de dever ser arbitrado o valor atual da máquina para que se possa ser devolvido a recorrida o saldo restante, conforme artigo 1070, 1071 CPC e 527 CC. (mov.52) Foi recebido o Recurso de Apelação, com efeito devolutivo, também foi determinada a intimação do apelado para resposta no prazo de 15 dias. (mov 56) A parte autora peticionou a fim de requer a aplicação do art. 322 do CPC, sendo desnecessária a intimação do réu por ser ele revel. (mov.57) O réu não apresentou resposta ou interpôs qualquer tipo de recurso. (mov. 63). O recurso do autor foi conhecido e provido, por unanimidade, nos termos do voto do relator, determinando a apuração de eventual saldo credor ou devedor, descontando-se do valor do bem, o valor da dívida acrescida das despesas judiciais e extrajudiciais, com fulcro no art. 527 CC e 1071 par 3 CPC 73 (mov 69.2) Transitado em julgado em 12/08/2016 – mov 80 Arquivado definitivamente em 30/08/2016 – mov 84
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