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FACULDADE UNIÃO DAS AMÉRICAS CURSO DE FISIOTERAPIA FISIOTERAPIA POR MOVIMENTO ORIENTADO COM IMAGEM CORPORAL PROJETADA EM ESPELHO, PARA A PROMOÇÃO DA EVOLUÇÃO MOTORA DO MEMBRO SUPERIOR DO PACIENTE HEMIPARÉTICO ADULTO GIOVANNI GARBELOTTI RISPOLI DE OLIVEIRA Foz do Iguaçu - PR Novembro, 2011 GIOVANNI GARBELOTTI RISPOLI DE OLIVEIRA FISIOTERAPIA POR MOVIMENTO ORIENTADO COM IMAGEM CORPORAL PROJETADA EM ESPELHO, PARA A PROMOÇÃO DA EVOLUÇÃO MOTORA DO MEMBRO SUPERIOR DO PACIENTE HEMIPARÉTICO ADULTO Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Fisioterapia Faculdade União das Américas, como requisito parcial para graduação em Fisioterapia. Orientador(a): Prof. Esp. Márcia Cristina Dias Borges Foz do Iguaçu – PR Novembro, 2011 GIOVANNI GARBELOTTI RISPOLI DE OLIVEIRA FISIOTERAPIA POR MOVIMENTO ORIENTADO COM IMAGEM CORPORAL PROJETADA EM ESPELHO, PARA A PROMOÇÃO DA EVOLUÇÃO MOTORA DO MEMBRO SUPERIOR DO PACIENTE HEMIPARÉTICO ADULTO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Fisioterapia Faculdade União das Américas, como requisito parcial para graduação em Fisioterapia. Foz do Iguaçu,_____ de____________ de 2011. ____________________________________ Prof. Msc. Mauricia Cristina de Lima. Coordenadora do Curso de Fisioterapia. BANCA EXAMINADORA: ____________________________________ Prof. Esp. Márcia Cristina Dias Borges Faculdade União das Américas _____________________________________ Prof. Titulação. Nome 2 Coordenadora do Curso de Fisioterapia _____________________________________ Prof. Titulação. Nome 3 Coordenadora de Extensão e Pesquisa À minha mãe e meu pai, os quais amo muito, pelo exemplo de vida e família. A minhas irmãs por tudo que me ajudaram até hoje. À minha namorada Jeicylene, pelo carinho, compreensão e companheirismo. AGRADECIMENTOS Agradeço principalmente meus pais e irmãs, pelo enorme apoio durante todos esses anos de faculdade que vivenciaram ao meu lado e pelo incentivo e dedicação que empreenderam a mim e a paciência, mesmo nos momentos de duvidas e incertezas; minha namorada pela paciência e carinho que me ofereceu durante esse ano corrido de estagio e elaboração aplicação e conclusão de artigo; meus colegas de estagio os quais proporcionaram um ambiente tranqüilo de muito estudo e descontração com os quais aprendi muito passando por diversos momentos; minha tia sem a qual as normas e impressão não poderiam ter sido feitas. Agradeço a alguns professores que me estimularam a procurar o saber, sem os quais, hoje não teria o conhecimento necessário para estar proporcionado aos meus pacientes, melhora em seus quadros álgicos e melhor qualidade de vida. Agradeço a professora Márcia Borges, que nos últimos 3 anos me incentivou bastante durante suas aulas de Neurologia e na conclusão do meu Artigo e por ter unificado os estágios, dobrando a quantidade de estudos de casos e provas. Agradeço também todas as fisioterapeutas da Clinica de fisioterapia Motora Márcia Borges pelo esclarecimento de duvidas e auxilio na aplicação da técnica proposta no meu artigo. “Que o grande arquiteto do Universo abençoe a todos”. 1 FISIOTERAPIA POR MOVIMENTO ORIENTADO COM IMAGEM CORPORAL PROJETADA EM ESPELHO, PARA A PROMOÇÃO DA EVOLUÇÃO MOTORA DO MEMBRO SUPERIOR DO PACIENTE HEMIPARÉTICO ADULTO PHYSICAL THERAPY FOR MOVING EAST WITH BODY IMAGE IN MIRROR DESIGNED TO PROMOTE THE DEVELOPMENT OF STATE MOTOR TOP OF ADULT HEMIPARETIC Marcia Cristina Dias Borges 1, Giovanni Garbelotti Rispoli de Oliveira 2 . 1 Professora Especialista Titular de Fisioterapia Pediátrica da Faculdade União das Américas – Uniamérica, Foz do Iguaçu, PR – Brasil, e-mail: fisio_mc@hotmail.com 2 Acadêmico do 10º período do curso de Fisioterapia da Faculdade União das Américas – Uniamérica, Foz do Iguaçu, PR – Brasil, e-mail: giovanni_garbelotti@hotmail.com RESUMO Introdução: A hemiplegia é uma paralisia de um lado do corpo e é o sinal clássico da doença neurovascular do cérebro. Após o AVE o paciente tende a adotar uma postura assimétrica, com distribuição de peso desigual sobrecarregando o hemicorpo não comprometido e negligenciando o lado parético. Além disso, pode levar a distúrbios do campo espacial, visual, dificuldade na execução das atividades de vida diária (AVD´s). Objetivos: O objetivo deste estudo foi verificar os benefícios do feedback visual com a imagem corporal projetada em espelho durante as intervenções fisioterapeuticas, para a evolução motora do membro superior parético em paciente com seqüela de Acidente Vascular Encefálico. Materiais e Métodos: A intervenção fisioterapêutica totalizou 30 atendimentos, divididos em 2 etapas: a primeira com exercícios neurofuncionais sem a imagem corporal projetada no espelho e a segunda etapa seguindo o mesmo protocolo, porém utilizando-se do espelho como feedback visual. Para o processo de avaliação foi utilizada goniometria, avaliação da amplitude de movimento do membro superior, Escala de evolução motora (MAS) e Medida de Independência Funcional (FIM). Resultados: A intervenção frente ao espelho evidenciou significativa melhora na flexão de cotovelo, assim como em suas AVD’S. Conclusão: O Tratamento do paciente em frente ao espelho é de grande importância tanto para o fisioterapeuta quanto para o paciente, pois, o individuo visualiza seu movimento e tenta antecipar-se as compensações ou movimentos incoordenados que possam ser gerados. DESCRITORES: Acidente vascular encefálico/ hemiparesia/ Ombro/ Espelho ABSTRACT: Introduction: Hemiplegia is a paralysis of one side of the body and is the classic sign of neurovascular disease of the brain. After the stroke the patient tends to adopt an asymmetrical posture, with uneven distribution of weight overloading the non- affected hemibody and neglecting the paretic hand. Moreover, it can lead to impaired spatial field, visual difficulty in performing activities of daily living (ADLs). Objectives: The aim of this study was to verify the benefits of visual feedback about body image projected on the mirror during interventions physiotherapeutic, for the 2 motor progress paretic upper limb in patients with sequelae of stroke. Materials and Methods: The intervention amounted to 30 physiotherapy sessions, divided into two stages: the first neurofunctional with exercises designed without the body image in the mirror and the second step following the same protocol but using the mirror as visual feedback. For the evaluation process was used goniometry, assessing range of motion of the upper limb motor development scale (MAS) and the Functional Independence Measure (FIM). Results: The intervention front of the mirror showed significant improvement in elbow flexion, and in their AVDs. Conclusion: The treatment of the patient in front of the mirror is of great importance both for the therapist and the patient, because the individual sees his move and tries to anticipate the compensation oruncoordinated movements that may be generated. KEYWORDS: accident vascular encephalic / hemiparesis / Shoulder/ Mirror INTRODUÇÃO A hemiplegia é uma paralisia de um lado do corpo e é o sinal clássico da doença neurovascular do cérebro. Ela é uma das muitas manifestações da enfermidade neurovascular e ocorre devido a acidentes vasculares cerebrais envolvendo o hemisfério ou o tronco encefálico (1). As seqüelas de um acidente vascular encefálico (AVE) estão diretamente relacionadas com a localização, tamanho da área encefálica atingida e o tempo que o paciente esperou para ser socorrido. Alterações que podem ocorrer são: sensitivas, mentais, cognitivas, perceptivas e de linguagem. Além disso, pode levar a distúrbios do campo espacial, visual, dificuldade na execução das atividades de vida diária (AVD´s), alterações tônicas, sensoriais e perceptuais tanto apendiculares quanto axial (2). Os AVEs podem ser classificados como isquêmicos ou hemorrágicos (3). O comprometimento mais evidente após o AVE é a tendência do paciente em adotar uma postura assimétrica, com distribuição de peso desigual sobrecarregando o hemicorpo não comprometido e negligenciando o lado parético. A falta de simetria, seqüenciamento anormal da ativação muscular, presença da espasticidade, perda da força muscular, destreza e coordenação associados à dificuldade em transferir e realizar a descarga de peso para o lado afetado interfere na capacidade de manter o controle postural, impedindo a orientação e estabilidade para realizar movimentos com o tronco e membros superior e inferior (4,5). Para AVILA (2010), dentre as principais queixas dos indivíduos hemipareticos, esta o fato de que, após o AVE o desempenho das atividades de vida diária AVD’S fica 3 profundamente acometido devido ao comprometido motor do braço paretico. Muitos desses pacientes, mesmo depois do período de reabilitação, acabam ficando dependente de pelo menos uma AVD (6). As estratégias compensatórias tornam-se hábitos que reforçam o não uso do membro parético, podendo resultar em perdas irreversíveis para a capacidade funcional. A realização das atividades de vida diária com apenas um membro superior pode ser uma maneira limitada de desempenho das atividades. Sendo assim a fisioterapia tem importante papel no tratamento do paciente parético objetivando principalmente no processo de reabilitação o retorno da função do membro superior. (7,8) O SNC reage à lesão com uma variedade de processos morfológicos potencialmente reparadores. Dois mecanismos que suportam a reabilitação estão surgindo e desmascarando colateralmente os caminhos neurológicos: a regeneração e a reorganização (1). O sistema nervoso é uma estrutura continuamente em mudança, da qual a plasticidade é uma propriedade integral e conseqüência obrigatória de cada input sensorial, ato motor, associação, sinal de recompensa, plano de ação, ou percepção (awareness) (9). Segundo Teixeira (2010), o objetivo da fisioterapia utiliza-se dos processos da plasticidade, enviando inputs sensoriais adequados, para que o paciente possa fazer uma detecção da estratégia comportamental. A substituição da estratégia utilizada para o alcance da meta motora pode envolver o uso de informações sensoriais diferentes para orientação do movimento ou, ainda, substituições funcionais nas quais os movimentos recuperados teriam sido realizados de maneira diferente dos movimentos comprometidos (7). O controle postural é mantido através da orientação de inputs de sistemas somatossensoriais, visuais e vestibulares. Quanto mais específica à informação sensorial for e mais rápida ela for fornecida ao indivíduo, maior será o reaprendizado motor. O biofeedback é utilizado a fim de melhorar esta aprendizagem através dos sistemas exteroceptivos que podem substituir os sinais proprioceptivos inadequados e melhorar o controle motor voluntário. A informação visual pode compensar a perda sensório- motora, permitindo aos indivíduos assimilar informações perdidas ou alteradas, reduzindo a assimetria corporal ao restabelecer um programa motor central, quanto à posição e movimento (10). 4 Segundo Altschuler et al. (1999), o espelho oferece aos pacientes o reflexo visual da "adequada" realização do movimento chegando o mais próximo do movimento correto, e, talvez, "substituindo" os estímulos proprioceptivos que possam estar diminuídos ou ausentes. A utilização do espelho também pode ajudar a recrutar o córtex pré-motor para ajudar com a reabilitação motora. Ele ressalta ainda que, o córtex pré-motor tem inúmeros recursos, sugerindo que poderia possivelmente ser um link a partir da imagem visual no espelho, para reabilitação motora. As contribuições são triviais para o envio de informações proporcionando um melhor controle bilateral do movimento. Em uma série de níveis neurológicos e psicológicos, a terapia do espelho pode ajudar a inverter os elementos do desuso aprendido do membro afetado (11). Apresentação do Caso Paciente J.R.P., sexo masculino com 46 anos apresentando Hemiparesia a direita por seqüela de AVE Hemorrágico ocorrido a 1 ano e 5 meses, cognição preservada, com estado nutricional, e de saúde geral satisfatórios, marcha realizada com auxilio de bengala. METODOLOGIA A aprovação deste estudo foi obtida junto ao comitê de ética da Faculdade Assis gurgacz – FAG. O voluntario foi recrutado através de convite formal. O mesmo aceitou participar do estudo de caso, após assinar o termo de consentimento livre e esclarecido (APENDICE A). A pesquisa foi realizada em Clinica Particular, com infra-estrutura montada para atendimento neurofuncional no que diz respeito a materiais de apoio e acessibilidade. O estudo de caráter experimental comparativo foi realizado em duas etapas com a mesma amostra. A intervenção fisioterapêutica totalizou 30 atendimentos que foram divididos em 2 etapas com 15 atendimentos cada, assim estruturadas: a primeira etapa ocorreu em 3 semanas com manuseios para alongamentos, fortalecimentos e recrutamento musculares adequados do membro superior parético, utilizando se de movimentos ativos e ativo assistidos sem o uso do espelho , e a 2 etapa realizada seguindo o mesmo protocolo, porem, com a imagem corporal sempre sendo projetada em espelho durante toda a 5 intervenção. Para tanto, foram elaborados 4 manuseios considerando objetivo do aprendizado motor através da intervenção para a melhora do controle motor, com 2 series de 12 repetições para cada manuseio em sessões de 50 minutos. Esta mesma conduta foi aplicada nas 30 sessões. Entre as duas etapas de intervenção houve o mesmo período de 3 semanas de pausa sem qualquer método de tratamento, para a verificação da retenção dos ganhos motores conseguidos. Para o processo de avaliação foi aplicada a os itens 4,5 e 6 da escala MAS ( Motor Assessment Scale) para a detecção do nível motor do membro superior parético, a escala FIM (Medida de independência funcional) para a avaliação do nível funcional e goniometria ativa dos movimentos de abdução, flexão e adução horizontal de ombro, flexão e extensão de cotovelo e extensão, desvio ulnar e desvio radial do punho. Esta sequencia de avaliação foi realizada no inicio e no fim de cada etapa totalizando 4 avaliações. A aplicação da FIM serviu para avaliar 18 categorias pontuadas entre 1 e 7 e classificá-las de acordo com o nível de independência do indivíduo. A graduação mínima obtida na escala é de 18 pontos (dependência completa) e 126 pontos (máxima independência). A aplicação da MAS avaliou 3 categorias relacionado ao membro superior parético pontuadas entre 0 e 6 que classifica quanto à execução do movimento. A graduação mínima obtida na escala é de 0 (não realiza o movimento) segundo os critériosdesta escala e 18 (realiza todos os movimentos propostos). Para a goniometria, utilizou-se o goniômetro. RESULTADOS A tabela 1 mostra os resultados apresentados na goniometria. Na primeira etapa pôde se observar melhora na flexão de ombro e cotovelo assim como também na extensão de punho de forma discreta. Percebe-se nestes resultados, que para a flexão de ombro, o processo de intervenção fisioterapêutica e facilitação motora surtiu efeito sem demonstrar sobreposição do uso ou não do espelho. Já para flexão de cotovelo os resultados mostram um aumento significativo após a intervenção associada a imagem corporal projetada em espelho mostrando um ganho de 35,86% ao fim da primeira etapa, e de 52,41 após a intervenção com o espelho. O mesmo ocorreu com a extensão de punho, 6 porém, em menor escala (7,14% de melhora angular) apresentando algum ganho somente após a intervenção com o espelho. Estes resultados percentuais foram calculados considerando as angulações da biomecânica normal de acordo com (12). Após aplicação da FIM, percebemos que o nível de independência funcional melhorou significativamente como demonstrado no gráfico 1. Percebe se assim uma melhora de 15,07% no nível funcional após a intervenção com espelho, contra 1,58% após a intervenção convencional. O paciente relatou que determinadas atividades funcionais, antes realizadas com muito esforço e intenso gasto energético, tornaram-se mais facilitadas após a proposta de tratamento, deste estudo. Relatou ainda que após permanecer por inúmeras horas na posição em pé, realizando determinadas atividades cotidianas, não apresentara mais o quadro de fadiga antes referido com freqüência. Ao levantar-se tinha mais força no braço para subir, ao movimentar-se na cama não precisava mais jogar o braço, para colocar a camisa e para vestir a calça conseguia segurar a perna sem deixa-lá descer, dentre outros. Tabela 1: Avaliação por goniometria da amplitude de movimento do ombro, cotovelo e punho. Ombro 1º dia de atendimento Inicio 1º etapa 15º dia de atendimento fim 1º etapa 31º dia de atendimento Inicio 2ºetapa 45º dia de atendimento Fim 2º etapa Abdução 0º 0º 0º 0º Flexão 0º 40º 40º 40º Adução horizontal 0º 0º 0º 0º Cotovelo Flexão 0º 52º 52º 128º Extensão 20º 20º 20º 10º Punho Extensão 0º 0º 0º 5º Desv. Ulnar 0º 0º 0º 0º Desv. Radial 0º 0º 0º 0º 7 100 102102 121 0 18 36 54 72 90 108 126 Sem o uso do espelho 1º etapa Com o uso do espelho 2º etapa Po n tu aç ão Gráfico 1: Resultado da Medida de Independência Funcional (FIM) DISCUSSÃO Segundo Gomes; Costa Bezerra e Oliveira (2006) (4,5), após um AVE, a manutenção da posição, o ajuste postural para executar movimentos voluntários (marcha) e as reações de equilíbrio tornam-se reduzidos e a capacidade do paciente em executar atividades diárias é afetada. A fraqueza muscular, ou tônus muscular anormal no tronco, leva a padrões de alinhamento atípico no tronco, cintura escapular e pélvica, criando uma posição inicial atípica para o movimento funcional. Esses fatores interferem nos padrões de ativação muscular e limita a transferência de peso entre as extremidades. Como muitas das tarefas diárias dependem desta habilidade (por ex. colocar as meias, entrar e sair do banheiro e atividades domesticas), o reconhecimento e o tratamento dos déficits de simetria e transferência constituem um importante aspecto da reabilitação. (4,5). Os achados deste estudo corroboram para o comentário destes autores, pois, mesmo não havendo melhora na escala de evolução motora do membro superior parético (MAS), dado este justificado pela probabilidade de alto grau de especificidade desta escala, ainda sim, devido a intervenção centrada no tronco e membro superior, houve melhora bem satisfatória nos itens da escala de verificação do nível independência funcional (FIM). Este resultado nos leva ao raciocínio da importância do alinhamento do tronco através do aumento de força da musculatura proximal estabilizadora do membro superior parético, diminuindo a sensação do 8 “membro pesado” facilitando as transferências de peso para os movimentos funcionais acontecerem. Ainda reforçando esta idéia, Hamill e Knutzen (1999) (13), descrevem que o tronco é o maior segmento do corpo e tem um papel essencial na função dos membros superiores e inferiores já que seu posicionamento pode alterar significativamente a função destes membros. O complexo do ombro tem varias articulações e cada uma contribui para o movimento do braço através de ações coordenadas com estruturas bem estabilizadas. Ressaltam ainda que, é importante manter a força e flexibilidade da musculatura que cerca o complexo do ombro já que este depende consideravelmente do suporte da musculatura e tecidos moles para sua estabilização e uma vez que o movimento do antebraço, gerado nas articulações do cotovelo ou radioulnares, confia ao ombro a aplicação de força para o controle da colocação da mão no espaço. A combinação dos movimentos do cotovelo e radioulnar nos dá a capacidade de posicionar nossa mão em centenas de milhares de posições diferentes nos dando tremenda versatilidade e independência funcional (13). A melhora expressiva da angulação de movimento de flexão de cotovelo que o paciente deste estudo apresentou, vai de encontro com esta idéia, onde a melhora funcional constatada na escala FIM deveu-se a melhora da estabilidade da articulação do ombro e tronco superior permitindo maior controle de flexão e extensão do cotovelo, necessários para as atividades funcionais do membro superior parético. Resultados similares foram descritos por Altschuler et al. (1999) (11) , que realizou a terapia dos espelhos por quatro semanas, observando a melhora da amplitude de movimento, velocidade e precisão dos movimentos de membro superior na amostra estudada. Da mesma forma, Ramachandran (1999) (11) através de um estudo com espelhos comprovou que, utilizando-se a perspectiva externa (o estímulo visual) associada à prática física, é possível modificar o desempenho de uma tarefa motora. E afirmou também que essa alteração está associada a mudanças fisiológicas e plásticas em nível cerebral . É importante ressaltar que de acordo com Soriano e Baraldi (2010), A FIM é um instrumento que avalia a independência funcional e esta escala foi à segunda ferramenta mais frequente, aparecendo em oito estudos, sendo utilizada como: medida de independência funcional, referência na validação de novos instrumentos avaliativos e teste de eficiência de técnicas terapêuticas. Todos os autores parecem concordar que esse instrumento tem boa equivalência cultural em sua versão brasileira e boa reprodutibilidade, atendendo aos critérios de confiabilidade, validade, precisão, 9 praticidade e facilidade. Sendo assim, fica aqui demonstrado a importância dos achados deste estudo quanto a evolução satisfatória que o indivíduo deste estudo apresentou nos resultados desta escala (14). CONCLUSÃO O Tratamento do paciente em frente ao espelho é de grande importância tanto para o fisioterapeuta quanto para o paciente, pois, o individuo visualiza seu movimento e tenta antecipar-se as compensações ou movimentos incoordenados que possam ser gerados, enquanto o terapeuta utiliza-se de mais uma ferramenta de feedback extrínseco possibilitando o conhecimento de resultado pelo próprio paciente. Este processo torna- se importante uma vez que permite a detecção do erro e ajuste independente sem a interferência do fisioterapeuta. Sendo assim, há melhora no ajuste e planejamento das tarefas a serem executadas, proporcionando mais efetividade nas respostas motoras frente ao trabalho fisioterapêuticoque lhe foi oferecido. Isto irá influenciar satisfatoriamente nos processos plásticos do sistema nervoso promovendo melhor reorganização da rede neural rumo ao aprendizado motor e conseqüente recrutamento muscular em sinergia funcional. REFERÊNCIAS 1. DARCY, A. UMPHERED, D. Reabilitação Neurológica. 4º Ed Manole, Barueri-SP, 2004. 2. Torriani C; Queiroz SS. Cyrillo FN; Monterio CBM; Fernades S; Padoan BB; Correa LCB; Coelho CG; Gama DM; Pereira DP; Relvas FR. Correlação entre transferência de peso sentado e alteração sensorial em região glútea em pacientes hemiplégicos/paréticos. Revista Neurociências, 2005; 13 (3). 3. Mazola D; Polese JC; Schu RC; Oliveira SG. Perfil dos pacientes acometidos por acidente vascular encefálico assistidos na clinica de fisioterapia neurológica da universidade de passo fundo. RBPS, 2007; 20 (1): 22-27. 4. Gomes BM; Nardoni GCG; Lopes PG; Godoy E. O efeito da técnica de reeducação postural global em um paciente com hemiparesia após acidente vascular encefálico. Acta fisiatr. 2006; 13 (2): 103-108. 5. Costa MCF; Bezerra PP; Oliveira APR. Impacto da hemiparesia na simetria e na transferência de peso: repercussões no desempenho funcional. Rev Neurocienc. 2006; 14 (2): 010-013. 10 6. Avila MA. Analise da atividade elétrica e do torque da musculatura abdutora do ombro em sujeitos hemiparéticos crônicos. São Carlos, 2010. Dissertação (Mestrado em Fisioterapia na área de concentração Processos de avaliação e Intervenção em Fisioterapia do Sistema Músculo Esquelético), Universidade Federal de São Carlos. 7. Teixeira INDO. O envelhecimento cortical e a reorganização neural após o acidente vascular encefálico (AVE): implicações para a reabilitação. Ciência & Saúde Coletiva, 2008; 13 (2): 2171-2178. 8. Moraes GFS; Nascimento LR; Gloria AE; Salmela LFT; Paiva CMR; Lopes TAT; Pereira SC; Oliveira, DMG; Souza AC; Oliveira ESG. A influência do fortalecimento muscular no desempenho motor do membro superior parético de indivíduos acometidos por Acidente Vascular Encefálico. Acta fisiatr, 2008; 15 (4): 245-248. 9. Leone AP; Amedi A; Fregni F; Merabet LB. Plasticidade do córtex cerabral Humano. The Plastic Human Brain Córtex Annual Review of Neuroscience, 2005; 28 : 377-401. 10. Tripoli F; Moreira SF; Oberg TD; Lima NMFV. Tarefas orientadas e biofeedback: efeitos na transferência de peso em hemiparéticos. Acta fisiatr. 2008; 15 (4): 220-224. 11. Altshuler EL; Wisdom SB; Stone L; Foster C; Galasko D; Mark D; Llewllyn E; Ramachandran VS. Rehabilitation of hemiparesis after stroke with a mirror. The Lancet. 1999; 353. 12. CIPRIANO, J.J. Manual fotográfico de testes Ortopédicos e Neurológicos. 4º Ed Manole, Barueri-SP, 2005. 13. HAMILL, J. KNUTZEN, K.M. Bases da Biomecânica do Movimento Humano. 1º Ed Manole, Barueri-SP, 1999. 14. Soriano FFS; Baraldi K. Escalas de avaliação funcional aplicáveis a pacientes pós- acidente vascular encefálico. Conscientia e Saúde. 2010; 9 (3): 523-30. APÊNDICE A TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Você está sendo convidado (a) a participar, como voluntário (a), da pesquisa – FISIOTERAPIA POR MOVIMENTO ORIENTADO COM IMAGEM CORPORAL PROJETADA EM ESPELHO, PARA A PROMOÇÃO DA EVOLUÇÃO MOTORA DO PACIENTE HEMIPARÉTICO ADULTO, no caso de você concordar em participar, favor assinar ao final do documento. Sua participação não é obrigatória, e, a qualquer momento, você poderá desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador (a) ou com a instituição. Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e endereço do pesquisador (a) principal, podendo tirar dúvidas do projeto e de sua participação. TÍTULO DA PESQUISA: Fisioterapia por movimento orientado com imagem corporal projetada em espelho, para a promoção da evolução motora do paciente hemiparético adulto. PESQUISADOR (A) RESPONSÁVEL: Marcia Cristina Dias Borges. ENDEREÇO: Rua Ignácio Sotto Maior, 696 – Vila Yolanda, Foz do Iguaçu, PR. TELEFONE: (45) 3572-2752. PESQUISADORES PARTICIPANTES: Giovanni Garbelotti Rispoli de Oliveira. PATROCINADOR: Faculdade União das Américas. OBJETIVO: Verificar a eficácia da projeção da imagem corporal em espelho, durante as intervenções fisioterapêuticas, para a evolução motora do membro superior de pacientes hemiparéticos adultos por sequela de AVE. JUSTIFICATIVA: Através deste estudo, buscamos descobrir qual tratamento será o mais eficaz no processo reaprendizagem motora de pacientes com seqüela de VAE em membro superior, propondo o tratamento através de duas intervenções, com a utilização do espelho e a outra sem o feedback visual para reajustes posturais. PROCEDIMENTOS DO ESTUDO: Ao concordar em participar da pesquisa, o pesquisador colaboradora irá orientá-lo (a) sobre as técnicas de tratamento que serão utilizados na pesquisa, bem como propor os horários dos dias que serão realizados os atendimentos, da melhor forma possível. O resultado será apresentado de forma estatística, no trabalho de conclusão de curso para a graduação em Fisioterapia da Faculdade União das Américas, podendo incluir também a apresentação desta pesquisa em qualquer meio de divulgação cientifica, mantendo em total sigilo o anonimato dos participantes.Sua apresentação será para banca examinadora composta por docentes da Faculdade União das Américas em Dezembro como pré requisito para a obtenção do diploma de fisioterapeuta. TERMO DE GUARDA DE DOCUMENTO: Os pesquisadores se comprometem a manter os dados coletados armazenados em arquivos por 5 anos, juntamente com os demais documentos analisados pelo Comitê de Ética em Pesquisa. RISCOS E DESCONFORTOS: A pesquisa oferece riscos como algum grau de fadiga muscular, desconforto após a realização da atividade aos participantes, mesmo que todas as técnicas e materiais que serão aplicados e utilizados para a obtenção de resultados já foram estudados, comprovados e divulgados cientificamente. Como benefícios, esta pesquisa poderá fornecer informações importantes para direcionar adequadamente o processo de intervenção fisioterapeutica em busca da melhora na qualidade de vida de indivíduos acometidos por danos ao SNC melhorando seu nível de participação. O método em testagem será apenas a associação de feedback visual por espelho, juntamente com o processo fisioterapeutico convencional que já é empregado como processo facilitador da reabilitação. BENEFÍCIOS: A participação no estudo é voluntária, podendo trazer benefícios aos participantes e profissionais envolvidos, bem como aqueles que buscam desenvolver a área de pesquisa em prol do ganho de qualidade de vida da população. CUSTO/REEMBOLSO PARA O PARTICIPANTE: Não haverá nenhum gasto com sua participação. Você também não receberá nenhum pagamento com a sua participação. CONFIDENCIALIDADE DA PESQUISA: Você terá total garantia de sigilo e privacidade quanto a sua identidade e local de trabalho, esses dados não serão divulgados. Assinatura do Pesquisador Responsável: _____________________________________ Eu, NOME DO VOLUNTÁRIO (A), declaro que li as informações contidas nesse documento, fui devidamente informado(a) pelo pesquisador(a) – GIOVANNI GARBELOTTI RISPOLI DE OLIVEIRA – da coleta de informações que será realizada, riscos e desconfortos, benefícios, custo/reembolso dos participantes, confidencialidade da pesquisa, concordando ainda em participar da pesquisa. Foi-me garantido que posso retirar o consentimento a qualquer momento. Declaro ainda que recebi uma cópia desse Termo de Consentimento. Poderei consultar o pesquisador responsável (acima identificado) ou a Faculdade União dasAméricas (UNIAMÉRICA), com endereço na Av.Tarquinio Joslin dos Santos, 1000, Jardim Universitário, CEP 85870-901, Fone: (45) 2105-9000, no e-mail: Fisio_mc@hotmail.com ou no Fone: (45) 3572-2752, sempre que entender necessário obter informações ou esclarecimentos sobre o projeto de pesquisa e minha participação no mesmo. Os resultados obtidos durante este estudo serão mantidos em sigilo, mas concordo que sejam divulgados em publicações científicas, desde que meus dados pessoais não sejam mencionados. LOCAL E DATA: Foz do Iguaçu, data, 2011. NOME E ASSINATURA DO SUJEITO OU RESPONSÁVEL (menor de 21 anos): _______________________ ______________________ (Nome por extenso) (Assinatura) Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar. Testemunhas (não ligadas à equipe de pesquisadores): Nome:_________________________________Assinatura:______________________ Nome: ________________________________Assinatura:_______________________ APÊNDICE B Questionário de Identificação Nome: ______________________________________________________ Data Nascimento: ___/___/______ Idade: __________ Sexo: ( ) F ( ) M Profissão: ______________________ Tele:__________________________________ End:__________________________________________________________________ 1- Hemiplegia: D ( ) ou E ( ). 2- AVE: ( ) Isquêmico ou ( ) Hemorrágico. 3- Hemiplegia Aguda ou Crônica? Quanto tempo:____________________________. 4- Tem cognição: S ( ) ou N( ). 5- Marcha: S ( ) ou N ( ). 6- Afásico: S ( ) ou N ( ). APENDICE C Eu Mauricia Cristina de Lima, Coordenadora do curso de Fisioterapia da Faculdade União das Américas, autorizo a realização da Pesquisa intitulada ‘‘FISIOTERAPIA POR MOVIMENTO ORIENTADO COM IMAGEM CORPORAL PROJETADA EM ESPELHO, PARA A PROMOÇÃO DA EVOLUÇÃO MOTORA DO MEMBRO SUPERIOR DO PACIENTE HEMIPARÉTICO ADULTO’’que tem por objetivo Verificar a eficácia da projeção da imagem corporal em espelho, durante as intervenções fisioterapêuticas, para a evolução motora do membro superior de pacientes hemiparéticos adultos por sequela de AVE. Estou ciente de que a pesquisa será realizada sob a responsabilidade de MARCIA CRISTINA DIAS BORGES, e concordo que a mesma seja realizada no período de 04/07/2011 á 26/08/2011. Atenciosamente, ___________________________________________________ Nome, assinatura e carimbo do Responsável pela Instituição ANEXOS ANEXO A MOTOR ASSESSMENT SCALE Escala de Avaliação Motora (MAS) (Carr et al, 1985) Critérios para pontuação 1) Supino para decúbito lateral sobre o lado intacto 1. Passa sozinho para o decúbito lateral. (A posição inicial deve ser em supino, joelhos estendidos. Paciente se puxa para decúbito lateral com o braço intacto e move a perna afetada com a perna intacta.) 2. Cruza a perna ativamente e a metade inferior do corpo acompanha. (Posição inicial como descrita acima. Braço é deixado atrás.) 3. O braço afetado cruza o corpo levantado pelo braço intacto. A perna afetada movimenta- se ativamente e o corpo acompanha em bloco. (Posição inicial como descrita acima.) 4. O braço afetado cruza o corpo ativamente e o resto do corpo acompanha em bloco. (Posição inicial como acima.) 5. Movimenta o braço e a perna afetados e rola para o lado, mas se desequilibra para frente. (Posição inicial como descrita acima. Ombro protrai-se e braço flexiona-se para frente.) 6. Rola para o lado em 3 segundos. (Posição inicial como descrita acima. Não pode usar as mãos.) 2) Supino para sentado na lateral da cama 1. Decúbito lateral, levanta a cabeça para o lado mas não consegue sentar-se. (Paciente ajudado a deitar-se de lado) 2. Passa de decúbito lateral para sentado na lateral da cama. (Terapeuta ajuda o paciente no movimento. O paciente controla a posição da cabeça o tempo todo.) 3. Passa de decúbito lateral para sentado na lateral da cama. (Com supervisão -ver apêndice 2- Guiando as pernas do paciente para fora da cama.) 4. Passa de decúbito lateral para sentado na borda lateral da cama. (Sem supervisão) 5. Passa de supino para sentado na borda lateral da cama. (Sem supervisão) 6. Passa de supino para sentado na borda lateral da cama em 10 segundos. (Sem supervisão) 3) Equilíbrio sentado 1. Senta-se somente com apoio. (Terapeuta pode dar assistência ao paciente para sentar- se.) 2. Senta-se sem apoio por 10 segundos. (Sem apoio, joelhos e pés juntos, pés podem estar apoiados no chão.) 3. Senta-se ereto sem apoio com o peso distribuído uniformemente. (O peso deve estar à frente do quadril, cabeça e coluna vertebral torácica estendida, peso distribuído igualmente em ambos os lados.) 4. Senta-se sem apoio, vira a cabeça e o tronco para olhar para trás. (Pés apoiados e juntos no chão. Não é permitido abduzir as pernas ou movimentar os pés. As mãos devem repousar nas coxas e não é permitido que as mãos se movam para a maca.) 5. Senta-se sem apoio, inclina-se para frente até tocar o chão e volta à posição inicial. (Pés apoiados no chão. Não é permitido que o paciente se apóie. Pernas e pés não podem se movimentar, mas o braço afetado pode ser seguro. A mão deve tocar o chão no mínimo 10 cm à frente dos pés.) 6. Senta-se em um tamborete sem apoio, inclina-se lateralmente até tocar o chão e volta à posição inicial. (Pés apoiados no chão. Não é permitido que o paciente se apóie. Pernas e pés não podem se movimentar, mas o braço afetado pode ser seguro. O paciente deve tocar o chão ao lado, e não à frente.) 4) Função de membro superior 1. Deitado, protrai a cintura escapular com o braço elevado. (Terapeuta posiciona o braço na posição e o apóia com o cotovelo em extensão.) 2. Deitado, mantém o braço elevado com extensão do cotovelo por 2 segundos. (Fisioterapeuta deve colocar o braço na posição e o paciente deve manter a posição com alguma rotação externa. O cotovelo deve se manter a pelo menos 20º da extensão completa.) 3. Flexão e extensão do cotovelo para levar a palma da mão à testa. O braço deve estar como no item 2. (Terapeuta pode auxiliar na supinação do antebraço.) 4. Sentado, mantém o braço estendido em flexão anterior de ombro a 90 graus por 2 segundos. (Terapeuta deve colocar o braço na posição e o paciente deve mantê-la com alguma rotação externa de ombro e extensão do cotovelo. Não permitir a excessiva elevação de ombro.) 5. Sentado, o paciente eleva o braço para a posição descrita acima, o mantém aí por 10 segundos, e então o abaixa. (O paciente deve manter a posição com alguma rotação externa de ombro. Não permitir pronação.) 6. De pé, mão contra a parede. Manter a posição do braço enquanto vira o corpo em direção à parede. (Braço abduzido a 90º com a palma da mão espalmada contra a parede.) 5) Movimentos da mão 1. Sentado, extensão do punho. (Terapeuta deve colocar o paciente sentado à frente de uma mesa com o antebraço apoiado sobre esta. O terapeuta coloca um objeto cilíndrico na palma da mão do paciente.O paciente é solicitado a levantar o objeto da mesa estendendo o punho. Não permitir flexão do cotovelo.) 2. Sentado, desvio radial do punho. (Terapeuta deve colocar o antebraço em posição neutra de prono-supinação, ou seja, apoiado sobre o lado ulnar, polegar alinhado com o antebraço e o punho em extensão, dedos em torno de um objeto cilíndrico. O paciente é solicitado a levantar a mão da mesa. Não permitir flexão do cotovelo ou pronação.) 3. Sentado, cotovelo ao lado do corpo, pronação e supinação. (Cotovelo sem apoio e em 90 graus de flexão. Três quartos da amplitude são aceitáveis.) 4. Alcançar à frente, pegar uma bola grande de 14 cm de diâmetro com ambas as mãos e colocá-la de volta. (A bola deve estar distante o suficiente à frente do paciente para que ele tenha que estender os braços completamente para alcançá-la. Os ombros devem estar protraídos, os cotovelos estendidos, punhos em neutro ou estendidos. Palmas das mãos devem se manter em contato com a bola.) 5. Levantar um copo de poliestireno da mesa e colocá-lo de volta à mesa do outro lado do corpo. (Não permitir alteração no formato do copo.) 6. Oposição contínua do polegar a cada dedo mais que 14 vezes em 10 segundos. (Um dedo de cada vez bate no polegar, começando pelo indicador. Não permitir que o polegar deslize de um dedo ao outro, ou vá para trás.) 6) Atividades avançadas da mão 1. Eleva a tampa de uma caneta e a coloca sobre a mesa novamente. (O paciente estende o braço à frente, levanta a tampa de uma caneta e a solta sobre a mesa próxima ao corpo.) 2. Pega uma balinha de goma de uma xícara e a coloca em outra. (Uma xícara de chá contendo 8 balinhas. Ambas as xícaras devem estar na distância dos braços estendidos. A mão esquerda retira a balinha da xícara à direita e a põe na xícara à esquerda.) 3. Desenha linhas horizontais entre duas linhas verticais 10 vezes em 20 segundos. (No mínimo 5 linhas devem tocar e parar na linha vertical.) 4. Segurando um lápis, rapidamente faz pontos consecutivos em uma folha de papel. (O paciente tem que fazer no mínimo dois pontos por segundo durante 5 segundos. O paciente pega e posiciona o lápis sem ajuda. O lápis deve ser seguro como se fosse escrever. O paciente deve fazer pontos, e não traços.) 5. Leva uma colher de sobremesa com água à boca. (Não é permitido abaixar a cabeça em direção à colher. Não é permitido derramar a água.) 6. Segura um pente e penteia o cabelo na região posterior da cabeça.) MOTOR ASSESSMENT SCALE (MAS) (Escala de Avaliação Motora) NOME: _________________________________________________________________________ DATA: _______ / _______ / _______ . FOLHA DE REGISTRO DOS MOVIMENTOS PONTUAÇÃO 0 1 2 3 4 5 6 ITEM 1 ITEM 2 ITEM 3 ITEM 4 ITEM 5 ITEM 6 ITEM 7 ITEM 8 ITEM 9 DATA: _______ / _______ / _______ . PONTUAÇÃO 0 1 2 3 4 5 6 ITEM 1 ITEM 2 ITEM 3 ITEM 4 ITEM 5 ITEM 6 ITEM 7 ITEM 8 ITEM 9 Regras Gerais para administração da MAS 1. O teste deve ser executado preferencialmente em uma sala tranqüila ou isolada por cortinas. 2. O teste deve ser realizado com o paciente maximamente alerta. Por exemplo, não quando ele(a) está sob influência de drogas sedativas ou hipnóticas. Deve-se anotar caso o teste seja feito sob alguma destas medicações. 3. O paciente deve estar vestido apropriadamente, com mangas dobradas e sem sapatos e meias. Itens 1 a 3 inclusive podem ser testados com o paciente em trajes de dormir. 4. Cada item é anotado numa escala de 0 a 6. 5. Todos os itens devem ser realizados independentemente pelo paciente, exceto quando mencionado em contrário. “Com supervisão” significa que o terapeuta deve permanecer próximo ao paciente e pode dá-lo apoio, mas não pode ajudá-lo ativamente. 6. Itens 1 a 8 são avaliados de acordo com as respostas do paciente a instruções específicas. Tônus geral, item 9, é anotado a partir de observações contínuas e manipulação ao longo de toda a avaliação. 7. A pontuação é anotada na melhor performance do paciente. Repetir três vezes exceto quando existir outra instrução especificada. 8. Uma vez que a melhor performance é a considerada, o terapeuta deve, de forma geral, encorajar o paciente, no entanto sem dar retorno específico sobre se a resposta do paciente está certa ou errada. Sensibilidade para com o paciente é necessária para permitir que ele produza sua melhor performance. 9. As instruções devem ser repetidas e demonstrações devem ser dadas ao paciente, se necessário. 10. A ordem de administração dos itens 1 a 9 pode ser variada conforme a conveniência. 11. Se o paciente tornar-se emocionalmente lábil durante o teste, o fisioterapeuta deve esperar 15 segundos antes de tentar os seguintes procedimentos: 1. Solicitar ao paciente que feche a boca e respire profundamente; 2. Segurar a mandíbula do paciente fechada e pedir que pare de chorar. Se o paciente não conseguir controlar seu comportamento, o examinador deve parar o teste, e reavaliar o item em teste e os ainda não avaliados em um momento mais adequado. 12. Se a performance é pontuada diferentemente no lado esquerdo e no lado direito, o fisioterapeuta deve indicar esta diferença com um D (direita) e um E (esquerda). 13. O paciente deve ser informado quando estiver sendo cronometrado. 14. Será necessário o seguinte equipamento: uma maca baixa e larga; um cronômetro; um copo de poliestireno; oito balinhas de goma; duas xícaras de chá; uma bola de borracha de aproximadamente 14 cm de diâmetro; um tamborete; um pente; uma tampa de caneta; uma mesa; uma colher de sobremesa e água; uma caneta; uma folha de papel preparada para desenhar linhas; e um objeto cilíndrico tal como uma jarra. ANEXO B ESCALA FIM (Medida de Independência Funcional) AUTO – CUIDADOS A - ALIMENTAÇÃO B - HIGIENE PESSOAL C - BANHO (LAVAR O CORPO) D - VESTIR METADE SUPERIOR E - VESTIR METADE INFERIOR F - UTILIZAÇÃO DO VASO SANITÁRIO CONTROLE DOS ESFÍNCTERES G - CONTROLE DA URINA H - CONTROLE DAS FEZES MOBILIDADE TRANSFERÊNCIAS I - LEITO, CADEIRA. CADEIRA DE RODAS J - VASO SANITÁRIO K - BANHEIRA, CHUVEIRO LOCOMOÇÃO L - MARCHA / CADEIRA DE RODAS M - ESCADAS COMUNICAÇÃO N - COMPREENSÃO A - EXPRESSÃO COMUNICAÇÃO SOCIAL P - INTERAÇÃO SOCIAL Q - RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS R - MEMÓRIA TOTAL Pontuação 1 Pontuação 2 Níveis SEM AJUDA 7 - INDEPENDÊNCIA COMPLETA (EM SEGURANÇA, EM TEMPO NORMAL) 6 - INDEPENDÊNCIA MODIFICADA (AJUDA TÉCNICA) DEPENDÊNCIA MODIFICADA AJUDA 5 - SUPERVISÃO 4 - AJUDA MÍNIMA (INDIVÍDUO > = 75%) 3 - AJUDA MODERADA (INDIVÍDUO > = 50%) 2 - AJUDA MÁXIMA (INDIVÍDUO > = 25%) 1 - AJUDA TOTAL (INDIVÍDUO > = 0%) Pontuação varia de 18 a 126, com dois domínios motor e cognitivo. Fonte: CARVALHO,T.B.; RELVAS, P.C.A.; ROSA, S.F. Instrumentos de avaliação da função motora para indivíduos com lesão encefálica adquirida. Rev Neurocienc. v. 16, n. 2, p.137-143, 2008. ANEXO C Normas para a publicação do Artigo na RFP - Revista Fisioterapia e Pesquisa ESCOPO E POLITICA Processo de julgamento Todo manuscrito enviado para FISIOTERAPIA E PESQUISA é examinado pelo Conselho Editorial, para consideração de sua adequaçãoàs normas e à política editorial da Revista. Os manuscritos que não estiverem de acordo com estas normas serão devolvidos aos autores para adequação antes de serem submetidos à apreciação dos pares. Em seguida, o manuscrito é apreciado por dois pareceristas de reconhecida competência na temática abordada, garantindo-se o anonimato de autores e pareceristas. Dependendo dos pareceres recebidos, os autores podem ser solicitados a fazer ajustes (no prazo de um mês), que serão examinados para aceitação. Uma vez aceito, o manuscrito é submetido à edição de texto, podendo ocorrer nova solicitação de ajustes formais û nesse caso, os autores têm o prazo máximo de duas semanas para efetuá-los. O não-cumprimento dos prazos de ajuste será considerado desistência, sendo o artigo retirado da pauta da Revista. Os manuscritos aprovados são publicados de acordo com a ordem cronológica do aceite na secretaria da Revista. Responsabilidade e ética O conteúdo e as opiniões expressas são de inteira responsabilidade de seus autores. Artigos de pesquisa envolvendo sujeitos humanos devem indicar, na seção Metodologia, sua expressa concordância com os padrões éticos e com o devido consentimento livre e esclarecido dos participantes (de acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, que trata do Código de Ética para Pesquisa em Seres Humanos). As pesquisas com humanos devem trazer na folha de rosto o número do parecer de aprovação pela respectiva Comissão de Ética em Pesquisa, que deve estar registrada no Conselho Nacional de Saúde. Estudos envolvendo animais devem explicitar o acordo com os princípios éticos internacionais e instruções nacionais (Leis 6638/79, 9605/98, Decreto 24665/34) que regulamentam pesquisas com animais. A menção a instrumentos, materiais ou substâncias de propriedade privada deve ser acompanhada da indicação de seus fabricantes. A reprodução de imagens ou outros elementos de autoria de terceiros, que já tiverem sido publicados, deve vir acompanhada da autorização de reprodução pelos detentores dos direitos autorais; se não acompanhados dessa indicação, tais elementos serão considerados originais do/s autor/es do manuscrito. Preparação dos manuscritos 1 Apresentação O texto deve ser digitado em processador de texto Word ou compatível, em tamanho A4, com espaçamento de linhas e tamanho de letra que permitam plena legibilidade. O texto completo, incluindo páginas de rosto e de referências, tabelas e legendas de figuras, deve conter no máximo 25 mil caracteres com espaços. 2 A página de rosto deve conter: a) título do trabalho (preciso e conciso) e sua versão para o inglês; b) título condensado (máximo de 50 caracteres) c) nome completo dos autores, com números sobrescritos remetendo à afiliação institucional e vínculo; d) instituição que sediou, ou em que foi desenvolvido o estudo, (curso, laboratório, departamento, hospital, clínica etc.), faculdade, universidade, cidade, estado e país; e) afiliação institucional dos autores (com respectivos números sobrescritos); no caso de docência, informar título; se em instituição diferente da que sediou o estudo, fornecer informação completa, como em “d)”; no caso de não-inserção institucional atual, indicar área de formação e eventual título (a Revista não indica em quê nem em qual instituição o título foi obtido); d) endereços postal e eletrônico do autor principal; e) indicação de órgão financiador de parte ou todo o estudo, se for o caso; f) indicação de eventual apresentação em evento científico; g) no caso de estudos com seres humanos, indicação do parecer de aprovação pelo comitê de ética; no caso de ensaio clínico, o número de registro internacional. 3 Resumo, abstract, descritores e key words A segunda página deve conter os resumos do conteúdo em português e inglês. Recomenda-se seguir a norma NBR-68, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) para redação e apresentação dos resumos: quanto à extensão, com o máximo de 1.500 caracteres com espaços (cerca de 240 palavras), em um único parágrafo; quanto ao conteúdo, seguindo a estrutura formal do texto, ou seja, indicando objetivo, procedimentos básicos, resultados mais importantes e principais conclusões; quanto à redação, buscar o máximo de precisão e concisão. O resumo e o abstract são seguidos, respectivamente, da lista de até cinco descritores e key words (sugere-se a consulta aos DeCS û Descritores em Ciências da Saúde da Biblioteca Virtual em Saúde do Lilacs (http://decs.bvs.br) e ao MeSH û Medical Subject Headings do Medline (www.nlm.nih.gov/mesh/ meshhome.html). 4 Estrutura do texto Sugere-se que os trabalhos sejam organizados mediante a seguinte estrutura formal: a) Introdução, estabelecendo o objetivo do artigo, justificando sua relevância frente ao estado atual em que se encontra o objeto investigado; b) em Metodologia, descrever em detalhe a seleção da amostra, os procedimentos e materiais utilizados, de modo a permitir a reprodução dos resultados, além dos métodos usados na análise estatística û lembrando que apoiar-se unicamente nos testes estatísticos (como no valor de p) pode levar a negligenciar importantes informações quantitativas; c) os Resultados são a sucinta exposição factual da observação, em seqüência lógica, em geral com apoio em tabelas e gráficos ûcuidando tanto para não remeter o leitor unicamente a estes quanto para não repetir no texto todos os dados dos elementos gráficos; d) na Discussão, comentar os achados mais importantes, discutindo os resultados alcançados comparando-os com os de estudos anteriores; e) a Conclusão sumariza as deduções lógicas e fundamentadas dos Resultados e Discussão. 5 Tabelas, gráficos, quadros, figuras, diagramas São considerados elementos gráficos. Só serão apreciados manuscritos contendo no máximo cinco desses elementos. Recomenda-se especial cuidado em sua seleção e pertinência, bem como rigor e precisão nos títulos. Note que os gráficos só se justificam para permitir rápida apreensão do comportamento de variáveis complexas, e não para ilustrar, por exemplo, diferença entre duas variáveis. Todos devem ser fornecidos no final do texto, mantendo-se neste marcas indicando os pontos de sua inserção ideal. As tabelas (títulos na parte superior) devem ser montadas no próprio processador de texto e numeradas (em arábicos) na ordem de menção no texto; decimais são separados por vírgula; eventuais abreviações devem ser explicitadas por extenso, em legenda. Figuras, gráficos, fotografias e diagramas trazem os títulos na parte inferior, devendo ser igualmente numerados (em arábicos) na ordem de inserção. Abreviações e outras informações vêm em legenda, a seguir ao título. 6 Remissões e referências bibliográficas Para as remissões no texto a obras de outros autores adota-se o sistema de numeração seqüencial, por ordem de menção no texto. Assim, a lista de referências ao final não vem em ordem alfabética. Visando adequar-se a padrões internacionais de indexação, para apresentação das referências a Revista adota a norma conhecida como de Vancouver, elaborada pelo Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas (www.icmje.org), também disponível em www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_ requirements.html. Alguns exemplos: Forattini OP. Ecologia, epidemiologia e sociedade. São Paulo: Edusp; 1992. Laurenti R. A medida das doenças. In: Forattini OP, editor. Epidemiologia geral. São Paulo: Artes Médicas; 1996. p.64-85. Simões MJS, Farache Filho A. Consumo de medicamentos em região do Estado de São Paulo (Brasil), 1988. Rev Saude Publica. 1988;32:71-8. Riera HS, Rubio TM, Ruiz FO, Ramos PC, Castillo DD, Hernandez TE, et al. Inspiratory muscle training in patients with COPD: effect on dyspneaand exercise performance. Chest. 2001;120:748û56. [nomear até seis autores antes de “et al”] Rocha JSY, Simões BJG, Guedes GLM. Assistência hospitalar como indicador da desigualdade social. Rev Saude Publica [periódico on-line] 1997 [citado 23 mar 1998];31(5). Disponível em: http://www.fsp.usp.br/ ~rsp. Correia FAS. Prevalência da sintomatologia nas disfunções da articulação temporomandibular e suas relações com idade, sexo e perdas dentais [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo; 1991. Sacco ICN, Costa PHL, Denadai RC, Amadio AC. Avaliação biomecânica de parâmetros antropométricos e dinâmicos durante a marcha em crianças obesas. In: VII Congresso Brasileiro de Biomecânica, Campinas, 28-30 maio 1997. Anais. Campinas: Ed. Unicamp; 1997. p.447-52. 7 Agradecimentos Quando pertinentes, dirigidos a pessoas ou instituições que contribuíram para a elaboração do trabalho, são apresentados ao final das referências. Envio de manuscritos Os manuscritos devem ser submetidos por via eletrônica pelo site www.mdpesquisa.com.br/FP. Ao submeter um manuscrito para publicação os autores devem enviar: - Declaração de responsabilidade, de conflitos de interesse e de autoria do conteúdo do artigo. Os autores devem declarar a existência ou não de eventuais conflitos de interesse (profissionais, financeiros e benefícios diretos e indiretos) que possam influenciar os resultados da pesquisa e a responsabilidade do(s) autor(es) pelo conteúdo do manuscrito. Ver modelo no site www.mdpesquisa.com.br/FP. - Declaração de transferência de direitos autorais (copyright) para Fisioterapia e Pesquisa, assinada por todos os autores, com os respectivos números de CPF, caso o artigo venha a ser aceito para publicação (modelo também no site acima). - No caso de ensaio clínico, informar o número de registro validado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE), cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: www.icmje.org/faq.html.
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