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COLEGIO MARISTA SÃO LUIS FICHA DE CONTEÚDO ARTE – 2º ANO EM Prof. Geysa Barlavento CUBISMO Entenda a lógica dos pintores cubistas. Para isso, um exercício rápido. Observe um objeto que está a sua frente, como o monitor do seu computador. Se você precisasse desenhá-lo mostrando todos os seus lados, inclusive a parte de trás e as laterais, como você faria? "Natureza morta", de Georges Braque. Observe agora o quadro de natureza morta ao lado. Aliás, para quem não sabe, natureza morta é um estilo de pintura muito recorrente na arte acadêmica do século 19. São aqueles quadros de vasos de flores, fruteiras, objetos inanimados em geral, muitas vezes sobre mesas. Pois agora, observe a imagem. Você consegue identificar o que está sobre a mesa? E onde está a mesa? Qual é a proporção entre os objetos? Lembra-se do exercício de desenhar todos os ângulos de um objeto? O artista fez isso? É possível identificar? Esse quadro está imitando a realidade? Isso é o cubismo! O movimento artístico que surgiu por volta de 1907 com Georges Braque e Pablo Picasso considerava a obra de arte um objeto real - ou seja, não apenas algo que imitava ou representava outra coisa. Com a geometrização das formas, foram abandonadas as noções tradicionais de perspectiva. Os artistas cubistas procuravam novas maneiras de retratar o que viam. Influenciados por Cézanne, passaram a valorizar as formas geométricas e a retratar os objetos como se eles estivessem partidos. Todas as partes de um objeto eram representadas num único plano, como se o artista visse vários ângulos do objeto ao mesmo tempo. Além da geometrização das formas e de abandonar a perspectiva, outras características importantes do cubismo são a perda do uso clássico de claro-escuro, a representação do volume colorido sobre superfícies planas o que faz o quadro passar a sensação de relevo, quase como uma escultura. INFLUÊNCIA DA CULTURA AFRO NO CUBISMO O Cubismo foi um dos principais, se não um dos mais comentados, estilos do Modernismo, das chamadas Vanguardas. Mas o que a “Arte Africana” tem a ver com isso? Pablo Picasso (1881-1973), um dos precursores do Cubismo começou a desenvolver o estilo a partir de visitas a uma exposição de Arte Africana, no Museu do Homem de Paris, em 1905. O trabalho exposto causou uma forte impressão no artista, especialmente as máscaras, o que fez com que ele procurasse retratá-las em suas pinturas. As máscaras, carregadas de significados sagrados, mas também pela simplificação das formas, tornaram-se referência para alguns artistas do Modernismo, em especial para Picasso, que, influenciado por elas, inaugurou uma nova fase da sua obra, o que alguns estudiosos denominam como protocubismo, um antecedente do cubismo, como podemos perceber nas imagens a seguir. Ao lado, uma máscara da cultura Fang, observamos a ideia de simplificação das formas, ou seja, quais elementos são necessários para a confecção de um rosto. Essa ideia foi muito importante no cubismo. Logo a seguir, na tela Les Demoiselle d'Avignon (1907), de Picasso, percebemos, nas duas figuras da direita a semelhança com as máscaras. Também, é possível notar que nas cores do quadro há a predominância de tons terrosos, outra forte referência às cores das máscaras africanas. O cubismo teve duas fases: analítica e sintética. "Mulher jovem", de Pablo Picasso. Cubismo analítico Nessa fase, os objetos e pessoas representadas quebram-se em muitas faces, decompõem-se. O artista procura a visão total da figura, examinando-a em todos os ângulos ao mesmo tempo. E devido à fragmentação excessiva dos objetos, tornou-se quase impossível a identificação das figuras. As cores eram poucas. Pretos, cinza, tons de marrom e ocre, a pintura era feita com diversos tons da mesma cor.Picasso e Braque são os pintores mais importantes desta fase. "Composição com vaso azul", de Fernand Léger(1918). Cubismo sintético A fase seguinte buscou recuperar um pouco as formas "identificáveis", com cores mais fortes e composições mais decorativas. Deu preferência às formas arredondadas e menos angulosas. Outra característica dessa fase do cubismo foi a utilização da colagem com a introdução de elementos no quadro, como letras, números, pedaços de jornal, vidros, madeira etc. Era uma alusão à presença real do objeto. Juan Gris e Fernand Legér são os pintores mais importantes dessa fase.
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