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Direito de família

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"(I) O tratamento (tractatus), a fama (reputatio) e o nome (nomen) são critérios para configuração da posse do estado de filho, sendo importante para ampliar as espécies de parentesco", PORQUE "(II) fundamenta a paternidade socioafetiva, que é reconhecida também como uma espécie de parentesco civil".
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
	A família é a base da sociedade (celula mater).
A qual princípio se refere a frase acima?
Princípio da função social da família (artigo 226, caput, CF).
"A principal função da família e a sua característca de meio para a realização dos nossos anseios e pretensões. Não é mais a família um fim em si mesmo (...) mas, sim, o meio social para a busca de nossa felicidade na relação com o outro" (Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho)
"A sociedade muda, a família se altera e o Direito deve acompanhar essas transformações" (TARTUCE)
	Conceito de Direito de Família (Maria Berenice Dias, 2015):
A expressão direito das famílias é a que melhor atende à necessidade de enlaçar, no seu âmbito de proteção, as famílias, todas elas, sem discriminação, tenha a formação que tiver.
	Conceito de Direito de Família (ROLF MADALENO):
O Direito de Família respeita ao conjunto de normas jurídicas que regulam as relações familiares, integra uma parte do Direito Civil, e, portanto, está em conformidade com o Direito Privado.
	Conceito de Direito de Família (TARTUCE, 2016):
Direito de Família pode ser conceituado como sendo o ramo do Direito Civil que tem como conteúdo o estudo dos seguintes institutos:
a) casamento; b) união estável; c) relações de parentesco; d) filiação; e) alimentos; f) bem de família; g) tutela, curatela e guarda; além da investigação das novas manifestações familiares.
	Conceito de casamento quanto à natureza jurídica para Maria Berenice Dias:
A ideia de negócio de direito de família seja a expressão que melhor sirva para diferenciar o casamento dos demais negócios de direito privado.
	Conceito de família (Carlos Roberto Gonçalves):
Lato sensu, o vocábulo família abrange todas as pessoas ligadas por vínculo de sangue e que procedem, portanto, de um tronco ancestral comum, bem como as unidas pela afinidade e pela adoção. Compreende os cônjuges e companheiros, os parentes e os afins.
	Conceito de família (DINIZ, M. H.):
Família é o grupo fechado de pessoas, composto dos pais e filhos, e, para efeitos limitados, de outros parentes, unidos pela convivência e afeto numa mesma economia e sob a mesma direção.
	Conceito de casamento quanto à natureza jurídica para Sílvio Venosa:
Daí afirmar-se que o casamento-ato é um negócio jurídico e o casamento-estado é uma instituição.
	Conceito de Direito de Família (GONÇALVES, 2013):
Direito de Família regula exatamente as relações entre os seus diversos membros e as consequências que delas resultam para as pessoas e bens. O objeto é o complexo de disposições, pessoais e patrimoniais, que se origina do entrelaçamento das múltiplas relações estabelecidas entre os componentes da entidade familiar.
	Conceito de Direito de Família (Maria Helena Diniz, 2014):
Direito de Família é o complexo de normas que regulam a celebração do casamento, sua validade e os efeitos que dele resultam, as relações pessoais e econômicas do matrimônio, a dissolução deste, a união estável, as relações entre pais e filhos, o vínculo de parentesco e os institutos complementares da tutela e curatela.
	Conceito de família (NADAUD, Stèphane, 2002):
A família podia ser entendida como o locus onde reinava o pater, abrigando, em seu âmago, além deste, a esposa, os filhos, o patrimônio, os criados e os servos.
	O que são princípios?
São normas jurídicas que se distinguem das regras não só porque têm alto grau de generalidade, mas também por serem mandatos de otimização. Consagram valores generalizantes e servem para balizar todas as regras.
	O que são regras?
São normas que incidem sobre a forma "tudo ou nada", o que não sucede com os princípios. As regras podem ser cumpridas ou não, contêm determinações de âmbito fático e jurídico com baixa densidade de generalização.
	O que é o princípio da afetividade?
Mesmo não constando a expressão afeto na CF/88 como sendo um direito fundamental, pode-se afirmar que ele decorre da valorização constante da dignidade humana e da solidariedade.
Neste princípio existem os reflexos na parentalidade socioafetiva (posse do estado de filho).
	O que é o princípio da solidariedade familiar?
(Artigo 3º, I, CF) A solidariedade social é reconhecida como objetivo fundamental da República Federativa do Brasil, devendo repercutir também nas relações familiares em sentido amplo.
Tem caráter afetivo, social, moral, patrimonial, espiritual e sexual.
	O real sentido do texto legal é que o Estado ou mesmo um ente privado não pode intervir coativmente nas relações de família, mas o Estado poderá incentivar o controle de natalidade e o planejamento familiar por meio de políticas públicas.
A qual princípio está ligado o texto acima?
Princípio da não intervenção ou da liberdade (artigo 1.513, CC)
	Quais as funções que por enquanto, mantêm as famílias?
Funções biológicas e afetivas.
	Os temas tratados pelo Direito de Família são:
Casamento (direito matrimonial);
União estável (direito convivencial);
Relações de parentesco (direito parental);
Institutos de direito protetivo (direito assistencial).
	Princípio da igualdade entre os filhos
Artigo 227, parágrafo 6º, CF e artigo 1.596, CC
Aqui se superou a antiga discriminação de filhos que constava no artigo 332 do Código Civil de 1916 que dizia: "o parentesco é legítimo, ou ilegítimo, segundo procede, ou não de casamento; natural, ou civil, conforme resultar de consanguinidade, ou adoção".
Havia a discriminação do filho havido fora do casamento.
	Qual o conceito de casamento para (TARTUCE, Flávio)?
O casamento pode ser conceituado como a união de duas pessoas, reconhecida e regulamentada pelo Estado, formada com o objetivo de constituição de uma família e baseado em um vínculo de afeto.
	Quanto a complexidade da sociedade:
Quanto mais complexa a sociedade, mais funções da família são subtraídas ou minimizadas, por exemplo, educacional, econômica, assistencial, espiritual, etc.
	Quanto a diminuição do poder do pater:
A diminuição do poder do pater na escolha de quem os filhos casarima deu início a uma certa despatrimonialização do direito de família, afetando de certa forma, a função econômica.
	Significado da palavra família:
Deriva do latim familia que origina-se de famulus, designando o servidor, o criado.
	Súmula 364/STJ:
O conceito de impenhoralibilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas (CORTE ESPECIAL, julgado em 15/10/2008, DJe 03/11/2008).
Aqui aplicou-se o princípio da dignidade da pessoa humana.
	Quanto a idade núbil do artigo 1.517, CC, onde o artigo tráz que homem e mulher com idade de dezesseis anos podem se casar com consentimento de ambos os pais, caso os pais não dê o consentimento, o que acontece? E como fica a menoridade nesse caso?
A ausência de consentimento dos pais torna o casamento anulável (artigo 1.550, II, CC).
Quanto a menoridade, o casamento celebrado, cessa a menoridade (artigo 1.550, parágrafo único, II, CC).
	Tanto a função educacional quanto a religiosa, receberam reflexos do cristianismo e da igreja, ligadas à origem das escolas e do caráter apostólico da evangelização, culminando na diminuição de tais atividades que eram desenvolvidas no âmbito familiar.
Esta afirmação está correta.
	A qual princípio está ligada a afirmativa de que o ECA garante proteção integral?
Princípio do maior interesse da criança e do adolescente (artigo 27, caput, CF e artigos 1.583 e 1.584, CC).
Para fins de proteção:
criança: 0 a 12 anos incompletos
adolescente: 12 e 18 anos.A incapacidade para o casamento é igual a impedimento matrimonial?
Não. A incapacidade para casamento é diferente de impedimento matrimonial.
Quanto a incapacidade para o casamento, ela impede que a pessoa se casa com qualquer um que seja.
a) absoluta: pessoas casadas > NULO;
b) relativa: menores de 16 anos >> ANULÁVEL.
Quanto ao impedimento matrimonial, atinge determinadas pessoas em situações específicas.
Entre os impedimentos legais (artigo 1.521, CC) encontra-se uma causa de incapacidade absoluta para o casamento: das pessoas casadas (VI). As demais causas são verdadeiramente impedimentos.
Portanto, são impedimentos:
I - os acendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
	A lei reconhece a igualdade entre homens e mulheres no que se refere à sociedade conjugal ou convivencial formada pelo casamento ou pela união estável. Qual é este princípio?
Princípio da igualdade entre os cônjuges e companheiros (artigo 226, parágrafo 5º, CF e artigo 1.511, CC).
Ex.: Marido/companheiro pode pleitear alimentos da mulher/companheira, ou mesmo vice-versa;
Ex.: Um pode utilizar o nome do outro livremente, conforme convenção das partes (artigo 1.565, parágrafo 1º, CC).
Aqui surge a DESPATRIARCALZIAÇÃO DO DIREITO DE FAMÍLIA (regime de companherismo)
- não mais pater familias, se utiliza agora PODER FAMILIAR.
	Acepções do termo família:
AMPLÍSSIMA: Abrange todos os indivíduos ligados pelo vínculo de consanguinidade e afinidade, incluindo estranhos (ex.: artigo 1.412, parágrafo 2º, CC);
LATA: Restringe-se aos cônjuges e seus filhos, parentes da linha reta ou colateral, afins ou naturais;
RESTRITA: Compreende, unicamente, os cônjuges ou conviventes e a prole ou quaquer dos pais e prole.
	As leis em geral referem-se à família como um núcleo mais restrito, constituído pelos pais e sua prole, embora esta não seja essencial à sua configuração. É a denominada pequena família, porque o grupo é reduzido ao seu núcleo essencial: pai, mãe e filhos, correspondendo ao que os romanos denominavam domus".
PL 6.583/13 (Estatuto da Família) - Artigo 2º. Para os fins deta Lei, define-se entidade familiar como o núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
	O que se entende por entidade familiar:
Não é só a oriunda de união estável como também a comunidade monoparental (artigo 226 e parágrafos 3º e 4º, CF) formada por qualquer dos pais e seus descendentes independentemente de existência de vínculo conjugal que a tenha originado, bem como a família decorrente do matrimônio (artigo 226, paragrafos 1º e 2º da CF).
	O que era o Desquite?
O desquite era a única possibilidade de separação das pessoas casadas que existia na época e o desquite não dissolvia o vínculo matrimonial (impedia novo casamento).
Com o advento da Lei do Divórcio (Lei nº 6.515/1977), a visão matrimonializada da família permaneceu e o desquite transformou-se em separação, passando a existir duas formas de romper o casamento: a SEPARAÇÃO E O DIVÓRCIO.
	Quais os critérios para a configuração da posse de estado de filhos?
1- Tratamento (tractatus): Entre si e perante a sociedade se relacionam como "pais e filhos";
2- Fama (reputatio): Reconhecimento geral da situação que se concretiza socialmente;
3- Nome (nomen): Não é essencial; sobrenome do suposto pai; não apenas nome registral, mas social.
	Qual o conceito de casamento para (DINIZ, Maria Helena)?
O casamento é o vínculo jurídico entre o homem e a mulher, livres, que se unem, segundo as formalidades legais, para obter o auxílio mútuo e espiritual, de modo que haja uma integração fisiopsíquica, e a constituição de uma família.
	Qual o conceito de casamento para (LÔBO, Paulo)?
O casamento é um ato jurídico negocial, solene, público e complexo, mediante o qual um homem e uma mulher constituem família por livre manifestação de vontade e pelo reconhecimento do Estado.
	Qual era o único modo de se constituir a família, conforme descrito no Código Civil de 1916?
Pelo casamento. A família tinha viés patriarcal e o casamento era indissolúvel.
Até o advento da República (1889), só existia o casamento religioso >> os "não católicos" não tinham acesso ao matrimônio. O casamento civil só surgiu em 1891.
	O Direito de Família pertence ao Direito Público ou ao Direito Privado?
Mesmo com as peculiaridades das normas de direito de família, o seu correto lugar é mesmo junto ao direito privado, no ramo do Direito Civil, em razão a finalidade de tutelar o que lhe é inerente, destinando-se a proteger a família, os bens que lhe são próprios, a prole e interesses afins (posição majoritária da doutrina).
	O artigo 1.520, CC traz uma exceção da exceção onde fala: "Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil (artigo 1.517), para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez" que trata do artigo vulnerável ainda é válido.
Não é mais válido.
A doutrina majoritária entende que este artigo foi revogado de forma tácita quando foi sancionada a lei de alteração dos crimes contra os costumes para crimes contra a dignidade sexual, uma vez que a vítima de um estupro deveria conviver com seu agressor de qualquer forma. O artigo perdeu seu objeto, porém ainda continua no Código Civil. 
Deste modo, não pode o casamento funcionar como forma de perdão tácito do crime.
	A partir da enorme diversidade de tipos de família, é possível a construção de alguns modelos teóricos, aptos a auxiliarem na compreensão da família na civilização ocidental de raízes européias, não servindo necessariamente ao estudo de outras culturas.
Nesse sentido, são três os modelos de família:
TRADICIONAL: Existiu até meados do século XIX. O pai era o poderoso chefe em torno do qual gravitavam os demais membros. Cabia a ele todas as decisões, de forma unilateral, mas principalmente, com quem seus filhos iriam se casar.
ROMÂNTICA: Existiu entre meados do século XIX até os anos 60. O pai perde boa parte de seu poder tirânico, mas continua centralizando a vida da família. Tem início a "despatrimonialização do direito de família", onde o casamento deixa de ser um contrato entre famílias.
CONTEMPORÂNEA: Resultado da mudança significativa na condição da mulher na sociedade, ocorrida na segunda metade do século passado. A chefia da família não é mais do homem, e as decisões resultam da negociação com a mulher e os filhos.
	Adotando como ponto de partida a organização familiar da classe dominante romana, tem-se que a história da FAMÍLIA é de perdas:
Quanto mais complexa, a sociedade subtrai funções da família.
Ex.: A difusão do cristianismo retirou da família a função religiosa, através do monoteísmo, evangelização, caráter apostólico. (o pater era o sacerdote dos rituais).
Ex.: As evoluções industriais tiraram da família por completo a função econômica (a desfuncionalização econômica da família implica na diminuição do poder do chefe da família na escolha de quem os filhos casariam).
Ex.: Na Idade Média, a Igreja Católica educando seus sacerdotes e criando instituições que estão na origem das escolas, influenciou na perda da função educacional.
Ex.: A função assistencialista vem perdendo, mas não por completo. A Seguridade Social contribui nesse intuito.
	Em termos esquemáticos, a decisão é a variância da competência para a decisão sobre o casamento dos filhos:
Na família TRADICIONAL, os pais da noiva e do noivo contratavam o enlace.
Na família ROMÂNTICA, onoivo pedia a mão da noiva ao pai dela, que podia impedir o casamento caso não o agradasse o pretendente. Já o pai do noivo era comunicado da decisão do filho.
Na famílai CONTEMPORÂNEA, a decisão é exclusiva dos diretamente interessados, e tanto o pai da noiva como o do noivo são apenas informados.
	Interpretando o artigo 226 da CF, pode-se dizer que a família é decorrente de quais institutos?
a) casamento civil, sendo gratuita a sua celebração e tendo efeito civil o casamento religioso, nos termos da lei (artigo 226, parágrafos 1º e 2º);
b) união estável entre homem e mulher, devendo a lei facilitar a sua conversão em casamento (artigo 226, parágrafo 3º);
c) família monoparental, comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes (artigo 226, parágrafo 4º).
Trata-se de um rol constitucional familiar meramente exemplificativo pois existem também outras manifestações familiares:
1. família anaparental: família sem pais (expressão criada por Sérgio Resente de Barros);
2. família homoafetiva: família constituída por pessoas do mesmo sexo (expressão "união homoafetiva" criada e difundida por Maria Berenice Dias);
3. família mosaico ou pluriparental: aquela decorrente de vários casamentos, uniões estáveis ou mesmo simples relacionamentos afetivos de seus membros;
4. famílias paralelas ou simultâneas: casado/companheiro procuram novo relacionamento sem abrir mão dos vínculos familiares anteriores. São dois relacionamentos simultâneos: dividem-se entre duas casas, mantém duas mulheres e têm filhos com ambas (Maria Berenice Dias);
5. uniões poliafetivas ou poliamor: quando o vínculo de convivência de mais de duas pessoas acontece sob o mesmo teto, não se chama de união paralela, mas de união poliafetiva, ou poliamor (Maria Berenice Dias);
6. família eudemonista: a busca da felicidade, a supremacia do amor, a vitória da solidariedade ensejam o reconhecimento do afeto como único modo eficaz de definição da família e de preservação da vida.
	Quais são as espécies de família que existem?
MATRIMONIAL: Baseada no casamento, composto por côjuges e prole;
NÃO MATRIMONIAL: Oriunda de relações extraconjugais;
ADOTIVA: Estabelecida por adoção, que, juntamente com a guarda e tutela, configurará a família substituta;
MONOPARENTAL: Formada por um dos genitores e a prole.
	Quais os princípios do casamento:
Princípio da monogamia - pode ser retirado do artigo 1.521, VI, do CC, uma vez que não podem casar as pessoas casadas, o que constitui um impedimento matrimonal a gerar nulidade absoluta do casamento (artigo 1.548, II, CC);
Princípio da liberdade de escolha, como exercício da autonomia privada - salvo os impedimentos matrimoniais, há livre escolha da pessoa do outro cônjuge como manifestação da liberdade individual (princípio esse retirado do artigo 1.513, CC);
Princípio da comunhão plena de vida, regido pela igualdade entre os cônjuges - "o casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges" (artigo 1.511, CC) e "pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família" (artigo 1.565, CC)
	Quais as três correntes que procuram apontar a natureza jurídica do casamento?
1. Teoria institucionalista: O casamento é uma instituição, havendo nessa corrente uma forte carga moral e religiosa (sustentada, entre outros, por Maria Helena Diniz e Rubens Limongi França);
2. Teoria contratualista: O casamento é um contrato de natureza especial e com regras próprias de formação. Visão adotada pelo Código Português artigo 1.577: "Casamento é o contrato celebrado entre duas pessoas de sexo diferente que pretendem constituir família mediante uma plena comunhão de vida, nos termos das disposições deste Código" (corrente encabeçada por Silvio Rodrigues);
3. Teoria mista ou eclética: O casamento é uma instituição quanto ao conteúdo e um contrato especial quanto à formação (visão é seguida por doutrinadores como Eduardo de Oliveira Leite, Guilherme Calmon Nogueira da Gama, Flávio Augusto Monteiro de Barros, Roberto Senise Lisboa e Flávio Tartuce).
	Existe a possiblidade de casamento entre pessoas do mesmo sexo?
Enunciado 601 da VII Jornada de Direito Civil
É existente e válido o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Justificativa: O modelo familiar contemporâneo é resultado de um processo lento de evolução traçado em meio às transformações sociais, culturais e econômicas onde a família atua. Apesar da atual necessidade de adaptação da legislação infraconstitucional, conforme se depreende da situação abordada e formalmente instruída pela Resolução do CNH n. 175, optou o legislador por não incluir, à moldura da norma civil, as construções familiares já existentes, formadas por casais homossexuais. Ao longo da história, a família sempre gozou de um conceito sacralizado, servindo de paradigma a formação patriarcal e sendo aceito, exclusivamente, o vínculo heterossexual. Durante o século XX, com a constitucionalização do Direito de Família, as relações familiares passaram a ser guiadas pelos princípios constitucionais, que primavam pela dignidade da pessoa humama a partir da igualdade entre homens e mulheres, refletindo em uma repersonalização das relações familiares. A finalidade da lei não é tornar a vida imóvel e cristalizá-la, mas sim permanecer em contato com ela, seguir sua evolução e a ela se adaptar. O Direito tem um papel social a cumprir, exigindo que este se adeque às novas situações que se apresentam. O novo modelo de família funda-se sob os pilares da repersonalização, da afetividade, da pluralidade e do eudemonismo, incorporando uma nova roupagem axiológica ao Direito de Família. Sendo assim, visível é a necessidade de interpretação extensiva do citado dispositivo legal, tornando aplicável aos casais homoafetivos a celebração do casamento e a formação do vínculo conjugal.
	Quais são as funções da família romana?
Na família romana, todo tipo de atividade era desenvolvida na família, que incluindo os escravos, estavam todos sob o domínio do pater.
Sobre as funções:
Biológica: Preservação e aprimoramento da espécie com a proibição do incesto;
Educacional: Preparação dos filhos menores para vida em sociedade;
Econômica: Produção de bens necessários à vida humana e o excedente era trocado no comércio;
Assistencial: Amparo na velhice e enfermidade - após a morte do marido, ficavam sob os cuidados do primogênito;
Espiritual: A família era o local privilegiado das práticas religiosas;
Afetiva: Indispensável à estruturação psíquica do ser humano, sendo a família a condição essencial para a felicidade.

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