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PATOLOGIA – RESUMO DA PRIMEIRA PROVA 2018 Patologia celular As células são participantes ativos em seu ambiente, ajustando constantemente sua estrutura e função para se adaptarem às demandas de alterações e de estresse extracelular. Quando encontram esse estresse fisiológico ou um estímulo patológico, podem sofrer uma adaptação, alcançando um novo estado constante. As principais respostas adaptativas são: Hipertrofia: é um aumento do tamanho das células que resulta em aumento do tamanho do órgão, sempre em resposta à elevação da carga de trabalho. Na hipertrofia não existem células novas, apenas células maiores, aumentadas devido a um aumento da quantidade de proteínas estruturais e de organelas. (Ocorre quando as células são incapazes de se dividir) Hiperplasia: é caracterizada por um aumento do numero de células de um órgão ou tecido. Há hiperplasia se a população celular é capaz de replicação; pode ocorrer com a hipertrofia e sempre em resposta ao mesmo estímulo. Seus dois tipos são: fisiológica (hormonal e compensatória) e patológica (causada por estimulação hormonal excessiva ou por fatores de crescimento). Atrofia: é a diminuição do tamanho da célula pela perda de substância celular. Quando um número suficiente de células está envolvido, todo o tecido ou órgão diminui de tamanho, tornando-se atrófico. Deve ser enfatizado que embora as células tenham sua função diminuída, elas não estão mortas. Metaplasia: é uma alteração reversível na qual um tipo celular adulto (epitelial ou mesenquimal) é substituído por outro tipo celular adulto. Nesse tipo de adaptação, as células sensíveis a um determinado estresse são substituídas por outros tipos celulares mais capazes de suportar o ambiente. Hipoplasia: termo utilizado para um tecido ou órgão com desenvolvimento ou crescimento incompleto, não alcançando tamanho ou forma normal. (Ex: malformações) Mudanças ambientais fora do limite aceitável Estresse fisiológico excessivo Fatores que levam a mudança no ambiente celular agentes físicos, químicos e biológicos demandas de oxigênio nutricionais imunológicos endócrinos genéticos O estímulo para que seja fisiológico ou patológico, depende da intensidade, duração, tipo e condição celular. Lesão e morte celular A lesão celular ocorre quando as células são estressadas a tal ponto que se tornam incapazes de se adaptar, ou quando as células são expostas a agentes danosos ou sofrem anomalias intrínsecas. Lesão celular REVERSÍVEL: nos estágios iniciais ou nas formas leves de lesão, as alterações morfológicas e funcionais são reversíveis, se o estimulo for removido. Embora existam anomalias graves, não há a progressão característica para ocorrer danos a membrana e dissolução celular. Lesão celular IRREVERSÍVEL: com a continuação do dano, a lesão se torna-se irreversível, neste período, a célula não se recupera e morre. Há dois tipos de morte celular (necrose e apoptose), que diferem em suas morfologias, mecanismos e papeis na fisiologia e na doença. Necrose: ocorre quando o dano às membranas é grave e as enzimas extravasam dos lisossomos entrando no citoplasma digerindo a célula. Apoptose: ocorre quando a célula é privada de fatores de crescimento ou o DNA ou as proteínas são danificadas sem reparo. A célula se dissocia sem a perda da integridade da membrana. OBS: Enquanto a necrose é sempre um processo patológico, a apoptose exerce muitas funções normais e não está necessariamente associada a lesão celular patológica. Causas da lesão celular Privação de oxigênio Agentes químicos Agentes infecciosos Reações imunológicas Defeitos genéticos Desequilíbrio nutricionais Agentes físicos Envelhecimento Isquemia e Hipóxia A hipóxia, ou deficiência de oxigênio, interfere na respiração oxidativa aeróbica e é uma causa comum e extremamente importante de lesão e morte celular. A hipóxia pode ser distinguida da isquemia, a qual é a perda do suprimento sanguíneo em um tecido por causa do impedimento do fluxo arterial ou da redução da drenagem venosa. Se continuar... Dispersão do citoesqueleto: perda das microvilosidades e formação de bolhas na superfície celular. Figuras de mielina intra e extracelular (oriundas da dissociação das lipoproteínas das membranas) Tumefação das mitocôndrias REVERSÍVEL Características ultraestruturais (resumo) Aumento do volume celular Desagregação dos ribossomos Dispersão do citoesqueleto RER entumece Aumento do volume das mitocôndrias Aumento do PH (leva a condensação da cromatina) Se persistir: Tumefação intensa das mitocôndrias Lesão intensa da membrana celular Lesão das membranas lisossômicas (digestão enzimática) Proteases danificam o citoesqueleto: estiramento e ruptura Intensas alterações nucleares IRREVERSÍVEL LESÃO CELULAR (RESUMO) Diminuição de ATP Diminuição do transporte ativo nas membranas e organelas Entrada de sódio, água, cálcio e saída de potássio Aumento do volume celular e organelas Desprendimento de ribossomos levando a diminuição da produção proteica Rompimento do citoesqueleto Ativação da glicólise gerando acúmulo de ácido lático, o qual promove a agregação da cromatina Cálcio intracelular inativa mitocôndrias, desnatura proteínas e ativa enzimas Rompimento dos lisossomos liberando enzimas para o citosol Alterações nucleares Fragmentação da membrana plasmática Ponto de NÃO retorno Necrose: conjunto de alterações morfológicas que sucedem a morte celular em um organismo vivo resultantes da ação degradativa de enzimas e desnaturação proteica. DESNATURAÇÃO PROTEICA + DIGESTÃO ENZIMÁTICA Tipos: Por coagução: é a forma de necrose na qual as células componentes estão mortas, mas a estrutura básica do tecido é preservada (por pelo menos alguns dias). Os tecidos afetados adquirem uma textura firme. Supostamente, a lesão desnatura não apenas as proteínas estruturais como também as enzimáticas, bloqueando a proteólise das células mortas. Por fim, as células necróticas são removidas por fagocitose por meio da infiltração de leucócitos ou por digestão através das enzimas lisossômicas dos leucócitos. Alterações Nucleares Picnose: cromatina condensada, volume reduzido e hipercromático Cariólise: dissolução da cromatina e perda da coloração do núcleo, o qual desaparece rapidamente Cariorrexe: fragmentação nuclear Por liquefação: é observada em infecções bacterianas focais ou, às vezes em infecções fúngicas, porque esses micróbios estimulam ao acúmulo de células inflamatórias e as enzimas dos leucócitos a digerirem o tecido. Caseosa: é encontrada com mais frequência em focos de infecção tuberculosa. O foco necrótico exibe uma coleção de células rompidas ou fragmentadas, com aparência granular amorfa. Gangrena: : tipo de necrose por coagulação que acontece nos membros, geralmente nos inferiores, por isquemia (obstrução das artérias por trombos, por placas ateromatosas, onde a pessoa acumula essas placas que geram turbulências no fluxo sanguíneo que poderão lesionar a parede dos vasos que pode levar ao processo de coagulação, trombose é a coagulação do sangue dentro do vaso onde os trombos podem correr pelos vasos e obstruir algum) Evolução da necrose Absorção através das células fagocitárias seguida da regeneração ou reparação tecidual – cicatrização. (área necrosada pequena) Drenagem do produto necrótico através de vias excretoras normais ou neoformadas. Encapsulamento Calcificação Apoptose: eliminação de células indesejáveis pela ativação de uma série de eventos coordenados e programados, executados por um conjunto de produtos gênicos exclusivos. Fisiológica: embriogênese, involução dependente de hormônios no adulto, envelhecimento, danos no DNA.. Patológica: morte de células imunes autorreativas, obstrução tecidual, estímulos nocivos de baixas doses, câncer... Acúmulos intracelulares(degeneração) Substâncias armazenadas: Constituinte celular normal acumulado em excesso Substâncias anormais exógenas ou endógenas Pigmneto Causas: Taxa de metabolismo inadequada para remove-los (ex: esteatose hepática) Defeitos no metabolismo, acondicionamento, transporte ou secreção dessas substâncias Célula não tem maquinaria enzimática para degrada-la (ex: antracose) Podem ser: Permanentes ou transitórios Inofensivos ou tóxicos Citoplasma ou núcleo Acúmulo de triacilgliceróis Ocorre com maior frequência no fígado (acúmulo de gordura nos hepatócitos) Causas: toxinas, obesidade, diabetes, anóxia... Significado clínico: causa e intensidade REVERSÍVEL LÍPIDES BILE LÍPIDES EMULSIFICADOS OUTROS ÓRGÃOS ADIPÓCITOS ÁCIDOS GRAXOS HEPATÓCITOS (TAG + apoproteínas) lipases pancreáticas EPITÉLIO INTESTINAL LINFA SANGUE ÁCIDOS GRAXOS (tec. adiposo) Alcoolismo: alto consumo de NAD+, inibe o ciclo de Krebs, acumula Acetil-CoA, a qual é desviada para a síntese de ácidos graxos causando esteatose. Acúmulo de colesterol Aterosclerose (placa de ateroma) Xantoma= acúmulo de colesterol em macrófagos (macrófagos espumosos) Processo inflamatório e necrose (granuloma periapical, cistos odontogênicos inflamatórios) Acúmulo de proteínas Excede sua capacidade de metabolizar (ex: túbulo proximal renal em proteinúria) Síntese excessiva (ex: corpúsculo de Russel) Defeito no dobramento das proteínas comprometendo o transporte e secreções (ex: fibrose cística, doenças neurodegenerativas)