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29/5/2009 1 CAUSTIFICAÇÃO E FORNO DE CAL PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal CONTEÚDO Introdução e objetivos da caustificação / forno de cal Função da área de caustificação e forno de cal Química do processo Processo básico de caustificação Descrição e discussão sobre as partes principais do processo Equipamentos principais Controle do processo e Aspectos ambientais 29/5/2009 2 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Ref.: Ahlstrom PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Layout da Linha de Recuperação (Ref.:Gree & Hough) 29/5/2009 3 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Objetivo da Caustificação: Uma eficiente e fechada recuperação química traz um grande benefício para o processo Kraft de polpação uma vez que promove uma eficiente recirculação dos agentes químicos ativos de cozimento com um mínimo de reposição por perdas. O processo de caustificação tem dois objetivos: 1.- produção de licor branco limpo e quente (solução aquosa contendo Hidróxido sódio e sulfeto de sódio) contendo mínima quantidade de compostos químicos inertes ao processo de polpação e 2.- produção de lama de cal limpa e de alto teor seco para calcinação no forno de cal para ser reutilizada como cal com mínimo uso de energia. PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Introdução A atratividade do negócio “fabricar celulose” depende da capacidade do seu sistema de recaustificação de converter os químicos recuperados com uma qualidade apropriada para atender a demanda do processo de polpação. • O processo de recaustificação contínua não mudou significativamente nos últimos 70 anos. No entanto, muitas melhorias em termos de equipamentos e controles de processo tem ocorrido nas duas últimas décadas. • A atenção dada pela gerência de uma fábrica à uma dada área tende a diminuir quanto mais longe ela estiver da máquina de fabricar papel. - A caustificação e o forno de cal, sendo uma das áreas mais remotas, tendem a ser negligenciados 29/5/2009 4 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal QUÍMICA DO PROCESSO - Terminologias importantes ÁLCALI ATIVO (AA) = NaOH + Na2S ÁLCALI EFETIVO (AE) = NaOH + 1/2 Na2S ÁLCALI TOTAL (AT) = NaOH + Na2S + Na2CO3 + Na2SO4 ÁLCALI TOTAL TITULÁVEL (ATT) = NaOH + Na2S + Na2CO3 SULFIDEZ (S) = Na2S x 100 Na2S + NaOH EFICIÊNCIA DE CAUSTIFICAÇÃO = NaOH x 100 NaOH + Na2CO3 EFICIÊNCIA DE REDUÇÃO = Na2S x 100 Na2SO4 + Na2S+ outros sais de S ATIVIDADE = (NaOH + Na2S) x 100 NaOH + Na2S + Na2CO3 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal QUÍMICA DO PROCESSO -Na reação de caustificação, a cal (CaO) é apagada com água no extintor e reage com o carbonato de sódio (Na2CO3) do licor verde para produzir o hidróxido de sódio (NaOH), chamado de licor branco, e o carbonato de cálcio (CaCO3), chamado de lama de cal. A reação com o carbonato de sódio ocorre simultaneamente e prossegue nos caustificadores. - As reações principais são: CaO(s) + H2O (aq) Ca(OH)2 (s) (extinção) Na2CO3(aq) + Ca(OH)2(s) 2NaOH(aq) + CaCO3(s) (caustificação) - A reação de caustificação é uma reação de equilíbrio químico. Tanto o hidróxido como o carbonato de cálcio nessas condições de reação são insolúveis e participam da reação como sólidos. 29/5/2009 5 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal QUÍMICA DO PROCESSO -Estudos mostraram que: • a temperatura tem maior impacto na taxa de reação. • dosagem insuficiente de cal (abaixo do valor estequiométrico) reduz a taxa de reação. Um excesso não aumenta a taxa de reação. • A qualidade da cal é importante. Cal re-calcinada tende a reagir mais lentamente que a cal de “make-up” devido a um processo de sinterização que torna a reação mais lenta. • Cal recalcinada tem maior tempo para apagar produziram lama que decantam mais rapidamente. A cal mais reativa no extintor decanta mais lentamente. PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal PROCESSO BASICO •O conceito básico da recaustificação visar regenerar o licor de cozimento kraft a partir dos compostos inorgânicos descarregados como um fundido no fundo da caldeira de recuperação. Esses químicos, principalmente o carbonato de sódio e o sulfeto de sódio, são misturados com licor fraco da área de caustificação para manter uma densidade requerida do licor verde. As impurezas suspensas (dregs) que causam a coloração verde são removidas. • O consumo específico de licor branco na polpação é de 3,5- 4,0m3/tsa (tonelada seca ao ar). A capacidade de produção de uma planta de caustificação de uma fábrica de celulose de grande porte é de 8.000 a 10.000 m3 de licor branco por dia. 29/5/2009 6 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal PROCESSO BASICO (cont.) • No processo de caustificação encontram-se sete (7) operações unitárias necessárias para a recuperação do hidróxido de sódio, ou, produção do licor branco para o cozimento da madeira (segue figura): 1.- Remoção de “dregs”do licor verde, 2.- Extinção da cal 3.- reação de caustificação, 4.- Separação do licor branco da lama de cal, 5.- Lavagem da lama de cal, 6.- Secagem da lama de cal e 7.- Calcinação da cal PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Operações unitárias da caustificação (Ref.: Green & Hough) 29/5/2009 7 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Fluxograma da área de caustificação e forno de cal (Ref.:D’ALMEIDA, 1988) PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal PROCESSO BASICO (cont.) •Caracterização dos licores circulantes na caustificação •- Os componentes principais do licor verde e do licor branco são NaOH, Na2S, Na2CO3 e Na2SO4. Métodos padrões de análises da TAPPI e SCA são normalmente usados nas fábricas. •- As propriedades principais da licor verde produzido pela dissolução do “smelt” da caldeira em licor fracos são: a) densidade (kg/L), Álcali Total Titulável (ATT em g NaOH/L), Temperatura (oC), teor de “dregs”(mg/L) e eficiência de redução Na2S/(Na2S+Na2SO4) em % equivalente. •- Os dregs são impurezas oriundas principalmente de carbono partículas de lama de cal e, também, de hidróxidos e sulfetos de metais. Essas partículas, se não removidas do licor verde, prejudicam a filtração da lama de cal e tendem a acumular no sistema. A remoção de dregs deve se feita com a mínima perda de álcali e com máximo teor seco de material 29/5/2009 8 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Componente Concentração, g NaOH/L Na2CO3 80 a 100 Na2S 40 a 50 Na2SO4 3 a 6 NaOH 5 a 20 Outros dissolvidos 5 a 10 Sólidos susspensos 0,6-1,5 Composição do licor verde Propriedades físicas do licor verde Ref.: Gullichsen, 1999 Temperatura 80-100oC Densidade 1,12 a 1,2 kg/L Viscosidade 0,9 cP (a 90oC) PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Análise típica de cal de boa qualidade Ref.: Green & Hough Alimenação do Forno de Cal Carbonato de Cálcio (CaCO3) 96.76% Carbonato de Magnésio (MgCO3) 1.26% Insolúveis (base de sílica) em água 1.26% Outros inertes 0.73% Total 100.00% Descarga do Forno de Cal Perdas na calcinação 43.50% Oxido de Cálcio (CaO) 54.00% Oxido de Magnésio (MgO) 1.00% Sílica (SiO2) 0.50% Oxido de ferro (Fe2O3) 0.10% Alumina(Al2O3) 0.50% Outros 0.20% Total 100.00% 29/5/2009 9 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal PROCESSO BASICO (cont.) •Caracterização dos licores circulantes na caustificação (cont.) • As propriedades principais da licor branco produzido são: concentração de soda (g NaOH/L), concentração de sulfeto, (g NaOH/L), concentração de Na2CO3 (g NaOH/L), eficiência ou grau de caustificação (NaOH/(NaOH+Na2CO3) em % equivalentes, sulfidez (Na2S/(Na2S+NaOH) em % equivalentes, sólidos totais suspensos (mg/L), temperatura (ºC) e densidade (kg/L). • Com as informações acima pode-se calcular outros parâmetros importantes tais como: álcali efetivo (AE = (NaOH+ 1/2Na2S), álcali ativo (AA=NaOH+Na2S) e álcali total titulável (ATT = NaOH+Na2S+Na2CO3) • As tabelas 1 e 2 que seguem apresentam a composição e características típicas de um licor branco. PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal PROCESSO BASICO (cont.) Composição do licor branco Características do licor branco Ref.: Gullichsen, 1999 Componente c/ g NaOH/L c/ g Na2O/L c/ tal em g/L NaOH 95 73.6 95 Na2S 40 31.8 39 Na2CO3 23 17.8 30.5 Na2SO4 4 3.1 7.1 Na2S2O3 2 1.6 4 Na2SO3 0.5 0.4 0.8 Outros 3 álcali ativo 135 105.4 álcali efetivo 115 89.5 álcali total 164.5 128.3 179.4 Concentração Sulfididade, % 29.6 Relação Na/S 0.58 Grau de caustificação, % 80.5 Grau de redução, % base S 82.2 Grau de redução, % base SO4 90.9 29/5/2009 10 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal PROCESSO BASICO (cont.) Dados técnicos de instalações de caustificação Principal fornecedor A B Linhas 2 2 Apagadores por linha 1 1 Caustificadores por linha 3 3 Filtros de licor branco (m2 de área) 140 2x73,8 Tanques de licor verde(m3) 2x1000 2x2100 Tanques de licor branco 5107 2x1600 Projeto Projeto Capacidade (m3/dia) 8000 4600 Grau de caustificação (%) 82 82 Álcali efetivo do licor (gNaOH/L) 115 115 Sulfidez, % 30 32 Consumo de cal (kg cal/m3 licor verde) 70 85 Específico(m3 licor verde/m3 de licor branco) 1,00 1,2 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal PROCESSO BASICO (cont.) Dados técnicos de instalações de forno de cal Principal fornecedor A B Comprimento, m 116 116 Diâmetro, m 3,6 4,95 Tanques de lama úmida (m3) 2x500 2x650 Filtro de lama (m2) 2x56 144 Silo de cal queimada (m3) 700 1120 Emissão de TRS, ppm 3,0 5,0 Projeto Projeto Capacidade (t/dia) 300 560 Consumos (m3/dia) - GLP 1440 2000 - H2 3600 3600 - Gases não-condensáveis 2000 1950 Sólidos na lama, % 65 85 29/5/2009 11 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Partes principais da Caustificação (segue figura) • Tanque de dissolução • Filtração do licor verde • Clarificador de licor verde • Extintor ou apagador de cal • Caustificador • Clarificador de licor branco • Lavador da lama de cal • Forno de cal • Precipitador Eletrostático • Silo de Cal virgem PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Detalhes da área de caustificação e forno de cal Green Liquor (GL) Stabilizing tank GL clarifier GL-cooler Fresh lime Causticizers WL to digester Lime kiln Stack Lime elevator Lime mud storage tank Lime mud filter ESPCyclone Weak wash storage tank Dregs and grits Lime mud ecofilter WL storage tank White liquor (WL) ecofilter Dregs filter Water Grits Green liquor to Slaker 1st Causticizer 3rd Causticizer Water Burnt lime from kiln Ref.: Kajaanni, 1999 29/5/2009 12 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Partes principais da Caustificação: Tanque de dissolução É o tanque onde o fundido inorgânico da caldeira de recuperação escorre e é dissolvido em licor branco fraco proveniente do lavador de lama de cal. O licor resultante no tanque de dissolução é chamado de licor verde sendo formado basicamente por Carbonato de Sódio (Na2CO3) e Sulfeto de Sódio (Na2S). A concentração do licor verde é controlada pela adição de licor branco fraco no tanque de dissolução. PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Tanque de dissolução do “smelt Fornalha da caldeira Bicas Localização e detalhe do tanque de dissolução Ref.: Green & Hough 29/5/2009 13 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal �Clarificador de licor verde 1- O licor verde, proveniente do tanque de dissolução, contem impurezas, tais como, partículas de carvão e compostos de cálcio. Esses materiais não se dissolvem e são chamados de “dregs” do licor verde. Eles são separados num clarificador. O líquido clarificado sobrenadante, o licor verde, segue para a fase seguinte do processo. Os partículas mais pesadas, “dregs”, são lavados num filtro é descartados do processo. 2- O licor verde proveniente do tanque de dissolução tem cerca de 800-1200ppm de impurezas (dregs) e menos de 100ppm após decantação. 3- Acumulo de dregs no sistema resulta em fraca decantação e filtração da lama de cal e reduz a disponibilidade de CaO na cal calcinada. PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal 4- Com o aumento de dregs no licor clarificado, a manta fica mais úmida com maior perda de álcali. Quando muita soda entra no forno, maior é a formação de anéis no forno e maior o nível de TRS da planta. 5-Os sólidos de dregs são partículas finas e difícil sedimentação e de difícil lavagem. 6- Restrições ambientais exigem que o dregs descartado tenha pH levemente alcalino. 7- Critérios de projeto do clarificador de licor verde Carga supeficial 11 a 12 m3/dia/m2 (dia.>25m) Altura 11 a 14m Tempo de retenção do licor 10 a 12 horas Tempo de estabilização 1 a 2 horas 29/5/2009 14 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Filtro de dregs do tipo “Cassete” e do tipo cilindro rotativo (Ref.: Kvaerner, 1998) Fluxograma da área de clarificação do licor verde e extinção da cal PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Detalhes do clarificador de licor verde Ref.: Gullichsen, 1999 29/5/2009 15 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Detalhes do clarificador de licor verde PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Detalhes do clarificador de licor verde – Filtro Pressurizado X-FILTER 29/5/2009 16 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Filtro de Dregs O lodo, característico das impurezas decantadas no clarificador de licor verde, é bombeado para um tanque de estabilização. Deste tanque, o lodo é bombeado para uma filtro de lavagem onde as impurezas (dregs) são removidas. As partículas mais pesadas, “dregs”, são lavadas num filtro é descartados do processo. A lavagem é importante para reduzir as perdas de álcali. O teor de material seco de dregs deverá ser alto e seu pH controlado para evitar danos ao meio ambiente Critério de dimensionamento Filtro de "dregs" : 19,0 kg/hr-m2 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal �Apagador de cal 1- Equipamento onde o licor verde é misturado com cal virgem produzido no forno de cal, ou comprado de terceiros. A cal reage rapidamente com a água para formar: CaO + H20 -----> Ca(OH)2 Ca(OH)2 + Na2CO3 ----> 2NaOH + CaCO3 Mais de 80% da possível conversão de carbonato para soda ocorre até a descarga do classificador. O restante ocorre nos caustificadores. 2.- A extinção do cal é tida como a operação “chave” da caustificação 3- Alguns materiais inertes são introduzidos com a cal de “make-up” sendo chamado de “grits”. Este e outros materiais inertes oriundos da calcinação são removidos pela rosca do classificador do apagador e descartados. 29/5/2009 17 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal �Apagador de cal (cont.) 4- A cal é alimentada no apagador através de rosca dosadora e em função da vazão e da densidade do licor verde e visa a produção de licor branco com concentração de álcali ativo recomendada para a polpação. 5- Para maior eficiência da extinção da cal, a temperatura no equipamento deve ser controlada em 102-103oC.A reação de extinção da cal é exotérmica e desprende calor. A temperatura deve ser mantida alta mas sem fervura. Os vapores do extintos são captados e lavados num lavador de gases para evitar dispersão na área. 6.- Critério de dimensionamento do Apagador Tempo de retenção no apagador: 15 minutos PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Detalhe do extintor ou apagador de cal Ref.: Gullichsen, 1999 29/5/2009 18 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Sulfididade = 30% 70 80 90 100 •0 50 100 150 TTA, g/l Na2O Ca u st ic id ad e, % Theor. dG 3% Curva de Equilíbrio de Goodwin – margem de 3% PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Curva de Equilíbrio de Goodwin – margem de 3% • Usada para avaliação da eficiência de caustificação em função do teor do Álcali Total Titulável do licor branco. • p.ex., seja um licor branco com 120 g/l de TTA e sulfididade = 30% ⇒ então a eficiência de caustificação no licor branco será de 86%. ⇒ mas, se o nível de eficiência de caustificação desejado é regulado num valor 3% abaixo da Curva de Goodwin, então o valor real da eficiência de caustificação será 83% 29/5/2009 19 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Caustificador 1.- Conjunto de 3 ou 4 tanques onde a reação do leite de cal com o carbonato de cálcio prossegue durante cerca de 1,5 horas até quase transformação total em Hidróxido de Sódio. A transformação não é completa pois, à medida que aumenta a concentração de Hidróxido de Sódio, a reação torna-se mais lenta. Daí o termo, Grau de caustificação = NaOH/(Na2CO3 + NaOH) 2.- O monitoramento da concentração do licor branco tem sido feito por amostragem e titulação para determinação da atividade, grau de caustificação, eficiência da conversão de carbonato para soda e sulfididade. Modernamente, são usados controles automáticos. (figura que segue). 3.- Critério de dimensionamento dos caustificadores Tempo de retenção em 3 caustificadores: 150 minutos PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Detalhes da área de caustificadores e o controle de processo Ref.: Kajaanni, 1999 29/5/2009 20 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal � Clarificador de licor branco 1- O licor branco proveniente dos tanques de caustificação contem o carbonato de cálcio. O carbonato de cálcio, insolúvel em meio altamente alcalino, é decantado num clarificador formando a “lama de cal” . O líquido sobrenadante, o licor branco é separado e enviado para os tanques de estocagem 2.- Clarificadores de licor verde e de licor branco são similares. O clarificador de licor branco é mais robusto pois deve operar com lama de cal com 40-50% de sólidos suspensos. Com isso, minimiza-se a soda que acompanha a lama. 3- A tendência moderna é a produção de licor branco com menos de 100ppm de turbidez. PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Clarificador de licor branco (cont.) 4.- O material de construção das partes molhadas dos equipamentos principais é o aço inoxidável. 5.- Critério de dimensionamento do clarificador de licor branco a) Tipo clarificador por sedimentação: 1,0- 1,6 m2/t/dia b) Filtro de Disco c) Filtro tubular pressurizado: 4,0 - 7,5 litros/minuto/tubo de 1,2 m (Por exemplo, um vaso pressurizado de 3,6m dia. tem tubos suficientes para produzir licor branco para uma fábrica de 2000 tsa/dia (mesmo sendo de operação descontínua devido contra-lavagens). 29/5/2009 21 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Detalhes do clarificador de licor branco (e verde) Ref.: Grace, T.M., 1989 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Detalhes do clarificador de licor branco – Filtro de Disco) 29/5/2009 22 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Detalhes do clarificador de licor branco – Filtro de Disco) PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Detalhes do clarificador de licor branco – Filtro de Disco) 29/5/2009 23 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal �Lavador da lama de cal 1- A lama de cal, removida por bombas do fundo do clarificador de licor branco, contem muito Hidróxido de Sódio e Sulfeto de sódio e deve ser lavada com água quente (condensado contaminado da evaporação) para reduzir perdas. O licor branco fraco é bombeado para o tanque de dissolução da caldeira para preparação do licor verde. 2- Critério de dimensionamento do lavador de lama de cal (idêntico ao clarificador de licor branco) a) Tipo clarificador por sedimentação: 1,0 m2/t/dia b) Tipo filtro tubular pressurizado: 4,0 - 7,5 litros/minuto/tubo de 1,2 m. 3- A lama de cal “Carbonato de Cálcio” é calcinada no forno de cal. PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal �Lavador da lama de cal 4.- Diversos tipos de equipamentos estão sendo usados na lavagem da lama de cal, tais como, filtro rotativo com pré- camada, filtros pressurizados, filtro tipo esteira e filtros de discos. 5.- Nos filtros pressurizados consegue-se licor branco filtrado com < 20ppm de sólidos suspensos e uma lama com 75% de sólidos. A taxa de vazão é de 40L/min/m2. 29/5/2009 24 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal �Tanques de estocagem 1-Na área da caustificação são encontrados muitos tanques de grande capacidade e/ou volume. Trata-se de tanques metálicos de >20m Dia x 10 m de altura. 2-Esses tanques servem para estocar: � Licor verde sujo � Licor verde clarificado, � Licor branco clarificado e � Licor branco fraco. 3- Esses tanques se constituem num pulmão da fábrica pois a capacidade de estocagem de um ou outro licor é da ordem de 3 à 5 dias. PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Forno de Cal 1- O forno é um tubo metálico de 3,0 m Dia. x 90 m de comprimento que gira lentamente em torno de seu eixo. A parte interna do forno é revestida com tijolos refratários. A lama é alimentada numa extremidade e a cal virgem removida na outra. 2- A lama de cal formada é calcinada no forno “Forno de Cal” para produzir a cal recuperada, estocada em silos e re-utilizada no processo. 3- A reação é endotérmica, isto é, que calor deve ser adicionado ao processo para se atingir a temperatura de calcinação > 1000 - 1250oC. Dentre os combustíveis usados no forno de cal destaca-se o óleo combustível de baixo teor de enxofre e gás natural. 29/5/2009 25 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Partes principais da Caustificação (cont.) : 4.- O forno é dividido em 4 zonas funcionais ao longo de seu comprimento que representam estágios da conversão da lama na cal: - secagem da lama, - aquecimento da lama através de levantadores, - calcinação efetiva entre 815 e < 1150oC e - resfriamento da cal 5- Reação química: CaCO3 ------> CaO + CO2 6.- O material particulado é captado em precipitadores eletrostáticos de alta eficiência e, ou em lavadores de gás. PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Partes principais da Caustificação (cont.) : 7.- Tubos integrais resfriadores são usados nos novos fornos. Nestes o ar secundário é induzido e pré-aquecido enquanto que a cal calcinada é resfriada para aproximadamente 180-205oC. 8.- Equipamentos auxiliares da operação de calcinação da cal no forno - Moinhos para uniformizar as pelotas de cal em torno de 2,0 cm de tamanho. - Calhas na descarga do forno para proteção e cobertura da descarga dos resfriadores, - Transportadores de cal e silo de estocagem - Sistema de alimentação de combustível ao forno - Lavadores e, ou condensadores para captura de materiais particulados 29/5/2009 26 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Fluxograma da área de caustificação e forno de cal (Ref.:D’ALMEIDA, 1988) PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de CalDetalhes do forno de cal Queimador Satélites ou Coolers Saída dos Gases de Combustão Zona de Calcinação Zona de Aquecimento Zona de Secagem (correntes) Gases de Combustão Lama de Cal CaCO3 + H2O CaCO3 ( seca )CaO H2O (vapor) CO2 Lama de Cal (CaCO3) Alimentação de Gases Descarga de Cal Recuperada Alimentação da Lama de Cal 29/5/2009 27 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Detalhes do forno de cal PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Detalhes do forno de cal 29/5/2009 28 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Forno de Cal Forno de Cal -- EquipamentoEquipamento Alimentação dos Gases de Combustão Alimentação da Lama de CalExtremidade inferior Extremidade superior Sistema de Alimentação de Gases e Queimador Sistema de alimentação de cal e saída de gases de combustão PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Detalhes da Aplicação de Tijolos Refratários no forno de cal 29/5/2009 29 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Detalhes do forno de cal ZONAS DO FORNO DE CAL PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Detalhes do forno de cal FORMAÇÃO DE ANEIS NO FORNO DE CAL 29/5/2009 30 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Detalhes do forno de cal LOCALIZAÇÃO DOS ANEIS NO FORNO DE CAL PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Detalhes do forno de cal LOCALIZAÇÃO DOS ANEIS NO FORNO DE CAL (cont.) 29/5/2009 31 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Detalhes do forno de cal Detalhes do flashdryer acoplado ao forno que permite a secagem completa da lama de cal antes de sua alimentação. Vantagens: a) menor comprimento do forno e b) menor consumo de energia PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Detalhes do forno de cal Detalhes do “sector cooler”(resfriador da cal queimada) 29/5/2009 32 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal �Silo de Cal A cal virgem, produzida no forno de cal pela calcinação da lama de cal, o a cal virgem comprada de terceiros para fazer a reposição das perdas do processo, é transportada por transportadores de canecos e despejado no topo do silo. Na sua parte inferior há um sistema automático de dosagem que, em função da concentração de carbonato de sódio no licor verde (medido via densidade) dosa mais ou menos cal virgem para o apagador. PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Precipitador Eletrostático 1- Equipamento de grande porte (precipitador eletrostático) através do qual passam os gases de combustão do forno de cal que arrastam poeira e/ou material particulado constituído de cal virgem. 2-Essa poeira, se não captada, pode causar sério impacto ambiental. 3-Essa poeira é captada dentro do precipitador, onde elementos metálicos são energizados com corrente contínua que formam um campo magnético e atraem o material particulado. 29/5/2009 33 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Detalhes do Precipitador Eletrostático Gullischsen,2000 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal Testes de controle da cal - Cal calcinada de forma branda é bastante reativa com H2O e CO2 baixam o valor do teste de disponibilidade de CaO. - As normas e ou métodos da TAPPI (TAPPI Useful Method 616 - Analysis of Kraft Lime Sludge e o TAPPI 617 - Analysis of Lime” podem ser usadas par testes. - Amostras para testes são coletadas a) alimentação de lama ao filtro, b) manta de descarga do filtro e c) produto do forno de cal. 29/5/2009 34 PROCESSO KRAFT - Caustificação e Forno de Cal IMPACTOS AMBIENTAIS 1- A área de caustificação tem o potencial de gerar sub- produtos que devem ser descartados de maneira correta para atenuar o impacto ambiental. Dentre os descartes destacam-se: - Sólidos: dregs e grits - Líquidos: derrames e respingos - emissões atmosféricas: Particulado, TRS e SO2. 2- O EPA estabeleceu um padrão de desempenho de novos fornos para a industria de celulose e papel de 8,0 ppm por volume de TRS expresso como enxofre e corrigido para 10% de oxigênio. A maioria dos estados adotou 20 ppm para fornos existentes.
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