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Padrão frasal Em Língua Portuguesa, a ordem ou o padrão frasal previsto é o seguinte: sujeito + verbo + objeto. Exemplo: Eu comi bolo. Há, na verdade, os seguintes padrões frasais: S + V ø; S + V + OD; S + V + OI; S + V + OD +OI; S + V + predicativo. "Projeto do Brasil que protege o tatu no Pantanal ganha prêmio internacional! Arnauld Desbiez foi premiado por seu programa que conserva o tatu-canastra. Animal é um dos mamíferos mais antigos da Terra, chamado de 'fóssil vivo'" Alguns colocariam uma vírgula antes da forma verbal “ganha” em função da extensão de tudo o que a precede, mas não podemos fazer isso. Sabe por quê? Porque o sujeito da oração é: “Projeto do Brasil que protege o tatu no Pantanal”. E não podemos separar sujeito e predicado com vírgula. Você percebe, agora, como aquela ideia de pontuar quando paramos para respirar na leitura não funciona? Mas, ainda na manchete, o sintagma “chamado de fóssil vivo” foi separado da oração principal por vírgula. Mesmo que você não saiba a classificação sintática desse item, observe que ele poderia ter sua posição modificada, sem alterar o significado da frase: "Chamado de fóssil vivo, [o] animal é um dos mamíferos mais antigos da Terra." Como houve uma quebra do padrão frasal (S + V + O), podemos pontuar a frase dessa maneira. Usos da vírgula Veja, agora, alguns casos em que devemos usar a vírgula: EnumeraçõesA) Sempre devemos usá-la para separar elementos listados. Exemplo: Cléo Pires, Fábio Jr. e mais aparecem em 1º trailer de ‘Qualquer gato vira-lata 2’. Apostos ExplicativosB) A vírgula deve ser usada para separar explicações que estão no meio da frase – aquelas que interrompem o pensamento, chamadas de apostos explicativos (termos ou expressões que se referem a um substantivo para ampliar seu significado. Esse tipo de aposto pode ser retirado da frase sem causar prejuízo a sua significação como um todo). Aula 04 terça-feira, 27 de fevereiro de 2018 21:49 Página 1 de Língua Portuguesa Exemplo: A nova princesa da Inglaterra, filha da duquesa de Cambridge, Kate Middleton, e do príncipe William, nasceu às 8h 34m deste sábado (2) em Londres (4h 34m) de Brasília, segundo o Palácio de Kensington, sua residência oficial. A menina e a mãe passam bem. Nesse caso, os apostos explicativos – “filha da Duquesa de Cambridge’” e “Kate Middleton” – devem ficar entre vírgulas. Adjunto Adverbial AntecipadoC) A vírgula deve ser usada para separar o lugar, o tempo ou o modo que vier no início da frase – aquilo a que chamamos de adjunto adverbial antecipado. Exemplo: De janeiro a abril deste ano, foram 286 mil casos confirmados e 74 mortes.TO, PE, AL, SE, BA, RR e MT tiveram alta em total de casos, diz governo. Vocativo e AnacolutoD) Como tratamos do padrão frasal, aproveite a dica: se há vocativo na sentença, devemos usar a vírgula. O mesmo vale para os anacolutos (figuras de linguagem que representam quebras de padrão frasal). Exemplos: Saúde, quem não precisa dela? Ana, sua amiguinha chegou! Observe, agora, a importância da vírgula nos dois exemplos a seguir fornecidos por Silva (2012b): Incisos Explicativos, Retificativos ou ContinuativosE) Esse emprego se justifica porque a vírgula separa incisos explicativos, retificativos ou continuativos. São alguns deles: ou melhor, isto é, a saber, ou antes, digo, por assim dizer, por isso, além disso. Exemplo: Em 1943, já eram 36 os navios mercantes brasileiros afundados por submarinos alemães perto da costa catarinense durante a Segunda Guerra Mundial. Aliás, um desses submarinos, o U-513, foi recentemente localizado pelo velejador Vilfredo Schurmann. Supressão do VerboF) A vírgula também pode ser usada para marcar a supressão do verbo. Exemplos: Você traz o café e eu, o pão. (trago) Ele não nos entende nem nós, a ele. (entendemos) Isolamento de DatasG) A vírgula deve ser usada para separar o nome da localidade nas datas. Exemplo: Após o tumulto causado pela paralisação por duas horas das linhas 1 e 2 do Metrô, nesta terça-feira, (23/07/2014), o presidente da Rio Eventos, da Prefeitura do Rio, Leonardo Maciel, declarou ao Bom Dia Rio desta quarta-feira, que a quebra do metrô causa um impacto ruim na cidade, no entanto, “é Página 2 de Língua Portuguesa Dia Rio desta quarta-feira, que a quebra do metrô causa um impacto ruim na cidade, no entanto, “é uma limitação de infraestrutura que a gente tem na cidade”. Período simples e composto Esses períodos são formados pelas orações coordenadas e subordinadas. Eu gosto de ler. Período simples (um verbo) Eu gosto de ler porque me ajuda a dormir. Período composto (dois verbos) Orações coordenadas São aquelas sintaticamente equivalentes, que não mantêm, entre si, uma relação gramatical. A norma padrão da Língua Portuguesa classifica essas orações como orações independentes ou coordenadas. Há dois tipos de orações coordenadas, quais sejam: Assindética Sindética Aquela que não apresenta conjunção Aquela que apresenta conjunção Exemplo: A vírgula deve ser usada para separar as orações coordenadas assindéticas. Há, ainda, a oração que chamamos de intercalada ou interferente – aquela que representa um comentário do autor do texto, como podemos observar no exemplo a seguir, já apresentado anteriormente: De janeiro a abril deste ano, foram 286 mil casos confirmados e 74 mortes.TO, PE, AL, SE, BA, RR e MT tiveram alta em total de casos, diz governo. Essas orações independem da estrutura sintática do período. Usamos vírgulas para separá-las, mas também é possível empregar o travessão duplo. Classificação das orações coordenadas sindéticas Adversativas Compro muitos livros pela internet, mas nada substitui a livraria, onde você pode procurar novidades nas estantes, não nos “sites”, onde jazem escondidas em profundos sepulcros. Sempre usamos vírgulas antes de conjunções adversativas – mas, porém, contudo, todavia, entretanto. Se o trecho tivesse sido redigido com a conjunção adversativa deslocada, a conjunção deveria aparecer entre vírgulas. Página 3 de Língua Portuguesa deveria aparecer entre vírgulas. Compro muitos livros pela internet; nada substitui, no entanto, livraria, onde pode procurar novidades nas estantes, não nos “sites”, onde jazem escondidas em profundos sepulcros. Conclusivas Sempre usamos vírgula antes de conjunções conclusivas – logo, portanto, por isso, por conseguinte. Ele estudou bastante, portanto será aprovado. Além disso, a mesma regra anterior vale para a conjunção conclusiva deslocada, que deve aparecer entre vírgulas. Ele estudou bastante, será, portanto, aprovado. A conjunção POIS com valor conclusivo deve ficar entre vírgulas. Ele sempre se dedicou à empresa, será, pois, promovido. (=portanto) Já a conjunção POIS com valor explicativo ou causal pode ou não vir antecedida de vírgula. Ele deverá ser promovido, pois se dedica à empresa. (=porque) Conjunção E Geralmente, não usamos vírgula com a conjunção E. No entanto, há algumas exceções. Como mostra Silva (2013), devemos empregá-la: Orações subordinadas adverbiais As orações subordinadas adverbiais são aquelas que exercem a função de adjunto adverbial. A vírgula PODE ser usada para separar a oração principal da subordinada adverbial – causal, concessiva, condicional, final, temporal. Página 4 de Língua Portuguesa Quando essa oração subordinada estiver deslocada ou for reduzidas, a vírgula será obrigatória, como na fala de Paulo Freire: [Quando a educação não é libertadora], o sonho do oprimido é ser o opressor. (oração adverbial temporal) A vírgula não seria necessária nesse caso se a ordem do período fosse a seguinte: O sonho do oprimido é ser o opressor quando a educação não é libertadora. Orações subordinadas adjetivas As orações subordinadas adjetivassão aquelas que possuem valor e função de adjetivo. A gramática estabelece que a vírgula aparecerá se a oração for adjetiva explicativa e não aparecerá se a oração for adjetiva restritiva. Mas qual é a diferença entre essas orações subordinadas adjetivas? De acordo com a gramática normativa, na oração subordinada adjetiva: Os funcionários, que se dedicaram à empresa, devem ganhar mais. (Entre vírgulas → Oração explicativa = “Todos se dedicaram e serão aumentados”.) Os funcionários que se dedicaram à empresa devem ganhar mais. (Sem vírgula → Oração restritiva = “Só os que se dedicaram devem ser aumentados”.) Ponto e vírgula Bechara (2000, p. 611) afirma que o ponto e vírgula serve de intermediário entre o ponto final e a vírgula. “[...] representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que o ponto”. O emprego do ponto e vírgula depende do contexto, mas há algumas regras básicas para seu uso. Vejamos algumas delas (MUNDO, 2007): Quando a vírgula marca a omissão de um verbo1- Neste caso, pode haver, antes do sujeito desse verbo, uma pausa representada pelo ponto e vírgula ou pelo ponto simples. Exemplo: O general não temia o que lhe podia acontecer; os soldados, sempre. (temiam) Com conjunções intercaladas2- Quando optamos por colocar estes conectivos entre vírgulas – em posição não inicial na oração –, o ponto e vírgula é uma ótima opção para marcar a pausa entre as orações. Página 5 de Língua Portuguesa ponto e vírgula é uma ótima opção para marcar a pausa entre as orações. Exemplo: Jonas tem muito dinheiro; não pode, porém, desfrutar suas vantagens. Em enumerações3- Geralmente, observamos este caso em textos jurídicos – leis, artigos, decretos etc. – e em livros didáticos. Usamos o ponto e vírgula principalmente se os elementos enumerados forem relativamente extensos e numerosos. Veja o exemplo a seguir, em que cada elemento que faz parte da enumeração é um período composto, ou seja, um período com mais de uma oração: “Havia vários fatores que corroboravam sua personalidade violenta: morava em uma região muito violenta, na qual tiros e facadas eram algo comum; nunca teve acesso à escola e à boa informação, por não desfrutar as condições econômicas básicas para isso; era espancado pelo pai quando tinha seis anos de idade; etc.”. Página 6 de Língua Portuguesa
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