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Direito Hebraico RESUMO

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CASTRO, Flavia Lages
História do Direito Geral e Brasil
Direito Hebraico
	Os Hebreus são um povo de origem semita que vivia na Mesopotâmia (entre os rios Tigre e Eufrates). Diferentemente dos outros povos da Antiguidade, que eram politeístas, eles cultuavam somente um deus, eram monoteístas e seu relacionamento com suas crenças religiosas era extremamente profundo, de modo que é inviável compreende-los sem observar uma interferência divina em suas vidas. Em virtude disso, toda e qualquer produção cultural desse povo traz uma grande influência religiosa. É coerente dizer, portanto, que para os hebreus a lei tenha sido inspirada por Deus e ir contra ela significa ir contra seu próprio deus.
	A sociedade hebraica dividia-se em tribos de acordo com os números de filhos de Jacó (que eram 12); essas tribos subdividiam-se em famílias e, a partir daí, toda a organização política e social girava em torno deste status quo. Das doze tribos, onze cuidavam da agricultura e do pastoreio; a décima segunda era a tribo dos levitas que tinham funções sacerdotais. Havia também mais duas camadas sociais: os escravos e os estrangeiros. Os escravos eram diferenciados de duas formas: escravos hebreus (que se tornavam escravos pelo não pagamento de uma dívida) e os escravos estrangeiros. Os escravos eram cercados de considerações e direitos, levando alguns autores até mesmo a hesitarem em chamá-los de escravos.
A economia desse povo se baseava em atividades agropastoris. Após sua libertação da escravidão no Egito e sua chegada à Terra Prometida, os hebreus israelitas passaram a ser agricultores-pastores, ao invés de somente pastores (devido ao nomadismo). Houve também um certo desenvolvimento na indústria, principalmente a que utilizava cobre como matéria-prima. O comércio sempre foi presente na vida desse povo, principalmente pelo fato de que a região em que habitavam é o encontro entre as rotas da Mesopotâmia, Egito, Mar Vermelho e do deserto.
	Em torno de 1800 a.C os hebreus foram obrigados a sair da Palestina em direção ao Egito devido a fortes secas. Nesta época, um povo denominado Hicsos tentava conquistar as planícies do Nilo, porém, sem sucesso, foram expulsos. Após a expulsão, os hebreus passaram a ser perseguidos no Egito, passando a pagar pesados impostos e chegando até mesmo à escravidão. Então, em aproximadamente 1250 a.C., Moisés lideraria esse povo de volta à Palestina. Segundo a Bíblia, no entanto, antes de chegarem à Palestina os hebreus teriam passado quarenta anos no deserto, tendo forjado, sob a liderança de Moisés, toda a base de sua civilização, inclusive suas leis. A base moral da Legislação Mosaica pode ser encontrada nos dez mandamentos. A Torá (ou Pentateuco) é composta pelos cinco primeiros livros da Bíblia: o Gênesis, o êxodo, o Levítico, o Números e o Deuteronômio (reunião maior de leis, significa “segunda lei”).
	A tradição indica Moisés como autor do Pentateuco, porém, em 586 a.C., se iniciou a formação de um direito hebraico novo e oral. Após um cerco que durou mais de um ano, o rei da Babilônia, Nabucodonosor, conquistou o reino dos hebreus e estes foram levados (os que representavam a elite social e religiosa da nação) para a Babilônia, como escravos. Ao entrarem em contato com diversas culturas diferentes e fortes, os hebreus sentiram necessidade de reafirmar sua cultura e, ao mesmo tempo, adapta-la. Esse processo durou 900 anos. 
	A primeira codificação do direito oral foi chamada de Michná. Esta codificação foi dividida em seis partes, nas quais a primeira, a terceira e a quarta constituem o que chamamos hoje de corpo do Direito Civil. Para guardar fidelidade à Legislação Mosaica no uso da nova decodificação, os séculos seguintes produziram discussões, interpretações e aprofundamentos do texto da Michná, que deram origem às Guemaras. Estas, juntamente com o Michná e a Torá, constituem o Talmud, o verdadeiro corpo da Legislação Mosaica.

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