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OS HEBREUS – EF05HI01 PROFª LETÍCIA – HISTÓRIA No Oriente Médio existem várias línguas que se parecem, que, mesmo apresentando diferenças entre si, têm a mesma raiz. É o caso do hebraico, do aramaico e do árabe, três línguas classificadas como semitas. O nome semita deriva de Sem, figura bíblica que seria o ancestral dos hebreus, dos árabes e de outros povos antigos que falavam línguas aparentadas, como os assírios, da Mesopotâmia, e os fenícios. Outro povo que se estabeleceu no Oriente Médio e cuja língua perdurou foi o persa. Hoje o persa é mais conhecido como farsi, e é a língua oficial de países como o irã e o Afeganistão. HEBREUS A língua, a religião e os costumes dos judeus na atualidade tem sua origem nos antigos hebreus. Quase não há esculturas, sarcófagos, pinturas, templos ou outras fontes para pesquisar a história dos hebreus; por isso, a Bíblia é a principal fonte de estudo sobre esse povo. Como a bíblia é a uma narrativa religiosa, escrita por muitas mãos, é um desafio permanente para os pesquisadores separar o que é narrativa religiosa e o que é evidência histórica. Segundo a tradição bíblica, a história do povo hebreu começou quando Abraão, obedecendo uma ordem divina, guiou seu povo da Mesopotâmia para Canaã, a Terra Prometida, território hoje conhecido como Palestina. Para alguns especialistas, os hebreus teriam saído da Mesopotâmia por volta de 1900 a.C., outros acreditam que essa migração teria acontecido cinco séculos mais tarde. Por muitas gerações, o povo hebreu manteve-se organizado em clãs, grupos de famílias que acreditavam ter um ancestral comum. Nos clãs, os patriarcas tinham funções religiosas, políticas e militares. Acredita-se que, por volta de 1600 a.C., os hebreus se viram forçados diante de uma grande seca a migrar para o Egito, onde foram escravizados. Em 1250 a.C., empreenderam uma longa viagem de volta à Canaã, durante o qual, segundo a bíblia, seu líder Moisés recebeu de Deus os Dez Mandamentos, o código de leis do povo hebreu. O REINO HEBREU Muitos anos após estabelecerem-se novamente em Canaã, no século XI a.C., os hebreus consolidaram um Estado com o poder centralizado em torno de um rei. Em 1010 a.C., as 12 tribos hebraico uniram-se sob o comando de Saul, aclamado primeiro rei hebreu. Seu sucessor foi Davi, em cujo reinado completou-se a reconquista da Palestina, e a cidade de Jerusalém foi transformada na capital do reino. Na nova capital, Davi centralizou o culto ao Deus único Yahweh (Javé ou Jeová), convertendo o monoteísmo hebraico em religião do Estado. Salomão, filho e sucessor de Davi, promoveu o comércio com a Fenícia, a Síria e o nordeste da África e aliou-se aos comerciantes fenícios. No seu reinado, a introdução ao arado de ferro causou aumento da produtividade agrícola, contribuindo assim, para um crescimento demográfico. Além disso, Salomão teria mandado realizar inúmeras grandes obras, entre elas um palácio real e, ao lado dele, o monumental Templo de Jerusalém. Mas, para custear essas grandiosas obras e o luxo de sua corte, o rei Salomão aumentou impostos, provocando, com isso, concentração da riqueza e enorme insatisfação popular. Com a morte de Salomão em 930 a.C., a insatisfação do povo e as disputas internas pelo poder levaram à divisão do reino em duas unidades: Reino de Israel, formado por 10 tribos com capital em Samaria, e o Reino de Judá, composto de duas tribos, com capital em Jerusalém. Em 722 a.C., os assírios conquistaram o Reino de Israel, deportaram sua população para os territórios assírios e levaram estrangeiros para ocupar as terras conquistadas. O Reino de Judá resistiu por mais tempo aos ataques de outros povos, até 587 a.C., quando foi arrasado pelos caldeus, que destruíram o Templo de Jerusalém e levaram milhares de hebreus como prisioneiros para a Babilônia, e tal episódio ficou conhecido como Cativeiro da Babilônia. Quando os persas conquistaram a Babilônia em 539 a.C., permitiram que os hebreus regressassem a Judá, e ao retornarem, muitos reconstruíram o Templo de Jerusalém. Nos séculos seguintes, esses descendentes de Judá (judeus) foram conquistados sucessivamente por vários povos, entre os quais os romanos. Inconformados pela opressão romana, os hebreus promoveram uma das maiores revoltas ocorridas no interior do poderoso império. Em 66 d.C., toda a Judeia, liderada pela sua população mais pobre, revoltou-se contra o domínio romano e contra o que considerava a profanação do templo. Após uma guerra sangrenta, os romanos aniquilaram uma grande revolta judaica, saquearam e destruíram o Templo de Jerusalém e expulsaram os judeus da região. A maior parte deles espalhou-se então por vários domínios romanos. Algumas décadas após essa repressão violenta, em 132-135 d.C., os judeus promoveram uma outra grande revolta contra o poder romano, que foi igualmente reprimida com violência. Teve início então a Grande Diáspora – dispersão dos judeus pelo mundo. RELIGIÃO A história dos hebreus tem especial significado par nós, ocidentais, porque constitui importante elo entre as civilizações do Oriente Próximo e a civilização ocidental. Além disso, foi entre os hebreus que surgiu e desenvolveu o monoteísmo ético, que serviu de base tanto para o judaísmo (religião dos hebreus) quanto para o cristianismo. Diferente dos demais povos do Oriente na Antiguidade, os hebreus acreditavam na existência de um deus único, Yahweh (Javé ou Jeová). A base de sua crença estava na Torá, os cinco primeiros livros da Bíblia (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), que contém os 613 mandamentos para a vida judaica. Os cristãos chamam esses cinco livros de Pentateuco. Entre eles estão os Dez Mandamentos, que são considerados uma síntese das leis de Deus. Os mandamentos de Torá abrangiam praticamente todos os aspectos da vida dos hebreus, como a família, o trabalho, a alimentação, as obrigações religiosas, entre outros. Consideravam-se um povo eleito, pelo fato de que, segundo eles, o Criador ter- lhes revelado a sua lei por meio da Torá. Os judeus foram os criadores do monoteísmo ético, ou seja, a crença em de que Deus exige de seus seguidores a obediência a uma moral rígida. A ideia hebraica de Deus marcou muito a civilização ocidental. Essa religião, baseada no monoteísmo e na obediência à Bíblia judaica, é chamada de judaísmo. Uma característica do judaísmo é interferir profundamente no cotidiano dos seus seguidores, como se pode concluir observando o uso diário que os judeus fazem do quipá, visto como sinal da presença divina na vida humana. Os profetas, homens tidos como inspirados por Deus, capazes de comunicar suas mensagens e realizar profecias, exerceram um papel decisivo na consolidação do monoteísmo judaico. Os profetas anunciaram também a vinda de um messias, um enviado de Deus para conduzir seu povo à salvação eterna. Hoje, passados mais de 2 mil anos da Grande Diáspora dos judeus e de sua dispersão por territórios da África, da Europa e da Ásia, as leis da Torá continuam sendo a base do monoteísmo judaico. Segundo estudos de linguistas e historiadores, os judeus, dispersos por vários territórios, encontraram na religião e em rituais de preservação de memória meios para não perder sua identidade e manter o sentimento de compartilhar um passado comum. A comunidade judaica reivindica um parentesco em linha direta com os hebreus da Antiguidade. No entanto, a tese é questionada por parte dos historiadores. De uma forma ou outra, o legado dos antigos hebreus é preservado e revitalizado pela comunidade judaica dos dias atuais de diversas maneiras. Uma delas são as várias festas para preservar a memória e as tradições. Algumas delas são: Shabat (Dia do Descanso): existe para lembrar o trecho da Torá que diz que Deus criou o mundo em seis dias e no sétimo descansou.O shabat começa na sexta- feira, com o pôr-do-sol, e termina no início da noite de sábado. Pessach (Páscoa judaica): comemora a libertação dos hebreus depois do longo período de cativeiro no Egito ocorrido há milênios. Em todo mundo, as famílias judaicas reúnem-se para a ceia ritual, leem trechos da história dos hebreus e refletem sobre o significado de liberdade. Shavout: comemora o recebimento da Torá no Monte Sinai. Isto, segundo a Torá, ocorreu sete semanas após a saída do Egito, daí o shavout ser conhecido como Festa das Semanas. As comemorações incluem a leitura do Decálogo (Dez Mandamentos) na Sinagoga. Simchat Torá (Alegria de Torá): são dois dias muito alegres dedicados à comemoração da Torá (a Lei Mosaica). Rosh Hashaná: é a comemoração do Ano-Novo. A festa inclui reuniões familiares nas quais se comem alimentos especiais, como a maçã com mel, a fim de “adoçar” o ano novo. Yom Kippur (Dia do Perdão): é o dia mais sagrado e solene do calendário judaico. É um dia de jejum, reflexão e orações, de pedir perdão por promessas feitas a Deus, mas não cumpridas.
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