Buscar

A defesa de Sócrates

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Faculdade Mineira de Direito
Juliana Vilaça Abreu Ribeiro Lisboa
TRABALHO DE FILOSOFIA
Belo Horizonte
2017
Qual é a temática central da obra e como ela se estrutura?
A temática central da obra gira em torno do julgamento de Sócrates. Ela está estruturada em várias fases de acontecimentos que demonstram a tentativa de Sócrates de se defender diante das acusações que ele sofre. Resultando como fim a sua condenação à morte.
“Cumpre, Atenienses, me defenda, em primeiro lugar, das primeiras aleivosias contra mim e dos primeiros acusadores; depois, das recentes e dos recentes. Com efeito, muitos acusadores tenho junto de vós, há muitos anos, que nada dizem de verdadeiro. A esses tenho mais medo que aos da roda de Ânito, posto que estes também são terríveis.” (DS, p.6). Considerando essas palavras de Sócrates, quais foram as principais acusações feitas ao referido filósofo?
Sócrates era acusado de corromper a juventude de Atenas, de questionar a existência dos deuses, de não crer em deuses que o povo reconhecia, e sim em outras divindades novas. 
Cite 3 argumentos usados na defesa de Sócrates.
Sócrates, durante a tentativa de sua defesa, se baseia em argumentos comprovados e extremamente verdadeiros, com a intenção de mostrar na presença de juízes a sua sabedoria e a falsidade das acusações.
Exemplos desses argumentos:
- Sócrates afirmava que se corrompia os mais jovens, o fazia sem a menor intenção.
- Também alegou que os acusadores não exibiram nenhuma testemunha provando que ele tenha recebido pelos ensinamentos. 
- Por Meleto o acusar de não crer nos deuses, Sócrates alegava o oposto de tal acusação. 
“Afinal, Sócrates, qual é a tua ocupação? Donde procedem as calúnias a teu respeito? Naturalmente, se não tivesse uma ocupação fora do comum, não haveria esse falatório, a menos que praticasses alguma extravagância. (…)”
Atenienses, devo essa reputação exclusivamente a uma ciência. (…)
“Para testemunhar a minha ciência, se é uma ciência, e qual é ela, vos trarei o deus de Delfos. Conhecestes Querefonte, decerto. Era meu amigo de infância e também amigo do partido do povo e seu companheiro naquele exílio de que voltou conosco. Sabeis o temperamento de Querefonte, quão tenaz nos seus empreendimentos. Ora, certa vez, indo a Delfos, arriscou essa consulta ao oráculo – repito senhores; não vos amotineis – ele perguntou se havia alguém mais sábio do que eu; respondeu a Pítia que não havia ninguém mais sábio. ” (DS, p.7)
Considerando o trecho acima, quais as reflexões o filósofo Sócrates levantou a partir da afirmativa do oráculo de Delfos? Qual foi a sua atitude? E por fim, qual a conclusão de Sócrates sobre a afirmativa do oráculo?
Ao escutar a afirmativa do oráculo de Delfos, Sócrates se pôs em investigação para provar de que não era o mais sábio dos homens. Ao começar a investigação, Sócrates encontrou homens que se passavam por grandes sábios e após exames e diálogos ele percebeu que tais homens eram sábios em um assunto específico, mas supunham ser sábios em todos. Ao contrário de tais homens, Sócrates não supunha nada além do que realmente sabia, chegando assim a conclusão de que ele era o homem mais sábio por compreender que sua sabedoria é desprovida do mínimo valor, isto é, quanto mais se tem conhecimento, mais há para conhecer. Mostrando que o saber dos homens não é absoluto e sempre há possibilidades de saber mais. 
 
Qual foi a discussão feita por Sócrates sobre as penas do tribunal ateniense?
A discussão abordada por Sócrates era que ele não havia feito mal algum e que era um benfeitor pobre, sustentado por Pritaneu. Ele não queria o exílio pois, se fosse exilado, onde quer que ele fosse, ele seria ouvido, repelido e, consequentemente, expulso. Ele também argumenta não suportar viver em uma prisão, sendo o mesmo que uma pena de morte para ele. E se fosse condenado pagar uma multa e ficar preso até a quitação, seria o mesmo que ser condenado a prisão, pois Sócrates não tinha bem algum para quitar qualquer multa que fosse. Para ele, uma bela vida para alguém da idade dele seria viver sendo expulso de cidade em cidade. Entretanto deixa explícito que só foi condenado a morte devido ao pouco tempo de julgamento que teve. Se tivesse uma disponibilidade de tempo maior, com certeza, convenceria a todos de sua inocência. 
Qual a postura (de Sócrates) diante da lei?
A postura de Sócrates perante a lei é de extrema aceitação a todas acusações e penas sofridas, mesmo ele não concordando e sem entender o verdadeiro motivo de todo o julgamento. Ele deixa claro que não se corromperia por lei alguma e que continuaria a praticar os seus ensinamentos, no qual, para ele, é sempre dever a obediência as leis da cidade, no qual deve ser cumprida por todos. 
Considerando os dois fragmentos abaixo, como podemos definir a justiça na perspectiva de Sócrates?
“A verdade, Atenienses, é esta: quando a gente toma uma posição, seja por a considerar a melhor, seja porque tal foi a ordem do comandante, aí, na minha opinião, deve permanecer diante dos perigos, sem pesar o risco de morte ou qualquer outro, salvo o da desonra”. (DS, p.14)
“O juiz não toma assento para dispensar o favor da justiça, mas para julgar; ele não jurou favorecer a quem bem lhe pareça, mas julgar segundo as leis. Nós não vos devemos habituar ao perjúrio, nem vós deveis contrair esse vício; seria impiedade nossa e vossa”. (DS, p.20)
A justiça é definida por Sócrates como uma virtude do cidadão, tendo como objetivo principal o comprimento das leis. Para ele a justiça só seria válida quando os julgamentos fossem justos, sem acusações falsas e dessem ao réu o direito de se defender. 
Na sua opinião, qual o significado do julgamento e da condenação de Sócrates para a reflexão sobre a justiça na atualidade?
Na minha opinião, o julgamento e a condenação de Sócrates vistos por uma perspectiva atual foram completamente injustos, uma vez que não se tinham provas para considerá-lo culpado, sendo que não proporcionou ao acusado condições de defesa, tomando assim a justiça como falha. Relacionando esse respectivo julgamento a definição de justiça na atualidade, percebemos uma semelhança e uma discordância entre eles. A semelhança estaria no fato de que, atualmente, devido às lacunas (incompletudes) e antinomias (contradição) presentes nas leis, há uma possibilidade de injustiça e impunidade perante o acusado. Já a discordância estaria atribuída ao fato de que hoje não se pode condenar ninguém sem provas intrinsecamente analisadas e comprovadas. 
Cite uma das ideias de Sócrates que mais lhe chamou a atenção. Justifique sua resposta.
Uma ideia de Sócrates que mais me chamou atenção ocorreu diante da condenação da sua própria pena de morte, quando mesmo sabendo que não havia feito mal a ninguém, que não merecia mal algum, aceita sem nenhuma objeção ou resistência a pena, sabendo que poderia ter optado pelo exílio de Atenas ou apelado pela misericórdia dos juízes. Deixando claro assim, a sua ética em respeito às leis e, principalmente ao coletivo, que não permitiu que ele fosse contrário a essa condenação.
 A partir do texto “Filosofia e política”, de Hannah Arendt, explique a afirmativa: “O abismo entre filosofia e política abriu-se historicamente com o julgamento e a condenação de Sócrates…” (p.91)
A forma de Sócrates aplicar a filosofia não foi suficiente para modificar a política, ou seja, em sua retórica não foi possível convencer os juízes e provar sua inocência. Sendo assim a filosofia e a política não se influenciam no que ilustra esse abismo entre elas. 
Considerando as ideias de Hannah Arendt sobre Sócrates, pode-se comparar esse filósofo com Aquiles? Justifique sua resposta.
É possível comparar Sócrates com o filósofo Aquiles pois os dois não se preocuparam com o perigo da morte, por preferirem morrer ao viver em desonra, ou seja, ao viver sem a justiça. Assim, ambos acabaram morrendo acreditandoque, ao fazê-lo, estariam cumprindo seu papel para com a justiça. Tanto um quanto o outro, possuíam uma forte convicção moral e não abrem mão desta em nenhum momento. 
 
Comente a afirmativa: “A oposição entre verdade e opinião foi sem dúvida a mais anti-socrática conclusão que Platão tirou do julgamento de Sócrates”. In: Filosofia e política, de Hannah Arendt, (p.92). 
Ao afirmar que a verdade é o oposto da opinião (doxa), Platão discorda com Sócrates, já que este afirma que, por meio da maiêutica – a arte da obstetrícia -, é possível descobrir a verdade na doxa de cada um. Desse modo, Sócrates acredita que a dialética “não extrai a verdade pela destruição da doxa, ou opinião, mas, ao contrário, revela a doxa em sua própria verdade”, o que é considerado impossível para Platão, já que, em seu ponto de vista, a opinião é o oposto da verdade. Ou seja, para Hannah Arendt, Platão refuta a ideia de Sócrates de que, de cada doxa, é possível extrair a verdade.

Outros materiais