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RESUMO HIRSCHMAN

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ICP- HIRSCHIMAN 84-129
DAS ATIVIDADES PRIVADAS PARA A ESFERA PÚBLICAS
- A busca de felicidade por acumulação traz inúmeros inúmeras decepções, o que acarreta em uma influência de maior participação na vida publica 
- Um dos problemas da não aderência a ação coletiva é de que os benefícios individuais não superam os seus custos de participação (Ex.: eleições)
- MANCUR OLSON: Mostrou que mesmo os benefícios sendo maiores que os custos, dificilmente as pessoas aderem a ações coletivas
- FENOMENO DA CARONA: Esperar da iniciativa do próximo os benefícios individuais, egoísmo, empenho dos outros em seu beneficio
- Olson não leva em consideração o passado, mesmo empregando teorias eficientes e aplicáveis
- EFEITO DO IMPACTO: Experiências geram ações coletivas mais racionais no futuro, exagero dos benefícios e subestimação dos custos da ação que se contrapõe ao caminho seguido anteriormente e que levou a resultados desagradáveis. Se A falhou, B é uma opção muito mais promissora, independente de seus custos.
- O efeito do impacto tende a atenuar custos individuais e aumenta o risco de benefícios de ações.
- O efeito do impacto é uma forma de justificar a mudança no sentido da esfera publica
- Decisões públicas X Privadas
- Não existe diferença entre a luta pela felicidade e a conquista dela
- A busca pela felicidade coletiva e a conquista dessa felicidade são concomitantes
- “Todas as atividades carregam dentro de si sua própria recompensa” (A busca pelo bem infinito pelos cristãos abarca essa conquista e designa a sua luta)
- A distinção entre luta e conquista de ações coletivas acaba por derrubar a situação de custo e benefício da ação do interesse público, pois a luta que se fixaria como os custos fazem parte das conquistas ditas benefícios
- Os benefícios coletivos não é o liquido entre o custo e o benefício e sim a soma dos dois 
- Conforto X prazer
- Conforto: ausência de desconforto, sensação de saciedade APÓS a refeição
- Prazer: na transição do desconforto ao conforte, o período DURANTE a refeição
- Na situação de consumo privado, antes da saciedade e do conforto, é necessário um tempo que se torna o custo para se ter o bem, e um tempo posterior de prazer no momento de utilização do bem
- Nos interesses públicos, o prazer penetra nos custos
- Uma forma de resolução e entendimento da falta de critérios de rotular eventos como benefícios e custos, a analogia a empreendimentos rotineiros e não rotineiros
- Rotineiros- Não há dúvida de que o trabalho produzido terá o resultado esperado, a diferenciação entre meios e fins, custos e benefícios e intuitiva
- Não rotineiros- há sempre uma incerteza sobre o resultado positivo do esforço, o esforço além de ansiedade se torna “luta” e intermedia o prazer
- “Não é a minha capacidade de mudar a sociedade que traz prazer, mas o fato de que o trabalho e esforço nas atividades públicas que me transformam e me desenvolvem independente de uma mudança concreta da sociedade. ”
- A participação em questões públicas é um bem em si, e não somente um meio para se chegar em um fim beneficiário 
- Se basear no “efeito carona” é como perder o prazer de uma deliciosa refeição, tomando apenas uma pílula que torna seu desejo saciado.
- Motivos para a decepção com as atividades públicas, e essas tendem a ser reflexos de motivações e reações individualistas
- Uma onda de descontentamento com a vida pública poder ser entendida como um eco e reflexo da mudança coletiva anterior no sentido do envolvimento em questões públicas.
- Não realização dos desejos – defesa prolongada e sem êxito, levando ao desestimulo e ao eventual abandono da luta pelas causas infrutíferas
- Meta teoricamente atingida, porém revelar-se muito menos atrativa do que a ideia
- Não haver mais necessidade de ação (republicano após a implantação desse modelo) (separatista após a secessão)
- O abandono de ações privadas se mostra mais fácil do que o abandono de ações públicas.
- O abandono de ações públicas se dá após uma grande desmotivação, não há abandono por situações precipitadas.
- As pessoas tendem a uma auto ilusão nas ações públicas, distanciam a realidade da imaginação, modo de exagerar os benefícios que se possa esperar das ações coletivas.
- A expectativa de implantação diametralmente oposta a vigente faz com que as pessoas reneguem meios intermediários ou paradas temporárias, o que afetam nas expectativas do coletivo (as pessoas tendem a uma visualização sempre utópica das suas conquistas)
- A pobreza de imaginação que produz imagens de mudanças totais nas pessoas
- O resultado de ações privadas decepcionantes condicionam o indivíduo simplesmente a uma imediata transferência de preferencias, o que diverge das ações públicas que em certas situações, a decepção pode servir como estimulante.
 - Planejamento sobre situações de ação coletiva levam mais tempo do que o esperado, principalmente pelas conquistas alcançadas gradualmente
- A disparidade entre a espera na expectativa e na realidade da disponibilidade de tempo às atividades é um meio de decepção.
- Quando a atividade pública realizada custa mais tempo do que estaria destinado, o tempo a ações privadas diminui e seu custo de participação aumenta
- A democracia representativa seria uma saída para uma maior liberdade temporal para que as pessoas pudessem se desdobrar em suas ações privadas
- ROUSSEAU: “A causa da miséria humana é a contradição... entre o homem e o cidadão; transforme o homem numa coisa só e ele será o mais feliz possível. Entregue-o inteiramente ao Estado ou deixe-o inteiramente consigo mesmo (com suas atividades particulares), mas se você dividir seu coração, este será arrasado”. As duas ações têm tendências monopolizadoras e é impossível atingir um equilíbrio entre elas.
- A dedicação excessiva a uma ação, seja ela pública ou privada, pode levar o indivíduo a decepção.
- “PERDA DE CONTROLE” Os movimentos públicos frequentemente desenvolvem um ímpeto próprio e tomam rumos não previstos pelos promotores originais que até são vistos com maus olhos por eles (caso de revoluções)
- Os indivíduos buscas a participação em ações públicas quando se decepcionam com as ações privadas, nesse processo o idealismo é buscado em certa medida que há até sacrifícios em torno do bem comum, porém com a experiência se descobre que as situações não são simples e que até códigos éticos são violados em nome de uma “grande meta”
- Essa experiência pode levar a retirada e decepção com a vida pública ou desencadear uma impetuosa excitação com o poder podendo levar a dependência da vida publica
- Distinção ou oposição dedicação x dependência – com uma alocação maior de tempo do que o planejado para atividade que estabeleçam uma dedicação excessiva, logo essa experiência deprecia os méritos da atividade que a gerou
- Correlação dedicação x dependência – o limite transgredido do envolvimento planejado na atividade pública é ocasionado pela experiência de que a atividade é envolvente, diminuindo as outras atividades na qual essa ação ocupa o tempo
- “As vontades de segunda ordem” podem ser uma forma de empecilho à dependência, mesmo que a alocação da maior parte do tempo preferencialmente vá para atividades públicas, haverá influencias que tentam reverter essa escolha.
- Atividades de alcance público reservam muito desgosto pois tem pretensões sempre expansionistas e ao tentar tomar todo o espaço da vida desses indivíduos, esses chegam ao desgosto e o “cidadão público” volta a esfera privada 
- Outra forma de frustação no sentido da participação pública é a de barreirar que impeçam o excesso de participação (EX.: voto)
- O indivíduo poderá aumentar os seus benefícios em ações públicas com a sua participação mais efetiva
- O voto garante a todos uma parcela mínima no processo de decisão política, e por outro lado postula o teto/máximo.
- Por não designar as intensidades de escolhas das pessoas, essas se abstém do processo decisório por não se sentirem representados ou ouvidos. 
- Caráter ambíguo do voto:de um lado, essencial estrutura institucional em defesa contra um estado excessivamente repressivo, do outro, proteção contra uma coletividade excessivamente “expressiva”.
- “PARADOXO DO ELEITOR” – por que os eleitores perdem o tempo para votarem sendo que sua representatividade e seu esforço não é eficientemente recompensado?
- Em países que os partidos trabalham extensivamente durante todo o período, o número de votantes geralmente é maior pela situação de convívio com os problemas políticos 
- FORMAS DE PARTICIPAÇÃO POLITICAS DIFERENTES DOS VOTOS:
(1) Tentativas de influenciação dos votos, comparecimento em reuniões na qualidade de correligionário, doações, trabalho ativo durante a campanha (somente em períodos de eleição)
(2) Tentativas de influenciar diretamente as decisões sobre programas públicos mediante acompanhamento de atividades comunitárias ou problemas nacionais, geralmente através de participação em grupos, organizações voluntarias, grupos de pressão e coalizões.
- Os rumos básicos de um pais democrático resultam do voto, um método que combina preferencias e limita o envolvimento dos cidadãos, limita tanto o exercício da paixão política que leva a decepções e a despolitização
- Historicamente: “O sufrágio universal encerra a era das revoluções”
- O problema do sufrágio é tirar a legitimidade de outras formas mais diretas, expressivas e mais eficientes de ação política
- O fato considerável do progresso do sufrágio universal veio a um custo que se perdeu a vista
- O envolvimento excessivo, de um lado, e o baixo grua de envolvimento do outro, na medida em que a ação política se limita essencialmente ao voto. Em suma, o problema com a vida política é o seu caráter excessivamente envolvente ou excessivamente insípida.
- A participação ativa nas ações públicas requer, além de disposição, habilidades como o talento com o trato com as pessoas, oratória (competência política subjetiva)
- A participação na vida pública oferece apenas essa insatisfatória escolha entre o demais e o de menos e, portanto, está fadada a ser decepcionante de uma forma ou outra.

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