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gestão empresarial administração geral abordagens teóricas na administração 2 ObjetivOs da Unidade de aprendizagem Discutir a evolução do pensamento administrativo. COmpetênCias Analisar e criar parâmetros nas teorias da administração. Habilidades Descrever os conceitos históricos da administração. administração geral abordagens teóricas na administração ApresentAção É importante conhecer os meandros da ciência administra- tiva, suas origens, precursores, pensadores e administrado- res que fizeram da ciência administrativa uma verdadeira arte. Conhecer um pouco de suas origens, capacita-nos a entender a evolução histórica da administração, seus con- ceitos, erros e acertos e, ao longo do tempo, e seus princi- pais personagens, que marcaram época com suas teorias. pArA ComeçAr Para que possamos acompanhar essas transformações na administração é necessária uma análise mais específica nas abordagens que nortearam ao longo do tempo a adminis- tração de forma geral, definindo as Teorias Gerais da Admi- nistração, que aqui se elencam as mais representativas no contexto geral deste estudo. teOrias gerais da administraçãO A teoria geral da administração é dividida nas seguintes abordagens: → Clássica e Científica, com os precursores Frederick W. Taylor e Henri Fayol; → Comportamental ou Humanística, com os precursores Alfred Chandler, Tom Burns e G. M. Stalker e Abraham Maslow, MacGregor e Likert; → Neoclássica, com os precursores Peter F. Drucker, Willian Newman, Ernest Dale e Ralph C. Davis, Louis Al- len e George Terry; → Contigencial, com os precursores Alfred Chandler, Tom Burns e G. M. Stalker e Paul Laurence e Jay Lorsch; → Desenvolvimento organizacional, com Leland Bradford; → Nova administração, com Idalberto Chiavenato e Geral- do Caravantes. Administração Geral / UA 02 Abordagens Teóricas na Administração 4 abordagens clássica e científica Frederick W. Taylor Henri Fayol comportamental ou humanística Alfred Chandler, Tom Burns e G. M. Stalker Abraham Maslow, MacGregor e Likert neoclássica Peter F. Drucker, Willian Newman, Ernest Dale Ralph C. Davis, Louis Allen e George Terry contingencial Alfred Chandler, Tom Burns e G. M. Stalker Paul Laurence e Jay Lorsch desenvolvimento organizacional Leland Bradford nova administração Idalberto Chiavenato Geraldo Caravantes Na figura acima podemos conhecer os precursores de cada teoria e abor- dagem nos conceitos teóricos da administração ao longo dos tempos até a atualidade. Em algum momento, você pode se perguntar: para que estudar e co- nhecer teorias antigas, conceitos centenários? Para que e em que se usa- riam tais conhecimentos e conceitos? Primeiro, temos que ter em mente que a evolução constante tem como alicerce e suporte conhecimentos já adquiridos, que, ao transformar, adaptar ou mesmo recriar os conceitos, fazem necessário voltar às suas origens, e dessa forma, interpretar melhor as teorias, e como eram vistas na época de sua utilização. Segundo, os conhecimentos teóricos validam os experimentos e apri- moram novas transformações, de forma que as administrações dos con- flitos conceituais se tornaram a forma de aprimoramento cada vez mais rápida em sua aplicabilidade nas organizações. Terceiro, a evolução tecnológica e a busca constante do desenvolvi- mento e da responsabilidade social surgem de forma constante; novos paradigmas teóricos a serem estudados. Figura 1. Abordagens e teorias. Administração Geral / UA 02 Abordagens Teóricas na Administração 5 Dito isso, faremos um breve estudo de todas as elencadas, de forma simples e bastante conceitual, para que facilite o discernimento entre cada uma delas. FundAmentos Vamos por etapas: 1. abOrdagem ClássiCa e CientífiCa Os precursores da abordagem clássica e científica foram Frederick W. Taylor (1856-1915), com sua obra Shop Management (Gerência de Fábrica), lançada em 1903 que dá início à Escola da Administração Científica. Também Henri Fayol (1841/1925), com seu trabalho Administracion In- dustrielle et Generale, publicado em 1916, origina a Teoria Clássica da Ad- ministração. Segundo Chiavenato (2003 p. 48), ambos partiram de pontos de vistas diferentes, apesar de não terem se comunicado. Em função dessas duas correntes, formaram as bases da Abordagem Clássica da Administração, desdobrada em duas orientações diferentes: a científica (formada por en- genheiros) e outra corrente formada por anatomistas e fisiologistas da administração. Henry Ford foi um importante engenheiro americano. Nasceu em 30 de julho de 1863, na cidade norte-americana de Springwells; faleceu em 7 de abril de 1947. Produziu seu primeiro automóvel em 1892. Ford se preocupou com os custos finais do produto, buscando, assim, na produção em escala, definir uma linha de montagem, onde seus custos possibilitaram produzir mais e vender mais barato. Com esse modelo de produção em massa, os funcionários cumpriam pequenas etapas no processo de produção, e não se exigia qualificação, que aumentava seus custos. Esse processo de produção pode ser entendido melhor assistindo o filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, onde se verifica a falta de qualificação na produção e o ato contínuo e repetitivo na mão de obra empregada na produção. O fordismo foi substituído, na década de 80 do século XX, pelo Toytis- mo, que modificou consideravelmente o sistema de produção colocando custos e qualidade como metas principais. Principais focos das abordagens Científicas e Clássicas: Administração Geral / UA 02 Abordagens Teóricas na Administração 6 CientífiCa Preocupações primordiais: → Estudo do tempo padrão de produção; → Supervisão funcional; → Padronização de ferramentas e instrumentos; → Delineamento da rotina de trabalho; → Planejamento de tarefas e cargos; → Tarefas associadas a prêmios. teoria ClássiCa As principais atividades do corpo empresarial: → Técnica: produção de bens ou de serviços; → Comercial: compra, venda e troca; → Financeira: procurar e aplicar capital; → Segurança: proteção da propriedade e das pessoas; → Contábil: registros, balanços, custos e estatística; → Administrativa: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. 2. COmpOrtamental OU HUmanístiCa O foco principal é o homem na organização e seu bem-estar. O compor- tamento humano nas organizações levou vários autores, como Herbert Alexander Simon (precursor da teoria humanística), seguido por G. M. Stalker, Douglas MacGregor e Rensis Likert a estudar com mais profun- didade o impacto no microambiente do trabalho sobre o operário, com relação ao seu bem-estar e a produtividade. Outro expoente na abordagem humanística foi Abraham Harold Mas- low, nascido no Brooklyn, NY, em 1/4/1908 e falecido em 8/6/1970; foi um dos fundadores da Psicologia Humanística nos anos de 1960, autor da Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow, onde apresenta o homem autorrealizado em suas necessidades básicas. Dentre esses estudos, destacam-se também a preocupação da intera- ção do homem no meio organizacional. A importância dada aos grupos, sua interação, motivação em equipe, liderança, comunicações e dissemi- nação de informações e dinâmica de grupo (Chiavenato, 2003). 3. abOrdagem neOClássiCa O verdadeiro papel do administrador, sua prática, cumprimento de ob- jetivos, propositura de realizações, foco de resultados, são as premissas básicas nesta abordagem. Administração Geral / UA 02 Abordagens Teóricas na Administração 7 A principal referência é Peter F. Drucker, com a preocupação maior de formatar a empresa, com suas características funcionais e operacionais. Outros expoentes na Teoria Neoclássica são: Willian Newman, Ernest Dale, Ralph C. Davis, Louis Allene George Terry. Mais à frente, vocês aprofundarão mais no tema do sistema organiza- cional, seus tipos e características. 4. abOrdagem COntingenCial Primeiramente, vamos definir a palavra contingência. Segundo o dicioná- rio Aulete Eletrônico é eventual, temporário, contingente. Os pioneiros da Teoria Contingencial são Alfred Chandler, Tom Burns e G. M. Stalker, Paul Laurence e Jay Lorsch. Segundo Chiavenato (2000, p. 498), “A abordagem contingencial salien- ta que não se alcança a eficácia organizacional seguindo um único e exclu- sivo modelo organizacional[...]”. Isso quer dizer que um modelo específico de uma empresa X, não necessariamente será validado ou terá resultados positivos pelo fato de ter dado certo na empresa Y, diz ainda: “Diferentes ambientes requerem diferentes desenhos organizacionais”. Cada empresa ou organização moldará seu próprio modelo, que aten- da às necessidades operacionais, de acordo com seus recursos, sejam tecnológicos, humanos e financeiros. A teoria da Contingência realça a necessidade da responsabilidade am- biental, a resposta do funcionário no que tange a capacidade evolutiva, flexibilidade e facilidade de adaptação aos ambientes internos, focando principalmente estas capacidades ante a evolução tecnológica e sua im- plementação dentro da empresa. 5. desenvOlvimentO OrganizaCiOnal Toda organização, seja de pequeno, médio ou grande porte, tende-se a aprimorar e buscar o desenvolvimento e crescimento. Para tanto, várias situações podem conflitar para se atingir tais objeti- vos, como por exemplo, mudanças na cultura organizacional da empre- sa, que passa a ser um processo lento e trabalhoso em sua implantação. Para explorar a capacidade e potencialidade de seu conjunto interno (recursos – pessoas) é necessário transpor tais obstáculos, senão há o risco de fracasso. A mudança organizacional planejada deve ser feita de forma participativa e democrática, é importantíssima essa cooperação entre departamentos e pessoas que participam da organização. Essa interação independe dos ní- veis de seu servidor na empresa, onde se apresenta uma variedade muito grande de culturas, desde crenças, lideranças, relacionamento e comporta- mentos diversos; por isso, a necessidade de ser de forma participativa. Administração Geral / UA 02 Abordagens Teóricas na Administração 8 Vale aqui destacar outras situações: administração de conflitos inter- nos através de negociações, descentralização de decisões, responsabi- lidade dimensionadas em grupos, necessidade de contínua adaptação, desenvolvimento em equipes. Vários autores se destacaram com obras no assunto, como Richard Bekhard e Leland Bradford, entre outros. 6. nOva administraçãO Várias são as perspectivas da administração no futuro, em função da tec- nologia e, cada vez mais, pela rapidez e fluidez da informação. A capacidade de o homem interagir com as mudanças, com a tecnolo- gia e, acima de tudo, a sustentabilidade social é o principal escopo para a nova administração. “A teoria administrativa tradicional não contempla o bem-estar das pes- soas e parte dos executivos está voltada para eficiência e eficácia e esque- cem o seu próprio bem-estar e das pessoas que estão ao redor, já a nova administração tem três objetivos: viver, viver bem e viver melhor”, explica Geraldo Caravantes1. No mundo global, fusões de empresas e a expansão do mercado exi- gem cada vez mais a adequação de novas fórmulas para a organização. A quebra de barreiras e fronteiras das comunicações e da velocidade da informação requer contínua quebra de paradigmas organizacionais, e um posicionamento holístico com a realidade atual. No final deste livro, apresentaremos as tendências da nova adminis- tração, de forma mais aprofundada, que após estudar o conteúdo deste trabalho, você poderá ter uma concepção formatada do futuro da admi- nistração. dica Assista antes ao filme Tempos modernos, de Charles Cha- plin, que proporcionará a você uma noção exata, do mecani- cismo, da fadiga humana, da capacitação operária da época, e poderá fazer um juízo melhor das teorias da unidade de hoje. Para que você possa se aprofundar mais nas teorias da Ad- ministração Científica e Clássica, leia o capítulo III do livro de Chiavenato: Introdução à Teoria Geral da Administração. 1. Entrevista de Geraldo Caravantes, disponível em http://www. mauriciodenassau. edu.br/noticia/listar/ rec/1175 acesso em 17/5/2010. Caravantes é o criador da Teoria da Nova Administração Moderna, Ph.D pela Universidade do Sul da Califórnia. Administração Geral / UA 02 Abordagens Teóricas na Administração 9 Chiavenato2, no capítulo 19, da Introdução à Teoria Geral da Administra- ção, abre o capítulo com a pergunta: “Para onde vai a TGA? – Em busca da competitividade”. Administradores, empresários e gestores, questionam a todo instante, o que se exigirá mais. Em momentos de turbulências, internas e externas, e que, com o ad- vento “globalização”, os efeitos são gerais e a rapidez sentida é incontestá- vel, independe da origem, afeta mercados, empresas públicas e privadas e todo um sistema organizacional. Essas mudanças constantes exigem atenção e perspicácia, conhe- cimentos, visão; mas isso tudo gera incertezas e medos. Para tanto, é necessário um amplo estudo estratégico organizacional, criar alicerces para enfrentamento de situações inesperadas, preparo, técnica e lógica na administração. atenção O desafio está lançado. Você está pronto para quebrar pa- radigmas, vencer as resistências e mudar sua própria cultura organizacional? 2. Chiavenato é também um dos modeladores e norteadores da “Nova Administração”. antena pArAbóliCA Sugiro você ler as revistas Isto é Dinheiro, Carta Capital, Você S/A, e verá que o mundo converge para novos mo- delos de competitividade, modelos organizacionais, ca- pacitação profissional, mostra-nos a constante mutação de mercados e também dos perfis profissionais. É importante a interação de conhecimentos teóricos e buscar em si mesmo, a concepção da necessidade de mudanças, e quais os níveis dessas mudanças, para que não sejam pesadas demais para implementá-las, evitan- do assim o fracasso e a desmotivação de seguir o cami- nho rumo ao futuro. e AgorA, José? Bem, já vimos quase tudo de teorias administrativas, ago- ra, que tal a gente se preparar para o próximo módulo. O tema central é o Sistema Organizacional, onde re- tornaremos o assunto de eficiência e eficácia, que já ti- vemos uma pequena canja do assunto. Vamos lá... Continue firme, não solte o leme do barco, pois não há tempo para ficar à deriva. Administração Geral / UA 02 Abordagens Teóricas na Administração 11 glossário Abordagem: modo como é tratado determina- do assunto. Alicerce: aquilo em que algo se apoia; aquilo que dá firmeza, segurança, solidez; base; fundamento. Aprimorar: fazer ou deixar melhor (qualidade de) algo ou alguém (inclusive si mesmo); tornar(-se) primoroso; aperfeiçoar(-se). Delineamento: primeiro projeto de uma obra. Discernimento: capacidade de perceber, com- preender com facilidade; perspicácia. Disseminação: difusão, propagação, vulgariza- ção de ideologia, teoria, visão de mundo etc. Escopo: alvo, ponto que se pretende atingir; fi- nalidade, objetivo; propósito; intuito. Expoente: pessoa eminente em área profissional. Formatar: estabelecer o formato de. Fusões: união total, de agremiações, empresas, formando uma só unidade. Implementação: executar, colocar em prática (plano, projeto). Interagir: desenvolver ação recíproca; inter- -relacionar-se. Nortear: orientar(-se), dirigir(-se), regular(-se). Paradigma: padrão que serve como modelo a ser imitado ou seguido. Perspicácia: qualidade de quem é perspicaz, de quem é capazde observar com argúcia, de compreender as coisas; argúcia; clarividên- cia; esperteza; lucidez. Precursores: que antecipa, sinaliza ou dá início a novos conceitos, situação, técnicas, com- portamentos. Premissas: ideia ou fato inicial de que se parte para formar um raciocínio. Propositura: ação ou resultado de propor; pro- posição. Salientar: tornar(-se) saliente, destacado, ou notável; destacar(-se). Sustentabilidade: modelo de desenvolvimento que busca conciliar as necessidades econômi- cas, sociais e ambientais de modo a garantir seu atendimento por tempo indeterminado e a promover a inclusão social, o bem-estar econômico e a preservação dos recursos na- turais; desenvolvimento sustentável. Tange: diz respeito a. Turbulência: agitação intensa e desordenada nos mercados, economia etc. reFerênCiAs CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração. Rio de Janeiro: Campus El- sevier, 2004. MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administra- ção. São Paulo: Atlas, 2007. PORTAL FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU. Ca- ravantes discute Administração Mo- derna. Disponível em <http://www. mauriciodenassau.edu.br/noticia/exibir/ cid/1/nid/1175>. Acesso em: 17 mai. 2010.
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