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Penal II - Resumo

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1 – CONCEITO DE SANÇÃO PENAL 
Trata-se da punição estabelecida em lei penal. 
02 – ESPECIES DE SANÇÃO PENAL 
A sanção penal pode ser de duas espécies: 
a) pena; 
b) medida de segurança 
03 – CONCEITO DE PENA 
A pena é sanção penal, imposta pelo Estado, em execução de uma sentença 
ao culpado pela prática de infração penal, consistente na restrição ou na 
privação de um bem jurídico, com finalidade de retribuir o mal injusto causado 
à vítima e à sociedade bem como a readaptação social e prevenir novas 
transgressões pela intimidação dirigida à coletividade. 
04 – FINALIDADE DA PENA 
Existem três teorias para definir a finalidade da pena: 
a) Teoria absoluta ou da retribuição – a finalidade da pena é punir o autor 
de uma infração penal. A pena nada mais consiste que na retribuição do mal 
injusto, praticado pelo criminoso, pelo mal justo previsto em nosso 
ordenamento jurídico. 
b) Teoria relativa, finalista, utilitária ou da prevenção – a pena possui fim 
prático de prevenção geral e prevenção especial. Fala-se em prevenção 
especial, na medida em que é aplicada para promover a readaptação do 
criminoso à sociedade e evitar que volte a delinqüir. Fala-se em prevenção 
geral, na medida em que intimida o ambiente social (as pessoas não 
delinqüem porque tem medo de receber punição) 
c) Teoria mista, eclética, intermediária ou conciliatória – A pena possui 
dupla função, quais sejam, punir o criminoso e prevenir a prática do crime 
seja por sua readaptação seja pela intimidação coletiva. 
04 – CARACTERISTICAS DA PENA 
A pena possui sete características importantes e, na sua maior parte, 
expressas no texto constitucional que merecem sólida atenção. Vejamos 
algumas: 
a) Legalidade 
Fundamento: artigo 1º, CP e inciso XXXIX, do artigo 5º da CF 
A pena deve estar prevista em lei e, importante, lei em sentido estrito, não se 
admitindo que seja cominada em regulamento ou ato normativo. 
b) Anterioridade 
Fundamento: artigo 1º CP e inciso XXXIX, do artigo 5º, da CF. 
A pena deve já estar em vigor na época em que foi praticada a infração. 
c) Personalidade 
Fundamento: inciso XLV, do artigo 5º, da CF 
A pena não pode passar da pessoa do condenado. 
A pena de multa, por exemplo, embora considerada dívida de valor, em razão 
da personalidade, jamais poderia ser cobrada dos herdeiros do condenado. 
d) Inderrogabilidade 
Salvo previsões expressas legais, o Juiz jamais poderia deixar de aplicar a 
pena. Por ex, o juiz não poderia extinguir a pena de multa em razão de seu 
irrisório valor. 
e) Individualidade 
Fundamento: inciso XLVI, do artigo 5º, da CF 
A imposição e o cumprimento da pena deverão ser individualizados de acordo 
com a culpabilidade e o mérito de cada sentenciado. 
f) Proporcionalidade 
Fundamento: incisos XLVI e XLVII, do artigo 5º da CF 
A pena deve ser proporcional ao crime praticado 
g) Humanidade 
Fundamento: artigo 75, do Código Penal e inciso XLVII, do artigo 5º da CF. 
Não são admitidas as penas de morte, salvo em caso de guerra declarada, de 
trabalhos forçados, perpetuas, banimento e cruéis. 
05 – ESPECIES DE PENA: 
As penas podem ser: 
i) pena privativa de liberdade 
ii) pena restritiva de direito 
iii) penas pecuniárias 
1 – ESPECIES DE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE 
As penas privativas de liberdade podem ser: 
a) reclusão. Ex: artigo 121, “caput” 
b) detenção. Ex: artigo 137 
c) prisão simples. Para as contravenções penais. 
02 – REGIME PENITENCIÁRIO E SUAS ESPECIES 
Como veremos adiante é o regime inicial de cumprimento da pena a principal 
característica diferenciadora entre as espécies de pena privativa de liberdade. 
Há três espécies de regime de cumprimento da pena privativa de liberdade. 
Os regimes podem ser: 
1 º) Fechado – cumpre a pena em estabelecimento penal de segurança 
máxima ou média 
2º) Semi-aberto – cumpre a pena em colônia penal agrícola, industrial ou em 
estabelecimento similar. 
3º) Aberto – trabalha ou freqüenta cursos em liberdade, durante o dia, e 
recolhe-se na Casa do Albergado ou estabelecimento similar à noite e nos 
dias de folga. 
O regime inicial de cumprimento de pena deverá ser estipulado na sentença 
condenatório, conforme o Artigo 110, da Lei de Execução Penal (LEP). O juiz 
deverá se atentar, também, às determinações contidas no artigo 33 do Código 
Penal, o qual estabelece a distinção entre a pena de reclusão e a pena de 
detenção. 
03 – REGIME INICIAL DA PPL DE RECLUSÃO 
Para estabelecer o regime inicial da pena de reclusão o Juiz deverá observar 
os seguintes critérios: 
1º) Se a pena imposta for superior a 8 anos – o regime inicial de 
cumprimento é o FECHADO. 
2º) Se a pena imposta for superior a 4 anos, mas não exceder a 8 anos – 
o regime inicial de cumprimento será oSEMI ABERTO 
3º) Se a pena imposta for igual ou inferior a 4 anos – o regime inicial de 
cumprimento da pena será o ABERTO. 
Algumas observações devem ser anotadas, vejamos: 
OBS1 => Se o condenado for REINCIDENTE => SEMPRE INICIA NO 
FECHADO, salvo se a condenação anterior foi por pena de multa, quando 
poderá, segundo o E. Supremo Tribunal Federal, iniciar o cumprimento no 
aberto, desde que a pena seja igual ou inferior a 4 anos. 
OBS 2 => Se as circunstancias 
do ARTIGO 59, CP forem DESFAVORÁVEIS => INICIA NO FECHADO. 
Lembre-se que em se tratando de pena superior a 8 anos, a imposição de 
regime inicial fechado depende de fundamentação adequada em face do que 
dispõe o artigo 33, do CP bem como o próprio artigo 59. 
04 – REGIME INICIAL DA PPL DE DETENÇÃO 
São somente dois critérios essenciais, vejamos: 
1º) Se a pena for superior a 4 anos – inicia no SEMI ABERTO 
2º) Se a pena for igual ou inferior a 4 anos – inicia no ABERTO 
Temos ainda outras três observações para ser realizadas: 
OBS 1 => Se for REINCIDENTE => INICIA NO SEMI ABERTO. 
OBS 2 => Se as circunstancias do ARTIGO 59, CP, 
forem DESFAVORÁVEIS=> INICIA NO SEMI ABERTO 
OBS 3 => Muito importante! – Não existe regime inicial fechado em caso de 
detenção. Obrigatoriamente o regime inicial deverá ser aberto ou semi-aberto. 
No entanto, somente em caso de regressão, poderá haver a implementação 
do regime fechado, mesmo em se tratando de detenção. 
05 – REGIME INICIAL NA PENA DE PRISÃO SIMPLES 
Também, nos termos do artigo 6º, da Lei de Contravencoes Penais, não 
existe regime inicial fechado em se tratando de prisão simples. Nesses casos, 
a pena deverá ser cumprida em regime aberto ou semi-aberto, sem rigor 
penitenciário. 
A diferença entre a prisão simples em relação à detenção é verificada na 
medida em que a primeira não admite o regime fechado sequer em caso de 
regressão, que ocorre, somente, do aberto para o semi-aberto. 
06 – GRAVIDADE DO DELITO E REGIME PENITENCIÁRIO 
A gravidade do delito não é suficiente, por si só, para determinar a imposição 
do regime inicial fechado, sendo imprescindível verificar o conjunto das 
circunstancias previstas no Artigo 59, do CP. 
Outrossim, importante frisar que, se a sentença for omissa quanto ao regime 
inicial, a dúvida deve ser resolvida em prol do regime mais benéfico, desde 
que juridicamente cabível. Por exemplo, o réu primário, condenado a 6 anos 
de reclusão, sem que a sentença faça referencia ao regime inicial, temos que 
seria possível tanto a imposição do regime semi-aberto como do fechado, 
porém, em razão da omissão, a pena deverá ser cumprida neste ultimo. 
07 – PROGRESSÃO DE REGIME 
Em razão do dinamismo do processo de execução, o legislador previu a 
possibilidade de alguém que inicia o cumprimento de sua pena em um regime 
mais gravoso – fechado ou semi aberto– obter o direito de passar para um 
regime mais brando, ou seja, a progressão de regime. 
A progressão de regime, prevista no artigo 112 da LEP, é determinada pelo 
Juiz, após a oitiva do Ministério Público (sob pena de nulidade absoluta) e é 
concedida, desde que preenchidos os seguintes requisitos: 
a) Objetivos – cumprimento de 1/6 da pena no regime anterior 
b) Subjetivos – o mérito do executado. São requisitos de ordem pessoal, tais 
como, a autodisciplina, o senso de responsabilidade do sentenciado, conduta 
carcerária. 
Sobrevindo alguma nova condenação durante a execução, a nova pena será 
somada ou unificada com o restante e, sobre o total, realizar-se-á o cálculo da 
pena a ser cumprida. Por exemplo: quando faltava 1 ano de detenção 
decorrente da condenação de um crime, sobrevém condenação para 
cumprimento de 9 anos de reclusão. Soma-se 9+1 = 10, serão, assim, 10 
anos de reclusão, que teriam que ser cumpridos em regime fechado. 
A lei veda a chamada progressão por salto, isto é, a passagem de um regime 
mais severo para o mais brando sem a submissão ao regime intermediário. A 
regra é clara na exposição de motivos da Lei de Execução Penal. 
Mesmo assim, a jurisprudência (STF) admite única hipótese de progressão 
por salto que ocorre quando o sentenciado já cumpriu 1/6 da pena em regime 
fechado e, por falta de vaga no regime semi-aberto, cumpre mais 1/6 no 
fechado. Nesses casos, há a possibilidade de transferi-lo para o regime 
aberto. 
De qualquer sorte, em regra, a jurisprudência afasta a possibilidade de 
progressão por salto. 
São regras do regime fechado: 
1 – EXAME CRIMINOLÓGICO 
Nos termos do artigo 34, do CP e do artigo 8º da LEP, temos que, no inicio do 
cumprimento da pena, o condenado será submetido a exame criminológico 
para fins de individualização da execução. 
2 – TRABALHO INTERNO 
O preso ficará sujeito a trabalho interno durante o dia, de acordo com suas 
aptidões ou ocupações anteriores à pena. 
O trabalho é direito social previsto no artigo 6º da CF. 
São algumas características do trabalho do preso: 
1ª) finalidade educativa e produtiva – fundamento: art. 28 da LEP 
2ª) remuneração não inferior a ¾ do salário mínimo – fundamento 
art. 39, CP e art. 29, da LEP 
3ª) tem direito aos benefícios da Previdência Social – fundamento: 
art. 39, CPe art. 41, III, da LEP 
4ª) não sujeita o trabalho do preso ao regime da CLT e à legislação 
trabalhista, uma vez que não decorre de contrato livremente firmado com 
empregador, sujeitando-se a regime de direito público – fundamento: 
artigo 28, parágrafo 2º da LEP. 
5ª) é dever do preso – fundamento: arts. 31 e 39, da LEP – sua recusa 
constitui falta grave - fundamento: art. 50, VI, da LEP 
6ª) na atribuição do trabalho deverão ser levadas em consideração a 
habilitação, a condição pessoal e as necessidades futuras do preso – 
fundamento: art. 32, da LEP. 
7ª) a jornada normal de trabalho não será inferior a 6, nem superior a 8 horas, 
com descanso nos domingos e feriados – fundamento: artigo 33, da LEP. 
8ª) os serviços de conservação e manutenção do estabelecimento penal 
podem ter horário especial – fundamento: artigo 33, parágrafo único, da LEP. 
9ª) a cada 3 dias de trabalho, o preso tem direito de descontar um dia de 
pena (instituto da remição – artigo 126, da LEP), se já vinha trabalhando e 
sofre acidente e fica impossibilitado de prosseguir, continuará o preso a se 
beneficiar da remição – fundamento: artigo 126, Parágrafo 2º, da LEP. Em 
caso de aplicação de falta grave, o preso perderá direito a todo o tempo 
remido – fundamento: art. 127, da LEP 
3 – TRABALHO EXTERNO 
É admissível o trabalho fora do estabelecimento carcerário, em serviços ou 
obras públicas, desde que tomadas as cautelas contra fuga e em favor da 
disciplina – fundamento: artigo 34, Parágrafo 3º, do CP e art. 36 da LEP. 
O limite máximo de presos trabalhadores em obras públicas é de 10% - 
fundamento: art. 36, da LEP. 
O trabalho externo confere os mesmos direitos que o trabalho interno, 
devendo ser, sempre observados os seguintes requisitos: i- aptidão, 
responsabilidade e disciplina, ii – cumprimento de 1/6 da pena, iii – exame 
criminológico, que é indispensável antes de autorizar o trabalho externo e iv- 
autorização administrativa do diretor do estabelecimento. 
Dentre as características do regime semi-aberto, temos: 
1 – EXAME CRIMINOLÓGICO 
A Lei de Execução Penal (LEP) em seu artigo 8º, parágrafo único dispõe que 
o exame criminológico é facultativo ao ingresso no regime semi-aberto. 
2- TRABALHO 
Segue as mesmas características do regime fechado, dando direito à 
remição, com diferença de que é desenvolvido no interior da colônia penal, 
em maior liberdade em relação ao estabelecimento carcerário. 
3- AUTORIZAÇÃO DE SAÍDA 
São benefícios aplicáveis aos condenados em regime fechado ou semi-aberto 
e subdividem-se em permissão de saída e saída temporária. 
1º) Permissão de Saída – Com fundamento do no artigo 120 da LEP, temos 
que os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e 
os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, 
mediante escolta, quando ocorrer os seguintes fatos: 
i) falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, 
descendente ou irmão; 
ii) necessidade de tratamento médico. 
A LEP confere atribuição à concessão da permissão de saída ao diretor do 
estabelecimento onde se encontra o preso. Assim, é medida de caráter 
administrativo. A sua duração esta condicionada ao cumprimento da 
finalidade para qual a saída foi designada. 
2º) Saída Temporária – O artigo 122 da LEP prevê a possibilidade de 
concessão de saída temporária aos condenados que cumprem a pena no 
regime fechado, sem vigilância direta, nos seguintes casos: 
i) visita à família; 
ii) freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 
segundo grau ou superior, na comarca do juízo da execução. 
iii) participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio 
social. 
A saída temporária não se aplica ao preso em regime fechado, em razão da 
natureza mais reclusa do regime, já que a liberação é sem vigilância. 
Outrossim, não se admite a concessão do beneficio ao preso temporário pois 
não é condenado tampouco cumpre pena em regime semi-aberto, sendo que 
sua prisão possui natureza cautelar e a ele não se aplicam direitos próprios 
daqueles que cumprem pena. 
Considerando que ao contrário da permissão de saída, a saída temporária 
não é caracterizada pela vigilância direta, temos que será concedida 
mediante autorização judicial, por ato motivado do juízo da execução (o ato 
de concessão não é administrativo, mas sim, jurisdicional), ouvidos o 
Ministério Público e a administração penitenciária e dependerá da satisfação 
dos seguintes requisitos: 
i) comportamento adequado; 
ii) cumprimento de, no mínimo, 1/6 da pena, se o condenado for primário e ¼ 
se for reincidente. 
Nos termos da Súmula 40, do STJ, temos que para obtenção dos benefícios 
da saída temporária e trabalho externo, considera-se o tempo de 
cumprimento da pena em regime fechado. Isto é, se houve condenação por 
12 anos, considerando que o condenado cumpriu 2 anos em regime fechado, 
sendo-lhe concedida a progressão ao semi-aberto. Temos que, para 
concessão do beneficio da saída temporária, terá que cumprir 1/6 de 10 anos 
(ou seja, não se calcula sobre o total). 
A Lei de Execução Penal, ainda, estabelece que o prazo máximo de duração 
da autorização não poderá ser superior a 7 dias, podendo ser concedida por 
mais 4 vezes durante o ano (artigo 124, LEP). 
Contudo, verifica-se que o parágrafo único do mesmo artigo dispõe que em se 
tratando de freqüência a curso profissionalizante, de instrução, segundo grau 
ousuperior o tempo de concessão será o necessário para o cumprimento das 
respectivas atividades. 
Mesmo assim, o beneficio será automaticamente, revogado, de oficio, pelo 
Juiz, sem mesmo a oitiva do Ministério Público, em caso de: 
i) prática de crime doloso; 
ii) punição por falta grave; 
iii) desatender as condições impostas na autorização ou revelar baixo grau de 
aproveitamento do curso 
Ainda temos que a recuperação do direito à saída temporária dependerá de 
absolvição no processo penal, do cancelamento da punição disciplinar ou da 
demonstração do merecimento do condenado. 
4 – REMIÇÃO 
É o direito que o condenado, em cumprimento da pena em regime fechado ou 
semi-aberto, possui de obter o desconto de um dia de pena a cada três dias 
de trabalho. 
É concedida pelo juiz da execução, após oitiva do Ministério Público. 
Há somente único caso previsto na LEP em que o preso terá direito a remir o 
tempo de pena sem trabalhar, ou seja, quando sofre um acidente de trabalho 
e fica impossibilitado de prosseguir. Nos demais casos, por exemplo, quando 
o preso resguardo desejo inequívoco de trabalhar, sabe-se que isto não é 
suficiente para remir a pena. 
Outrossim, para fins de remição é necessária o cumprimento da jornada 
completa de trabalho, ou seja, não inferior a 6 horas e, se superior a 8 horas, 
o tempo excedente não aumentará o percentual de desconto na pena. 
A punição por falta grave retira o direito ao tempo remido pelo condenado, 
iniciando-se novo período a partir da data da infração disciplinar. 
Ainda, conforme veremos adiante, o tempo remido, nos termos do artigo 128, 
da LEP, será computado para fins de livramento condicional. 
Em relação ao regime aberto temos que assinalar as seguintes 
características:1- REQUISITOS DO REGIME ABERTO 
Para ingressar no regime aberto exige-se autodisciplina e senso de 
responsabilidade do condenado (art. 36, do CP), somente podendo ingressar 
nesse regime se estiver trabalhando ou comprovar a impossibilidade de fazê-
lo, apresentar mérito e, principalmente, aceitar seu programa as condições 
impostas pelo Juiz. 
O referido programa esta estabelecido em lei federal ou local para a prisão-
albergue ou outra espécie de regime aberto. 
2- CONDIÇÕES 
Como vimos acima, um dos requisitos para o ingresso no regime aberto é a 
aceitação das condições impostas pelo juiz. Caso o condenado se recuse, 
expressamente, ou, pelo seu comportamento não aceite, não poderá 
ingressar no regime aberto. 
As condições judiciais podem ser gerais e obrigatórias ou específicas. 
As condições gerais e obrigatórias estão previstas na no 
art. 115, I a IV da LEP, as quais devem ser, obrigatoriamente, impostas pelo 
juiz, quais sejam: 
i) Permanecer no local que for designado, durante o repouso nos dias de 
folga; 
ii) Sair para o trabalho e retornar nos horários fixados; 
iii) Não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial; 
iv) comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando 
for determinado. 
Além destas o juiz da execução, se quiser, poderá impor outras a seu critério, 
de caráter discricionário do Juízo da execução ou a requerimento do 
Ministério Público, são as chamadas condições especiais, levando em 
consideração a natureza do delito, tais como, proibição de freqüentar 
determinados lugares (casas de bebida, reuniões, espetáculos, diversões); 
não trazer armas ou instrumentos capaz de ofender a integridade física de 
outrem etc... 
3 – PRISÃO DOMICILIAR 
A Lei de Execução Penal apresenta esta modalidade de prisão, em que o 
condenado em cumprimento de pena em regime aberto pode recolher-se em 
sua própria residência ao invés da Casa do Albergado. 
A prisão domiciliar pode ocorrer nos seguintes casos: 
i) condenado maior de 70 anos; 
ii) condenado acometido de doença grave; 
iii) condenada gestante; 
iv) condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental. 
São somente essas hipóteses legais que a lei autoriza a prisão domiciliar. Ou 
seja, a falta de vaga na Casa do Albergado ou a sua inexistência, em tese, 
não autoriza a prisão domiciliar. Por essa razão, nesses casos, o condenado 
deve se recolher em cadeia pública, não permanecendo em inteira liberdade 
(posição manifestada pelo STF). 
O STJ, porém, vem se posicionando em sentido contrário sob argumento de 
que a LEP fixou o prazo de 6 meses, a contar de sua publicação, para que 
tivesse sido providenciada a aquisição ou desapropriação de prédios para 
instalação de casas do albergado em número suficiente (fundamento 
– parágrafo 2º, do art. 203, da LEP). Como passados os anos, praticamente, 
nada foi providenciado, conclui-se que o condenado não esta obrigada a 
arcar com a inércia do poder público. 
01 – REGRESSÃO DE REGIME 
Trata-se da volta do condenado ao regime mais rigoroso, por ter descumprido 
as condições impostas para ingresso e permanência no regime mais brando. 
Embora a lei não admita a progressão por salto, a regressão por salto, ou 
seja, do aberto para o fechado, é cabível, do mesmo modo, a despeito da 
pena de detenção não comportar regime inicial fechado, este é perfeitamente 
cabível em caso de regressão. 
A lei prevê as seguintes hipóteses de regressão: 
i) prática de crime definido como crime doloso – em se tratando de delito 
culposo ou de contravenção, a regressão ficará a cargo do juiz da execução; 
ii) prática de falta grave – nos termos do artigo 50, da LEP, a fuga é 
considerada falta grave, embora não tipifique crime, há violação de deveres 
disciplinares do preso, ensejando punição administrativa e autoriza a 
regressão de regime, já que o comportamento do condenado não se adequa 
ao regime aberto ou semi-aberto; 
iii) sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da 
pena em execução, torne incabível o regime; 
iv) frustar os fins de execução, no caso de estar em regime aberto – qualquer 
conduta que demonstre incompatibilidade com o regime aberto, como por 
exemplo, o abandono de emprego; 
A lei, ainda, menciona o não pagamento de multa cumulativa, no caso de 
regime aberto, porém, esta hipótese foi revogada pela Lei nº 9.268/96, que 
considerou multa como dívida de valor para fins de cobrança, sem qualquer 
possibilidade de repercutir negativamente no direito de liberdade do 
condenado. 
02- SURPERVENIENCIA DE DOENÇA MENTAL 
Nesses casos, o condenado deverá ser transferido para hospital de custódia e 
tratamento psiquiátrico e a pena poderá ser substituída por medida de 
segurança. Atenção! É caracterizado constrangimento ilegal a manutenção do 
condenado em cadeia pública quando for caso de medida de segurança. 
03 – DETRAÇÃO PENAL 
Trata-se do computo, na pena privativa de liberdade e na medida de 
segurança do tempo cumprido de prisão provisória, no Brasil ou no 
estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em hospital de 
custódia e tratamento ou estabelecimento similar. 
A detração é matéria de competência exclusiva do juízo da execução, nos 
termos do artigo 66, III, c, da LEP. Não cabe, portanto, ao juiz da execução 
aplicá-la, desde logo, para poder fixar um regime inicial de cumprimento de 
pena mais brando. A decisão que concede a detração penal deve ser 
fundamentada, sob pena de nulidade, por força constitucional (artigo 93, IX, 
CF) 
O computo da prisão provisória, ou seja, do tempo em que o réu esteve preso 
em flagrante, por força da prisão preventiva ou temporária ou mesmo de 
sentença condenatória recorrível ou de pronuncia é possível para fins de 
detração. 
Hoje, diante da impossibilidade de conversão da pena de multa em detenção, 
não é possível a detração em pena de multa. Também, não é possível a 
detração em caso de sursis (suspensão condicional), pois o instituto 
resguarda a finalidade de impedir o cumprimento integral da pena privativa de 
liberdade. Assim,é impossível diminuir uma pena que nem sequer esta sendo 
cumprida. 
Em relação a detração às penas restritivas de direito, há sólidos 
entendimentos que a admitem, na medida em que quando se mantém alguém 
preso para ser aplicada a pena não privativa de liberdade com mais razão 
ainda não deve se menosprezado o tempo de encarceramento do condenado. 
Por fim, admite-se a detração do tempo de prisão provisória em relação ao 
prazo mínimo de internação, de sorte que, o exame de cessação da 
periculosidade, será feito após o decurso do prazo mínimo fixado, menos o 
tempo da prisão provisória. 
02 – DIREITO À VIDA 
É proteção constitucional. A vedação à pena capital constitui limitação 
material explicita ao poder de emenda – cláusula pétrea, núcleo constitucional 
intangível, nos termos do parágrafo 4º, inciso IV, do artigo 60, da Constituição 
Federal. 
Considerando que a constituição veda a pena de morte, temos que o Estado 
deve garantir a vida do preso durante a execução da pena. 
03 – DIREITO À INTEGRIDADE FÍSICA E MORAL 
Esta garantido nos seguintes dispositivos: 
· CF => inciso III, art. 5º. “Ninguém sera submetido a tortura nem a tratamento 
desumano e degradante” e inciso XLIX: “É assegurado aos presos o respeito 
à integridade física e moral” 
· LEP => artigo 3º e artigo 40 (imposição a todas autoridades o respeito à 
integridade física e moral dos presos condenados e provisórios) 
· CP => artigo 38 
04 – DIREITO À IGUALDADE 
Esta garantido nos seguintes dispositivos: 
· CF => inciso I e caput, artigo 5º; inciso IV, artigo 3º 
· LEP => parágrafo único do artigo 2º (veda discriminações quanto ao preso 
provisório e aos condenados de outras jurisdições); parágrafo único, artigo 3º 
(veda distinção de natureza racial, social, religiosa ou política); XII, do 
artigo 41, da LEP (direito à igualdade de tratamento); artigo 42 (preso 
provisório possui os mesmos direitos que o preso já condenado). 
05 – DIREITO À PROPRIEDADE 
Trata-se de direito subjetivo de gozar, fruir, dispor do bem, oponível a todas 
as demais pessoais, nos termos do artigo 1228, do Código Civil. Possui 
previsão nos seguintes diplomas legais: 
· CF => direito fundamental => incisos XXII, XXVII, XXVIII, XXIX e XXX, do 
artigo 5º e pressuposto do inciso II, do artigo 170. 
· LEP => artigos 29, parágrafo 2º e 41, inciso IV. 
06 – DIREITO À LIBERDADE DE PENSAMENTO E CONVICÇÃO 
RELIGIOSA 
Também, previsto na LEP e na Constituição Federal, senão vejamos: 
· CF => incisos IV, VI, VII, VIII e IX, do artigo 5º 
· LEP => artigos 24 e parágrafos (o preso tem direito à assistência religiosa, 
mas nenhum preso poderá ser obrigado a participar de atividade religiosa ou 
culto) 
07 – DIREITO À INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE, DA VIDA PRIVADA, 
DA HONRA E DA IMAGEM 
Também, apresenta previsão nos seguintes diplomas legais, quais sejam: 
· CF => inciso X do artigo 5º 
· LEP => artigos 39, III (ser tratado com urbanidade pelos companheiros); 
artigo 41, VIII (proteção contra qualquer forma de sensacionalismo); artigo 41, 
XI (ser chamado pelo nome próprio) 
08 – DIREITO DE PETIÇÃO AOS PODERES PÚBLICOS EM DEFESA DE 
DIREITOS OU CONTRA O ABUSO DE PODER 
Esta disposto da seguinte forma: 
· CF => incisos XXXIV, a e b, do artigo 5º (petição e representação, obtenção 
de certidões para defesa de direito, respectivamente) 
· LEP => inciso XIV, do artigo 41 (representação e petição) 
09 – DIREITO À ASSISTÊNCIA JURÍDICA 
Também, garantido pela Constituição Federal e pela Lei de Execução Penal: 
· CF => incisos LXXIV, do artigo 5º (o Estado prestará assistência jurídica 
integral e gratuita àqueles que comprovarem insuficiência de recursos) 
· LEP => artigos 11, III; 15 e 16 e artigo 41, IX c/c artigo 7º, da Lei nº 8906/94. 
10 – DIREITO À EDUCAÇÃO E À CULTURA 
Esta previsto nos seguintes dispositivos: 
· CF => artigo 205 e 215 (o Estado deve garantir a todos o pleno exercício 
dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional) 
· LEP => artigos 11, IV (assistência educacional) e 17 a 21 (a assistência 
educacional compreende a formação profissional do preso e instrução escolar 
obrigatória de primeiro grau) 
11 – DIREITO AO TRABALHO REMUNERADO 
Esta previsto na Lei de Execução Penal. 
· LEP => artigo 29 e parágrafos. 
12 – DIREITO À INDENIZAÇÃO POR ERRO JUDICIÁRIO 
Está previsto na Constituição Federal e no Código de Processo Penal. 
· CF => artigo 5º, LXXV 
· CPP => artigo 630 
13- DIREITO À ALIMENTAÇÃO, VESTUÁRIO E ALOJAMENTO COM 
INSTALAÇÕES HIGIENCIAS. 
Esta previsto nos artigos 12 e 13, da Lei de Execução Penal, para melhor 
memorizar, veja o esquema abaixo. 
· LEP => artigos 12 e 13. 
14 – DIREITO À ASSISTÊNCIA À SAÚDE 
Também, esta previsto na LEP em seu artigo 14 e respectivos parágrafos. 
· LEP => artigo 14 e parágrafos. 
15 – DIREITO À ASSISTÊNCIA SOCIAL 
Esta previsto na Lei de Execução Penal em seu artigo 22. 
· LEP => artigo 22. 
16 – DIREITO À INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA 
Está previsto na Lei de Execução Penal, na Constituição Federal e, também, 
no Código Penal. 
· CF => artigo 5º, incisos, XLI, XLVI, XLVIII e L. 
· LEP => artigos 5º; 6º; 8º; 9º; 19; 32; 33; 41, XII, parte final; 57; 82; 86; 110; 
112; 114; 117; 120;121;122;125. 
· CP => artigo 59 
17 – DIREITO DE RECEBER VISITA 
Esta previsto no artigo 41, da Lei de Execução Penal, porém, pode ser 
limitado por ato motivado do diretor do estabelecimento ou do juiz, não 
constituindo direito absoluto, nos termos do parágrafo único deste mesmo 
dispositivo. 
18 – DIREITO POLÍTICOS 
A condenação transitada em julgado acarreta a suspensão dos direitos 
políticos enquanto durarem seus efeitos. Esta conseqüência advinda do 
inciso III, do artigo 15, da Constituição Federal é auto executável, não sendo 
necessária norma regulamentadora. Outrossim, em se tratando de sursis, 
também, será aplicada a suspensão dos direitos políticos do condenado. 
1 – CONCEITO DE PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS 
São penas autônomas, como as penas privativas de liberdade, constituindo, 
assim, efeito principal da condenação. 
A doutrina, ainda, apresenta a característica de substitutivas, o que significa 
que só podem ser aplicadas em substituição, sendo possível perceber que os 
artigos da Parte Especial do Código Penal não cominam diretamente penas 
restritivas de direitos. Assim, para que seja aplicada, o juiz deve dosar a pena 
privativa de liberdade e, após, substituir por pena restritiva de direito. 
O tempo de duração das penas restritivas de direito é o mesmo que o das 
penas privativas de liberdade, salvo a prestação de serviços à comunidade, 
com prazo superior a um ano, nos termos do parágrafo 4º, do artigo 46, 
do Código Penal, em que é permitido diminuir o período. 
02 – CLASSIFICAÇÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS 
Podem ser genéricas e especificas. 
As penas restritivas de direito genéricas substituem as penas de qualquer 
crime. No que se refere às penas restritivas de direito especificas, temos que 
são aplicáveis somente a crimes determinados, ou seja, que exigem relação 
entre a espécie de crime e a espécie de pena. 
03 – ESPECIES, REQUISITOS e APLICAÇÃO 
Para concessão das penas restritivas de direitos, é necessário verificar os 
seguintes requisitos cumulativo que são: 
i) só se aplica a crime doloso se a prática ocorreu sem violência ou grave 
ameaça a pessoa, quando a pena privativa de liberdade aplicada não for 
superior a 4 anos; 
ii) qualquer que seja a pena, se o crime for culposo; 
iii) o condenado não poderá ser reincidente em crime doloso. 
iv) verificação da culpabilidade, antecedentes, conduta social e personalidade 
do condenado, bem como os motivos e ascircunstancias do crime indiquem 
que seja suficiente sua substituição. 
Cabe, ainda, realizar observação referente ao item iii) na medida em que a 
pena restritiva de direitos alcança o condenado primário bem como o 
beneficiado pela prescrição de reincidência (passados 5 anos do cumprimento 
da pena do crime anterior- veremos nas próximas aulas). 
Contudo, a doutrina assinala exceção, pois ainda que reincidente, o juiz pode 
aplicar a substituição, desde que em face da condenação anterior, a medida 
seja recomendável e a reincidência não tenha se operado em virtude da 
prática do mesmo crime. 
Além dos requisitos acima, deve-se atentar às regras de aplicação das penas 
restritivas de direito, de sorte que: 
i) na condenação igual ou inferior a 1 ano, a substituição pode ser feita por 
uma de multa ou uma restritiva de direitos; 
ii) se superior a 1 ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por 
uma pena restritiva de direitos e outra de multa ou, simplesmente, duas de 
multa 
As penas restritivas de direitos podem ser: 
i) prestação pecuniária – 
Não confundir a prestação pecuniária que é espécie de pena restritiva de 
direitos com pena pecuniária, que se trata da multa. 
Tem-se que a pena de multa é mais branda em relação à pena restritiva de 
direitos. 
A prestação pecuniária consiste no pagamento de dinheiro à vítima, a seus 
dependentes ou entidade pública ou privada com destinação social, de 
importância fixada pelo juiz entre 1-360 salários mínimos. 
O valor da prestação pecuniária será deduzido de eventual reparação civil. 
Ainda, neste caso, se houver aceitação do beneficiário, a prestação 
pecuniária poderá consistir em prestação de outra natureza, por alguns 
chamadas de prestação inominada, como algum serviço prestado pelo 
condenado diretamente à vítima. 
ii) perda de bens ou valores – 
É mais ampla que a perda do produto do crime tratada no artigo 91, II, b, 
do CP, pois este último é considerado como efeito secundário da 
condenação. 
Trata-se de pena que impõe ao condenado perda em favor do Fundo 
Penitenciario Nacional do montante que tem como teto o prejuízo causado ou 
a vantagem auferida com a prática criminosa. 
O que diferencia da perda do produto do crime é que além da perda do 
patrimônio de origem ilícita, será possível alcançar o patrimônio lícito até o 
montante do prejuízo. 
iii) prestação de serviços à comunidade ou à entidades públicas – 
É possível apenas nas condenações superiores a 6 meses de privação de 
liberdade. 
Trata-se de atribuição ao condenado de tarefas gratuitas em escolas, 
hospitais, clubes, entidades assistenciais, etc. 
As tarefas são gratuitas, isto é, não se admite remuneração. 
O tempo de duração do trabalho segue proporção de uma hora de tarefas 
diárias por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada de 
trabalho do condenado. 
Nos termos do artigo 148, da LEP, o magistrado poderá adaptar as condições 
de cumprimento da pena de prestação de serviços à comunidade e da 
limitação de final de semana a qualquer tempo, de forma a tornar a sanção 
adequada às condições pessoais do condenado e aos programas disponíveis. 
Caso a pena substituída seja superior a 1 ano, é facultado ao condenado 
cumprir a pena substituída em menor tempo, nos termos do artigo 55, do 
próprio Código Penal, de sorte que nunca seja inferior à metade da pena 
privativa de liberdade. Verificamos que, por vezes, é possível antecipar o 
termino da medida se lhe for conveniente. 
iv) limitação de fim de semana – 
Consiste na obrigação do condenado em permanecer durante 5 horas aos 
sábados e 5 horas nos domingos em casa do albergado ou estabelecimento 
congênere a fim de ouvir palestras e participar de cursos ou outras atividades 
educativas. 
v) interdições temporárias de direitos – 
A respeito das penas restritivas de direitos consistentes na interdição 
temporária de direitos temos quatro, senão vejamos: 
1ª) Proibição do exercício da função pública ou mandato eletivo – Essa 
interdição somente é aplicada nos crimes cometidos no exercício de função 
ou mandato, com violação dos deveres que lhe são inerentes. 
(Parte 6 de 10) 
05 – PERSONALIDADE 
É a índole do agente, seu perfil psicológico e moral. Devem ser avaliados a 
influencia do meio sobre o agente do crime, traumas de infância, nível de 
irritabilidade e periculosidade, maior ou menor sociabilidade, brutalidade 
incomum. 
06 – MOTIVOS DO CRIME 
São os precedentes psicológicos propulsores da conduta. A maior ou menor 
aceitação ética da motivação influi na dosagem da pena – praticar um crime 
por piedade é menos reprovável do que fazê-lo por cupidez. 
Nos casos em que o motivo é qualificadora, agravante ou atenuante, causas 
de diminuição ou aumento, não poderá ser considerado como circunstancia 
judicial em razão do bis in idem. 
07 – COMPORTAMENTO DA VÍTIMA 
A vitimologia, ciência que estuda o comportamento da vítima, comprova que 
há certas vítimas que propiciam para a consumação do delito. Por exemplo, 
uma jovem, sem qualquer pudor, ou mesmo uma prostituta esta muito mais 
vulnerável a ser vítima de crime de estupro se comparada a uma religiosa 
com idade mais avançada. Embora tais comportamentos não justifiquem a 
prática da conduta criminosa, diminuem a censurabilidade da conduta do 
autor do delito. 
08- OUTRAS CONSEQUENCIAS DAS CIRCUNSTANCIAS JUDICIAIS 
As circunstâncias judiciais também serão analisadas para fixação do regime 
inicial de cumprimento de pena, para escolha da pena quando o preceito 
secundário fixa, alternativamente, duas espécies distintas de pena (privativa 
de liberdade ou multa, como por exemplo, no artigo 140) bem como para fins 
de conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos. 
01- INTRODUÇÃO – 2ª FASE DE APLICAÇÃO DA PENA 
Nesta aula abordaremos a dosimetria da pena, levando-se em consideração à 
segunda fase, ou seja, considerando, em primeiro lugar, as agravantes e, 
posteriormente, as atenuantes. 
As circunstancias genéricas agravantes sempre agravam a pena, não 
podendo o juiz deixar de levá-las em consideração. A enumeração é taxativa, 
de modo que, se não estiver expressamente prevista como circunstancia 
agravante, poderá ser considerada, conforme o caso, como circunstancia 
judicial. 
Em especial, nesta aula, mencionaremos a respeito da primeira agravante 
apresentada pelo inciso do artigo 61, do Código Penal, qual seja, a 
reincidência. 
Após, na aula seguinte, trataremos das circunstancias agravantes previstas 
no inciso II, do artigo 61, do Código Penal, que só serão aplicadas nos crimes 
dolosos e preterdolosos. Isto porque não teríamos como considerar a 
agravante prevista na alínea a do inciso II do artigo 61, “por motivo fútil”, pois 
o agente não visa o resultado. 
02 – CONCEITO DE REINCIDENCIA 
É a situação de quem pratica um fato criminoso após ter sido condenado por 
crime anterior, em sentença transitada em julgado. 
03 – SITUAÇÕES DE REINCIDENCIA 
* Condenado definitivamente pela prática de contravenção penal, vem a 
praticar crime – não é reincidente (artigo 63, CP) 
* Condenado definitivamente pela prática de contravenção penal, vem a 
praticar contravenção penal – é reincidente (artigo 7º, da LCP) 
* Condenado definitivamente por crime, vem a praticar contravenção penal – 
é reincidente (artigo 7º, da LCP) 
* se a condenação definitiva anterior for por crime militar próprio, a prática de 
crime comum não leva à reincidência. 
(se o agente, porém, for condenado definitivamente por crime comum, pratica 
crime militar próprio, será reincidente perante o CPM) 
* os crime políticos (próprios, impróprios, puros ou relativos) não geram 
reincidência. 
* a pena de multa aplicada à condenação anterior não é suficiente para 
afastar a reincidência (o artigo menciona crime anteriore não se refere à 
espécie de pena aplicada) 
Observação1: Tratando-se de sentença transitada em julgado após a prática 
de crime não há que se falar em reincidência, porque não configurado o 
requisito básico e fundamento do reconhecimento da circunstancia em 
estudo. 
Observação 2: A reabilitação criminal não exclui a reincidência. 
Observação 3: A reincidência é comprovada mediante certidão da sentença 
condenatória transitada em julgado com data do trânsito. Não basta a simples 
juntada da folha de antecedentes do agente para comprovação da agravante. 
Observação 4: A condenação no estrangeiro induz a reincidência, sem 
necessidade de homologação pelo STF (CF, art. 102, I), uma vez que a 
sentença penal só precisa ser homologada no Brasil para efeitos de execução 
(artigo 787, do CPP c/c art. 9º, do CP) 
04 – EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE DO CRIME ANTERIOR 
Se a causa extintiva ocorreu antes do trânsito em julgado, o crime anterior 
não prevalece para efeitos de reincidência. 
Se a causa extintiva ocorreu posteriormente ao trânsito em julgado, só 
prevalece para casos de anistia e abolitio criminis, nos demais casos, não. 
Desse modo a prescrição da pretensão executória não afasta a reincidência 
do réu em face do novo delito, diferentemente ao que ocorre no caso da 
prescrição da prescrição da pretensão punitiva, que além de extinguir a 
punibilidade, afasta, também, o precedente criminal 
Por fim, a sentença que aplica o perdão judicial não induz à reincidência, nos 
termos do artigo 120, do Código Penal. 
05 – EFEITOS DA REINCIDENCIA 
São efeitos da reincidência: 
1º) agrava a pena privativa de liberdade – Fundamento: inciso I, do artigo 61, 
do Código Penal; 
2º) constitui circunstancia preponderante no concurso de agravantes (artigo 
67, CP) 
3º) impede a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de 
direitos quando houver reincidência em crime doloso – Fundamento: 
artigo 44, II, do CP. 
4º) impede a substituição da pena privativa de liberdade por pena de multa – 
Fundamento: artigo 60, Parágrafo 2º, CP. 
5º) impede a concessão de sursis quando por crime doloso – Fundamento: 
artigo 77, I, do CP. 
6º) aumenta o prazo de cumprimento de pena para obtenção do livramento 
condicional – Fundamento: artigo 83, II, do CP. 
7º) interrompe a prescrição da pretensão executória – Fundamento: 
artigo 117, VI, do CP. 
8º) aumenta o prazo da prescrição da pretensão executória – Fundamento: 
artigo 110, do CP. 
9º) revoga o sursis, obrigatoriamente, em caso de condenação por crime 
doloso – Fundamento: artigo 81, I, do CP – e, facultativamente, no caso de 
condenação por crime culposo ou contravenção a pena privativa de liberdade 
ou restritiva de direitos – Fundamento: artigo 81, I, parágrafo 1º, do CP. 
10º) revoga o livramento condicional, obrigatoriamente, em caso de 
condenação a pena privativa de liberdade – Fundamento: artigo 86, CP – e, 
facultativamente, no caso de condenação por crime ou contravenção a pena 
que não seja privativa de liberdade – Fundamento: artigo 87, do CP. 
11º) revoga a reabilitação quando o agente for condenado a pena que não 
seja de multa – Fundamento: artigo 95, do CP. 
12º) impede a liberdade provisória para apelar – Fundamento: 594, do CPP – 
e impede a prestação de fiança em caso de condenação por crime doloso – 
Fundamento: artigo 323, III, do CP. 
06 – PRESCRIÇÃO DA REINCIDENCIA 
Não prevalece a condenação anterior se, entre a data do cumprimento ou 
extinção da pena e a infração penal posterior, tiver decorrido período superior 
a 5 anos (conhecido como período depurador), computado o período de prova 
da suspensão ou do livramento condicional, se não houver revogação. Dessa 
forma, passado período depurador, o agente readquire a sua condição de 
primário, pois se operou a retirada da eficácia da decisão condenatória 
anterior. 
O termo inicial do período depurador depende das seguintes circunstancias: 
1ª) se a pena foi cumprida – a contagem do qüinqüênio se inicia na data em 
que o agente termina o cumprimento da pena, mesmo unificada. 
2ª) se a pena foi extinta por qualquer causa – inicia-se o prazo a partir da data 
em que a extinção da pena realmente ocorreu e não da data da decretação 
da extinção. 
3ª) se foi cumprido período de prova da suspensão ou do livramento 
condicional – o termo inicial dessa contagem é a data da audiência de 
advertência do sursis ou do livramento. 
07 – PRIMARIEDADE X REINCIDENCIA 
A lei não define o que se deve entender por criminoso primário. Na antiga 
sistemática do Código Penal, tínhamos dois entendimentos a respeito do 
assunto: 
1º) primário é o não reincidente. 
2º) primário é aquele que recebe a primeira condenação. O não- primário 
sofreu mais de uma condenação, porém, não necessariamente deveria ser 
reincidente. Assim, obter-se-ia a seguinte classificação: primário, não-primário 
e reincidente. 
Ocorre que o atual Código Penal afasta qualquer qualificação intermediária. 
Disso resulta que todo aquele que não for reincidente deve ser considerado 
primário. 
A jurisprudência adota a nomenclatura “primariedade técnica” para designar o 
agente que já sofreu diversas condenações, mas não é considerado 
reincidente, pois não praticou nenhum delito após ter sido condenado 
definitivamente. 
08 – OBSERVAÇÕES FINAIS MUITO IMPORTANTES 
Pergunta-se: A mesma decisão pode ser empregada para fins de gerar 
reincidência e maus antecedentes? 
Há duas posições a respeito do questionamento. 
Posição 1) sim, não havendo que se falar em bis in idem. 
Posição 2) não, pois constitui bis in idem, posição consolidada pela Súmula 
241, do STJ. 
Pergunta-se: A prescrição da reincidência, prevista no artigo 64, I, 
do CP, aplica-se, também, aos antecedentes? 
Também, há duas posições a respeito do assunto. 
Posição 1) continuam a gerar maus antecedentes. Assim já decidiu o STF: “a 
existência de condenações penais anteriores irrecorríveis – mesmo 
revelando-se inaplicável a circunstancia agravante de reincidência, ante ao 
que dispõe o artigo 64, I, do Código Penal – não inibe o Poder Judiciário de 
considerá-las no processo de dosimetria da pena, como elementos 
caracterizadores de maus antecedentes judiciário – sociais do acusado.” 
Posição 2) não geram os maus antecedentes, portanto, se estende ao critério 
previsto no inciso I, do artigo 64, do CP. Para os adeptos desta posição a 
reincidência possui efeito limitado no tempo. Também, os antecedentes 
criminais não são perpétuos, já que, transcorrido o tempo, o condenado quita 
sua obrigação com a justiça penal. 
01 – INTRODUÇÃO – AGRAVANTES E ATENUNANTES 
Na aula anterior analisamos uma das agravantes genéricas, prevista no 
artigo 61, I, do CP, qual seja, a reincidência. Nesta aula vamos analisar as 
demais circunstancias agravantes previstas no inciso II do artigo 61, do CP, 
também, dosadas na segunda fase de aplicação da pena. 
02 – MOTIVO FÚTIL 
É o motivo frívolo, mesquinho, desproporcional, insignificante, sem 
importância. A jurisprudência majoritária tem entendido que a falta de motivo 
não configura motivo fútil. Essa posição, porém, embora pacífica é bastante 
discutível. 
03 – MOTIVO TORPE 
É o motivo repugnante, ofensivo à moralidade média e ao sentimento ético 
comum. Configura o egoísmo, a vingança, a maldade e qualquer outro de 
natureza vil. De qualquer forma, não é qualquer tipo de vingança que 
configura o motivo torpe, temos por exemplo, o pari que se viga do estuprador 
de sua filha de 9 anos, mantando- o. Não haveria qualquer sentido em 
classificar isto como sendo motivo torpe. 
04 – FINALIDADE DE FACILITAR OU ASSEGURAR A EXECUÇÃO, 
OCULTAÇÃO, IMPUNIDADE OU VANTAGEM DE OUTRO CRIME 
Nesse caso, existe conexão entre os crimes. 
O crime pode ser praticado seja para assegurar a execuçãodo outro. 
Ou um crime pode ser praticado em conseqüência do outro, visando garantir 
a ocultação, vantagem ou impunidade. 
Em se tratando de homicídio dolos, essas espécies de conexão constituem 
qualificadoras e não meras agravantes. 
05 – À TRAIÇÃO, EMBOSCADA, DISSIMULAÇÃO OU QUALQUER OUTRO 
RECURSO QUE DIFICULTE OU TORNE IMPOSSIVEL A DEFESA DO 
OFENDIDO 
É considerada traição a deslealdade, a agressão sorrateira, com emprego de 
meios físicos – atacar pelas costas – ou morais – simulação de amizade. 
Emboscada é a tocaia, o ataque inesperado de quem se oculta, aguardando a 
passagem da vítima pelo local. 
Dissimulação é a ocultação da vontade ilícita, visando apanhar o ofendido de 
surpresa. É o disfarce que esconde o propósito delituoso. 
Além disso, o inciso ainda menciona, “qualquer outro recurso que dificulte ou 
impossibilite a defesa”, temos, assim, uma fórmula genérica, cujo significado 
deve ser depreendido de analogia. 
06 – EMPREGO DE VENENO, FOGO, EXPLOSIVO, TORTURA OU OUTRO 
MEIO INSIDIOSO OU CRUEL, OU DE QUE POSSA RESULTAR PERIGO 
COMUM 
Veneno é substancia tóxica que perturba ou destrói as funções vitais. Fogo é 
combustão ou qualquer outro meio que provoque queimaduras na vítima. 
Explosivo é substancia inflamável que possa produzir explosão, estouro ou 
detonação. 
Tortura é a infligência de sofrimento físico ou moral da vítima, desnecessário 
no mais das vezes para prática do crime, demonstrando o sadismo, a 
insensibilidade do agente. 
“Meio insidioso” é formula genérica e indica qualquer meio pérfido que inicia e 
progride sem que seja possível percebê-lo prontamente e cujos sinais só se 
evidenciam quando em processo bastante adiantado. 
“Meio cruel” é outra forma geral definida como todo aquele que aumenta o 
sofrimento do ofendido ou revela uma brutalidade fora do comum. 
“Meio que possa resultar perigo comum”, também, consiste em fórmula 
genérica, configuram-se, disparos de armas de fogo contra a vítima, mas, 
próximo a terceiros. 
07 – CONTRA ASCENDENTE, DESCENDENTE, CONJUGE OU IRMÃO 
A agravante relativa ao cônjuge é estendida à união estável (companheiros), 
porém, é afastada em caso de separação, mesmo que de fato. 
08- COM ABUSO DE AUTORIDADE OU PREVALECENDO-SE DE 
RELAÇÕES DOMÉSTICAS, DE COABITAÇÃO OU DE HOSPITALIDADE 
Abuso de autoridade diz respeito à autoridade nas relações privadas e não 
públicas, como abuso na qualidade de tutor. 
Relações domésticas são aquelas entre as pessoas que participam da vida 
em família, ainda que dela não façam parte, como criados, amigos e 
agregados. 
Coabitação indica convivência sob mesmo teto. Hospitalidade é a estada na 
casa de alguém sem coabitação. 
09 – COM ABUSO DE PODER OU VIOLAÇÃO DE DEVER INERENTE AO 
CARGO, OFICIO, MINISTÉRIO OU PROFISSÃO 
O cargo ou oficio devem ser públicos. 
O ministério se refere às atividades religiosas. 
A profissão diz respeito a qualquer atividade exercida por alguém, como meio 
de vida. 
10 – CONTRA VELHO, CRIANÇA, ENFERMO OU MULHER GRÁVIDA 
Considera-se criança até 12 anos de idade pelo ECA. 
Considera-se velho a pessoa até 70 anos de idade. Enfermo é a pessoa 
doente que tem reduzida sua condição de defesa, sendo que tanto o cego 
como o paraplégico, pela jurisprudência, são considerados como tal. 
11- QUANDO O OFENDIDO ESTAVA SOB IMEDIATA PROTEÇÃO DA 
AUTORIDADE 
Por exemplo, a vítima cumpre pena em presídio. Pretende-se, com este 
dispositivo, não só proteger o bem jurídico do ofendido, mas resguardar o 
respeito à autoridade que o tem sob a sua imediata proteção. 
12 – EM OCASIÃO DE INCENDIO, NAUFRÁGIO, INUNDAÇÃO, OU 
QUALQUER CALAMIDADE PÚBLICA OU DE DESGRAÇA PARTICULAR 
DO OFENDIDO 
A expressão “qualquer calamidade pública” quer equiparar ao incêndio, ao 
naufrágio ou inundação. 
Por fim, o inciso II, do artigo 61, do CP ainda prevê como sendo agravante o 
“estado de embriaguez preordenada”, como vimos nas aulas anteriores ocorre 
quando o individuo se embriaga para praticar o crime. 
13 – AGRAVANTES GENÉRICAS DO ARTIGO 62 
Ainda, existem as agravantes previstas no artigo 62 do Código Penal. Essas 
agravantes referem-se a crimes em que existe cooperação entre os agentes. 
Em resumo, são elas: 
1ª) promover ou organizar a cooperação no crime – dar a idéia para realizar a 
conduta criminosa. É aplicada ao autor intelectual do crime, organizador. 
2ª) dirigir as atividades dos demais – supervesionar as atividades dos demais. 
3ª) coagir ou induzir outrem à execução material do crime – utilizar de coação 
física (vis absoluta) ou moral (vis compulsiva) para obrigar alguém, de forma 
irresistível a praticar o crime. A agravante incidirá quer a coação seja 
irresistível quer não. 
4ª) instigar ou determinar a cometer crime alguém que esteja sob sua 
autoridade ou não seja punível em virtude de condição ou qualidade pessoal 
– exige-se que o autor do crime esteja sob a autoridade de quem instiga ou 
determina. A lei se refere a qualquer tipo de relação, pode ser pública, 
religiosa, privada. O agente atua por instigação ou por determinação, 
aproveitando-se da subordinação do executor ou em virtude de sua 
impunibilidade. 
5ª) executar o crime ou dele participar em razão de paga ou promessa de 
recompensa – pune-se o criminoso mercenário. Não é necessário que a 
recompensa seja efetivamente recebida. Há entendimento de que essa 
agravante não incide em crimes contra o patrimônio na medida em que a 
índole dessa modalidade de infração penal é a obtenção da vantagem 
econômica. 
14 – ATENUANTES 
Ultrapassada a ponderação relativa às agravantes, o juiz deverá considerar 
as circunstancias atenuantes de aplicação obrigatória. Contudo, não podem 
reduzir a pena aquém do mínimo legal. O artigo 65 apresenta as 
circunstancias atenuantes e o artigo 66, do CP nos apresenta as chamadas 
circunstancias inominadas, as quais, embora não previstas expressamente 
em lei, podem ser consideradas em razão de algum outro dado relevante. 
A seguir especificaremos cada uma das circunstancias atenuantes. 
15 – SER O AGENTE MENOR DE 21 ANOS NA DATA DO FATO 
Essa circunstancia atenuante prevalece sobre todas as demais. Leva-se em 
conta a idade do agente na data do fato, pois o Código Penal adotou a teoria 
da atividade (artigo 4º). É irrelevante a questão da emancipação civil. 
Muita atenção para o seguinte aspecto. Suponha que o agente praticou o 
crime no dia em que completa 18 anos de idade. No entanto sabe-se que o 
horário de seu nascimento foi às 22:00, sendo que o crime ocorreu às 10 
horas. Temos, assim, que o agente o agente é considerado imputável sim, já 
que para efeitos de contagem do prazo penal despreza-se as frações de dia, 
tal como é a hora. 
16 – SER O AGENTE MAIOR DE 70 ANOS NA DATA DA SENTENÇA 
É considerada a data da sentença a data em que será publicada em cartório. 
A expressão sentença é considerada de modo amplo e consideram-se tanto 
decisão de primeira instancia como também os acórdãos. É nula a decisão 
que desconsidera este aspecto. 
17 – DESCONHECIMENTO DA LEI 
Embora não isente a pena (Fundamento: artigo 21, do CP) presta a atenuá-la, 
ao passo que o erro sobre a ilicitude do fato exclui a culpabilidade. Lembre-se 
que em se tratando de contravenções penais, nos termos do artigo 8º da LCP, 
o escusável gera perdão judicial, contudo, se não justificável, incidirá na 
atenuante em estudo. 
18 – MOTIVO DE RELEVANTE VALOR MORAL 
O valor moral se refere ao interesse subjetivo do agente, avaliado de acordo 
com os interesses éticos da sociedade. 
O valor social é o interesse coletivo ou público em contrariedade não 
manifesta ao crime praticado. 
Constitui privilégio em se tratando de crime de homicídio, nos termos 
do parágrafo 1º, do artigo 121, do CP e lesões corporais, nos termos 
do parágrafo 4º, do artigo 129, do CP. 
19 – REPARAÇÃODO DANO ATÉ O JULGAMENTO 
Em se tratando de reparação do dano até o recebimento da denuncia ou da 
queixa e se preenchidos os demais requisitos do artigo 16, do CP há causa 
de diminuição de pena em razão do arrependimento posterior. 
No caso do peculato culposo, parágrafo 3º, do artigo 312, a reparação do 
dano até o julgamento isenta o agente de pena. 
No caso de crime de emissão de cheque sem suficiente provisão de fundos, 
nos termos da Súmula 554, do STF, a reparação do dano até o recebimento 
da denuncia extingue a punibilidade do agente. 
20 – PRATICAR O CRIME SOB COAÇÃO MORAL RESISTIVEL, 
OBEDIENCIA DE AUTORIDADE SUPERIOR OU SOB A INFLUENCIA DE 
VIOLENTA EMOÇÃO PROVOCADA POR ATO INJUSTO DA VÍTIMA. 
Cabe destacar a questão relativa à influencia de violenta emoção. 
Temos que o domínio de violenta emoção pode caracterizar causa de 
diminuição especifica, também chamada de privilégio, no homicídio doloso 
(artigo 121, parágrafo 1º, CP) e nas lesões corporais dolosas (artigo 129, 
parágrafo 4º). 
Se o agente não estiver sob o domínio, mas mera influencia, haverá 
atenuante genérica, e não privilégio. 
Além disso, para caracterizar o privilégio há exigência de requisito temporal, 
qual seja, “logo após”. 
21 – CONFISSÃO ESPONTANEA DA AUTORIA DO CRIME PERANTE A 
AUTORIDADE 
(Parte 8 de 10) 
A confissão deve ser espontânea e não meramente voluntária (sugerida por 
alguém ao autor do crime) e deve ocorrer na presença de autoridade judicial 
ou policial. 
Além disso, o agente que confessa quando já desenvolvidas todas as 
diligencias e existindo fortes indícios ao final confirmados, não faz jus à 
atenuante. 
Para incidência desta é necessária a admissão da autoria, quando esta ainda 
não era conhecida, sendo irrelevante a demonstração de arrependimento, 
pois o que a lei pretende é beneficiar o agente que coopera espontaneamente 
com o esclarecimento dos fatos. 
A chamada confissão qualifica em que o agente confessa, mas alega, por 
exemplo, uma exclusão de ilicitude, não é considerada para efeitos da 
atenuante. 
A confissão em segunda instancia, quando já proferida sentença 
condenatória, não produz efeitos, uma vez que neste caso, não se pode falar 
em cooperação espontânea quando a versão do acusado já foi repudiada 
pela sentença de primeiro grau. 
22 – PRATICAR O CRIME SOB INFLUENCIA DE MULTIDÃO EM 
TUMULTO, SE NÃO O PROVOCOU 
Ainda que a reunião da qual se originou o tumulto não tivesse fins lícitos, se o 
agente não lhe deu causa, tem direito à atenuação. 
23 – CONSEQUENCIAS DAS AGRAVANTES E ATENUANTES 
GENÉRICAS 
Nem na primeira fase tampouco na segunda fase da dosimetria da pena, o 
juiz poderá diminuir ou aumentar a pena fora de seus limites legais (Súmula 
213, do STJ). Ao estabelecer a pena, deve-se respeitar o principio da 
legalidade. 
1 – INTRODUÇÃO CAUSAS DE AUMENTO E DE DIMINUIÇÃO 
GENÉRICAS E ESPECIFICAS 
O Código Penal apresenta causas de aumento e de diminuição genéricas e 
causas de aumento e de diminuição especificas. De qualquer forma, conforme 
comentários anteriores sabemos que as causas de aumento e as causas de 
diminuição são circunstancias legais que influem na dosimetria da pena. 
As causas de aumento e de diminuição serão sopesadas pelo juiz na terceira 
fase da dosimetria da pena e, para efeitos didáticos, vamos dividi-las em 
causas de aumento e diminuição gerais e causas de aumento e de diminuição 
epeciais. 
02 – CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO GENÉRICAS 
São assim denominadas pois se encontram na parte geral do Código Penal. 
Aumentam ou diminuem a pena conforme as proporções apresentadas pelo 
texto da lei. 
Somente na última fase, com as causas de aumento e de diminuição, é que a 
pena poderá sair dos limites legais. 
Temos como exemplo de causas de diminuição genéricas: a tentativa, artigo 
14, parágrafo único; arrependimento posterior, artigo 16; erro de proibição 
evitável, artigo 21, 2ª parte; semi-imputabilidade; menor participação, artigo 
29, parágrafo 1º. 
Temos como exemplo de causas de aumento genéricas: concurso formal, 
artigo 70; crime continuado, artigo 71, dentre outras... 
03 – CAUSAS DE AUMENTO E DE DIMINUIÇÃO ESPECIFICAS 
São aquelas que se situam na Parte Especial ou na Parte Geral do Código 
Penal, podendo ser: 
a) qualificadoras e 
b) causas de aumento ou de diminuição. 
As qualificadoras estão previstas na parte especial do Código Penal, sua 
função é alterar os limites máximo e/ou mínimo da pena. As qualificadoras 
elevam os limites abstratos da pena, a pena em abstrato. 
Considerando que as qualificadoras alteram os limites em abstrato da pena, 
temos que o juiz, antes de iniciar a fixação da pena, deve observar se o crime 
é simples ou qualificado para saber em que limites fixará a reprimenda. 
Em relação às causas de aumento e de diminuição situadas na parte especial 
do Código Penal, reitera-se tudo o que foi comentado em relação às causas 
de aumento e diminuição genéricas, com ressalvas de que se encontram na 
parte especial do Código Penal. 
01 – INTRODUÇÃO CONCURSO ENTRE CIRCUNSTÂNCIAS 
Conforme comentou-se nas aulas anteriores, fixados os limites mínimo e 
máximo da pena, o juiz, partindo do mínimo legal, aplicará a pena em três 
fases sucessivas. 
Contudo, pode ocorrer que em cada uma dessas fases haja um conflito entre 
algumas circunstâncias que elevam a pena e outras benéficas ao agente. 
Neste caso, deve o juiz proceder da forma adiante exposta. 
02 – CONFLITO ENTRE AGRAVANTES E ATENUANTES 
A questão é solucionada pelo artigo 67, do Código Penal que prevê quais as 
circunstancias mais relevantes, que possuem preponderância em um eventual 
conflito. No conflito entre agravantes e atenuantes, prevalecerão as que 
disserem respeito à menoridade relativa do agente. Em seguida, as referentes 
aos motivos do crime, à personalidade do agente e à reincidência (sempre 
agravante). Abaixo dessas, qualquer circunstancia de natureza subjetiva. Por 
último, as circunstancias objetivas. 
03 – CONFLITOS ENTRE CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS 
Procede-se do mesmo modo que no conflito entre agravantes e atenuantes. 
Assim, se houver circunstâncias judiciais favoráveis em conflito com outras 
desfavoráveis ao agente, deverão prevalecer as que digam respeito à 
personalidade do agente, aos motivos do crime e aos antecedentes. Em 
seguida, as demais circunstâncias subjetivas – grau de culpabilidade e 
conduta social. E, finalmente, as conseqüências do crime e o comportamento 
da vítima. 
04 – CONFLITO ENTRE AGRAVANTE GENÉRICA E QUALIFICADORA 
Pode ocorrer, como no caso de homicídio triplamente qualificado - por 
homicídio torpe, emprego de veneno e de recurso que impossibilite a defesa 
do ofendido, incidência de três qualificadoras (CP, artigo 121, parágrafo 
2º, I, III e IV). Com efeito, a qualificadora por motivo torpe já eleva a pena 
base - de 12 a 30 anos. Como aplicar demais qualificadoras? Há duas 
posições a respeito: 1ª posição – as demais qualificadoras assumem função 
de circunstâncias judiciais, influindo na primeira fase de dosagem da pena, 
pois o artigo 61 menciona são circunstâncias que sempre agravam a pena, 
quando não constituem qualificadoras do crime. 2ª posição – as demais 
qualificadoras funcionam como agravantes, na segunda fase de fixação da 
pena. 
05- CONCURSO ENTRE CAUSAS DE AUMENTO DA PENA DA PARTE 
GERAL E DA PARTE ESPECIAL 
Nesse caso deve incidir na pena os dois aumentos. 
Primeiro incide a causa especial e depois incide da Parte Geral, com 
observação de que no segundo aumento deverá incidir sobre a pena total 
resultante da primeira operação e não sobre a pena base. 
06 – CONCURSO ENTRE CAUSAS DE DIMINUIÇÃO DA PARTE GERAL E 
DA PARTE ESPECIAL 
Incidem as duas diminuições. 
A segunda diminuição incide sobre a pena já diminuída pela primeira 
operação e não sobre a pena base. 
07 –CONCURSO ENTRE DUAS CAUSAS DE AUMENTO SITUADAS NA 
PARTE ESPECIAL (OU DUAS DE DIMINUIÇÃO) 
Tanto no primeiro como no segundo caso, o juiz deverá se limitar a aplicação 
de causa que mais aumente a pena ou a causa que mais diminui a pena (é 
faculdade do juiz) 
01- INTRODUÇÃO – CONCURSO DE CRIMES 
Fala-se em concurso de crimes quando há a prática de mais de um crime. A 
aplicação da pena será regida dependendo da espécie de concurso 
reconhecida. Há três espécies em nossa legislação: concurso material, 
concurso formal e crime continuado. 
02 – CONCURSO MATERIAL OU REAL 
O agente, mediante duas ou mais condutas, produz dois ou mais resultados, 
idênticos ou não. 
Há duas espécies de concurso material ou real, podendo ser: 
a) homogêneo – os resultados são (crimes) idênticos; 
b) heterogêneo – os resultados são (crimes) diferentes. 
A aplicação da pena, nesses casos, ocorre mediante o sistema de cúmulo 
material, ou seja, soma-se as penas. 
É o método mais intuitivo, já que ao mal do crime incide o mal da pena 
quantas vezes houver necessidade. 
O reconhecimento do concurso material é residual. Assim, primeiramente, 
deve ser observado se há concurso formal ou crime continuado entre os 
crimes, diante de resposta negativa, incidirá a regra (residual) do concurso 
material. 
– CONCURSO FORMAL OU IDEAL 
O concurso formal ocorre quando o agente, mediante uma única conduta, 
produz dois ou mais crimes, idênticos ou não. Existem duas espécies de 
concurso formal ou ideal: 
a) Concurso formal perfeito – os resultados derivam de um único desígnio 
(por exemplo, motorista de ônibus que tem o desígnio de efetuar a 
ultrapassagem e resulta na morte de dezenas de pessoas, aberratio ictus com 
duplo efeito). Desígnio é o plano, o projeto, o propósito. 
Em se tratando de concurso formal perfeito, aplica-se a pena do mais grave 
ou qualquer delas, se idênticas, aumentando-se de 1/6 até a ½. O sistema é 
chamado de exasperação da pena. O aumento varia de acordo com o numero 
de resultados. 
b) Concurso formal imperfeito – os resultados advêm de desígnios – 
projeto, propósito – autônomos e, nesse caso, deve ser sempre doloso. O 
concurso formal imperfeito pode ser, também homogêneos – resultados 
previstos no mesmo tipo – ou heterogêneos – resultados previstos em tipos 
diversos. 
Em se tratando de concurso formal imperfeito, somam-se as penas. Nesse 
caso, torna-se irrelevante que o resultado tenha sido atingido em uma ou 
várias ações. 
02 – CRIME CONTINUADO 
Ocorre quando o agente, mediante duas ou mais condutas, produz dois ou 
mais resultados da mesma espécie, os quais, pelas semelhantes condições 
de tempo, lugar e modo de execução podem ser tidos uns como continuação 
dos outros. 
São requisitos para o crime continuado: 
1º - crimes da mesma espécie – são aqueles crimes previstos no mesmo tipo 
penal, não importando se na forma simples, qualificada ou privilegiada. 
2º - condições semelhantes de lugar – parte da jurisprudência entende que 
cidades próximas podem ser consideradas, nesse caso. 
3º - condições semelhantes de tempo – intervalo de até 30 dias entre um 
crime e outro é prazo consagrado pela jurisprudência, aceitando elasticidade 
no exame de cada caso. 
4º - modo de execução semelhante – em tese, deveria ser levado em 
consideração a mudança de comparsas, armas, dentre outras qualificadoras 
do delito. No entanto, este requisito não costuma ser analisado com rigor nos 
tribunais superiores. 
Prevalece que é desnecessário que na mente do agente um delito seja 
continuidade do outro, pois, expressamente, o Código Penal adotou a teoria 
objetiva pura, ou seja, reconhecidos os requisitos objetivos expostos, deve 
ser declarada a continuidade delitiva. 
A pena é aplicada nos termos do sistema de exasperação, ou seja, aplica-se 
a pena de um dos crimes aumentada de 1/6 a 2/3 
EFEITOS DE NATUREZA PENAL 
Passada em julgado a condenação, ela: 
I – Pode revogar, facultativamente ou obrigatoriamente, o sursis ou o 
livramento condicional (artigos 81 e 86 do Cód. Penal); 
evogação obrigatória do sursis 
Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o 
beneficiário: 
I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; 
Revogação do livramento 
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a 
pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível: 
II – Impede a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de 
direitos, se a condenação anterior tiver sido por crime doloso (art. 44, II 
do Cód. Penal); 
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as 
privativas de liberdade, quando: 
II - o réu não for reincidente em crime doloso; 
III – É pressupostos para eventual reincidência futura (art. 63 do Cód. 
Penal); 
Reincidência 
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, 
depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no 
estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. 
IV – Revoga a reabilitação, se condenado como reincidente (art. 95 do 
Cód. Penal); 
OBS: REABILITAÇÃO – PREVISTO NO ART. 94 CP – é um benefício que 
tem por FINALIDADE RESTITUIR O CONDENADO à situação anterior à 
condenação, retirando as anotações de seu boletim de antecedentes 
criminais. 
CABIMENTO – só cabe a reabilitação em existindo sentença 
condenatória com trânsito em julgado, cuja pena tenha sido executada 
ou esteja extinta. 
CONSEQUÊNCIAS / REABILITAÇÃO 
 – sigilo sobre o processo e a condenação (os registros criminais 
em sigilo não será mais objeto de folhas de antecedentes) 
 - SUSPENSÃO dos efeitos EXTRAPENAIS específicos – é suspensa 
a perda do cargo ou função pública, aincapacidade para o exercício 
do pátrio poder, tutela ou curatela e habilitação para dirigir. 
PRESSUPOSTOS / REABILITAÇÃO 
A)– decurso de 2 anos da extinção da pena, ou da Audiência 
admonitória, no caso de sursis ou livramento condicional; 
B)– bom comportamento público e privado durante esses 2 anos; 
C)– domicílio no País durante 2 anos; 
D)– reparação do dano, salvo absoluta impossibilidade de fazê-lo ou 
renúncia comprovada da vitima. 
V – Aumenta e interrompe o prazo de prescrição da chamada pretensão 
executória, se reincidente (artigos 110, caput, e 117, VI do Cód. Penal); 
VI – Impede o reconhecimento de certos privilégios (artigos 155, § 2º, 
170, 171, § 1º, e 180, § 3º c/c § 5º); 
VII – Faculta a argüição de exceção da verdade na calúnia (art. 138, § 3º, I 
e III); 
VIII – É elementar na contravenção de posse de instrumento de furto 
(art. 25 da LCP); 
IX – Impede a transação penal e a suspensão condicional do processo ( 
Lei nº 0.099/95, artigos 76, § 2º, I, e 89, caput) 
Existem, porém efeitos que se apresentam fora da esfera penal, estes 
são chamados de efeitos Extra- penais. 
Os Efeitos Extra- penais, por sua vez, podem ser genéricos ou 
específicos. Os efeitos genéricos são automáticos, ou seja, não 
precisam ser abordados pelo juiz na sentença. Estes são aplicáveis a 
qualquer crime e estão listados no artigo 91 do Código PenalBrasileiro. 
Efeitos genéricos e específicos (são automáticos) 
Art. 91 - São efeitos da condenação: (GENÉRICOS) 
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; (1º efeito) 
Atenção: Dentre os efeitos, o que tem maior importância para a vítima, diz 
respeito ao inciso I do referido artigo, que torna certa a obrigação de 
indenizar o dano pelo agente causador do crime. Portanto, a condenação 
penal, a partir do momento em que se torna irrecorrível, faz coisa julgada no 
cível, para fins de reparação do dano. Tem natureza detítulo executório, 
permitindo ao ofendido reclamar em juízo a indenização civil sem que o 
condenado pelo delito possa discutir a existência do crime ou a sua 
responsabilidade por ele. 
O VALOR DO DANO – É apurado no juízo cível,abrangendo tanto o dano 
material quanto o moral - Súmula 37 do STJ – São acumuláveis as 
indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato. (vide 
CPP, artigos 63 a 68, e CC, artigo 927 c/c artigos 186 e 187) 
II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro 
de boa-fé: (2º efeito) 
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, 
alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; 
ATENÇÃO: SÃO CONSIDERADOS INSTRUMENTOS OS OBJETOS 
USADOS PARA COMETIMENTO DO DELITO 
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito 
auferido pelo agente com a prática do fato criminoso. 
ATENÇÃO: INCLUEM-SE AS COISAS OBTIDAS DIRETAMENTE COM O 
CRIME OU MESMO INDIRETAMENTE (ALTERADAS, ADQUIRIDAS OU 
CRIADAS COM ELAS) – Vide artigos 118 a 124 do CPP 
§ 1o Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao 
produto ou proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando 
se localizarem no exterior. 
§ 2o Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas na legislação 
processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou 
acusado para posterior decretação de perda. 
Além das sanções impostas pelo Código Penal, a Constituição Federal, 
em seu artigo 15, inciso III, determina como efeito genérico da 
condenação, a suspensão dos direitos políticos enquanto durar o 
cumprimento da pena. 
TRÁFICO DE DROGAS - O ART. 243 E PARÁGRAFO ÚNICO, PREVÊ A 
EXPROPRIAÇÃO, SEM INDENIZAÇÃO, DE GLEBAS USADAS PARA 
CULTURAS ILEGAIS DE PLANTAS PSICOTRÓPICAS E CONFISCO DE 
BENS APREENDIDOS EM DECORRÊNCIA DE TRÁFICO (LEI 8.257/91. E 
ART. 32 § 4º DA LEI Nº 11.343/2006 – LEI DE ENTORPECENTE) 
LAVAGEM DE DINHEIRO – ART. 7º DA LEI 9.613/98 – PREVÊ – ALÉM 
DOS PREVISTOS NO CÓDIGO PENAL – A PERDA, EM FAVOR DA UNIÃO, 
DOS BENS, DIREITOS E VALORES OBJETO DE CRIME DE LAVAGEM DE 
DINHEIRO, E A INTERDIÇÃO DO EXERCÍCIO DE CARGO OU FUNÇÃO 
PÚBLICA DE QUALQUER NATUREZA E DE DIRETOR, MEMBRO DE 
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO OU DE GERÊNCIA DAS PESSOAS 
JURÍDICAS REFERIDAS NO ART. 9º DA MESMA LEI. 
PROSTITUIÇÃO E EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS OU 
ADOLESCENTES – Estabelece o § 2º do artigo 244-A da Lei nº 8.069/90 – 
constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de 
localização e funcionamento do estabelecimento. 
SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS (DE VOTAR E SER VOTADO) – 
art. 15, III da CF a doutrina entende que é um efeito genérico e 
autoaplicável de toda condenação criminal 
DIZ: é vedada a cassação dos direitos políticos, cuja perda ou 
suspensão se dará nos casos de: (...) condenação transitada em julgado, 
enquanto durarem os seus efeitos, isto é do direito de votar (sufrágio) e 
de ser votado, uma vez satisfeitas as exigências para concorrer a cargo 
público (ilegibilidade). 
Art. 92 - São também efeitos da condenação: (ESPECÍFICOS) 
Atenção: Quanto aos efeitos específicos, estes não são automáticos, como 
nos efeitos genéricos, só se aplicam a determinados crimes e em 
situações específicas. Incumbe ao juiz mencioná-los expressamente na 
sentença, sob pena de perda de sua eficácia (efeitos). 
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: 
ATENÇÃO: só se aplicam a certas hipóteses de determinados crimes - 
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a 
um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para 
com a Administração Pública; (REQUISITOS) 
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 
(quatro) anos nos demais casos. (REQUISITO- condenação superior 4 anos) 
II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos 
crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado 
ou curatelado; 
III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a 
prática de crime doloso. 
Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, 
devendo ser motivadamente declarados na sentença. 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA - SURSIS 
- SURSIS – SIGNIFICA SUSPENSÃO ou SUSPENDER 
ATENÇÃO: NÃO SE CONFUNDIR 
 – SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA – HÁ CONDENAÇÃO É A 
PENA RESTRITIVA DE LIBERDADE QUE É SUSPENSA 
 – SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO OU SUSRSIS 
PROCESSUAL – PREVISTA NO ART. 89 DA LEI 9.099/95 – O 
PROCESSO É SUSPENSO POR CERTO PERÍODO (2 A 4 ANOS) E, 
APÓS O DECURSO DO PRAZO, SEM REVOGAÇÃO, TEM-SE POR 
EXTINTA A PUNIBILIDADE. 
Obs: Como não houve condenação (sursis processual), se o agente 
cometer novo crime, não será considerado reincidente 
- CONCEITO – direito público subjetivo do réu de, preenchidos todos os 
requisitos legais, ter suspensa a execução da pena imposta, durante 
certo prazo e mediante determinadas condições. 
- É DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO – o juiz não pode negar sua 
concessão ao réu quando preenchidos os requisitos legais. 
- OBRIGATORIEDADE DE MANIFESTAÇÃO SOBRE O SURSIS – O STF já 
se manifestou no sentido de que se impõe ao juiz pronunciar-se sobre a 
sua concessão ou não em se tratando de pena que não exceda o teto de 
2 anos. 
ATENÇÃO: TODA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE QUE NÃO EXCEDER 
4 ANOS CABE SUBSTITUIÇÃO POR PENA ALTERNATIVA; 
JÁ O SURSIS CABE QUANDO A PENA FOR IGUAL OU INFERIOR A DOIS 
ANOS ( = ou – 2ANOS) 
ATENÇÃO: o instituto do SURSIS praticamente deixou de existir, uma 
vez que é subsidiário à pena alternativa, ou seja, o juiz irá primeiramente 
verificar se é caso de aplicar a pena restritiva de direito ou a multa em 
substituição à pena privativa de liberdade e, somente depois, irá 
verificar a possibilidade de concessão do SURSIS como uma segunda 
opção. 
A T E N Ç Â O 
Com o surgimento da Lei 9.714/98, o legislador modificou o sistema das 
penas alternativas, aumentando o seu número, bem como elevando o limite 
da pena privativa de liberdade aplicada passível de substituição. 
Art. 43 CP -. As penas restritivas de direitos são: 
I - prestação pecuniária; - (consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a 
seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de 
importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior 
a 360 (trezentos e sessenta salários mínimos.) 
II – perda de bens e valores; (dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em 
favor do Fundo Penitenciario Nacional, e seu valor terá como teto - o que for 
maior - o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou 
por terceiro, em conseqüência da prática do crime). 
III - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; (é 
aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade - 
consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. A prestação se 
serviço dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e 
outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais 
- devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de 
condenação, ). 
IV - interdição temporária de direitos; 
Interdição temporária de direitos 
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: 
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem 
como de mandato eletivo; 
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de 
habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; 
III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. 
IV - proibição de freqüentar determinados lugares. 
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. 
V - limitação de fim de semana.(consiste na obrigação de permanecer, aos 
sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou 
outro estabelecimento adequado ). 
Segundo o art. 44 CP - Essas penas servem como substitutas, quando

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