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Processos de Fabricação Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Luciana Borin de Oliveira Revisão Textual: Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos Usinagem e Estampagem • Introdução • Usinagem • Estampagem · O objetivo desta unidade é conhecer as definições e características dos processos de fabricação Usinagem e Estampagem, destacando os tipos, a forma de utilização e as características. OBJETIVO DE APRENDIZADO Caro(a) aluno(a), Leia atentamente o conteúdo desta unidade, que lhe possibilitará conhecer as aplicações dos Processos Usinagem e Estampagem. Você também encontrará nesta unidade uma atividade composta por questões de múltipla escolha, relacionada com o conteúdo estudado. Além disso, terá a oportunidade de trocar conhecimentos e debater questões com seus colegas. É extremante importante que você consulte os materiais complementares, pois são ricos em informações, possibilitando-lhe o aprofundamento de seus estudos sobre o assunto. ORIENTAÇÕES Usinagem e Estampagem UNIDADE Usinagem e Estampagem Contextualização Os processos de fabricação e tecnologia de materiais procuram sempre novas fontes de materiais ao mesmo tempo em que procuram novas formas de processamento para atender a uma demanda específica, melhorar qualidade, baixar custos e diminuir falhas. Busque produtos que são processados por Usinagem e Estampagem com os quais você convive diariamente. Qual deve ser o estudo para indicar a utilização de um processo para determinado material? Escolha um produto com o qual você esteja trabalhando ou faça parte do seu dia a dia (no trabalho, em casa). Aplique o conceito acima, descreva a atividade e os critérios. 6 7 Introdução Usinagem É um substantivo feminino que pode significar • ato, processo ou efeito de usinar. • ato, processo ou efeito de talhar, de trabalhar uma peça bruta com máquina- ferramenta para dar-lhe a forma final. Figura 1. Processo de Usinagem Fonte: iStock/Getty Images Estampagem É um substantivo feminino que pode significar • ato ou efeito de estampar. • processo de imprimir figuras, letras, ornatos sobre papel, tecido, couro etc., utilizando-se chapa gravada, ferros aquecidos, papel perfurado e outras técnicas. Figura 2. Processo de Estampagem Fonte: iStock/Getty Images A usinagem merece destaque por se tratar do processo de conformação plástica por onde grande maioria dos produtos manufaturados passa antes de ir para o cliente. E a estampagem é muito interessante devido às características de grandes séries de peças, obtendo-se alta produção e reduzido custo por peça. 7 UNIDADE Usinagem e Estampagem Usinagem Segundo a Norma Alemã DIN 8580, usinagem aplica-se a todos os processos de fabricação onde ocorre a remoção de material sob a forma de cavaco. Dessa forma, usinagem é toda operação que confere a uma peça forma, dimensão, acabamento ou uma combinação destes por meio de remoção de material sob a forma de cavaco. O que é Cavaco? Cavaco É a porção de material que é retirado da peça pela ferramenta e não possui forma característica. Figura 3. Cavacos Fonte: iStock/Getty Images DIN = Deutsches Institut für Normung = Instituto Alemão para Normatização. É uma organização nacional da Alemanha para padronização semelhante à ABNT aqui no Brasil. A norma DIN 8580 classifica vários processos de fabricação: Grupo 1. Formação de origem Grupo 2. Conformação Grupo 3. SEPARAÇÃO Grupo 4. União Grupo 5. Revestimento Grupo 6. Modificação das propriedades dos materiais No item denominado “separação”, existe o subitem chamado “separação com formação de cavacos”, no qual alocamos os processos de usinagem. Ex pl or O estudo da usinagem baseia-se na mecânica, na termodinâmica e nas propriedades dos materiais. Na mecânica, pela observação do atrito, cinemática e deformação, e pelo estudo do calor na termodinâmica. 8 9 O principio da usinagem está no fato que a inferência da ferramenta na peça irá produzir o cavaco, sendo que, para isso, a ferramenta deverá ser constituída de material com dureza e resistência superiores ao da peça a ser trabalhada. A usinagem pode ser vista como uma operação secundária ou de acabamento, pois é aplicada em peças que vem de processos como fundição, forjamento e laminação. A usinagem irá conferir a estas peças um melhor acabamento, refinamento das tolerâncias dimensionais e particularidades como furos rosqueados. A usinagem poderá produzir peças (Figura 4) como: eixos, rodas dentadas, parafusos, pinos, componentes para máquinas e ferramentas de metais ferrosos e não ferrosos. Figura 4. Peças usinadas Fonte: iStock/Getty Images A usinagem conta com um número muito grande de operações, máquinas e ferramentas disponíveis. Iremos descrever os processos mais utilizados da usinagem que são: • Torneamento • Aplainamento • Furação • Mandrilamento • Fresamento • Serramento • Brochamento • Roscamento • Retificação Que serão descritos a seguir: 9 UNIDADE Usinagem e Estampagem Torneamento Acontece quando a peça gira em torno do eixo principal de rotação da máquina e a ferramenta desloca-se em conjunto em trajetórias específicas. A forma final da peça é cônica ou cilíndrica (Figura 5). Figura 5. Operação de Torneamento Fonte: iStock/Getty Images Aplainamento O movimento retilíneo alternativo da ferramenta ou da peça, em direção horizontal inclinada ou vertical produz superfícies planas (Figura 6). Figura 6. Operação de Aplainamento Furação Operação para obtenção de furos geralmente cilíndricos, na qual a ferramenta ou a peça gira ao mesmo tempo segundo trajetória retilínea ou paralela ao eixo principal da máquina (Figura 7). Figura 7. Operação de Furação 10 11 Mandrilamento Ferramentas de barra com movimento de rotação dão origem a superfícies de revolução. O mandrilamento pode ser cilíndrico ou radial por exemplo (Figura 8). Figura 8. Operação de Mandrilamento Fresamento Nesta operação, são empregadas ferramentas multicortantes para obtenção de superfícies diversas como rodas dentadas por exemplo (Figura 9). Figura 9. Operação de Fresamento Serramento Este processo trabalha com ferramentas multicortantes de pequena espessura para secionar peças. O serramento pode ser retilíneo ou circular (Figura 10). Figura 10. Operação de Serramento 11 UNIDADE Usinagem e Estampagem Brochamento É o processo de usinagem destinado à produção de superfícies variadas com emprego de ferramentas multicortantes, podendo ser interno ou externo. Utilizado para usinagem de recortes dentados (Figura 11). Figura 11. Operação de Brochamento Roscamento Neste processo, a ferramenta ou a peça gira e uma delas ao mesmo tempo se desloca de acordo com trajetória inclinada, paralela ou retilínea em relação ao eixo de rotação. Este processo pode ser externo ou interno (Figura 12). Figura 12. Operação de Roscamento Retificação O processo de retificação visa obter superfícies lisas por abrasão. A retificação pode ser tangencial ou frontal (Figura 13). Figura 13. Operação de Retificação 12 13 Vimos os principais processos de usinagem tradicional, temos, ainda, outros processos que podem ser destacados, como: • Lapidação • Polimento • Afiação • Espelhamento • Brunimento Cada um com sua particularidade e especificidade, a utilização depende do produto final que se deseja obter. Recentemente, a indústria tem aplicada outras formas de energia aliadas ou não à energia mecânica para remoção de cavacos. As energias utilizadas são: química, térmica e elétrica, são os chamados processos de usinagem não tradicionais. Automatização da usinagem Podemos definir a automação como uma sequência determinada deoperações em que a força humana foi substituída por dispositivos mecânicos e eletrônicos. Na usinagem, podemos destacar: CNC O Comando Numérico Computadorizado é o sistema que controla os movimentos de máquinas por meio de dados numéricos, sua alimentação de dados é feita por um computador acoplado. Figura 14. CNC 13 UNIDADE Usinagem e Estampagem CIM A Manufatura Integrada por Computador é um sistema onde os computadores participam de todas as fases da fabricação, do projeto à inspeção do produto final. Duas ferramentas são muito importantes para este processo: o CAD e o CAM. CAD ou Computer Aided Design é o sistema que desenvolve os projetos no computador e CAM ou Computer Aided Manufacturing é utilizado para auxílio em todas as fases da fabricação. Operações modernas e eficientes utilizam o sistema integrado CAD/CAM. Figura 15. CIM Estampagem Foi a partir das primeiras prensas e ferramentas de corte e embutimento que tivemos o início do processo de Estampagem. O crescimento industrial e a evolução da indústria automobilística foram impulsionadores deste processo para obtenção de peças a partir de chapas para outros como eletrodomésticos, embalagens e até mesmo aviões. Por este processo são fabricadas peças de aço, alumínio, cobre e ligas não ferrosas. Os materiais metálicos de mais usos são chapas de aços de baixo carbono por sua característica de elevada conformabilidade para operações de estampagem profunda. O latão 70 – 30 apresenta os maiores índices de estampabilidade, porém, tem custo elevado e só é utilizado quando seja justificada sua escolha. Os metais não ferrosos e suas ligas, dependendo do tipo de liga e condições de estampagem, também são utilizados. Apresenta como vantagens: • Bom acabamento • Baixo custo por peça • Alta produção 14 15 • Peças de boa resistência mecânica • Uniformidade de produção E como desvantagens • Alto custo do ferramental • Grandes volumes Estampagem é o processo de fabricação de peças através do corte ou deformação de chapas em operações de prensagem a frio. A estampagem de chapas é utilizada para fabricação de peças com paredes finas feitas de fitas ou chapas de diversas ligas ou metais. Os processos de estampagem (Figura 16) podem ser classificados em três grupos: • Corte • Embutimento ou repuxo • Dobramento Figura 16. Processos de Estampagem O processo de estampagem pode ser simples quando só ocorre um dos processos ou combinado. O processo de corte (Figura 17) está sempre presente nos processos a partir de chapas em maior ou menor escala, pois é uma operação mecânica da qual se consegue formar uma figura predeterminada separando uma parte da outra. Figura 17. Tipos de cortes de chapas 15 UNIDADE Usinagem e Estampagem A operação de repuxo ou embutimento (Figura 18), como o próprio nome diz, tem o objetivo de formar peças como canecas, caixas ou tubos pela deformação da chapa. As peças são obtidas pela utilização de prensas com auxílio de ferramental conhecido como estampo de repuxo. Figura 18. Operação de repuxo ou embutimento O processo de dobramento (Figura 19) faz parte do que podemos chamar de processos de conformação geral, onde encontramos também o flangeamento, rebordamento e o enrolamento. Figura 19. Operação de dobramento Estes processos podem ser feitos por prensas viradeiras ou outras máquinas mais específicas de conformação. As peças iniciais deste processo podem ser simples tiras ou tubos. A lubrificação (Figura 20) é muito importante para reduzir as forças de atrito, proteger a peça e o ferramental. O importante é sempre observar a natureza química e mecânica dos materiais que serão trabalhados para escolha do método de lubrificação e do lubrificante propriamente dito. Figura 20. A importância dos lubrificantes Fonte: iStock/Getty Images 16 17 Os principais defeitos do processo de estampagem são provenientes da própria chapa que foi estampada, problemas de projeto e da ferramenta. Dentre eles, temos: • Pregas • Furos • Rupturas • Formas • Trincas O controle do processo de estampagem é feito pela observação da máquina, da ferramenta e dos produtos que saem do processo. O controle dimensional pode ser realizado de forma indireta pelas dimensões da matriz com auxílio do micrômetro e paquímetro, e a medida de rugosidade por meio de ensaios com rugosimetros. No processo de estampagem, é muito importante o estudo do layout da chapa para sua melhor utilização e melhor aproveitamento. Este estudo traz uma economia de material muito interessante, pois na maioria das vezes estamos falando de grandes volumes de produção. O estudo da utilização da chapa minimiza as sobras e retalhos da chapa além de trazer uma melhor resistência mecânica por estudar o sentido de laminação da chapa. Um bom arranjo das peças nas chapas traz produtividade, melhor acabamento das peças e traz a opção da utilização de ferramentas mais simples no processo (Figura 21). Figura 21. Exemplos de arranjos de uma peça na chapa São duas regras simples a serem observadas no projeto: • É importante respeitar um espaço entre uma peça e outra, pois o retalho da chapa deve manter certa rigidez para evitar problemas de produtos incompletos e quebra de ferramenta. • O modo de disposição das peças pode seguir a ordem reta, inclinada, invertida ou múltipla. Para descobrir-se qual a melhor opção recorre-se a softwares preparados para isso ou caso a empresa não tenha acesso a isso, existe a opção de recortar-se modelos da peça em papel e distribuir sobre a peça para encontrar a melhor disposição. 17 UNIDADE Usinagem e Estampagem Para o processo de estampagem podemos utilizar: • prensas mecânicas • prensas hidráulicas Basicamente, a prensa mecânica (Figura 22) é uma máquina que comprime uma matriz contra o material a ser cortado ou moldado contando com movimento de rotação total ou parcial movida pneumaticamente por um motor elétrico ou mecânico através de uma biela. A força da prensa varia de acordo com o ângulo de aplicação da força; dessa forma, quanto mais perto do ponto de impacto, maior sera o torque. Figuar 22. Exemplo de prensa mecânica Fonte: iStock/Getty Images A prensa hidráulica (Figura 23) tem seus movimentos coordenados por pressão de óleo e geralmente são utilizadas para estampos de grandes dimensões. Este tipo de prensa pode também competir com as prensas mecânicas desde que atinjam as velocidades de trabalho e autonomia apresentadas por elas. A bomba do embolo rotativo da prensa hidráulica confere ao curso da prensa a velocidade máxima quando a pressão é mínima e a velocidade mínima quando a pressão é maxima. Figura 23. A maior prensa hidráulica da América Latina, integrante do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) da Marinha Fonte: www.defesaaereanaval.com.br 18 19 A Norma Regulamentadora NR-12 – SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS – possui o ANEXO VIII – PRENSAS E SIMILARES – para tratar deste dispositivo. As empresas que trabalham com este tipo de equipamento consideram a importância das medidas para reduzir os custos da empresa com acidentes e a preocupação de seguir as regulamentações é uma questão importante nas aplicações industriais. Além da NR-12, outras regras a serem seguidas para uma maior segurança no trabalho com prensas estão incluídas no Programa de Prevenção de Riscos em Prensas e Similares (PPRPS), na Nota Técnica número 16 de 2005 do Ministério do Trabalho (NT 16/2005) e European Norm 16 (EN 16). 19 UNIDADE Usinagem e Estampagem Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Para complementar os conhecimentos adquiridos nesta unidade, consulte os livros abaixo, disponíveis na Minha Biblioteca:Livros Introdução à usinagem com CNC FITZPATRICK, Michael. 1. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. Introdução à manufatura FITZPATRICK, Michael. Porto Alegre: AMGH, 2013. Introdução aos processos de fabricação GROOVER, Mikell P. Rio de Janeiro: LTC, 2014. 20 21 Referências AGOSTINHO, O. L. Tolerâncias, ajustes, desvios e análise de dimensões. São Paulo: Edgard Bluecher, 2001. BRESCIANE, F. E. Conformação Plástica dos Metais. 5. ed. Campinas: Unicamp, 1997. DINIZ, E. A… Tecnologia da Usinagem dos Materiais. 5. ed. São Paulo: Artliber, 2006. FERRARESI, D. Fundamentos da Usinagem dos Metais. 6. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2003. HELMAN, H; CETLIN, P R. Fundamentos da Conformação Mecânica dos Metais. São Paulo: Artliber, 2005. POLACK, V. A. Manual Prático de Estampagem. São Paulo: Hemus, 2004. 21
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