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RT17DANO EXTRAPATRIMONIALJOALVO MAGALHAES

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Direito do Trabalho – Dano Extrapatrimonial 
 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo 
professor. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos 
Tribunais. 
 
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 Direito do Trabalho – Dano Extrapatrimonial 
 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo 
professor. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos 
Tribunais. 
 
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SUMÁRIO 
1. DANO MORAL, DANO EXISTENCIAL E DANO ESTÉTICO ........................................ 3 
2. RESTRIÇÃO NORMATIVA .................................................................................... 3 
3. CABIMENTO DE INDENIZAÇÃO ........................................................................... 5 
4. BENS JURÍDICOS TUTELÁVEIS ............................................................................. 7 
5. DANO EXTRAPATRIMONIAL X PESSOA JURÍDICA ................................................. 8 
6. RESPONSABILIDADE ........................................................................................... 9 
7. CUMULAÇÃO DE INDENIZAÇÕES....................................................................... 10 
8. INCOMUNICABILIDADE DE INDENIZAÇÕES ........................................................ 11 
9. CRITÉRIOS DE QUANTIFICAÇÃO ........................................................................ 12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Direito do Trabalho – Dano Extrapatrimonial 
 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo 
professor. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos 
Tribunais. 
 
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1. DANO MORAL, DANO EXISTENCIAL E DANO ESTÉTICO 
Neste bloco 10, será abordada a figura do dano extrapatrimonial. 
Já neste início, chama-se a atenção para a nomenclatura. Veja-se que a CLT passou a 
prever a figura não de “danos morais”, mas sim, de “danos extrapatrimoniais”. Isto é 
interessante, pois, como se sabe, muitas vezes, a doutrina faz tal diferenciação, trazendo o 
dano extrapatrimonial como um gênero, dos quais seriam espécies, por exemplo, o dano 
moral, o dano existencial e o dano estético. 
Portanto, já existe esta uma opção mais técnica e mais abrangente no que tange à 
nomenclatura. Ao invés de se utilizar apenas “dano moral”, como se vê no Código Civil, trouxe 
a CLT, a figura mais abrangente do dano extrapatrimonial. 
Com efeito, destaca-se que pode um dano ser divido em dano patrimonial ou 
extrapatrimonial. O dano patrimonial, que é um dano material, ou seja, dano na matéria - em 
bens que são aferíveis economicamente, são prejuízos pecuniários, trata-se do dano 
tradicional. 
A doutrina, a legislação e a jurisprudência foram evoluindo no sentido de entenderem 
que nem todo dano ocorre por conta de uma violação a um bem material, aferível 
economicamente. Existem alguns valores, bens jurídicos e direitos que podem ser violados, 
mas que não geram uma repercussão financeira imediata. 
Evidente que gerará uma reparação/indenização, que será em dinheiro - já que o 
dinheiro é a forma que o Direito tem de quantificar um dano -, mas o dano não advém 
diretamente de uma questão financeira. Por essa razão é que se tem o dano extrapatrimonial, 
que abrange, como visto, o dano moral (que ocorre quando há violação aos direitos da 
personalidade do indivíduo); o dano existencial (dano à existência do indivíduo – prejuízo na 
sua vida de relações e projetos de vida); e a figura do dano estético, que, atualmente, 
desmembrou-se do dano moral, sendo, atualmente, reconhecido como dano autônomo 
(perda da harmonia física/corporal, como no caso de um sujeito que possui uma perna 
amputada ou uma cicatriz no rosto). 
 
2. RESTRIÇÃO NORMATIVA 
Primeiro dispositivo da Reforma a tratar dos danos extrapatrimoniais. O art. 233-A da 
CLT traz uma restrição normativa: 
TÍTULO II-A 
DO DANO EXTRAPATRIMONIAL 
 
 Direito do Trabalho – Dano Extrapatrimonial 
 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo 
professor. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos 
Tribunais. 
 
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Art. 223-A. Aplicam-se à reparação de danos de natureza extrapatrimonial decorrentes da 
relação de trabalho apenas os dispositivos deste Título. 
Nos estudos dos primeiros blocos da Reforma Trabalhista, foi tratado sobre o “diálogo 
das fontes” e sobre “constitucionalização do direito privado”. Veja-se, no entanto, que a 
Reforma Trabalhista trouxe uma restrição normativa, dispondo que se aplicam à reparação de 
danos de natureza extrapatrimonial decorrentes da relação de trabalho apenas os dispositivos 
deste Título. 
➢ Que restrição normativa seria esta? O que pretendeu o legislador? Qual foi o 
alcance deste dispositivo? Não aplicar outros artigos da CLT ou não aplicar artigos do 
CC, ou até mesmo não aplicar artigos da Constituição Federal? 
Evidente que isso não é possível. Tal artigo será interpretado da maneira que deve ser 
interpretado. 
Haverá uma norma específica abordando o dano extrapatrimonial nas relações de 
trabalho - sem dúvida alguma há - e, naquilo que os dispositivos forem específicos, eles irão 
prevalecer, porém, existem conceitos e disciplinas legais, como, por exemplo, a disciplina dos 
“direitos da personalidade” que estarão previstos no Código Civil. 
O direito é um sistema uno e indivisível. Então, é importante que se diga aqui que o 
empregado, quando está na relação de trabalho, não deixa de ser cidadão e indivíduo que 
possui direitos protegidos. Assim, a mesma proteção constante da Constituição Federal, que 
foi repetida no Código Civil - que se fundamentou na CF/88 -, valerá a este trabalhador. 
Sem dúvida alguma, portanto, haverá uma interpretação restritiva deste dispositivo, 
porque, muitas vezes, será necessário o diálogo das fontes, diálogos estes que estão previstos 
no art. 8º da CLT: 
Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições 
legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por 
equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do 
trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre 
de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse 
público. 
Parágrafo único - O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho, naquilo 
em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste. 
O art. 8º da CLT prevê expressamente que o direito comum será aplicável ao Direito 
do Trabalho. Inclusive, a Reforma Trabalhista, até mesmo ampliou a aplicabilidade do direito 
comum, já que excluiu àquela exigência de compatibilidade com os princípios do direito do 
trabalho. 
 Direito do Trabalho – Dano ExtrapatrimonialO presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo 
professor. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos 
Tribunais. 
 
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Portanto, segundo o professor, trata-se de um dispositivo bastante “estranho”, ao 
dizer que será aplicado “apenas os dispositivos deste título”, quando, em verdade, o direito 
exige uma interpretação sistemática, que não será alcançada se forem separados totalmente 
os dispositivos trabalhistas dos dispositivos constitucionais e do direito civil. 
 
3. CABIMENTO DE INDENIZAÇÃO 
Veja-se o que determina o art. 223-B da CLT: 
Art. 223-B. Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que ofenda a 
esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são as titulares exclusivas 
do direito à reparação. 
A partir do momento em que a lei passou a prever uma violação à esfera existencial, 
tem-se positivado, no Direito do Trabalho, o dano existencial. 
A depender da hermenêutica que se faça aqui, houve um avanço enorme, porquanto, 
tem-se, agora, no direito positivo, o reconhecimento do dano existencial expressamente. 
Dano existencial este que já vinha sendo aplicado pela Justiça do Trabalho, como, por 
exemplo, naquelas situações em que o trabalhador teve um prejuízo em sua vida de relações1. 
Enfim, tal dano está, agora, legitimamente no art. 223-B da CLT, que cuida da ofensa à esfera 
moral e à esfera existencial. 
Em verdade, este art. 223-B segue na linha do art. 186 do CC/02: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar 
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Note-se que este art. 223-B da CLT é mais amplo, trazendo, não apenas, o dano moral, 
mas também o dano existencial. A ideia de disciplinar o dano extrapatrimonial na CLT, sem 
dúvida alguma, advém da existência de indenizações muito altas na Justiça do Trabalho. 
No entanto, pontua o Professor que estas não são tão altas assim, sendo até muito 
mais baixas que em outros âmbitos do Poder Judiciário. As empresas, porém, sempre lutaram 
muito contra essas indenizações. Assim, a ideia da Reforma é limitar o valor destas 
indenizações, evitando-se indenizações excessivas, e ainda, também, trazer as possibilidades 
de indenização para a pessoa jurídica. 
 
1 Ou seja, trabalhava tanto que não podia ter contato com família e amigos, além de prejuízos ao seu 
projeto de vida. Se ele quisesse estudar ou fazer um esporte, enfim, ter novos horizontes, não poderia em razão 
do excesso de trabalho, por conta da ausência de concessão de férias, abuso em horas extras, trabalhos em 
domingos e feriados. 
 Direito do Trabalho – Dano Extrapatrimonial 
 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo 
professor. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos 
Tribunais. 
 
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Veja-se que, no artigo, já se deixou bem claro que se trata de dano causado à pessoa 
física, mas também às pessoas jurídicas. Logo, a ideia aqui é que possa ser responsabilizado 
não somente o empregador, mas também o empregado quando causar danos 
extrapatrimoniais ao seu empregador, o que é uma ideia, de certa forma, correta - tanto o 
empregado pode violar os direitos de personalidade do empregador, como este pode causar 
este tipo de dano ao empregado. 
Tem-se, de interessante, o reconhecimento expresso do dano existencial, que foi um 
aspecto positivo da Reforma. 
• Cabimento do dano estético: evidente que, ainda, não havendo uma previsão 
estética do dano estético, este já é consagrado na doutrina e na jurisprudência, portanto, não 
houve “revogação” pela Reforma Trabalhista. 
Há uma disposição interessante em “titulares exclusivas do direito à reparação”. A lei 
determina que as pessoas físicas ou jurídicas ofendidas sejam os titulares exclusivos do direito 
à reparação. Entretanto, é claro que isto deve ser interpretado de forma sistemática, 
conforme dito pelo professor no início. 
• Transmissibilidade do direito: O trabalhador ofendido, que teve os direitos da 
personalidade violados, é titular do direito à reparação. Naquele momento, o direito é 
exclusivo do trabalhador, mas isto não obsta que, em caso de falecimento deste titular, não o 
direito da personalidade em si – pois se sabe que este é intransmissível segundo está previsto 
no Código Civil -, mas a violação deste direito da personalidade gerará uma indenização. Esta 
indenização, este aspecto pecuniário, é transmissível, conforme regulado no CC/022. 
Desta forma, tem-se que o novo dispositivo celetista não obsta a transmissibilidade do 
direito à reparação. Assim, se o trabalhador falece antes do ajuizamento da ação, ou mesmo 
venha a óbito já durante o processo, nada impede que a reparação de um dano 
extrapatrimonial seja pleiteada por um herdeiro deste empregador. 
Dessa forma, interpreta o Professor. A lei não tem como fazer esta exclusão, até 
mesmo porque a norma não expõe isso claramente. 
 
 
2 Nota do monitor: Cf. arts 11 e 12 do CC/02: 
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e 
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. 
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e 
danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo 
o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. 
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4. BENS JURÍDICOS TUTELÁVEIS 
Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, a 
sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens juridicamente tutelados 
inerentes à pessoa física. 
A Reforma Trabalhista traz neste art. 223-C da CLT quais são os bens jurídicos tuteláveis 
e aptos, caso violados, a configurar o dano extrapatrimonial. Determina a lei, a honra, a 
imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a 
integridade física. Quis a lei distinguir quais os direitos são aplicáveis à pessoa física e quais 
os direitos são aplicáveis à pessoa jurídica. 
Embora ambas possam sofrer lesões de natureza extrapatrimonial, são estas lesões 
diferentes, como, por exemplo, a ideia de honra subjetiva, que é uma ideia típica da pessoa 
natural, uma vez que a pessoa jurídica não possui tal honra. Daí, porque, é importante esta 
distinção. 
No entanto, sempre que se estiver vislumbrando estes bens jurídicos passíveis de 
ensejar o dano extrapatrimonial, deve-se entender que se trata de rol exemplificativo. Isso 
porque a CF/88 trouxe uma proteção ampla e irrestrita aos direitos da personalidade, não só 
no art. 5º, X, que trata da inviolabilidade à intimidade, vida privada, honra e imagem, mas 
também, quando traz a cláusula geral de respeito ao princípio da dignidade da pessoa 
humana. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes noPaís a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
(...) 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua 
violação; 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem 
como fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes 
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
 Direito do Trabalho – Dano Extrapatrimonial 
 
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Assim, qualquer tipo de violação, ainda que não esteja expressamente elencado como 
violação aos citados bens jurídicos, pode gerar reparação. Há que se entender, portanto, o rol 
do art. 223-C como meramente exemplificativo. A lei quis exemplificar, mas outras situações 
fora do artigo também podem ensejar indenizações. 
 
5. DANO EXTRAPATRIMONIAL X PESSOA JURÍDICA 
Em relação à pessoa jurídica, a Reforma Trabalhista teve a preocupação de assegurar 
a pessoa jurídica3 e, quando esta traz a proteção a danos extrapatrimoniais de pessoas 
jurídicas, torna-se uma norma que visa favorecer as empresas. 
Em verdade, neste ponto da Reforma, trata-se de uma suposta inovação, pois é 
positivação de algo que já existe. O Código Civil, em seu art. 52 já faz tal previsão desde 2002: 
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da 
personalidade. 
Evidente que, “no que couber”, pois nem todos os direitos da personalidade aplicáveis 
à pessoal natural, serão aplicáveis à pessoa jurídica. Assim, se o dano moral é uma violação 
aos direitos da personalidade, e a pessoa jurídica também possui proteção aos direitos da 
personalidade. Conclui-se que, no caso de violação aos direitos da personalidade da pessoa 
jurídica, como a sua imagem, por exemplo, esta pessoa jurídica terá, também, direito à 
reparação pelo dano moral. 
 Isso é o que já entende o STJ: 
Súmula n. 227 do STJ 
A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. 
Embora não sejam comuns ações envolvendo indenizações em favor da pessoa 
jurídica, esta súmula já era aplicada, inclusive, no âmbito da Justiça do Trabalho. 
Já que a Reforma quis trazer expressamente esta proteção do dano moral à pessoa 
jurídica, trouxe também quais são os bens jurídicos tuteláveis em seu favor. Bens jurídicos 
estes que, uma vez violados, ensejarão a reparação por dano extrapatrimonial: 
Art. 223-D. A imagem, a marca, o nome, o segredo empresarial e o sigilo da 
correspondência são bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa jurídica. 
 
3 Como se sabe, a pessoa jurídica no Direito do Trabalho não pode ser empregado, de forma que será 
sempre o empregador, a não ser que haja uma fraude, uma pejotização. 
 Direito do Trabalho – Dano Extrapatrimonial 
 
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Veja-se que trata de bens jurídicos mais específicos da atividade empresarial. No caso 
do sigilo da correspondência seria a hipótese do empregado que intercepta uma 
correspondência da empresa, inclusive, eletronicamente. Também, seria o caso de violação o 
empregado que revela uma questão interna da empresa, como o segredo empresarial, ou 
ainda, o empregado que suja o nome da empresa, sua imagem ou sua marca. Em todos estes 
casos, pode vir o empregado a indenizar a empresa. 
Interessante destacar que a violação ao sigilo de correspondência, nome, imagem, vale 
para ambos. O empregado não possui marca e nem segredo empresarial, mas o restante ele 
também possui. Uma empresa não pode, por exemplo, invadir o e-mail pessoal do 
empregado, o funcional, a depender do caso, até poderia. 
Embora a lei não preveja expressamente o sigilo de correspondência ao empregado, 
tem ele a sua privacidade, vida privada e intimidade, de forma que não pode ter uma 
correspondência sua violada. 
 
6. RESPONSABILIDADE 
A Reforma Trabalhista pretendeu, ainda, disciplinar a responsabilização de todos 
aqueles que tenham concorrido para a ocorrência do dano. Diz o art. 223-E da CLT: 
Art. 223-E. São responsáveis pelo dano extrapatrimonial todos os que tenham colaborado 
para a ofensa ao bem jurídico tutelado, na proporção da ação ou da omissão. 
Cada empregado que se consorciou a outro empregado, será responsabilizado no 
âmbito da sua atuação. Tal disposição é semelhante àquela contida no art. 942 do CC: 
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam 
sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos 
responderão solidariamente pela reparação. 
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os coautores e as 
pessoas designadas no art. 932. 
Todos aqueles que sejam responsáveis pela ocorrência de um dano, seja ele moral ou 
material, a alguém, serão obrigados a indenizar. 
Evidente que não se pode utilizar este artigo do CC para se referir a uma situação de 
bullying, de assédio moral ou de assédio sexual, por exemplo, praticado por um empregado 
contra um colega de trabalho. 
➢ Será que se poderia utilizar o art. 223-C da CLT para responsabilizar apenas e 
tão somente o empregado, ou seja, o chefe, o gerente o encarregado que 
pratica o assédio sexual, mas não responsabilizar a empresa? 
 Direito do Trabalho – Dano Extrapatrimonial 
 
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professor. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos 
Tribunais. 
 
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Não. O empregado que pratica um assédio moral ou sexual, pode (e deve), ser 
responsabilizado pela empresa, que pode dispensá-lo por justa causa, podendo ajuizar uma 
ação de regresso, caso a empresa seja condenada a pagar uma indenização. Isto tudo é 
possível. 
Aliás, não se pode perder de vista o que determina o art. 932, inciso III do CC: 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no 
exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por 
dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente 
quantia. 
Ou seja, toda vez que um gerente, um preposto, um encarregado, praticar ato ilícito 
que violem direitos extrapatrimoniais, o empregador será responsabilizado, uma vez que o 
empregado estará atuando em nome do empregador. 
 
7. CUMULAÇÃO DE INDENIZAÇÕESA Reforma Trabalhista também permite expressamente a cumulação de dano moral 
com dano material, o que já era consagrado na jurisprudência não apenas do TST, mas 
também dos demais Tribunais, e também, do STJ. 
O dano moral e o dano material possuem finalidades e origens distintas. O dano 
material surge quando há uma violação a um bem, cuja aferição econômica é imediata, como, 
por exemplo, uma colisão de veículos e um desabamento de uma casa, que causa prejuízos 
financeiros imediatos. Assim, a finalidade da indenização de um dano material é 
recompor/ressarcir aquela despesa. 
 No caso do dano moral, é diferente. Nele, o que existe é uma violação a direito da 
personalidade como a intimidade, a imagem e a honra. O dano moral se presta muita mais a 
compensar a vítima e, eventualmente, a punir o ofensor a ressarcir. 
Como diz o ditado “palavras jogadas ao vento não voltam mais”, ou seja, uma vez 
violada a imagem de um trabalhador, não há como se retornar ao status quo anterior. O que 
se faz é compensá-lo, mas nunca retornar ao que era antes. 
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professor. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos 
Tribunais. 
 
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O STJ já possui súmulas autorizando a cumulação de dano material com dano moral - 
o que já era aplicado também pela jurisprudência trabalhista-, e até mesmo a cumulação de 
indenizações por dano estético e dano moral. 
Súmula n. 37 do STJ 
São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato. 
 
Súmula n. 387 do STJ 
É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral. 
A jurisprudência trabalhista já autorizava o pagamento de dano moral, dano material 
e dano estético, ou seja, três espécies de danos que possuem origens distintas, embora, 
eventualmente, possam surgir de um mesmo fato, mas, por origens distintas. 
Desta forma, traz o art. 223-F da CLT a possibilidade expressa de cumular danos 
extrapatrimoniais - dano existencial, dano moral ou estético - com danos materiais: 
Art. 223-F. A reparação por danos extrapatrimoniais pode ser pedida cumulativamente 
com a indenização por danos materiais decorrentes do mesmo ato lesivo. 
§1º - Se houver cumulação de pedidos, o juízo, ao proferir a decisão, discriminará os 
valores das indenizações a título de danos patrimoniais e das reparações por danos de 
natureza extrapatrimonial. 
§2º - A composição das perdas e danos, assim compreendidos os lucros cessantes e os 
danos emergentes, não interfere na avaliação dos danos extrapatrimoniais. 
Estes danos extrapatrimoniais podem ser cumulados entre si, e também, cumulados 
com danos materiais. A Reforma Trabalhista, portanto, trouxe uma forma bem ampliativa que, 
em verdade, já era aplicada pela jurisprudência no âmbito do Direito do Trabalho, tanto pelos 
juízes, como Tribunais Regionais do Trabalho e pelo TST. 
 
8. INCOMUNICABILIDADE DE INDENIZAÇÕES 
A Reforma Trabalhista, também, traz uma questão interessante, que é a 
incomunicabilidade de indenizações. 
Destaca-se a possibilidade de cumular o dano material com o dano moral; O dano 
patrimonial com o dano extrapatrimonial, pois estes possuem origens distintas - ainda que 
decorram do mesmo fato -, de forma que cumprem finalidades diversas, daí porque um não 
pode interferir no outro, devendo eles estar corretamente discriminados e separados. 
Art. 223-F. A reparação por danos extrapatrimoniais pode ser pedida cumulativamente 
com a indenização por danos materiais decorrentes do mesmo ato lesivo. 
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§1º - Se houver cumulação de pedidos, o juízo, ao proferir a decisão, discriminará os 
valores das indenizações a título de danos patrimoniais e das reparações por danos de 
natureza extrapatrimonial. 
§2º - A composição das perdas e danos, assim compreendidos os lucros cessantes e os 
danos emergentes, não interfere na avaliação dos danos extrapatrimoniais. 
Esta discriminação, inclusive, os juízes já faziam. 
O juiz, por exemplo, não pode condenar o réu a pagar 100 mil reais por dano moral e 
material. Deve, por exemplo, condenar 30 mil a título de dano moral, em razão de tais coisas 
- elencando os critérios de quantificação, e 50 mil por dano material, comprovados pelas 
seguintes formas (indicações do dano). Assim, no âmbito da sentença, deve haver a 
separação/discriminação do dano material e do dano extrapatrimonial. 
O artigo apresenta também que a composição das perdas e danos, ou seja, das 
indenizações por dano material, que envolverão, tanto os lucros cessantes - o que deixou de 
ganhar -, como os danos emergentes - prejuízo imediato -, não interferem na avaliação dos 
danos extrapatrimoniais. Isso porque, poderia haver a confusão do dano moral com o dano 
material, imaginando-se que um dano material muito alto deveria gerar um dano material 
mais baixo, por exemplo. Porém, a lei deixa claro que uma coisa não interfere com a outra. 
O fato de ter havido um dano material, não interfere na quantificação de um dano 
moral ou existencial, pois estes são danos diferentes e que cumprem finalidades distintas, 
nada impedindo que se tenham valores diferentes. Ademais, um não será compensado com 
o outro. O juiz não pode fazer isso. 
Esta alteração é positiva ao trabalhador, porquanto deixa bem claro que, se ele tiver 
múltiplos danos, estes podem ser indenizados de forma diferente. 
 
9. CRITÉRIOS DE QUANTIFICAÇÃO 
A Reforma Trabalhista trouxe também os critérios para quantificação das indenizações 
por danos extrapatrimoniais. 
Tratam-se de critérios muito importantes, uma vez que, hoje, sem dúvida alguma, uma 
das tarefas mais difíceis e complicadas é a quantificação de indenização por danos morais, 
dado que não se têm critérios claros e objetivos. 
Neste ponto, a Reforma foi também positiva, considerando esta ideia de trazer 
critérios. Se os critérios foram bons ou não, é outra discussão. No entanto, haver critérios de 
 Direito do Trabalho – Dano Extrapatrimonial 
 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo 
professor. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos 
Tribunais. 
 
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arbitramento e balizamentos é muito importante. Evita-se, assim, que juízes em casos 
idênticos arbitrem de forma diferente4. 
Art. 223-G. Ao apreciar o pedido, o juízo considerará: 
I - a natureza do bem jurídico tutelado; 
II - a intensidade do sofrimento ou da humilhação; 
III - a possibilidade de superação física ou psicológica; 
IV - os reflexos pessoais e sociais da ação ou da omissão; 
V - a extensão e a duração dos efeitos da ofensa; 
VI - as condições em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo moral; 
VII - o grau de dolo ou culpa; 
VIII - a ocorrência de retratação espontânea; 
IX - o esforço efetivo para minimizar a ofensa; 
X - o perdão, tácito ou expresso; 
XI - a situação social e econômica das partes envolvidas; 
XII - o grau de publicidade da ofensa. 
§1º - Se julgar procedente o pedido, o juízo fixará a indenização a ser paga, a cada um dos 
ofendidos, em um dos seguintes parâmetros, vedada a acumulação:I - ofensa de natureza leve, até três vezes o último salário contratual do ofendido; 
II - ofensa de natureza média, até cinco vezes o último salário contratual do ofendido; 
III - ofensa de natureza grave, até vinte vezes o último salário contratual do ofendido; 
IV - ofensa de natureza gravíssima, até cinquenta vezes o último salário contratual do 
ofendido. 
§2º - Se o ofendido for pessoa jurídica, a indenização será fixada com observância dos 
mesmos parâmetros estabelecidos no § 1o deste artigo, mas em relação ao salário 
contratual do ofensor. 
§3º - Na reincidência entre partes idênticas, o juízo poderá elevar ao dobro o valor da 
indenização. 
 
Observação final: O Professor encerra informando que, diante do tempo de aula, 
deixará para o próximo bloco a finalização do tratamento sobre o dano extrapatrimonial. 
 
4 É claro que não há como tarifar completamente. Isto não é possível. A lei até trouxe um tarifamento, 
mas não foi por completo.

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