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INDICADORES BIOQUÍMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL Indicadores Bioquímicos: Ao solicitar exames, o nutricionista deve seguir a Resolução do Conselho Federal de Nutricionistas no 306/2003, que dispõe sobre a solicitação de exames laboratoriais na área de nutrição clínica: Art. 1o Compete ao nutricionista a solicitação de exames laboratoriais necessários à avaliação, à prescrição e à evolução nutricional do cliente- paciente. Art. 2o O nutricionista, ao solicitar exames laboratoriais, deve avaliar adequadamente os critérios técnicos e científicos de sua conduta, estando ciente de sua responsabilidade frente aos questionamentos técnicos decorrentes. Indicadores Bioquímicos: • Identificam vários estágios de um distúrbio nutricional; • Possibilitam um diagnóstico precoce de quadros patológicos; Limitações: 1. Alto custo 2. Invasivo 3. Dificuldades de operacionalização 4. Baixa aceitação 5. influenciados por fatores não nutricionais (drogas, stress, inflamação, exercício...) Indicadores Bioquímicos: A avaliação bioquímica isolada não deve ser conclusiva sobre o estado nutricional do indivíduo. A combinação de dados antropométricos/análise de composição corporal, inquérito alimentar, exames bioquímicos e os demais métodos de avaliação nutricional são extremamente importantes para traçar um diagnóstico nutricional, assim ofertando um acompanhamento adequado no que se refere à intervenções dietoterápicas. Exames: • Exames laboratoriais utilizados em avaliação nutricional (reserva proteica); • Exames bioquímicos para avaliação e acompanhamento de doenças cardiovasculares; • Exames utilizados para acompanhamento de doenças endócrinas; • Exames utilizados para acompanhamento de doenças renais; • Exames laboratoriais para acompanhamento de doenças hepáticas; • Exames laboratoriais para diagnóstico e acompanhamento de anemia. MASSA PROTÉICA SOMÁTICA MASSA PROTÉICA SOMÁTICA O músculo esquelético estriado atua como uma principal reserva de aminoácidos; Durante situações de lesões (estresse metabólico), ocorre mobilização dessa massa magra para a gliconeogênese. REDUÇÃO da massa muscular menor produção de creatinina muscular menor excreção de creatinina na urina. SITUAÇÕES DE CARÊNCIA! Índice creatinina-altura (ICA) •Durante a desnutrição e estado de hipercatabolismo, a degradação intensa de músculo esquelético pode ser verificada através da dosagem de CREATININA URINÁRIA; •A creatinina é um produto da degradação da fosfocreatina (creatina fosforilada) no músculo, e é geralmente produzida em uma taxa praticamente constante pelo corpo. • O coeficiente para homens – 23 mg/kg de peso corporal em 24h e para mulheres - 18 mg/kg de peso corporal em 24h. Índice creatinina-altura (ICA) •A fórmula para o calculo desse índice consiste em medir a creatinina urinária de 24h dividida pelo coeficiente de creatinina urinária para cada sexo. ICA = creatinina urinária 24h (mg) x 100 creatinina urinária ideal em 24h Interpretação do resultado obtido: • 60 a 80% = depleção leve da massa muscular • 40 a 60% = depleção moderada de massa muscular • < 40% = depleção grave Índice creatinina-altura (ICA) Exemplo 1: 20 anos, sexo masculino, 1,70m Creatinina urinária 24h = 1.110mg ICA = 1110 mg x100 1598 = 69% Depleção leve de massa muscular Exemplo 2: 20 anos, sexo feminino, 1,70m Creatinina urinária 24h = 625 mg ICA = 625 mg x 100 1199 = 52,1% Depleção moderada de massa muscular •IMPORTANTE: fazer a adequada coleta da urina de 24h, a fim de que os valores não estejam prejudicados. •Limitações: •Não deve ser utilizado na Insuficiência renal (excreção está reduzida); •Idosos (pela progressiva redução da massa magra); •Sofre influência do exercício físico intenso (Taxa diretamente proporcional à massa muscular da pessoa: quanto maior a massa muscular, maior a taxa); •Ingestão aumentada de carnes; • Precisão na coleta da urina. Índice creatinina-altura (ICA) PROTEÍNAS PLASMÁTICAS Proteínas plasmáticas utilizadas para avaliar o estado nutricional: • Albumina • Transferrina • Pré-albumina • Proteína transportadora de retinol ALBUMINA É uma proteína sintetizada pelo fígado; Abundante no meio extracelular, responsável pela manutenção da pressão osmótica/oncótica no plasma, bem como pelo transporte de algumas substâncias no sangue. A redução da albumina no sangue faz com que ocorra a passagem de liquido para o espaço extracelular e o surgimento do edema; A hipoalbuminemia – pode esta relacionada com a desnutrição, portanto, a dosagem dessa proteína representa uma medida de avaliação do estado nutricional. ALBUMINA Pontos positivos: Bastante utilizado na prática médica, devido ao baixo custo. Eficiente indicativo de prognóstico nutricional e risco de complicações durante o internamento (paciente com valores séricos de albumina inferiores a 3g/dl possuem maior risco de complicações no pós-operatório). Hipoalbuminemia morbimortalidade Valores de referência em g/dl: Normal: >3,5 Depleção leve: 3,0-3,5 Depleção moderada: 2,4-2,9 Depleção grave: < 2,4 Albumina Limitações: •Doenças hepáticas (albumina é reduzida em função do comprometimento na capacidade de síntese dessa proteína pelo fígado) •Proteína negativa de fase aguda (em condições de enfermidades graves durante sua fase aguda, ocorre um desvio na síntese de albumina em função do aumento na produção hepática de proteínas de fase aguda e, portanto, temos um quadro de hipoalbuminemia) • Meia vida longa (20dias) – pouco sensível a rápidas variações de estado nutricional Proteína Meia- Vida Referência Albumina 18 -20 dias 3,5 – 5,2g/dL Transferrina: • Sintetizada pelo fígado, faz o transporte de sérico do ferro. •Meia vida mais curta (1 sem) que a da albumina, sendo mais sensível nos casos de desnutrição aguda. Limitações • Aumentada: Carência de ferro, gravidez, hepatites agudas e sangramentos crônicos. • Reduzida: Inflamação/infecção (proteína negativa de fase aguda), DHC (doença hepática crônica), neoplasias. Transferrina: Valores de Referência da Transferrina 200 a 400 mg% = Normal 150 a 200 mg% = depleção leve 100 a 150 mg% = depleção moderada < 100 mg% = depleção grave Transtiretina TTR (pré-albumina) • Sintetizada pelo fígado e transporta hormônios da tireoide. •Se correlaciona melhor com alterações a curto prazo no estado nutricional. • Meia vida = 2 dias Muito útil no monitoramento da melhoria do estado protéico-energético. • Desvantagem: Deficiência de zinco afeta a síntese de TTR • Aumentada: insuficiência renal • Reduzida: Inflamação/infecção, Doenças hepáticas Transtiretina TTR (pré-albumina) Valores de Referência da TTR 19 a 38 mg/dl = Normal 10 a 18 mg/dl = depleção leve 5 a 10 mg/dl = depleção moderada < 5 mg/dl = depleção grave Proteína carreadora de retinol •Transporta a vitamina A na forma de retinol. •Apresenta sensibilidade muito grande à restrição calórico e proteica, por sua meia vida ser de aproximadamente 10 -12h; Sua diminuição ocorre dentro de 48 a 72 h após o inícioda desnutrição calórico-proteica, o que também ocorre com a pré-albumina. •Valores de referência (normalidade): 3 a 6mg/dl ; Limitações: •Aumentada: Insuficiência renal • Reduzida: Inflamação/infecção, doenças hepáticas, carência de vitamina A e zinco Proteínas Plasmáticas (motivos de sua utilização): DESNUTRIÇÃO Energia e proteínas síntese hepática Concentrações séricas das proteínas plasmáticas Sendo utilizadas como indicadores de estado nutricional! Proteínas de Fase Aguda: Estresse Síntese hepática prioritária Síntese de outras proteínas tais como: Albumina Pré-albumina Proteína carreadora de retinol Transferrina Em ESTRESSE, esses parâmetros NÃO SÃO aceitáveis para avaliar o estado nutricional! Proteína C Reativa (PCR): Proteína positiva de fase aguda (trauma, infecções, queimaduras, neoplasias, infarto...) Valor de referência: <0,5 mg/dL 10 a 100 vezes infecção e inflamação Os níveis começam a diminuir quando o paciente se reestrutura e entra em uma fase anabólica. Pode ser utilizada para monitorar o progresso da reação de estresse (evolução clínica do paciente em catabolismo)! AVALIAÇÃO DA COMPETÊNCIA IMUNOLÓGICA Avaliação da Competência Imunológica: • A relação entre estado nutricional e imunidade já foi confirmada por vários estudos. •Alimentação inadequada leva a redução das nossas células de defesa. Contagem Total de Linfócitos (CTL) • Pode ser calculado a partir do leucograma, utilizando-se o % de linfócitos e a contagem total de leucócitos. CTL = %Linfócitos x leucócitos 100 CTL = % linfócitos x Leucócitos 100 Ex: % linfócitos = 26,2 Leucócitos = 7770 L CTL = 26,2 x 7770 100 CTL = 2036 Os resultados podem ser interpretados da seguinte forma: Depleção leve 1.200 a 2.000/mm³ Depleção moderada 800 a 1.199/mm³ Depleção grave < 800/mm³ A CTL pode ser influenciada por infecções, queimaduras e algumas medicações. BALANÇO NITROGENADO Balanço Nitrogenado (BN): • Avaliar o estado proteico; •Consiste no cálculo da diferença entre o nitrogênio (N) introduzido e aquele eliminado. •Quando a introdução de nitrogênio suficiente para suprir as perdas – verificando balanço positivo. É positivo em crianças em crescimento, mulheres grávidas (adquirindo massa magra, formado tecidos). • Quando as perdas superam as introdução de verifica-se balança negativo. O balanço é negativo durante a inanição e na DEP, trauma, queimaduras, estados catabólicos. Balanço Nitrogenado: • O nitrogênio é avaliado dividindo por 6,25 as proteínas consumidas pelo paciente; Baseia-se no fato de 100 g de proteína ter 16g de Nitrogênio, logo 6,25 g de proteínas tem 1 g de N. O nitrogênio infundido – aminoácidos ingeridos através da dieta; As perdas de nitrogênio – somando perdas urinárias, fecais e as perdas por outras vias; - Feita a coleta e análise da urina de 24h para dosagem o nitrogênio eliminado; sendo adicionado 4 g de nitrogênio que representa as perdas através da pele, fezes e produtos finais da degradação de proteínas não medidos; Balanço Nitrogenado: •O balanço pode ser calculado da seguinte forma: BN = N Ingestão proteica 24h (g) – (N uréico urinário (g/24h) + 4g) Obs: dividir ingestão proteica por 6,25 •Geralmente são feitos 3 dias e realizada uma média dos resultados. •Limitações: Não deve ser utilizado em pacientes renais ou que apresentem perdas anormais de N (má obsorção, diarreia, fístulas, queimaduras, hemorragias etc). Balanço Nitrogenado: • Muito útil para o monitoramento de pacientes em suporte nutricional enteral ou parenteral. • Deveria ser avaliado semanalmente. Ex: Paciente com Ingestão proteica = 80g 6,25 = 12,8 gN N uréico urinário = 6,0g/dia BN = 12,8 – 6,0 + 4g BN = 12,8 - 10 = 2,8 (+) balanço nitrogenado positivo Ex: Paciente com: Ingestão proteica = 80g 6,25 = 12,8 N uréico urinário = 10,0g/dia BN = 12,8 – 10,0 + 4g BN = 12,8 - 14 = -1,2 (-) balanço nitrogenado negativo Balanço Nitrogenado: • Intervalo de Referência: Valor negativo = catabolismo (quebra) 0 = catabolismo Valor positivo = anabolismo (síntese) Resultados entre 3 – 6 g/24h (ótimo intervalo)
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