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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP CAMILA NATANE DO NASCIMENTO JHENNIFER BENJAMIM DE SOUZA NATALIA CRIVELLI SEGANTINI O GRAFISMO INFANTIL Grafismo infantil segundo Luquet, Lowenfeld e Piaget Limeira – SP 2018 CAMILA NATANE DO NASCIMENTO JHENNIFER BENJAMIM DE SOUZA NATALIA CRIVELLI SEGANTINI O GRAFISMO INFANTIL Grafismo infantil segundo Luquet, Lowenfeld e Piaget Trabalho bimestral, apresentado a Universidade Paulista, como parte das exigências para a disciplina de Psicologia construtivista com a orientação da Professora Liliane F. Neves Inglez de Souza. Limeira, 05 de Abril de 2018. SUMARIO 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 04 2. GRAFISMO INFANTIL ............................................................................... 05 3. TEORIA PIAGETIANA DO DESENVOLVIMENTO ................................................06 3.1 OS ESTAGIOS ................................................................................ 06 3.1.1 SENSÓRIO MOTOR – (0 Á 2 ANOS) ................................... 06 3.1.1 SENSÓRIO MOTOR – (0 Á 2 ANOS) ................................... 07 3.1.2 PRÉ – OPERATORIO – (2 Á 7 ANOS) .................................... 07 3.1.2 PRÉ – OPERATORIO – (2 Á 7 ANOS) .................................... 08 3.1.3 OPERAÇÕES CONCRETAS – (7 A 12 ANOS) ........................... 08 3.1.4 OPERAÇÕES FORMAIS – (12 ANOS) ..................................... 08 4. GRAFISMO PARA PIAGET .......................................................................... 09 5. GRAFISMO SEGUNDO LUQUET ................................................................. 09 5.1 ESTAGIOS .................................................................................... 09 5.1.1 REALISMO FORTUITO (2 ANOS) ......................................... 09 5.1.1 REALISMO FORTUITO (2 ANOS) ......................................... 10 5.1.2 REALISMO GORADO/FALHADO/FRACASSADO (3 A 4 ANOS) ...10 5.1.3 REALISMO INTELECTUAL (4 A 12 ANOS) ............................... 11 5.1.4 REALISMO VISUAL (12 ANOS) ............................................ 11 6. GRAFISMO SEGUNDO LOWENFELD ............................................................ 12 6.1 OS ESTAGIOS ...............................................................................12 6.1.2 ESTAGIO DAS GARATUJAS (2 A 4 ANOS) ............................. 12 6.1.3 ESTAGIO PRÉ ESQUEMATICO (4 A 7 ANOS) ............................ 13 6.1.4 ESTAGIO ESQUEMATICO (7 A 9 ANOS) ............................... 13 6.1.5 ESTAGIO DO REALISMO (9 A 12 ANOS) ............................... 14 7. DESENHOS COLETADOS E ANALISES ........................................................ 15 - 22 8. CONCLUSÃO ........................................................................................... 23 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 24 4 1. INTRODUÇÃO Piaget deseja incansavelmente entender o sujeito epistêmico universal, aquele que o conhecimento é construído a partir das interações com o meio. A inteligência, para ele, é um processo de assimilação onde interagimos com um dado objeto e nos adaptamos com ele e nos acomodamos quando nos acostumados com aquele agente causador de equilíbrios e desequilíbrios. Durante o processo de desenvolvimento do ser humano existem quatro fatores que possibilitam o mesmo, e são eles: Experiência, Equilibração, Maturação e Transmissão social e seguindo disso são também quatro estágios do desenvolvimento: Sensório motor, Pré- operatório, Operatório Motor e Operatório concreto. Que são fixos e tem caráter interativo, mas tem cronologia flexível. Se tratando do universo infantil em relação aos desenhos Piaget considera – os uma forma de se expressar, de liberdade, criatividade e criação; a fase pré- escolar é a fase de ouro para ele, enquanto a criança é livre de imposições e padrões da sociedade, à medida que cresce ela vai perdendo essa essência, quando é imposto que a escrita é mais importante que o desenho, e assim, gradativamente, vai se perdendo essa riqueza e esse habito, até a fase adulta onde raramente desenhamos. Lowenfeld ressalta a extrema importância de estimular o desenho na infância, e diz que não se deve perguntar a uma criança o significado do desenho dela, pois pode causar polissemia, então causar a impressão que você quer passar aquilo para as palavras, algo que é abstrato; incentiva a não criar modelos e evitar as copias, sempre encorajar a imaginação, inovação e originalidade. Em sua teoria existem quatro estágios: das Garatujas,Pré- esquemático, Esquemático e Realismo. Luquet afirma que é de natureza se expressar através dos desenhos e procura entender o que e como a criança desenha, em sua teoria são encontrados cinco estágios: Realismo Fortuito, Realismo Falhado, Realismo Gorado, Realismo Intelectual e Realismo Visual. Todas as teorias servem para ajudar a entender o desenvolvimento infantil, de acordo com as fases dos desenvolvimentos segundo Piaget é possível detectar nos estágios dos outros dois autores como a criança vai passando pelas fases de sua vida. Explicaremos em seguida detalhadamente para o melhor entendimento. 5 2. GRAFISMO INFANTIL É imprescindível para um individuo envolvido com crianças em seu dia a dia que tenha conhecimento da importância que o desenho tem na vida infantil, nele elas se expressão e expõem suas ideias e pensamentos, fatos importantes que elas querem que saibamos, dificuldades, interesses, tudo que signifique algo para elas. Cada fase representa um avanço em relação a anterior de acordo com seus desenvolvimentos cognitivos, motores e psíquicos; conforme a criança cresce ela desenvolve habilidades que, segundo Piaget, passam por estagio fixos mas dependendo da interação dela com o meio e á estímulos pode variar de uma para outra, e como existe essa variação é dificultoso dizer o inicio e o final de cada uma pois é um processo continuo e evolutivo; porem todas irão passar por esses estádios. E é também pelos desenhos que podemos analisar em qual fase/estagio estão, o que poderia ser adequado fazer para estimular e desenvolver certas competências, como o processo de criação, presente desde sempre em nossas vida, em todas as fases de nossa vida; o ser humano desde os primórdios vem evoluindo através do seu ato criador, para se comunicar criou a linguagem, criou o fogo, ferramentas para sobreviver; e é assim até hoje. . 6 3. TEORIA PIAGETIANA DO DESENVOLVIMENTO Para compreender o desenvolvimento cognitivo humano Jean Piaget considera que existem quatro estágios: Sensório Motor, Pré Operatório, Operações Concretas e Operações Formais, cada um representa uma evolução cognitiva a mais que o outro. Também são quatro os fatores que possibilitam esse progresso a maturação, Experiência, Equilibração e a transmissão social. Para entender como conseguimos essa aprimoração de pensamento ao longo da vida e em relação a nossa inteligência que, segundo ele, é um processo de adaptação, assimilação e acomodação, e só existe da relação do sujeito com o objeto/mundo. “O conhecimento não provém nem dos objetos, nem da criança,mas sim das interações entre as crianças e os objetos (Jean Piaget)”. Ele criou essa teoria que é foi muito bem aceita. 3.1 OS ESTÁGIOS: 3.1.1 Sensório motor – (0 á 2 anos) É dividido em 6 sub - estádios: 1º. Exercício reflexo – com um mês de vida o bebe começa a exercer seus primeiros reflexos que posteriormente irão formar os esquemas; 2º. Reações circulares primarias – até os quatro meses de vida, a formação dos primeiros hábitos, quando o bebe começa a coordenar dois esquemas juntos, em relação ao seu corpo, como chupar a mão, levar objetos na boca, etc.; 3º. Reações circulares secundarias – até oito meses o bebe repete comportamentos que surtiram algum efeito estabelecendo relação com o que ela faz e o que acontece em relação a objetos; 7 4º. Coordenação de esquemas secundários - até onze meses começa a utilizar de meios conhecidos para algo novo; 5º. Diferenciação dos esquemas de ação – até dezoito meses há uma variação das condições de exploração, como utilizar um objeto ou um meio para pegar outro ou chegar a algo; 6º. Início da interiorização – após dezoito meses quando começa a parar e pensar para fazer algo. É o período em que a criança explora o mundo pelos sentidos (tato, olfato, visão, paladar e audição) ela quer cheirar, tocar, sentir com todas as partes do corpo, se admira com os sons, etc. É nessa fase que observamos também a grande questão que, segundo a filosofia, difere o homem dos animais, a questão de espantar-se com o mundo; Nessa fase os reflexos hereditários se transformam em esquemas de conhecimento (esquema de sugar, pegar, etc.); Começa a ter noções de espaço (ao engatinhar) de objeto, de causalidade e tempo (pela ação) construindo uma inteligência prática, que segundo Jean, vem antes da linguagem; Sua percepção vai aumentando e como consequência ela vai compreendendo as coisas ao seu redor; Construção de objeto concreto - com 8 meses se você esconder um objeto na frente do bebe ele irá procura-lo, mas caso esconda longe do campo de visão, ela vai pensar que o objeto deixou de existir. Com 11 a 18 meses ela se desloca atrás, mas em pouco tempo desiste. Com 24 meses cria a noção da existência dos objetos, ele vai procurar até acha-lo; Criança realiza a diferenciação entre objetos e o próprio corpo. 3.1.2 Pré-operatório (2 a 7 anos) Esta fase é marcada pelo aparecimento da linguagem oral, na qual a criança utiliza simbologia a ações, pessoas e objetos; Pensamento egocêntrico, ela sente dificuldade em se colocar no lugar do outro, tudo se destina para si, dificultando a interação, ela se torna não-flexível; 8 Atribuição de sentimentos, sensações e intenções á objetos e outros, chamada de animismo, ela imputa ’vida’’ no que representado; Nessa fase a criança tem a crença de que as coisas simplesmente acontecem, sem precisar de uma explicação lógica, ou tudo foi feito pelo homem/divindade; é o chamado Artificialismo; Exploram aspectos práticos e funcionais, como ao invés de chamar algo pelo nome ela diz o que aquele objeto faz, ex: isso é para tomar leite (xícara); A criança ainda não é capaz de perceber que é possível retomar o pensamento ao ponto de partida, assim tornando as ações não reversíveis. 3.1.3 Operações concretas – (7 a 12 anos) Conquista da reflexão; Intuições elementares: a criança é capaz de fazer e desfazer mentalmente ações, com isso ela entender que algo poderia ter tomado outro caminho, ou seja, ela pensa antes de agir, conquistando o item acima; Há um declínio do egocentrismo então é mais cooperativa e propensa a trabalhar em grupo; Faz operações como classificação (coleções figurais, não figurais, operatória, é a inclusão de classes), seriação (ordenar grandezas crescentes e decrescentes) e compensações simples (conhecimento físico e lógico matemático); Compreende jogos de regras; Adquiri a noção de permanecia. 3.1.4 Operações formais (12 anos) Principal característica reside no fato de que o pensamento se torna livre das limitações da realidade concreta. Operar mentalmente sobre coisas que não existem na realidade, ideias, questionar. O cognitivo e afetivo estão entrelados; A criança torna-se capaz de raciocinar logicamente, ocorrendo a liberação do pensamento e dos encadeamentos do mundo preciso, que permite ao 9 adolescente ponderar e trabalhar não só com a realidade concreta, mas também com a realidade fazível; Cálculos e percepção sem precisar do palpável; 4 GRAFISMO PARA PIAGET Para ele é após o período sensório motor que a criança cria uma capacidade cognitiva de representação, após todo o desenvolvimento desse estagio como noções de espaço, tempo, mundo, objeto concreto, a criança será capaz de representar algo que queira e utiliza, entre outros meios, o desenho. Então Piaget pensa no desenho como uma parte do desenvolvimento humano, não só como ato criativo, espontâneo e divertido, mas como uma função do pensamento, uma característica importante para nós que designa a evolução. Uma manifestação simbólica que surge no estágio pré-operatório. Embora não tenha se dedicado profundamente nos estudos do grafismo ele menciona os dois autores que falaremos a seguir... 5 GRAFISMO SEGUNDO LUQUET George Luquet nos diz que o desenho tenta imitar a realidade, pois as crianças desenham para se divertir consequentemente desenhando aquilo que faz parte da experiência que elas vivem “A princípio, para a criança, o desenho não é um traçado executado para fazer uma imagem, mas um traçado executado simplesmente para fazer linhas. (Luquet, 1969 pg.145)”. O desenho vai passando de imaginação para de observação e representam o real se baseando assim nas tendências do realismo. Ele separou o desenvolvimento em cinco estágios: 5.1 OS ESTÁGIOS: 5.1.1 Realismo Fortuito (2 anos) Involuntário: a criança desenha sem intenção ou significado, apenas pelo prazer dos movimentos que faz e do que vê no papel; 10 Desenha linhas aleatórias e amplas sem se preocupar com a imagem formada, pois não tem a consciência de representação, que aquilo que ela está rabiscando pode representar algo; Desenha com o corpo; Voluntario: ainda sem intenção, mas enxerga seus traços parecidos com objetos conhecidos; Surge a intenção; Criança começa a nomear seus desenhos, dizendo o que está desenhando; Descobre ao acaso uma analogia entre o rabisco e as formas e assim passa para o estágio posterior; 5.1.2 Realismo Gorado/ fracassado/falhado (3 a 4 anos) A criança começa a tentar reproduzir os objetos e formas porem aparenta ser bem diferente; Representa com fracassos e sucessos; Desenhos desordenados e sem relações entre si; Pode exagerar ou omitir; Há uma falta de coordenação tanto no desenho como nos pensamentos e ações. Não é possível agrupar os elementos do desenho, são individuais; Os elementos são representados justapostos; É comum ter formas radiais (figura humana representada apenas pela cabeça, sem troco, parecido com um sol), formas badamecogirinas e badamecos que são respectivamente figuras humanas onde braços e pernas saem da cabeça e depois evolui saindo do corpo; Como por exemplo: um chapéu muito acima da cabeça, um sorriso enorme em um rosto pequeno, um cachorro maior que o humano, cada parte do desenho ter um elemento sem nexo com os outro, etc.; Deixa destacado o que julga ser de maior importância. 11 5.1.3 Realismo Intelectual(4 A 12 ANOS) Nesse momento, a criança estampa todo o conhecimento que possui sobre o objeto Há presença de transparência, em que ela representa tudo que acontece com o objeto e o que possui em si, utiliza para mostrar os moveis de uma casa ou como mesmo os órgãos que temos dentro do corpo humano, peixes dentro de um lago, etc. A criança desenha cenas inteiras, com aquilo que sabe e o que quer representar; É ainda nesse estágio em que se inicia as primeiras observações de projeção e distância, que será representada com maior clareza no próximo estágio. 5.1.3 Realismo visual (12 anos) Abandona a transparência e desenha apenas objetos visíveis; Começa a particularizar as formas que antes eram mais gerais, desenham mais detalhadamente; Entre os oito e nove anos, a criança consegue guardar mentalmente as proporções do objeto do jeito que ela vê e tem domínio do tamanho em função da distância; Ela consegue desenhas cenas completas com toda a representação coerente e também com perspectiva; Muitos afirmam que nesta fase ocorre o empobrecimento do desenho pois ao chegar na adolescência pode se observar um novo modo de desenhar eu foca em ser um tipo de trabalho artístico e não mais uma forma de expressão, pura e com finalidade em si mesma. 12 6 GRAFISMO SEGUNDO LOWENFELD Victor Lowenfeld acredita ser de extrema importância que os pais e educadores compreendam as fases do grafismo a fim de intervir de forma adequada e estimulante em cada uma delas, ele afirma que se soubermos entender as formas como as crianças desenham podemos atingir seus modos de comportamento no modo como ela cresce e se desenvolve facilitando e ajudando esses processos. “[...] através da compreensão da forma, como o jovem desenha, e dos métodos que usa para retratar seu meio, podemos penetrar em seu comportamento e desenvolver a apreciação dos vários complexos modos como ele cresce e se desenvolve” Lowenfeld (1977, p. 51). 6.1 OS ESTÁGIOS: 6.1.2 Estagio das Garatujas (2 a 4 anos) Onde tudo se inicia, as primeiras manifestações da criança sobre o papel; Rabiscos sem intenção, controle e de forma desordenada; Faz pelo prazer, pelo efeito que vê e pela dinâmica que exerce; Explora o movimento do seu corpo e o espaço; Aos poucos a criança vai percebendo seus traços e consequentemente vai os organizando e controlando; Vai do rabisco para as formas controladas gradativamente; Rabiscação longitudinal - Primeiro começa a aparecer, no meio dos rabiscos, começos símbolos, como início de uma forma fechada, bolinhas, traços retos, etc.; Rabiscação – nomeia os desenhos, traça aquilo presente na vida dela e o que imagina, a figura humana é mais perceptível, em formas de palito, não abandona as garatujas, é o início da fase seguinte... 13 6.1.3 Estagio Pré-esquemático (4 a 7 anos) Nessa fase a criança começa a adquirir consciência de formas e começa a realizar tentativas de representar o mundo em sua volta; Ao reproduzir, os traços surgem desorganizados e desproporcionais (em relação a espaço utilizado), carecendo de uma ideia de proporção diferentes; Nessa fase as crianças indicam suas prioridades naquilo observado por elas, além de buscar símbolos que representam determinada ação ou objeto, que tem mudanças constantemente; É o início para um amadurecimento da representação mental ordenada; Nos desenhos são representados exageros e omissões; O uso da cor nesse estágio pode ser considerado de determinada importância no sentido em que criança estabelece uma relação entre cor x objeto representado, onde lhe possa transmitir sensação de prazer ao realizar a atividade; 6.1.4 Estagio esquemático (7 a 9 anos) O conceito de forma e objeto se desenvolve; Desenhos são descritivos, representativos e organizados; A criança usa muita legenda nessa fase; Os elementos são dispostos um ao lado do outro e tende a serem retos; Consegue construir cenas (faz do desenho uma história) pois acabam de descobrir a existência de uma ordem definida, ou seja, cada coisa está no seu lugar e em ordem; A criança usa uma base para fazer os desenhos, como o chão e a grama; Tende a desenhar sobre o que entende das coisas e usa muito a imaginação e criatividade; É possível detectar a coisa que elas mais gostam de desenhar; Figuras geométricas muito presentes; Superposição e transparência no desenho; 14 6.1.5 Estagio do Realismo (9 a 12 anos) Nesse estagio o desenho tem mais atuação com o real, conquanto ainda exista bastante simbologia; criança tem maior percepção a seu respeito; O realismo é evidente também pelo terminativo do uso de formas geométricas, havendo maior correspondência com o natural Fixa a atenção em minúcias e surge a evidenciação de gostos; Os desenhos de representação humana são envolvidos a detalhes como acessórios, roupas e marcas. Abandono da transparência, uso de borracha e preocupação com a perfeição do desenho Muitos autores consideram que nesta fase ocorre o empobrecimento do desenho. 15 7. A SEGUIR OS DESENHOS COLETADOS E SUAS RESPECTIVAS ANALISES: Desenho 1 Produção infantil de criança do sexo feminino – 2 anos Segundo os atores Luquet e Lowenfeld esse desenho se encaixa nos estágios de Garatujas e realismo fortuito involuntário, onde em ambos a crianças faz rabiscos desordenados e sem intenção, apenas visando o prazer dos movimentos que faz e do efeito que esta sendo produzido. De acordo com Piaget a criança que desenhou esta na fase sensório motora, onde já desenvolveu seu esquema de “pegar” e de espaço e como está descobrindo o mundo pelos seus sentidos fica fascinada com o resultado do que ela faz no papel.a figura humana é inexistente ou imaginaria e as cores 16 tem um papel secundário, ou seja, a parte principal é o contraste pois não há intenção Desenho 2 Produção infantil do sexo masculino - 4 anos Segundo Luquet esse desenho se encaixa no realismo intelectual pois o desenho já é bem organizado como o Sol lá em cima e as pessoas a baixo dele com isso conseguindo representar distancias e usar base de referência (a grama), há também a transparência. Segundo Lowenfeld esse desenho se encaixa na transição da fase pré- esquemática para a esquemática pois apesar de usar uma base de referência, ter transparência no desenho características do esquemático, as 17 pessoas do desenho estão muito acima da grama, flutuando, e o arco-íris esta perto demais da cabeça De acordo com Piaget a criança que desenhou se encontra na fase pré- operatória, pois já faz representações e tem pensamento animista ao “dar vida” ao sol, algo que não tem rosto, boca, nariz. Podemos também perceber que ela é presa a qualidades perceptivas ao desenhar um arco-íris junto ao Sol, é de se esperar que ela não saiba que o arco-íris existe quando chove, mas se algum dia ela viu os dois juntos ela os desenhou assim, ela também descobre a relação desenho-pensamento-realidade. As cores são usadas relacionadas com o emocional e é o inicio das relações com o espaço. 18 Desenho 3 Produção infantil do sexo masculino – 4 anos Segundo Luquet esse desenho faz parte do Realismo gorado por apresentar elementos justapostos, a figura humana representada porpartes de palito aonde uma mão tem mais “dedos” que a outra, sem pés, uma flor disposta acima do humano, e não tem presença de linha de base. Segundo Lowenfeld o desenho esta na fase Pré-esquemática onde a criança acaba de descobrir as formas geométricas e seus traços são desproporcionais e desorganizados e há presença de exageros De acordo com Piaget essa criança se encontra nas fases pré – operatória esse menino utiliza simbologia, ações e objetos. É o inicio das operações concretas e faz o jogo simbólico. 19 Desenho 4 Produção infantil do sexo masculino -6 anos Segundo Luquet se encaixa no Realismo intelectual, pois ela desenha aquilo que tem conhecimento, seu aniversário, representada pelo bolo e vela. Foca nos detalhes de seu corpo e tem uma noção sobre tamanhos Segundo Lowenfeld se encaixa no Estagio esquemático, na qual a criança desenha e descreve seu desejo. De forma organizada, construí uma cena (seu aniversário) mais ainda é de relação duvidosa aquele acontecimento. De acordo com Piaget a criança esta no estagio Pré-operatorio para operatório, pois a criança desenha apenas uma pessoa o simbolizando, levando-o para o Egocentrismo, não tendo interação com outras pessoas. Ao desenhar ela quis representar uma importância no momento para ela, no caso seu aniversário. 20 . Desenho 5 Desenho 6 Segundo Lowenfeld esses desenhos se encaixam no estagio Esquemático em transição para o realismo, pois há abundante uso da imaginação e pelo uso da legenda explicativa, para poder entender o desenho como a criança quer que nós entendamos características do primeiro, mas não há a transparência e é perceptível o uso do lápis de escrever e da borracha buscando a perfeição do desenho e traços perfeitos, características do realismo. Segundo Luquet esse desenho se encaixa no Realismo Intelectual pois há uso de legendas, ela consegue representar distancias,profundidade e posições e há figura esquemática.é através desde que elas chegam as figurações reais. Produção infantil do sexo feminino – 8 anos Produção infantil do sexo feminino – 8 anos 21 De acordo com Piaget a criança se encontra no final das Operações concretas pois há um maior destaque nas roupas cores, diferenciações como no olho que indicam que o personagem é do sexo feminino,ou seja, há a consciência da diferenciação do sexo nessa fase, há o abandono da linha de base (grama, chão) e utilizam a superposição como a pedra no canto do segundo desenho e elas se apegam mais as formas geométricas 22 Desenho 7 Produçao infantil do sexo feminino – 10 anos Segundo Luquet esse desenho se encaixa no Realismo intelectual, pois ela desenha a cena completa com atenção, projeção e distância, tem base no chão para desenhar aquilo que tem real certeza Segundo Lowenfeld se encaixa no Realismo, no qual a criança foca nos detalhes na reprodução humana, apesar dela ainda representar a simbologia no coração e flor, ela age com êxito a finalidade de linhas geométricas de forma a desenhar plenamente igual com o natural. De acordo com Piaget essa criança esta na fase Operatório concreto, onde ela retrata o que ela sabe que é real, apesar de retratar rosto no sol, a criança tenta representar seu conhecimento na organização do desenho. 23 8. Conclusão Referimo-nos ao grafismo infantil, pesquisado, analisado e interpretado por teóricos da psicologia e da educação. Dessa forma é possível criar diálogo entre os vários pontos de vista de alguns dos pesquisadores dessa área: Piaget, Luquet e Lowenfeld a fim de ocasionar reflexões sobre o grafismo infantil como meio de linguagem da criança. Cada gesto e movimento têm significações simbólicas, capazes de contribuir para o desenvolvimento humano assim se nos atribuirmos a esses conhecimentos conseguimos entender melhor as crianças e ajuda-las no seu desenvolvimento em todas as partes. É de extrema importância que se saiba a maneira correta de estimula-las e analisando os desenhos isso se torna uma tarefa bem mais fácil 24 Bibliografia LUQUET, G. H. O desenho infantil. Porto: Editora do Minho, 1969 LOWENFELD, V.; BRITTAIN, W. L. Desenvolvimento da capacidade criadora. São Paulo: Mestre Jou,1977 SSD Pillotto, MK Silva, L Mognol - Revista Linhas, 2007 - revistas.udesc.br PIAGET, Jean. Seis estudos de Psicologia. Rio de Janeiro: Forense, 1969. ALEXANDROFF, Marlene Coelho. Os caminhos paralelos do desenvolvimento do desenho e da escrita. Constr. psicopedag., São Paulo , v. 18, n. 17, p. 20-41, dez. 2010 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415- 69542010000200003&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 02 abr. 2018. Pedagogia ao Pé da Letra. (3 de maio de 2013). Fonte : https://pedagogiaaopedaletra.com/fases-do-desenho-infantil/
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