Buscar

MICROBIOLOGIA ESPECIAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

RESUMO MICRO ESPECIAL – P2 
 
Mycobacterium sp. 
 
• Família: Mycobacteriaceae 
• Gênero: Mycobacterium 
• Espécies: várias espécies descritas. 
◦ Micobactérias do complexo das M. tuberculosis: M. tuberculosis (tuberculose 
humanos), M. bovis (tuberculose bovino e bubalino), M. africanum 
◦ Micobactérias do complexo não tuberculosas: não estão associadas com a formação 
dos tubérculos. 
✓ Complexo MAIS: M. avium, M. intracellulare, M. scrofulaceum 
✓ Mais importante: M. avium subsespécie paratuberculosis 
 
1. Características 
• Bastonetes retos ou levemente curvo 
• Imóveis 
• Não esporulados 
• Sem cápsulas 
• Resistentes ao ambiente e a temperatura – devido a sua parede celular complexa 
• Aeróbios estritos 
• Catalase Positivo 
• Bacilos álcool ácidos resistentes (BAAR): bacilo que tem uma parede celular complexa, 
composta por bastante lipídio. Devido esta complexidade da parede ele consegue resistir 
dentro do macrófago, e também não permite que a coloração de gram penetre dentro da 
bactéria. 
◦ Coloração de Ziehl-Nielsen: necessário três reagentes → fucsina (coloração), solução de 
ácool ácido (descoloração) e solução de azul de metileno (coloração). Mycobacterium é 
resistente a descoloração com álcool ácido (bacilo álcool ácido resistente). 
✓ Positivo: bacilos coram em rosa forte, outras bactérias e células coram em azul. 
✓ Negativo: não são observados bacilos 
• Micobactérias devem ser manipuladas em cabinas de segurança para prevenir a 
disseminação de patógenos ao homem. 
• O material deve ser desinfetado pelo calor, pois as micobactérias são resistentes aos 
desinfetantes químicos. 
• Parasita intracelular facultativo: capacidade de sobreviver dentro dos macrófagos. Aos 
poucos vai se multiplicando. Corrompe a célula e libera uma grande quantidade de 
micobactérias. Atrais mais macrófagos para o local e tem-se a formação do granuloma. 
 
2. Características culturais 
• Cultivo demorado: formam colônias visíveis após 2-30 dias, mas podem demorar até 60 dias 
→ isolamento não é o principal método de diagnóstico utilizado, tanto pela demora quanto 
pela patogenicidade. 
• Formam colônias: 
◦ Pequenas 
◦ Rosas, amareladas ou laranjadas – especialmente quando expostas à luz. 
◦ M. bovis, complexo M. avium não produzem pigmento ou pouco 
◦ Superfície rugosa e grosseira 
◦ Forma pequenas colônias no meio 
 
3. Meios de Cultura Específicos 
• Feitos em tubo, não em placa. 
• Inocula a amostra no meio e coloca na estufa. Observar toda semana se houve algum 
crescimento, até pelo menos 60 dias. 
• M. bovis: Stonebrinks, Dorset, Coletsos 
◦ Meios que incorporam gema de ovo, tampão fosfato, sal de magnésio, piruvato de sódio 
e ocasionalmente aminoácidos → substâncias que favorecem o crescimento do 
Mycobacterium. 
◦ Adição de pirazinamida: antimicrobiano. M. bovis é resistente a pirazinamida, 
favorecendo o seu crescimento e inibindo o crescimento de outras bactérias. 
◦ Meio pode conter nitrato: para diferenciar de outras micobactérias. Se reduz ou não 
nitrato, formando nitrito. M. bovis não reduz o nitrato. 
◦ Cultivo requer 3-4 semanas de incubação a 37º C antes das colônias se tornarem 
visíveis. 
◦ Estritamente aeróbico 
 
 
Diferenciação do M. bovis de outras espéciesNão cresce a 25ºC 
• Não cresce a 25ºC 
• Não reduz nitrato 
• Resistente à pirazinamida 
• Sensível a hidrazida 
• Não crescem em meios contento glicerol 
 
Obs: Prova da redução no Nitrato → dois reagentes para indicar a presença do nitrito. Cultivo no 
meio contento nitrato e adicionar os reagentes no meio. Se a coloração do meio mudar para 
vermelho, há presença de nitrito. 
 
4. Tuberculose Bovina 
• Mundial: maior prevalência em países em desenvolvimento. Erradicada ou em erradicação 
em alguns países desenvolvidos → Reservatórios: animais silvestres. 
• Animais positivos são sacrificados. 
• Não tem vacinação para bovinos, pois não eliminam a infecção totalmente. Animal pode 
permanecer portador da bactéria. Ameniza o quadro clínico. Vacinação interfere nas provas 
de diagnóstico. 
• Para humanos há a vacinação: bcg 
• Doença cronica – se desenvolve lentamente. Animal pode ficar anos com a bactéria e não 
manifestar sinais clínicos, mas estará transmitindo para outros animais e humanos. 
• Forma um tubérculo. Nódulo com aspecto amarelado. Principais órgãos pulmão e 
linfonodos regionais. Mas a bactéria pode disseminar por todo o organismo. 
 
 
 
5. Forma de infecção 
• Fonte de infecção: animais doentes ou infectados. Raramente o homem. 
• Vias de eliminação: gotículas e secreções respiratórias, leite, colostro, sêmen, fezes e urina. 
• Vias de transmissão: aerossóis, pastagens, água e alimentos contaminados. 
 
6. Patogenia 
• M. bovis é liberado em aerossóis e um outro animal inala o conteúdo. 
• Micobacterium chega no pulmão e atrai células fagocíticas para destruí-lo. Os macrófagos 
chegam no local e tentam fazer a fagocitose, porém não conseguem destruir. Bactéria 
começa a se multiplicar intracelularmente e começa ter a formação de um granuloma, 
caracterizando uma tuberculose pulmonar ativa, que possui os Micobacteriuns viáveis. 
• Como o macrófago não conseguiu fazer a fagocitose, a bactéria pode migrar e se disseminar 
para outros locais também, via corrente linfática ou sanguínea. Inicialmente se dissemina 
para os linfonodos regionais, formando granuloma nestes tecidos. Posteriormente pode se 
espalhar para o restante do organismo. 
• Eliminação da bactéria depende do local que está presente (intestino, via respiratória) → 
muco, fezes, urina, leite 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. Métodos de Diagnóstico da Tuberculose Bovina 
• DIRETOS 
◦ Pesquisar a presença do agente etiológico, através do isolamento em meio de Stonebrink 
e identificação bioquímica. Demorado e cuidado no cultivo para não ocorrer a 
contaminação. 
◦ PCR → necessário o tecido 
◦ Diagnóstico bacteriológico: necessário enviar o material refrigerado ou congelado. 
◦ Diagnóstico histopatológico: necessário o tecido que apresenta lesões. Enviar em formol. 
• INDIRETOS 
◦ Resposta do animal ao agente etiológico: avaliação da resposta imunológica celular ao 
M. bovis (reação de hipersensibilidade retardada). 
 Os bacilos da tuberculose que alcançarem os alvéolos do pulmão são ingeridos por 
macrófagos, mas frequentemente sobrevivem. Eles se multiplicam nos macrófagos e causam uma 
resposta quimiotática que traz macrófagos adicionais para a área, formando um tubérculo inicial. 
Após algumas semanas, muitos macrófagos morrem, liberando os bacilos da tuberculose e 
formando um centro caseoso no tubérculo. A doenças pode se tornar dormente após este estágio. 
 Em alguns indivíduos, um tubérculo maduro é formado a medida que uma camada externa 
firme circunda a massa de macrófagos e linfócitos. O centro caseoso aumenta no processo de 
liquefação, formando uma cavidade tuberculosa cheia de ar, em extracelularmente. A liquefação 
continua até que o tubérculo se rompa, permitindo que os bacilos vazem em um bronquíolo e 
sejam disseminados através do sistema respiratório e para outros sistemas. 
✓ Tuberculinização: animais sensibilizados pelo Mycobacterium desenvolvem uma 
resposta imune celular (hipersensibilidade tipo IV- tardia). Realizada somente por 
médico veterinário habilitado em animais com mais de 6 semanas de idade. 
• Tuberculina: tubérculo proteína extraída do cultivo do Mycobacterium. 
◦ PPD Bovina: liquido incolor 
◦ PPD Aviário: liquido avermelhado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Tipos de tuberculinização 
◦ Teste da Prega Caudal (TPC):utilizado para bovino de corte. Não é tão preciso quanto 
os outros. Não mensura, só observa o aumento de volume. Se der positivo faz o teste 
confirmatório. 
✓ Aplicar 0,1 ml de tuberculina bovina (PPD bovino),via intra dérmica, na prega da 
cauda. 
✓ Fazer a leitura após 72h 
✓ Interpretação: visual e palpação para verificar se houve aumento de volume 
✓ Animal reagente: qualquer aumento na prega inoculada 
✓ Animal não reagente: ausência de qualquer reação no local da aplicação 
 
◦ Teste Cervical Simples (TCS): utilizado para bovinos de leite e de corte. 
✓ Aplicar 0,1 ml de tuberculina bovina (PPD bovino), via intra dérmica, no terço 
médio da tábua do pescoço ou na região da espinha da escápula. 
✓ Fazer tricotomia e realizar a leitura, com o cutímetro, antes da aplicação e depois de 
72h. Calcular a diferença entre as medidas de antes e a de depois. Comparar o 
resultado com uma tabela para verificar se é positivo ou negativo. 
 
◦ Teste Cervical Comparativo (TCC): teste confirmatório para tuberculose, para 
rebanhos com ocorrência de reações inespecíficas. Utilizado para bovinos de leite e de 
corte. 
✓ Aplicar 0,1 ml de PPD bovino e 0,1 ml de PPD aviário, via intra dérmica, no terço 
médio da tábua do pescoço ou na região da espinha da escápula. 
✓ Fazer duas tricotomias, na mesma altura com uma distância de 15-20 cm de 
diferença. Medir as duas pregas com o cutímetro. Aplica cranial a aviária e a caudal 
a bovina. Medir as duas pregas novamente 72h depois da aplicação. 
✓ Calcular a diferença entre as leituras e comparar na tabela. 
Tuberculinização: animal que teve contato com o mycobacterium aplica antígeno via intradérmica. 
Se o animal já está sensibilizado com a mycobacterium começa a desenvolver uma reação 
inflamatória no local. Terá um auge da reação em 72h. 
 Atração de células fagocíticas, como macrófagos. Os macrófagos irão sinalizar e atrair 
células para o local. Apresentam antígeno a linfócito Thelper e este sinaliza liberando citocinas para 
atrair mais células (LT) para o local, ocorrendo o desenvolvimento de uma reação inflamatória 
(aumento da permeabilidade vascular, contração das células endoteliais para permitir a passagem de 
líquido e células para o meio extravascular…). Com isso, gera um aumento de volume e 
endurecimento local. Desenvolvimento máximo em 72h depois vai regredir. 
 No teste cervical simples (TCS) e teste cervical comparativo (TCC) é necessário medir,com 
um cutímetro, a prega da espinha da escápula antes de fazer a aplicação intradérmica. 
Bacillus sp. 
 
1. Principais espécies: 
• Bacillus anthracis: Antrax. Causa o carbúnculo hemático. 
◦ Patógeno humano e animal 
◦ Zoonose 
◦ Bovinos e ovinos são mais sensíveis 
◦ Quando a doença entra no organismo por via oral ou via respiratória é mais grave do que 
via cutânea. 
◦ Manifestações clínicas: 
✓ Bovinos, ovinos: septicemia aguda ou superaguda fatal 
✓ Suínos e Equinos: curso da doença é mais longo. Pode produzir edema nos animais. 
✓ Humanos: formas cutâneas, pulmonar e intestinal 
• Bacillus cereus 
◦ Organismo ambiental 
◦ Alimentos – produz toxinas que causam intoxicação alimentares 
◦ Produz bastante biofilme → difícil de ser removido 
 
2. Características gerais 
• Bacilos Gram positivos – bacilos compridos com extremidade mais achatada (“bambu”) 
• Produtores de esporos – presentes no ambiente. 
◦ Produz esporos quando estiver em uma condição de privação de nutrientes e aerobiose 
◦ Esporo entra no organismo, se transforma na forma vegetativa e começa a se multiplicar. 
Se entrar em contato com oxigênio, formará esporos novamente. 
• Catalase positivos 
• Oxidase variáveis 
• Aeróbios e Anaeróbios facultativos 
• Móveis (exceto B. Anthracis) – presença de flagelos 
• Fatores de virulência: cápsula (antifagocítica) e toxina (edema e morte) 
 
3. Bacillus Anthracis 
• Bacilos grandes 
• Formato de bambu ao microscópio, podendo ser observados aos pares ou só. 
• Esporos são altamente resistentes → sobrevivem ao aquecimento pelo calor seco a uma 
temperatura de 160 ºC, durante 60 minutos. No calor úmido, por 10-15 min, já destrói. 
• Em laboratório, os esporos germinam para a forma vegetativa quando expostos a 65 ºC por 
15 min. 
• Cepas virulentas são sempre encapsuladas e vão produzir toxinas. 
• Diferenciação de outras espécies: 
◦ Não é hemolítico 
◦ Não produz gás 
◦ É imóvel 
◦ Sensível a penicilina 
◦ Não cresce em ambiente microaerófilo 
 
3.1 Fatores de Virulência (Bacillus Anthracis) 
• Toxina complexa: codificada por um gene presente em um plasmídeo (plasmídeo pxo1). 
Composta por três subunidades, que isoladamente são inócuas 
◦ Fator de Edema (FE) → produção de edema nos tecidos 
◦ Antígeno protetor (AP) → indução de anticorpos. Faz com que as outras duas porções 
da toxina consigam entrar da célula e causar o efeito tóxico → função de ligação para 
translocar os dois componentes para dentro da célula. 
◦ Fator Letal (FL) → protease responsável por causar a destruição das células e necrose 
dos tecidos. 
 
• Cápsula: codificada por um gene presente em um plasmídeo (plasmídeo pxo2). 
 
3.2 Patogenia (Bacillus Anthracis) 
• Dentro da célula o fator de edema causa um aumento de AMP cíclico gerando um 
desequilíbrio eletrolítico. Sai água de dentro da célula e tem um acúmulo de água no meio 
extracelular, resultando na formação de edema. 
• Fator letal interfere na ação de várias proteínas e enzimas. É liberado dentro da célula e 
causa uma hipóxia, resultando na destruição da célula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.3 Ação conjunta dos Fatores da Toxina 
• Inibe severamente a função dos neutrófilos 
• Destruição dos fagócitos → além da destruição das células normais dos tecidos 
• Danos no mecanismo de coagulação 
• Trombose capilar 
• Aumento da permeabilidade capilar 
• Edema 
• Bloqueio da atividade opsonizadora do C3 
• Queda na pressão sanguínea → choque → morte 
 
3.4 Formas de contaminação 
• Ingestão de esporos → alta mortalidade 
• Infecção de feridas 
• Inalação de esporos → alta mortalidade 
 
3.5 Anthrax Cutâneo – ser humano 
• Forma uma lesão escura com presença de edema → pústula maligna 
• Causa uma necrose no tecido 
• Mortalidade é menor, pois a lesão pode permanecer no local 
 Fator letal se associa ao atígeno protetor na superfície da célula e é translocado para 
dentro da célula do hospedeiro. Esse fator letal causa necrose dos tecidos. 
 Fator de edema se associa ao antígeno protetor na superfície da célula e é translocado 
para dentro da célula do hospedeiros. Causa um desequilíbrio eletrolítico dentro da célula 
levando a formação de edema nos tecidos. 
 Toxina cai na corrente sanguínea e se distribui para os órgãos. Leva o animal ao estado 
de choque e posteriormente a morte. 
• Se não tratar, pode levar a morte 
3.6 Espécies animais 
• Cão e gato: mais resistentes. Raro 
• Bovino e ovino: são muito sensíveis. Causa disfunção múltipla, edema, choque circulatório 
→ morte 
• Suínos: mas resistentes. Causa linfadenite, edema, hemorragia enterite 
• Aves: resistentes. Não desenvolvem a doença devido a sua temperatura corporal 
• Equinos: mais resistentes. Causa cólica, diarreia, edema 
 
3.7 Tratamento 
• Antibioticoterapia → penicilina, tetraciclina, estreptomicinas, fluorquinolonas 
 
3.8 Controle 
• Notificação obrigatória aos órgãos oficiais 
• Estabelecimento de quarentena 
• Incineração ou depósito em cova profunda dos animais mortos, dejetos e fômites 
• Desinfecção de estábulos 
• Isolamento dos animais doentes 
• Vacinação 
 
4. Bacillus Cereus 
• Bacilos grandes 
• Produzemtoxinas que causam vômito e diarreia 
• As toxinfecções causadas por B. Cereus são subestimadas, pois elas são menos graves 
• Presente em diferentes tipos de alimentos: sopas, arroz, macarrão, legumes, saladas, 
produtos lácteos… 
• Isolamento a partir de fezes, vômito ou alimentos suspeitos 
• Diferencial do B. anthracis 
◦ Móveis 
◦ Resistentes a penicilina 
◦ Hemolítico 
◦ Crescem em microaerofilia 
◦ Podem produzir pigmento avermelhado 
• Diagnóstico Laboratorial 
◦ Isolamento em meio de ágar sangue, por 24 – 48h a 37ºC 
◦ Coloração de gram 
◦ Identificação Bioquímica: produção de gás, hemólise, sensibilidade a penicilina 
◦ Outros: FC, IF, ELISA, PCR 
• Colônia 
◦ Grande 
◦ Expandida 
◦ Bordas Irregular 
◦ Opaca 
◦ Branco Acinzentada 
Gênero Clostridium spp 
 
• Tétano e Botulismo 
 
1. Características 
• Bacilos gram positivos 
• Pequenos 
• Esporulados 
◦ Endosporo: tamanho, forma e localização podem ser usadas na diferenciação das 
espécies. 
• São anaeróbios estritos 
• Móveis (exceto perfringens) 
• Espécies patogênicas são produtoras de toxinas 
◦ 20 espécies patogênicas 
 
2. Características Laboratoriais 
• Cultivados em meio com pH próximo do neutro 
• Temperatura 37 ºC em anaerobiose, por 24-48h 
• Maioria das cepas produzem hemólise 
◦ Perfringens: duplo halo de hemolise → total perto da colônia e parcial mais distante 
• Culturas exalam odor pútrido 
• Catalase negativo 
 
3. Fatores de Virulência 
• Exotoxinas 
• Colagenases 
• Hialuronidase 
• Neuraminidase 
• Hemolisinas 
• Lecitinase 
 
4. Patogenicidade 
• Classificados em dois grupos: 
◦ Invasivos: apresentam uma capacidade maior de invadir e se multiplicar nos tecidos e 
no intestino do hospedeiro. 
✓ C. perfringens invade o intestino e os histotóxicos invadem os demais tecidos. 
✓ Produzem toxinas que causam necrose e gangrena. 
• Não invasivos: apresentam pouca capacidade de dividir e invadir os tecidos. 
◦ C. tetani e C. botulinum 
◦ Produção de poderosa toxina 
 
• Também podem ser divididos em: 
◦ Clostrídios neurotóxicos 
✓ Clostridium tetani 
✓ Clostridium botulinum 
◦ Clostrídios Enterotóxicos 
✓ Clostridium perfringens 
◦ Clostrídios Histotóxicos 
✓ C. chauvoei 
✓ C. septicum 
✓ C. novy tipo A 
✓ C. sordelli 
✓ C. novy tipo B 
✓ C. haemolyticum 
 
5. Clostrídios Neurotóxicos 
 
5.1 Tétano – C. tetani 
• É uma infecção e intoxicação aguda potencialmente fatal 
◦ Infeção: Bactéria se replica em algum tecido 
◦ Intoxicação: produz toxina que causa o quadro clínico de paralisia. Cai na corrente 
sanguínea e se espalha pelos diferentes locais do organismo. 
• Afeta muitas espécies, inclusive humanos 
• Susceptibilidade das espécies 
◦ Equinos > humanos > ruminantes > suínos > carnívoros 
◦ Aves: resistentes 
• Bacilo com esporo na região terminal. Esporos conferem a bactéria um aspecto semelhante a 
“raquete” 
• Esporos encontrados no ambiente: solo, fezes, vegetais, água, poeira – podem permanecer 
mais de 50 anos no ambiente 
◦ Encontrado no intestino dos animais → comensais 
• Forma de infecção: através da inoculação do esporo em algum tecido traumatizado. 
Quando mais profunda a lesão mais chance de ter um ambiente anaeróbio. 
◦ Castrações, aplicação de ferraduras, cirurgia em baias, corte de cauda, distocias, tecido 
umbilical, aplicação de brincos, brigas, abrasões. 
• Patogenia: lesão tecidual permite a entrada do espero presente no ambiente. Quanto mais 
profunda e contaminada esta lesão, maior a condição de anaerobiose para a bactéria se 
multiplicar. Em anaerobiose o esporo se transforma em bactéria na forma vegetativa. 
Começa a se multiplicar e produz toxinas (tetanolisina, tatanoespasmina). 
◦ Tetanolisina: hemolisina que causa necrose tecidual → quanto mais necrose tecidual 
maior o meio de anaerobiose, maior a liberaçao de tetanoespasmina. 
◦ Tetanoespasmina: age nas pré-sinapses dos neurônios motores, bloqueando a liberação 
de neuros transmissores inibitório (glicina e GABA), gerando uma liberação constante 
de acetilcolina e tem-se uma paralisia espástica com hiperatividade do sistema nervoso 
(mais sensíveis a estímulos ambientais). 
• Sinais clínicos: 
◦ Protusão da terceira pálpebra 
◦ Orelhas em pé (equinos) 
◦ Membros rígidos 
◦ Paralisia vai progredindo até que o animal entra em decúbito 
◦ Pescoço estendido para trás 
◦ Aspecto de cavalete → rigidez generalizada 
• Diagnostico 
◦ Esfregaços da lesão: bastonetes em forma de raquetes 
◦ Isolamento: pode ser feito mas não é recomendado → produz toxinas 
◦ Soro de animais afetados: inocular em camundongos, vai demonstrar a presença da 
toxina 
◦ Teste de ELISA para determinar a toxina 
• Características bioquímicas 
◦ Móveis 
◦ Não reduzem o nitrato a nitrito 
◦ Produzem DNAse 
◦ Produzem H2S 
◦ Produz indol 
◦ Não hidrolisa a esculina 
◦ Não fermentam açúcares 
 
5.2 Botulismo – C. botulinum 
• Intoxicação grave → Não tem multiplicação da bactéria no organismo do animal 
• Potencialmente fatal 
• Adquirida pela ingestão da toxina pré formada 
• Produz endosporos subterminais → esporos não ficam na região terminal do bacilo 
• São reconhecidos 8 tipos de C. botulinum com base nas toxinas que produzem 
◦ A, B, C alfa, C beta, E, F, G → são semelhantes, o que muda são as características 
antigênicas 
• Tipos C e D: maioria dos surtos nos animais 
• Anaerobiose: germinação dos esporos, crescimento de células vegetativas e produção de 
toxinas 
◦ Carcaças em putrefação 
◦ Vegetação em decomposição 
◦ Alimentos enlatados 
◦ Silagem mofando 
 
 
 
 
• Afeta principalmente bovinos adultos. 
◦ Vacas em lactação ou gestação criadas em pastagens deficientes em fósforo → 
osteofagia 
• Patogenia: ingestão da toxina pré formada, via oral. No intestino a toxina é absorvida, cai 
na corrente sanguínea ou na corrente linfática e atinge as terminações nervosas periféricas. 
Na junção neuromuscular há o bloqueio da liberação da acetilcolina – impede que as 
vesículas de acetilcolina sejam liberadas na fenda sináptica – gerando uma paralisia flácida 
sem interferência da função sensorial (não tem nenhuma alteração no SNC). 
 Presentes no ambiente → encontram uma condição de anaerobiose no ambiente → se multiplicam e 
produzem a toxina → animal ingere a toxina 
• Toxina botulínica: composta por duas cadeias 
◦ Cadeia pesada: liga-se ao tecido neural → Cadeia pesada se liga ao receptor da célula 
neural e transloca a cadeia leve para dentro. 
◦ Cadeia leve: sinais clínicos → efeito de bloqueio das vesículas de acetilcolina 
 
 
 
 
 
 
• Toxina muito potente: 1g da toxina inalada pode matar mais de 1 milhão de pessoas 
• Diagnóstico 
◦ Boa anamnese 
◦ Confirmatório: detecção da toxina (soro, conteúdo rumenal, conteúdo intestinal ou 
alimento) 
✓ Inoculação em camundongos 
✓ ELISA 
◦ Sempre coletar material de mais de um animal afetado 
• Características bioquímicas: 
◦ Móveis 
◦ Produzem H2S 
◦ Fermenta glicose 
◦ Temperatura ótima a 30 ºC 
◦ Colônias crescem profundamente do ágar e estão cobertas por uma penugem 
 
6. Clostrídios Enterotóxicos 
 
6.1 C. perfringens 
• Cinco tipos, de A-E → variam de acordo com a toxina que produzem 
• É o anaeróbio mais abundante no ambiente (solo, água, ar, poeira) 
• Comensal da microbiota do intestino, vagina ou das vias aéreas superiores do homem e dos 
animais. 
• Associado a animais jovens 
• Clinicamente está presente em infecções de feridas 
• Principal doença causada é a Enterotoxemia – ingestão do C. perfringens,que vai colonizar 
o intestino. Se não ingeriu uma quantidade adequada de colostro, se multiplica no intestino e 
causa a doença. Se tem uma condição imune suficiente a bactéria permanece no intestino 
como parte da microbiota – não se multiplica mais do que deve 
• Em animais adultos: excesso de alimentos ricos em proteínas e carboidratos. Permite a 
proliferação do agente → O C. perfringens pode utilizar como substrato, se multiplicar e 
causar a doença. 
• O modelo de produção da toxina varia com cada tipo de C. perfringens e determina a 
síndrome clínica observada 
No Sistema nervoso periférico, após a ligação da porção pesada da toxina, a porção leve é 
translocada mediante endocitose para o citoplasma da célula nervosa. A toxina botulínica inibe a 
fusão das vesículas contendo acetilcolina na membrana citoplasmática. Desta forma, não existe 
liberação de acetilcolina na fenda sináptica e não ocorre a contração muscular. 
• Patogenia: proliferam no trato intestinal, produzem e liberam toxinas que causam efeitos 
locais e generalizados → intoxicação no tecido, destruição das células do intestino, necrose 
do intestino, toxina pode cair na corrente sanguínea e levar o animal a morte. 
• Doença enterite hemorrágica em leitões: mortalidade dos animais acometidos. 
Apresentam diarreia hemorrágica ou com tecido necrótico. 
• Diagnostico 
◦ Esfregaços diretos da mucosa ou do conteúdo intestinal → visualizar os bacilos gram 
positivos 
◦ Corte histológicos → verifica os bacilos presentes na superfície da mucosa intestinal 
◦ Isolamento a partir das fezes dos animais doentes (sugestivo) em anaerobiose 
✓ Sugestivo pois pode isolar e ser da microbiota do intestino do animal e não estar 
causando intoxicação 
✓ Atividade hemolítica: dupla hemólise 
◦ Confirmatório: detecção da toxina 
✓ ELISA direto ou inoculação em cobaias (efeito da toxina – mata em minutos e 
nercrose). 
 
7. Clostridios Histotóxicos 
• Produzem toxinas 
• Produzem uma variedade de lesões em animais domésticos 
• Exotoxinas: necrose tecidual local e efeitos sistêmicos letais 
◦ Multiplicação da bactéria em algum tecido → bactéria produz toxina que causa lesão no 
local (tecido) → cai na corrente sanguínea e causa toxemia 
• Habitat: esporos amplamente distribuídos no meio ambiente e persistem por longos 
períodos 
• Patogenia: ocorre de forma endógena ou exógena 
◦ Endógena: ingestão do esporo no ambiente e é absorvido no intestino. O esporo fica 
latente em algum tecido e quando acontecer algum trauma, gera uma condição de 
anaerobiose no local e o esporo vai germinar, replicar e produzir toxinas. Apresenta os 
sinais clínicos. Toxina cai na corrente sanguínea. 
◦ Exógena: contaminação de um ferimento com os esporos. Ferimento apresenta uma 
região de anaerobiose que permite a germinação dos esporos, a replicação da bactéria e a 
produção de toxinas. Apresenta os sinais clínicos (resultantes da toxemia). 
✓ Geralmente são mistas, ou seja, pode ter mais de um tipo de clostridium. 
• Diagnostico: enviar para o laboratório os músculos afetados ou o tecido hepático. 
◦ Imunofluorescência direta do tecido 
◦ Esfregaço da lesão e gram 
◦ Cultivo: caldo tioglicolato ou ágar sangue 
✓ Condições estritas de anaerobiose 
✓ IF ou PCR para diferenciar as espécies 
✓ Existem provas bioquímicas que também auxiliam na diferenciação 
◦ PCR direto 
◦ Caldo tioglicolato: meio líquido amarelo. Semear neste meio a amostra. 
✓ Resultado + : turvação do meio → crescimento bacteriano 
✓ Colocar em uma placa e segue a identificação

Outros materiais