Prévia do material em texto
21/03/14 1 Aula 5 Biomecânica do Tecido Ósseo Prof. Me. Maurício A. Luz Jr. mauricio_luz@hotmail.com Veja 04/1996 21/03/14 2 Matriz orgânica (cálcio, fosfato, colágeno): 60 a 70% Água: 25 a 30% Tecido Ósseo – Suporte mecânico – Locomoção – Proteção para órgãos internos – Ponto para fixação muscular – Medula óssea – vértebras, fêmur e crista ilíaca Você sabia? Os ossos constituem cerca de 16% da massa corporal total Funções 21/03/14 3 Diferentes formas Diferentes tamanhos Forma e tamanho são determinadas pelas cargas mecânicas Ossos longos e “ocos” Ossos curtos e “sólidos” Ossos com formato não comparável a outros objetos. Anatomia Óssea Basicamente, as características de sobrecarga e uso definem o formato dos ossos 21/03/14 4 Coluna Vertebral Forma dos Óssos 21/03/14 5 Diáfise – corpo Epífise – extremidades Placa/linha Epifisal– região de crescimento Artérias Nutrientes– medula e osso compacto Arquitetura dos Ossos Chatos 21/03/14 6 Cortical ou compacto - córtex do osso - estrutura densa - resistente a deformação Trabecular ou esponjoso - interno ao cortical - estrutura de malha frouxa - espaços intersticiais preenchidos com medula óssea Arquitetura Óssea cortica l trabecu lar Nutrição Óssea 21/03/14 7 C om pr es sã o Te ns ão C is al ha Es tr es se (M pa ) 200 150 100 50 Te ns ão C om pr es sã o Cortical Trabecular Força e dureza do Tecido Ósseo Força e dureza (cortical mais resistente) Anisotropia (diferentes respostas a cargas em diferentes direções) Viscoelasticidade (diferentes respostas de acordo com a velocidade) Resposta elástica (absorção do impacto – deformação) Resposta plástica (mudança na forma – micro-rupturas) Piezoeletricidade (campo elétrico atrai ou repele moléculas do plasma, o que participa no fortalecimento da estrutura) CaracterísHcas Biomecânicas 21/03/14 8 Lei de Roux: A orientação do sistema trabecular depende da direção das forças CaracterísHcas Biomecânicas Osso normal Implante metálico Gafaniz et al 2007 Pressão sobre o Femur 21/03/14 9 Características mecânicas dos ossos Tensão (stress) - σ = F/A Deformação (strain) - ε = (L-L0)/L0 Elasticidade Sem carga Comprimento Diâmetro Sobrecarga Mecânica 21/03/14 10 – Lei de Hooke –” Tensão é proporcional à deformação” – Não-Hookeano – não responde de forma linear à aplicação de carga. ca rg a deformação inclin = módulo de elasticidade Displacement (strain) Fo rc e (st re ss) Elastic material Displacement (strain) Non elastic material Fo rc e (st re ss) Robert Hooke (1635-1703) Comportamento Mecânico 21/03/14 11 Quando submeAdo a uma carga, o osso deforma-‐se na busca de absorção de impacto e energia Essa deformação aAnge cerca de 3% do comprimento Deformação C ar ga Região elástica Deformação Resposta ElásHca • Após o ponto de deformação, ocorrem micro-‐rupturas no tecido e o osso experimenta uma fase plásAca • Com isso, ao remover-‐se a carga, o osso não retorna mais a sua forma original Deformação Es tr es se (c ar ga ) Fratura / falha Região plástica Resposta PlásHca 21/03/14 12 • Diminuição com a idade • Diferença entre ossos e regiões do corpo Resistência a Falha Envelhecimento 21/03/14 13 Diferentes respostas a diferentes velocidades de aplicação de carga ViscoelasHcidade Diferentes respostas a cargas aplicadas em diferentes direções Anisotropia 21/03/14 14 • Como os ossos resistem por tanto tempo ao longo da vida? • Qual é o processo que determina essa resistência ? Remodelação Óssea Remodelagem e depósito ósseo Cargas mecânicas Intermitentes Reabsorção > depósito: osteoporose Miosite ossificante ~ calcificação precoce Ação de: Osteócitos - mineralização Osteoclastos – digerem matriz Osteoblastos - reconstroem Vídeo Remodelagem óssea Modelação e remodelação Óssea 21/03/14 15 P Osteoblasto - célula óssea responsável pela produção de tecido ósseo P Osteoclasto - célula óssea responsável pela reabsorção de tecido ósseo P Osteócito - osteoblastos envolvidos pela própria matriz que produziram. Processo de remodelação Óssea Modelação e remodelação óssea 21/03/14 16 Humanos: levam de 3 a 4 meses para completar Um ósteon 4 º É realizado o preenchimento das lamelas concentricamente, apresentando enchimento cônico da cavidade. 3º Surgem osteoblastos, começam a depositar uma junção osteóide (pré- osso), que mineraliza. 2º -Inversão de 1 a 2 dias: Células mononucleares revestem a parede cavitária em pequena extensão 1º - Osteoclastos reabsorvem / alargam cavidade Fisiologia da consolidação da fratura 21/03/14 17 • Fratura • Hematoma (vasos rompidos) • Fluxo sanguíneo interrompido • Formação de um calo mole • Preenchimento a parte fraturada • Osteoclastos digerem as estruturas mortas • Forma o calo ósseo (dá estabilidade) • AAvidade dos osteoblastos • Consolidação do osso novamente • Ação dos osteoclastos para reduzir o calo ósseo que ficou Quando a resistência não é suficiente? ü Indivíduos acamados sofrem severa perda do tecido ósseo (1% / sem); ü Estado estável de perda óssea é aAngido após perda da ordem de 30 a 40% 21/03/14 18 Densidade óssea em crianças (12 - 13 anos) em função da atividade física (Grimston et al., 1993) Carga ativa: Contração muscular (natação) “Impacto”: 3 vezes o Peso Corporal (corredores, ginastas, dançarinos) Maior Proporção de Colágeno ü Aumento da flexibilidade óssea ü Maior tolerância à deformação plásAca. Diminuição da resistência à compressão Alto potencial de remodelagem Sobrecarga Adulto Criança FRATURA Deformação CaracterísHcas do tecido ósseo de Criança 21/03/14 19 ü Corredores (cross-‐country) apresentam maismassa óssea quando comparados à sedentários de mesma idade e peso (Dalin & Olsson, 1974). ü Atletas (mulheres) de nível universitário, apresentam maior densidade óssea vertebral que o grupo controle (sedentárias). Na pós-‐menopausa esta diferença se acentua. ü Mulheres no período de pós-‐menopausa, praAcantes de aAvidade gsica (1 hora / 3x semanais / 1 ano) aumentaram sua densidade óssea. InaAvas diminuíram sua densidade no mesmo período (Aloia et al., 1978). ü Dança x Caminhada: Dança preservou melhor a integridade óssea de mulheres (pós-‐menopausa) do que a caminhada. Ambas as aAvidades condicionaram adaptações bioposiAvas (ZeDerberg et al., 1990) ü Soldados: Observa-‐se grande aumento (5 -‐ 10 %) da massa óssea de recrutas, após 16 semanas de treinamento. Grupo apresenta alto índice de lesões ósseas. ü Astronautas apresentam grande excreção de cálcio através da urina. Após 1 ano de permanência no espaço podem ocorrer perdas de massa óssea da ordem de 25 % (Raumbaut et al., 1979). 21/03/14 20 Terminações ósseas Articulações movimento Quais as características da terminação óssea? 21/03/14 21 Líquido Sinovial Produzido pela membrana sinovial Nutrição da cartilagem Proteção Discos fibrocartilaginosos Otimiza a função da cartilagem Estabiliza a articulação Estruturas protetoras Conexão entre ossos – formando segmentos: articulações Imóveis (sinartroses) Semi-móveis (anfiartroses) Móveis (diartroses) Bola e soquete, pivô, sela, dobradiça, elipsóide, plana 21/03/14 22 Fibrosa Cartilaginosa Sinovial Conexão entre ossos – formando segmentos: articulações 21/03/14 23 Cartilagem articular (CA) 5% células 95% matriz 65 – 80% água Espessura de 1 a 7 mm ↑ quadril e joelho ↓ tornozelo e cotovelo Anisotrópica Você sabia? Que a CA da patela tem ~ 5mm de espessura CARTILAGEM ARTICULAR Espessura de 1 a 5 mm (diminui com a idade) Deformável Avascular Baixa taxa metabólica Anisotrópicas Funções Características Transferir forças Distribuição de força Reduzir atrito e limitar movimento articular 21/03/14 24 21/03/14 25 Baixo conteúdo de proteoglicanos, possui camadas alinhadas e uniformes de colágeno Maior conteúdo de proteoglicanos, e uma rede de fibras de colágeno e células esferoidais entre elas. Elevado conteúdo de proteoglicanos, fibras de colágeno alinhadas perpendicularmente a articulação e células arredondadas em colunas entre as redes de colágeno. Elevada concentração de cálcio, ausência de proteoglicanos, fibras de colágeno e condrócitos Proteoglicanos Atraem água para o tecido Ação sobre enzimas 21/03/14 26 Fatores responsáveis pela degeneração da cartilagem articular ü Magnitude do estresse imposto (Carga total + Distribuição do estresse) ü Irregularidades na superfície articular ü Freqüência do estresse aplicado ü Mudanças na estrutura molecular microscópica da estrutura de colágeno- proteoglicanos ü Degeneração associada a artrite reumatóide ü Hemorragias associadas a hemofilia ü Desordens no metabolismo do colágeno ü Degradação do tecido por enzimas proteolíticas ü Mudanças na propriedade mecânica intrínseca do tecido ü Afrouxamento da rede de colágeno ü Diminuição da rigidez da cartilagem ü Aumento na pearmeabilidade 21/03/14 27 Artrite reumatóide 21/03/14 28 Compressão Tensão/ Compressão Cisalhamento Torção Pilar anterior Pilar posterior Segmento passivo ( vértebra) Segmento aAvo 21/03/14 29 EXEMPLO DA APLICAÇÃO NA COLUNA VERTEBRAL EXEMPLO DA APLICAÇÃO NA COLUNA VERTEBRAL 21/03/14 30 WHITE III e PANJABI (1990) Resistência das vértebras Cargas compressivas Wilke et al. (1999) 21/03/14 31 Já sabemos algumas peculiaridades biomecânicas do osso Já vimos como funciona a conexão entre os ossos - articulação Na próxima aula, vamos conectar os ossos e os músculos... Obrigado mauricio_luz@hotmail.com