Buscar

Histologia Clínica Módulo IV

Prévia do material em texto

Curso de 
Histologia Clínica 
 
 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na bibliografia consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
MÓDULO IV 
 
I. TECIDO NERVOSO........................................................................................ 3 
A. Características gerais ............................................................................................................ 3 
B. Neurônios ................................................................................................................................ 5 
Classificação dos neurônios...................................................................................................... 6 
Organelas celulares .................................................................................................................. 7 
C. Células da Glia ........................................................................................................................ 9 
Células de Schwann e oligodendrócitos ................................................................................. 10 
Astrócitos................................................................................................................................. 11 
Células ependimárias.............................................................................................................. 11 
Micróglia .................................................................................................................................. 12 
D. Fibras nervosas .................................................................................................................... 12 
Fibras mielínicas...................................................................................................................... 13 
Fibras amielínicas.................................................................................................................... 13 
E. Transmissão de impulso nervoso....................................................................................... 14 
Potencial de membrana .......................................................................................................... 14 
Morfologia sináptica ................................................................................................................ 18 
D. Sistema nervoso central e periférico.................................................................................. 19 
Sistema nervoso central.......................................................................................................... 21 
Sistema nervoso periférico...................................................................................................... 25 
II. TECIDO MUSCULAR .................................................................................. 26 
A. Características ...................................................................................................................... 26 
B. Tecido muscular esquelético .............................................................................................. 27 
Organização microscópica das fibras musculares esqueléticas............................................. 29 
Inervação................................................................................................................................. 32 
Outros componentes do sarcoplasma..................................................................................... 34 
Sistema de produção de energia ............................................................................................ 34 
Contração muscular ................................................................................................................ 35 
B. Tecido muscular cardíaco ................................................................................................... 36 
Características gerais.............................................................................................................. 36 
Inervação................................................................................................................................. 38 
C. Tecido muscular liso ............................................................................................................ 39 
Características gerais.............................................................................................................. 39 
 
 
 
 
 
 
3 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
I. Tecido Nervoso 
 
A. Características gerais 
 
Ao longo da evolução dos metazoários, fez-se necessária a especialização de 
grupos celulares que se encarregassem da coordenação das diferentes funções do 
organismo, de modo a estabelecer uma harmonia necessária para o bom 
desenvolvimento do mesmo. Essa coordenação se desenvolveu graças a dois 
tecidos específicos, o endócrino e o nervoso. O primeiro exerce uma ação de longa 
duração, através dos hormônios. O tecido nervoso, através de suas terminações 
nervosas, pode enviar impulsos a todos os órgãos, realizando uma regulação mais 
imediata. Ele se forma a partir do folheto embrionário externo ou ectoderme. 
O tecido nervoso, distribuído por todo o organismo, interliga-se, formando 
uma rede de comunicações, que constitui o sistema nervoso. Todos os sistemas 
orgânicos contêm elementos do sistema nervoso que detectam alterações quer no 
ambiente externo ou interno ou obtém respostas dos órgãos para estes ambientes. 
O sistema nervoso apresenta subdivisões anatômicas, a saber: o sistema 
nervoso central (SNC), formado pelo encéfalo e medula espinhal, e o sistema 
nervoso periférico (SNP), composto pelos nervos, e gânglios nervosos (pequenos 
aglomerados de células nervosas). 
 
 
 
 
 
 
Sistema nervoso humano. Uma cortesia Editora Saraiva (César e Sezar). 
Disponível em 
http://biologiacesaresezar.editorasaraiva.com.br/navitacontent_/userFiles/File/Biologia_Cesar_Sezar/BIO2_303.jpg 
 
 Os principais componentes do tecido nervoso são os neurônios, as células 
geradoras do impulso nervoso, e os diferentes tipos de células da glia, que fornecem 
suporte para os neurônios e também atuam em diversas outras funções que serão 
descritas mais adiante. Assim, no SNC podem ser identificadas duas porções 
distintas: a substância cinzenta, formada principalmente pelos corpos celulares dos 
neurônios e células da glia, contendo também prolongamentos de neurônios; e a 
substância branca, constituída somente por prolongamentos de neurônios e células 
da glia. O nome da substância branca se deve à presença de mielina, de coloração 
esbranquiçada, envolvendo os axônios. 
4 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
A B 
A – Gartner e Hiatt, 2002; B – http://www.lncc.br/~labinfo/tutorialRN/frm1_inspiracaoBiologica.htm 
 
Para as análises histológicas, a coloração do tecido nervoso com 
hematoxilina-eosina (HE) é inadequada, uma vez que evidencia poucos detalhes 
estruturais. Para este propósito, devemos utilizar uma variedade especial de 
colorações específicas, próprias ao tecidonervoso. Por exemplo, os métodos de 
impregnação pela prata de Golgi e Cajal evidenciam o corpo celular e seus 
prolongamentos. A coloração pelo cresil e violeta cora o núcleo e os corpúsculos de 
Nissl. O azul de metileno é comumente usado para corar fibras e terminações 
nervosas. Somente após o estudo minucioso de algumas das técnicas especiais de 
coloração supracitadas é que se poderá entender completamente a estrutura do 
tecido nervoso. 
 
B. Neurônios 
 
As células nervosas são os neurônios, as unidades básicas estruturais e 
funcionais do sistema nervoso. São células microscópicas que possuem três 
componentes morfológicos diferenciados, a saber: dendritos, que são 
prolongamentos numerosos, especializados na função de receber os estímulos do 
meio ambiente, de células epiteliais sensoriais ou de outros neurônios; o corpo 
celular, ou pericário, que representa o centro trófico da célula e que também é capaz 
5 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
de receber estímulos; e o axônio, prolongamento único, especializado na condução 
de impulsos que transmitem informações do neurônio a outras células; sua porção 
final, geralmente muito ramificada (telodendro), termina na célula seguinte por meio 
de botões terminais. 
 
 
http://www.lncc.br/~labinfo/tutorialRN/frm1_inspiracaoBiologica.htm 
 
 Em geral, as informações são recebidas ao nível dos dendritos e do pericário, 
sendo emitidas pelo axônio. Essa seqüência denominada por Cajal de “polarização 
dinâmica do neurônio” nem sempre acontece. 
 As dimensões e formas das células nervosas e seus prolongamentos são 
extremamente variáveis, podendo o corpo celular apresentar diferentes formatos, 
bem como o tamanho dos prolongamentos também pode ser bastante variado. Em 
geral, o neurônio é uma célula grande, podendo chegar a ser visível a olho 
desarmado. 
 
Classificação dos neurônios 
 
Os neurônios podem ser classificados quanto à sua morfologia e ao tamanho 
de seus prolongamentos em: neurônios multipolares, que apresentam mais de dois 
prolongamentos celulares, o que representa a maioria dos neurônios; neurônios 
bipolares, que possuem um dendrito e um axônio (ocorrem na retina, na mucosa 
olfativa e nos gânglios coclear e vestibular); e neurônios pseudo-unipolares, o qual 
apresenta próximo ao pericário prolongamento único que se bifurca enviando um 
ramo para a periferia e outro para o SNC, encontrados nos gânglios espinhais. 
6 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
 
 
A – Neurônio multipolar; B – Neurônio bipolar; C – Neurônio pseudo-unipolar. 
 
 Os neurônios podem, também, ser classificados quanto à sua função, sendo 
divididos em neurônios motores (eferentes), que controlam órgãos efetores, tais 
como glândulas endócrinas e fibras musculares; neurônios sensoriais (aferentes), os 
quais recebem estímulos sensoriais do meio ambiente e do próprio organismo; e 
interneurônios, responsáveis pelo estabelecimento de conexões entre outros 
neurônios, formando circuitos complexos. 
 
Organelas celulares 
 
O corpo celular, que atua como centro trófico do neurônio, é constituído pelo 
núcleo e pelo citoplasma perinuclear. No citoplasma do pericário, podem ser 
identificadas diferentes estruturas celulares a serem descritas a seguir. 
O núcleo é esférico e aparece pouco corado nos preparados histológicos, 
visto que sua cromatina apresenta-se pouco condensada, devido ao intenso nível de 
atividade sintética em que se encontram as células nervosas. Apresenta a cromatina 
sexual, no sexo feminino. 
O retículo endoplasmático rugoso apresenta-se abundante nas células 
nervosas, formando agregados de cisternas paralelas, entre as quais ocorrem 
numerosos poliribossomas livres. A organização das cisternas em forma de 
7 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
paliçadas forma grandes grânulos basofílicos no citoplasma, conhecido como 
Corpúsculo de Nissl. O retículo endoplasmático granular é importante no estudo dos 
neurônios, visto poder ser utilizado em sua classificação. A abundância desta 
organela citoplasmática indica que os neurônios produzem grandes quantidades de 
proteína. 
 
 
http://www.net-encyclo.com/pt/Imagem:Complete_neuron_cell_diagram_pt.svg 
 
As mitocôndrias encontram-se nos dendritos, axônios, no pericário e em 
grande quantidade no telodendro. Produzem energia oxidativa para a manutenção 
da célula. 
Os neurofilamentos e microtúbulos são elementos do citoesqueleto presentes 
nessas células. Os neurofilamentos são estruturas filamentosas de 10 nanômetros 
de diâmetro, abundantes no pericário e nos prolongamentos. O citoplasma do 
pericário e dos prolongamentos também apresenta microtúbulos de cerca de 24 nm 
de diâmetro. Suas funções não estão completamente elucidadas, mas as pesquisas 
indicam que podem funcionar no transporte de materiais do corpo celular para o 
interior dos processos dos neurônios. 
8 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
9 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
Outras organelas comumente encontradas no corpo celular são grânulos e 
vesículas. Grânulos de melanina estão presentes em algumas células nervosas, de 
tamanho variável. Grânulos de lipofuscina, conhecidos como “pigmento de idade” – 
assim denominados pois são predominantes nos neurônios de animais mais velhos 
– também são encontrados. As vesículas de secreção são encontradas em todos os 
neurônios, particularmente naqueles do hipotálamo. 
Os dendritos contêm citoplasma semelhante ao do corpo celular. Contém a 
maioria das organelas celulares exceto o núcleo e o aparelho de Golgi. Eles 
aumentam consideravelmente a superfície celular, de modo a tornar possível o 
recebimento e integração dos impulsos nervosos trazidos pelos terminais axônicos 
de outros neurônios. 
Já os axônios, cilindros únicos de comprimento e diâmetro variáveis conforme 
o tipo de neurônio, normalmente são mais longos que os dendritos da mesma célula. 
Em toda sua extensão, apresenta diâmetro constante e não se ramifica 
abundantemente. Os axônios geralmente nascem de uma estrutura em forma de 
pirâmide, adjacente ao corpo celular, que recebe o nome de cone de implantação. 
Suas ramificações em ângulo reto são denominadas de colaterais. Seu citoplasma 
ou axoplasma apresenta-se muito pobre em organelas, apresentando poucas 
mitocôndrias e cisternas de retículo endoplasmático liso e rugoso, além dos 
microtúbulos. Os neurofilamentos, no entanto, são bastante freqüentes. 
 
C. Células da Glia 
 
Calcula-se que no sistema nervoso central, estejam presentes 10 células da 
glia para cada neurônio, porém como as células da glia são bem menores que os 
neurônios, ocupam cerca da metade do volume do tecido. A quantidade de material 
extracelular é mínima, e as células da glia fornecem sustentação e ainda atuam em 
outras funções, que serão descritas a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso2.asp 
 
Células de Schwann e oligodendrócitos 
 
As células de sustentação no sistema nervoso periférico são as células de 
Schwann, enquantoque no SNC são os oligodendrócitos. As células de sustentação 
do sistema nervoso fornecem não só a sustentação mecânica e nutritiva para os 
neurônios como, em muitos casos, estão intimamente ligadas com a regulação da 
atividade neural. No caso das células de Schwann, cada uma delas produz uma 
bainha de mielina que atua como isolante elétrico para os neurônios do SNP. As 
células de Schwann possuem um prolongamento que se enrola em torno de um 
segmento de um único axônio. Os oligodendrócitos, por sua vez, isolam os 
neurônios do SNC, sendo que cada oligodendrócito possui prolongamentos que 
envolvem diversos axônios. 
 
 
http://www.cabuloso.com/Anatomia-Humana/Sistema-Nervoso-SNC/Tipos-de-Neuronios.htm 
 
 
 
10 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
Astrócitos 
 
 Os astrócitos, um terceiro tipo de célula da glia, estão presentes em todo o 
tecido nervoso, tanto do SNC quanto do SNP. Essas são as células da glia mais 
numerosas, e de funções mais variadas. Possuem núcleos esféricos centrais e 
diversos prolongamentos. Com esses prolongamentos eles envolvem os capilares 
sangüíneos e os induzem a formar junções oclusivas que constituem a barreira 
hematoencefálica. Os astrócitos também enviam seus prolongamentos à superfície 
dos órgãos do SNC (encéfalo, medula), onde formam uma camada na superfície do 
tecido nervoso, logo abaixo da pia-máter. Dessa forma, os astrócitos formam um 
compartimento funcional com os íons e as moléculas adequadas para o bom 
funcionamento dos neurônios. Podemos distinguir os astrócitos, por suas variações 
morfológicas decorrentes de suas diferentes localizações, nos seguintes tipos: a) 
astrócito protoplasmático, presente na substância branca; b) astrócito fibroso, 
encontrado na substância cinzenta; e c) astrócito misto, na zona de transição entre 
as duas substâncias (branca e cincenta). Ademais, os astrócitos, por meio da rede 
de informações que formam comunicando-se uns com os outros, e graças aos 
inúmeros receptores de sinalizadores químicos que são encontrados em sua 
superfície, podem até mesmo influenciar a renovação das bainhas de mielina. 
 
 
Modificado de http://www.uff.br/fisiovet/Conteudos/sistema_nervoso.htm 
 
Células ependimárias 
 
 São células cilíndricas, com a base afilada e diversas vezes ramificada, que 
originam prolongamentos que se dispõe no interior do tecido nervoso. São células 
que possuem um arranjo epitelial e que revestem as cavidades do encéfalo e da 
11 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
12 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
medula, e conseqüentemente, estão em contato com o líquido cefalorraquidiano, 
que é encontrado no interior dessas cavidades. Em alguns pontos, elas podem ser 
ciliadas, favorecendo a movimentação do líquido cefalorraquidiano. 
 
Micróglia 
 
 A última classe de células da glia, contudo, não menos importante, são as 
células da micróglia. São células do sistema mononuclear fagocitário, no sistema 
nervoso central, derivadas de precursores trazidos da medulo óssea pelo sangue. O 
corpo dessas células é pequeno e alongado, com núcleo denso e também alongado, 
com prolongamentos curtos e irregulares, quando em estado inativo. Quando 
ativadas, retraem os prolongamentos, assumindo atividade fagocítica e 
apresentadora de antígeno, atuando, assim, na inflamação e reparação do tecido 
nervoso. Localizam-se tanto na substância branca quanto na cinzenta, e secretam 
citocinas. 
 
D. Fibras nervosas 
 
As fibras nervosas são conjuntos de axônios de neurônios e suas bainhas 
envoltórias. No SNC, os conjuntos de fibras nervosas formam os feixes ou tratos. Já 
no SNP, os conjuntos de fibras são denominados nervos. 
Todos os axônios do sistema nervoso são envolvidos por camadas simples ou 
múltiplas formadas pelas células de suporte. No caso das fibras do SNC, as células 
que formam este envoltório são os oligodendrócitos, já no SNP, as células 
envoltórias são as células de Schwann. Os axônios de menor calibre são envolvidos 
por uma camada única, formando as fibras amielínicas, enquanto os axônios mais 
calibrosos são envoltos por camadas múltiplas formadas pelas células supracitadas, 
dando origem às fibras mielínicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fibras mielínicas 
 
Quando os axônios de maior calibre são envolvidos pelas células de Schwann 
ou pelos oligodendrócitos, são formadas dobras enroladas em espiral. A membrana 
enrolada em torno do axônio se funde, dando origem à mielina, um complexo 
lipoprotéico formado por diversas camadas de membrana celular modificada, que 
apresenta uma proporção de lipídios maior que as membranas celulares em geral. 
Esta bainha apresenta intervalos regulares, formando os nódulos de Ranvier. O 
intervalo entre dois nódulos consecutivos é denominado internódulo. 
 
 
A – Nódulo de Ranvier; B – Bainha de mielina; C – célula da glia 
http://pwp.netcabo.pt/sistema.imune/Mielina.htm 
 
Fibras amielínicas 
 
As fibras nervosas amielínicas são envolvidas por uma única camada da 
célula de suporte, sem o enrolamento em espiral. Assim, uma única célula de 
suporte envolve vários axônios ao mesmo tempo. Neste tipo de fibra, os nódulos de 
Ranvier não estão presentes. 
 
 
 
 
 
 
13 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
14 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
E. Transmissão de impulso nervoso 
 
Potencial de membrana 
 
Para que seja possível a comunicação entre os neurônios, algum tipo de 
informação deverá ser transmitida de um neurônio para o seguinte. Esta informação 
é fornecida sob forma de impulsos nervosos. No entanto, para que um impulso 
nervoso seja gerado, são necessárias algumas características especiais, presentes 
na célula nervosa, que serão discutidas neste tópico. 
Um impulso nervoso consiste na transmissão de uma alteração elétrica ao 
longo da membrana do neurônio, a partir do ponto em que ele foi estimulado 
(sinapse). A direção normal do impulso no organismo é do corpo celular para o 
axônio. Esse impulso nervoso, ou potencial de ação, é uma alteração brusca e 
rápida da diferença de potencial transmembrana. Normalmente, a membrana do 
neurônio é polarizada em repouso, o que significa que a constituição iônica do meio 
interno à membrana é diferente do meio externo, o que gera diferentes cargas 
elétricas em um meio e no outro, de modo que essa diferença, ou seja, o potencial, 
durante o repouso, é negativo (-70 mV). O potencial de ação, assim, consiste de 
uma redução rápida da negatividade da membrana até 0mV e inversão deste 
potencial até valores de cerca de +30mV, seguido de um retorno também rápido até 
valores um pouco mais negativos que o potencial de repouso de -70mV. 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/biologia/biologia_animal/sistema_nervoso/sist_nervoso_impulso_ner
voso 
 
O impulso nervoso ou potencial de ação, deste modo, é um fenômeno de 
natureza eletro-química e ocorre devido a modificações na permeabilidade da 
membrana do neurônio. Essas modificações de permeabilidade permitem a 
passagemde íons de um lado para o outro da membrana. Como os íons são 
partículas carregadas eletricamente, ocorrem também modificações no campo 
elétrico gerado por essas cargas. 
Quando um estímulo é aplicado a essa membrana, ocorre um desequilíbrio 
temporário entre as cargas elétricas da membrana e as concentrações de vários 
íons de um lado e de outro da mesma, que é chamado de potencial local. Sempre 
que a membrana, partindo do potencial de repouso, é despolarizada a cerca de -50 
mV formam-se potenciais de ação. O potencial em que se inicia o potencial de ação 
é denominado limiar. Nesse potencial limiar, a membrana é instável. Ela diminui 
espontaneamente sua polaridade, com grande rapidez, chegando geralmente a 
inverter a sua polaridade: segue-se a brusca elevação do potencial de ação, que 
ultrapassa o potencial 0 e atinge o "excedente". Esse estado de diminuição da carga, 
desencadeado no "limiar", espontâneo e progressivo, também é chamado de 
excitação. A excitação é de curta duração, normalmente menos de 1 ms 
(milisegundo), sendo comparável a uma explosão que rapidamente se dissipa. 
15 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
 
 
http://saude.hsw.uol.com.br/nervo4.htm 
 
Um estímulo que tende a diminuir a polaridade natural da membrana é 
chamado de despolarizante. Um estímulo que tende a aumentar a polaridade natural 
é chamado de hiperpolarizante. Os potenciais locais não se propagam, ou seja, 
ficam restritos unicamente na membrana vizinha ao local de aplicação do estímulo. 
No entanto, o potencial local é muito importante para o funcionamento de um 
neurônio. Uma célula nervosa tem muitos prolongamentos curtos do corpo celular, 
os dendritos. Um neurônio pode receber simultaneamente muitos estímulos 
despolarizantes e hiperpolarizantes vindos de outros neurônios ou de fontes 
externas de estimulação, em vários pontos dos dendritos e do corpo celular. Cada 
estímulo geralmente provoca uma pequena alteração do potencial local. Quando 
dois potenciais locais estão perto (fisicamente) um do outro, pode ocorrer uma soma 
de suas amplitudes. Ou, eles podem se anular, pois são em direções opostas. A isso 
chamamos de soma espacial, que ocorre devido à proximidade em que esses 
potenciais locais ocorrem. Pode ocorrer também que dois estímulos sucessivos, 
separados de pouco tempo entre si, ocorrem no mesmo ponto da membrana. Então, 
antes que o potencial local causado pelo primeiro estímulo volte ao normal, o 
segundo vai se somar (ou subtrair) a ele. A isso denominamos somação temporal. 
Assim, o que o neurônio faz então é uma verdadeira conta de somar, 
envolvendo todos os potenciais locais. Se o resultado for no sentido da 
despolarização intensa, vai ocorrer um fenômeno muito marcante, que é o potencial 
de ação, a partir de uma certa amplitude. 
16 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
17 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
Quando um estímulo atinge a membrana do neurônio ocorre uma pequena 
despolarização local. Esse estímulo pode ser fótico, químico, físico ou 
farmacológico, dependendo da sensibilidade da célula. A despolarização faz com 
que canais de Na+ e K+ dependentes de voltagem se abram e permitam um fluxo de 
correntes iônicas de um lado para o outro da célula. Simultaneamente ocorre um 
fluxo de fora para dentro de Na+ (pois existe uma maior concentração de sódio 
fora), o que tende a despolarizar ainda mais a membrana; e um fluxo de dentro para 
fora de K+, que tende a repolarizá-la. Existe, contudo, uma diferença importante 
entre os canais de Na+ e K+: os canais de Na+ se abrem mais rapidamente do que 
os canais de K+. Com isso, a despolarização provoca um efeito auto-alimentador: 
quanto mais sódio passa pelo canal, mais ele fica permeável. É uma avalancha de 
despolarização, que leva a um ponto em que a corrente despolarizante de Na+ é 
muito maior que a corrente repolarizante de K+; a esse ponto dá-se o nome de 
potencial limiar. A partir do momento em que ele é atingido, o processo não pode 
mais ser revertido e ocorre uma abrupta inversão da polarização da membrana, ou 
seja, o potencial de ação. Na maioria dos neurônios, o valor do potencial limiar é de 
cerca de -30mV. 
Uma vez atingido o limiar, o potencial de ação ocorre com uma amplitude e 
duração fixas. Se o limiar não for atingido, ou seja, a despolarização ou o influxo de 
sódio não forem suficientemente fortes, não ocorre o potencial de ação. Por isso os 
cientistas o denominam de um "fenômeno tudo ou nada". 
A fase de despolarização do potencial de ação é abrupta e muito rápida: 
ocorre em menos de um milissegundo. Logo depois de ter atingido o pico máximo de 
despolarização (que inverte o potencial de membrana em cerca de 10 a 20 mV 
positivos), ele começa a voltar ao normal, ou seja, em direção ao valor de repouso. A 
esse fenômeno denominamos repolarização, e nele acontece uma coisa muito 
importante: enquanto durar essa recuperação o neurônio fica insensível a novos 
estímulos – é o período refratário. 
Para a compreensão deste mecanismo, é necessário que se conheça outra 
diferença importante entre os canais de Na+ e K+: o primeiro sofre inativação e o 
segundo não. 
 
 
 
 
 
18 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
Após ter ocorrido o potencial de ação, os canais de Na+ passam para um 
estado inativo no qual não são capazes de responder a um novo estímulo, ou seja, 
ficam fechados a novos influxos de sódio. Enquanto isso, os canais de K+, que ainda 
estão se abrindo, devido à sua lentidão característica, permanecem ativos e 
permitem uma grande saída de íons K+. Isso leva à repolarização da membrana. A 
repolarização pode chegar a ser excessiva na sua fase final, provocando inclusive 
uma pequena e transitória hiperpolarização. 
Os canais de Na+ somente voltam a poder ser estimulados apenas depois 
que a membrana estiver totalmente repolarizada. Enquanto não houver um número 
suficiente de canais de Na+ nessa condição, é possível estimular o neurônio, mas 
ele responderá somente se a intensidade for bem maior. É o que denominamos de 
período refratário relativo. Quando os canais estão totalmente fechados e é 
impossível estimular o neurônio, por maior que seja a intensidade do estímulo, 
dizemos que o período refratário é absoluto. 
 
Morfologia sináptica 
 
No tecido nervoso, cada um dos neurônios é uma célula individual, sem 
continuidade citoplasmática com os neurônios adjacentes. As sinapses são áreas de 
contigüidade existentes entre os neurônios, especializadas na transmissão 
unidirecional de informações sob forma de impulsos nervosos, de um neurônio para 
outro. Há uma tendência recente de se considerar também como sinapses a 
terminação nervosa em células efetoras, tais como células glandulares e 
musculares. 
A sinapse é composta por: membrana pré-sináptica (do telodendro), uma 
fenda sináptica (aproximadamente 20 nanômetros) e a membrana pós-sináptica (de 
um dendrito, pericário, axônio ou célula efetora). As sinapses podem ser 
axossomáticas, ou seja, entre axônio e pericário; dendrodendríticas, entre dendritos; 
e axoaxônicas, entre axônios. 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.ucs.br/ccet/defq/naeq/material_didatico/textos_interativos_37.htmA maioria das sinapses transmite o impulso nervoso por meio da liberação de 
neurotransmissores, substâncias que quando são reconhecidas por proteínas 
receptoras na membrana pós-sináptica desencadeiam a abertura ou fechamento de 
canais iônicos, desencadeando alterações no potencial de membrana, e dando 
continuidade à transmissão do impulso nervoso. Outras substâncias também 
liberadas nas sinapses, os neuromoduladores, são mensageiros químicos que não 
agem diretamente sobre as sinapses, mas modificam a sensibilidade neuronal aos 
estímulos sinápticos excitatórios ou inibitórios. Os neurotransmissores são 
sintetizados no corpo celular, e armazenados em vesículas no terminal pré-sináptico, 
sendo liberados na fenda sináptica por exocitose durante a transmissão do impulso 
nervoso. 
Quando a transmissão do impulso nervoso na sinapse se dá pela liberação de 
neurotransmissores, está presente uma sinapse química. Quando esta se dá pela 
passagem de íons de uma célula para a outra, através de junções do tipo GAP, tem-
se uma sinapse elétrica. 
 
D. Sistema nervoso central e periférico 
 
O SNC (sistema nervoso central) recebe, analisa e integra informações. É o 
local onde ocorre a tomada de decisões e o envio de ordens. O SNP (sistema 
19 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
nervoso periférico) carrega informações dos órgãos sensoriais para o sistema 
nervoso central, e do sistema nervoso central para os órgãos efetores – músculos e 
glândulas. 
O SNC divide-se em encéfalo e medula. O encéfalo corresponde ao 
telencéfalo (hemisférios cerebrais), diencéfalo (tálamo e hipotálamo), cerebelo, e 
tronco cefálico (que se divide em bulbo, situado caudalmente; mesencéfalo, situado 
cranialmente; e ponte, situada entre ambos). 
Os órgãos do SNC são protegidos por estruturas esqueléticas (caixa 
craniana, protegendo o encéfalo; e coluna vertebral, protegendo a medula – também 
denominada raque) e por membranas de tecido conjuntivo denominadas meninges, 
situadas sob a proteção esquelética. As meninges são formadas por três camadas, a 
dura-máter (a externa), aracnóide (a do meio) e pia-máter (a mais interna). Entre as 
meninges aracnóide e pia-máter há um espaço preenchido por um líquido 
denominado líquido cefalorraquidiano ou líquor. O conjunto da piamáter e aracnóide 
é denominado leptomeninge. 
 
 
http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso3.asp 
 
 O sistema nervoso periférico é constituído pelos nervos, gânglios e 
terminações nervosas. 
 
 
 
 
 
 
 
20 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
Sistema nervoso central 
 
 
 
 
http://www.fafisio.oi.com.br/index_arquivos/ 
 
 
Telencéfalo 
O encéfalo humano contém cerca de 35 bilhões de neurônios e pesa 
aproximadamente 1,4 kg. O telencéfalo ou cérebro é dividido em dois hemisférios 
cerebrais bastante desenvolvidos. Nestes, situam-se as sedes da memória e dos 
nervos sensitivos e motores. 
Entre os hemisférios, estão ventrículos cerebrais (ventrículos laterais e 
terceiro ventrículo); contamos ainda com um quarto ventrículo, localizado mais 
abaixo, ao nível do tronco encefálico. São reservatórios do líquido cefalorraquidiano, 
participando na nutrição, proteção e excreção do sistema nervoso. 
O córtex cerebral está dividido em mais de quarenta áreas funcionalmente 
distintas. Cada uma das áreas do córtex cerebral controla uma atividade específica. 
O hipocampo é a região do córtex que está dobrada sobre si e possui apenas três 
camadas celulares; localiza-se medialmente ao ventrículo lateral. O córtex olfativo 
está localizado ventral e lateralmente ao hipocampo; apresenta duas ou três 
camadas celulares. O neocórtex é córtex mais complexo. Apresenta muitas camadas 
celulares e várias áreas sensoriais e motoras. As áreas motoras estão intimamente 
envolvidas com o controle do movimento voluntário. 
 
 
21 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
22 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
Diencéfalo 
 
O diencéfalo é constituído pelo tálamo e hipotálamo. Todas as mensagens 
sensoriais, com exceção das provenientes dos receptores do olfato, passam pelo 
tálamo antes de atingir o córtex cerebral. Esta é uma região de substância cinzenta 
localizada entre o tronco encefálico e o cérebro. 
O tálamo atua como estação retransmissora de impulsos nervosos para o córtex 
cerebral. Ele é responsável pela condução dos impulsos às regiões apropriadas do 
cérebro onde eles devem ser processados. O tálamo também está relacionado com 
alterações no comportamento emocional, que decorrem não só da própria atividade, 
mas também de conexões com outras estruturas do sistema límbico (que regula as 
emoções). 
O hipotálamo, também constituído por substância cinzenta, é o principal centro 
integrador das atividades dos órgãos viscerais, sendo um dos principais 
responsáveis pela homeostase corporal. Ele faz ligação entre o sistema nervoso e o 
sistema endócrino, atuando na ativação de diversas glândulas endócrinas. É o 
hipotálamo que controla a temperatura corporal, regula o apetite e o balanço de 
água no corpo, o sono e está envolvido na emoção e no comportamento sexual. 
 
Tronco encefálico 
 
O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se 
ventralmente ao cerebelo. Possui três funções gerais, a saber: 1) recebe 
informações sensitivas de estruturas cranianas e controla os músculos da cabeça; 2) 
contém circuitos nervosos que transmitem informações da medula espinhal até 
outras regiões encefálicas e, em direção contrária, do encéfalo para a medula 
espinhal (lado esquerdo do cérebro controla os movimentos do lado direito do corpo; 
lado direito de cérebro controla os movimentos do lado esquerdo do corpo); 3) regula 
a atenção, função esta que é mediada pela formação reticular (agregação mais ou 
 
 
 
 
 
menos difusa de neurônios de tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede 
de fibras nervosas que ocupa a parte central do tronco encefálico). Além destas 3 
funções gerais, as várias divisões do tronco encefálico desempenham funções 
motoras e sensitivas específicas. 
Na constituição do tronco encefálico entram corpos de neurônios que se 
agrupam em núcleos e fibras nervosas. Muitos dos núcleos do tronco encefálico 
recebem ou emitem fibras nervosas que entram na constituição dos nervos 
cranianos. Dos 12 pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão no tronco 
encefálico. 
 
Cerebelo 
 
Situado atrás do cérebro está o cerebelo, que é primariamente um centro para 
o controle dos movimentos iniciados pelo córtex motor (possui extensivas conexões 
com o cérebro e a medula espinhal). Como o cérebro, também está dividido em dois 
hemisférios. Porém, ao contrário dos hemisférios cerebrais, o lado esquerdo do 
cerebelo está relacionado com os movimentos do lado esquerdo do corpo, enquanto 
o lado direito, com os movimentos do lado direito do corpo. 
 
http://members.fortunecity.com/camino2001/Cerebro3.htm 
 
O cerebelo recebe informações do córtex motor e dos gânglios basais de 
todos os estímulos enviados aos músculos. A partir das informações do córtex motor 
sobre os movimentos musculares que pretende executar e de informaçõesproprioceptivas que recebe diretamente do corpo (articulações, músculos, áreas de 
pressão do corpo, aparelho vestibular e olhos), avalia o movimento realmente 
executado. Após a comparação entre desempenho e aquilo que se teve em vista 
23 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
realizar, estímulos corretivos são enviados de volta ao córtex para que o 
desempenho real seja igual ao pretendido. Dessa forma, o cerebelo relaciona-se 
com os ajustes dos movimentos, equilíbrio, postura e tônus muscular. 
 
Medula espinhal 
 
Nossa medula espinhal tem a forma de um cordão com aproximadamente 40 
cm de comprimento. Ocupa o canal vertebral, desde a região do atlas - primeira 
vértebra – até o nível da segunda vértebra lombar. 
A medula funciona como centro nervoso de atos involuntários e, também, 
como veículo condutor de impulsos nervosos. Da medula partem 31 pares de nervos 
raquidianos que se ramificam. Por meio dessa rede de nervos, a medula se conecta 
com as várias partes do corpo, recebendo mensagens e vários pontos e enviando-as 
para o cérebro e recebendo mensagens do cérebro e transmitindo-as para as várias 
partes do corpo. 
 
 
http://cienciasmorfologicas2.blogspot.com/2007/05/medula-espinhal.html 
 
 
 
24 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
25 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
A medula possui dois sistemas de neurônios: o sistema descendente controla 
funções motoras dos músculos, regula funções como pressão e temperatura e 
transporta sinais originados no cérebro até seu destino; o sistema ascendente 
transporta sinais sensoriais das extremidades do corpo até a medula e de lá para o 
cérebro. Os corpos celulares dos neurônios se concentram no cerne da medula – na 
massa cinzenta. Os axônios ascendentes e descendentes, na área adjacente – a 
massa branca. As duas regiões também abrigam células da Glia. 
 
Sistema nervoso periférico 
 
 Nervos 
 
 No SNP, o agrupamento das fibras nervosas forma os nervos. Estes 
geralmente apresentam aparência esbranquiçada, devido ao seu alto conteúdo de 
mielina e colágeno, exceto os que são formados por fibras amielínicas. 
 Os nervos apresentam um tecido de sustentação formado por tecido 
conjuntivo denso, denominado epineuro, quando mais externo, preenchendo os 
espaços entre os feixes e envolvendo o nervo; perineuro, quando reveste cada feixa, 
formado por uma bainha de várias camadas de células justapostas; já o endoneuro é 
constituído pela célula de Schwann que envolve cada axônio com sua lâmina basal 
e um envoltório de fibras reticulares sintetizadas pelas próprias células de Schwann. 
 
Gânglios 
 
Os gânglios consistem em acúmulos de neurônios fora do sistema nervoso 
central. Em geral, estes são órgãos de morfologia arredondada, apresentam uma 
cápsula conjuntiva protetora e encontram-se associados a nervos. Podem aparecer 
como pequenos aglomerados de células no interior de alguns órgãos, como 
acontece na parede do tudo digestivo, onde há a formação dos gânglios intramurais. 
De acordo com a direção do impulso nervoso que transmitem, podem ser sensoriais 
(aferentes) ou gânglios do sistema nervoso autônomo (eferentes). 
 
 
 
 
 
 
II. Tecido Muscular 
 
A. Características 
 
O tecido muscular, juntamente com o tecido ósseo, permite que os 
movimentos sejam realizados pelo corpo. É constituído por células alongadas, as 
fibras musculares, caracterizadas pela presença de grande quantidade de filamentos 
citoplasmáticos específicos, de proteínas contráteis. Assim, as células musculares 
apresentam grande desenvolvimento da função contratilidade. Esta especialização 
envolve alongamento das células, no sentido do eixo da contração, razão pela qual 
são comumente ditas fibras musculares. Por serem altamente especializados, seus 
componentes recebem denominações específicas. A membrana citoplasmática é 
denominada sarcolema; o citoplasma é o sarcoplasma; as fibras contráteis 
citoplasmáticas são chamadas miofibrilas; e o retículo endoplasmático é retículo 
sarcoplasmático. 
 
 
http://www.csj.g12.br/info/corpohumano/Sistema_Muscular.htm 
 
As células musculares têm origem mesodérmica e sua diferenciação ocorre 
devido a um processo de alongamento gradativo com simultânea síntese de 
proteínas filamentosas. 
Em cortes histológicos, costumeiramente corados com Hematoxilina e Eosina 
(HE), os tecidos musculares destacam-se como campos eosinofílicos brilhantes de 
células intimamente aglomeradas. Cortadas longitudinalmente a seus eixos maiores, 
26 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
se apresentam sob forma de longos bastões ou fusos; Cortadas transversalmente, 
apresentam-se circulares. O seccionamento ao aleatório, mais comum, normalmente 
produz diversos perfis de natureza elíptica. Em algumas situações, um corte 
histológico de material do tecido conjuntivo pode ser confundido com músculo, 
devido ao aspecto do tecido. Contudo, a principal diferença é o fato de a fibra 
muscular ser uma célula, enquanto a fibra do tecido conjuntivo ser uma estrutura 
protéica constituída, normalmente, por um tipo principal de proteína. Ou seja, um 
exame um pouco mais cuidadoso é o suficiente para desfazer qualquer dúvida. 
 
 
Corte histológico de tecido muscular da língua. TC: tecido conjuntivo; N: núcleo; Fm: fibra muscular esquelética. 
http://www.pucrs.br/fabio/histologia/atlasvirtual 
 
Em relação às características morfológicas e funcionais, podem-se 
diferenciar, nos mamíferos, três tipos de tecido muscular: o tecido muscular 
esquelético, tecido muscular cardíaco e tecido muscular liso, os quais serão 
discutidos separadamente, a seguir. 
 
B. Tecido muscular esquelético 
 
O tecido muscular esquelético é formado por células alongadas, as fibras, de 
formato cilíndrico, multinucleadas (com núcleos periféricos), que variam de 10 a 120 
micrômetros de diâmetro e apresentam filamentos de proteínas contráteis 
denominados miofibrilas. O nome estriado deriva do aspecto de estriações 
27 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
transversais observadas ao microscópio óptico. Também recebe o nome de músculo 
esquelético porque está geralmente inserido em ossos e é responsável pelos 
movimentos articulares. As fibras do tecido muscular esquelético se formam a partir 
da fusão dos mioblastos, células alongadas do embrião. O posicionamento periférico 
do núcleo auxilia na diferenciação deste tipo de tecido muscular do tecido muscular 
cardíaco, visto que neste os núcleos são centrais. 
 
 
http://www.micron.uerj.br/atlas/Muscular/index.htm 
 
As fibras musculares (células) são envolvidas por uma membrana de tecido 
conjuntivo que é denominada de endomísio, formado pela lâmina basal da fibra 
muscular, associada a fibras reticulares. As fibras se agrupam em feixes que são 
envolvidas pelo perimísio formando os fascículos, e estes agrupados formam o 
músculo, que também é envolvido por uma membrana de tecido conjuntivo 
denominada de epimísio. O tecido conjuntivo desempenha importantes papéis na 
estrutura do músculo estriado:a) mantém as fibras unidas, permitindo que a força de 
contração gerada por cada fibra atue sobre o músculo inteiro; b) permite que a força 
de contração do músculo atue sobre outras estruturas como tendões, ligamentos, 
aponeuroses, periósteo, etc.; c) é por meio do conjuntivo que os vasos sanguíneos 
alcançam o tecido muscular e formam uma rede de capilares que correm entre as 
fibras musculares, alem de também sustentar os vasos linfáticos e nervos. A 
contração das fibras musculares estriadas é voluntária e rápida, e a força da 
contração pode ser regulada pelo número de fibras que é estimulado pelo nervo. 
 
28 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
 
http://educacaofisica.org/joomla/index.php?Itemid=2&id=163&option=com_content&task=view 
 
Organização microscópica das fibras musculares esqueléticas 
 
As miofibrilas são estruturas cilíndricas, que apresentam um diâmetro de 1 a 2 
µm e correm longitudinalmente à fibra muscular, preenchendo quase completamente 
o seu interior. Ao microscópio óptico, aparecem com estriações transversais pela 
alternância de faixas claras e escuras. As miofibrilas são compostas por filamentos 
protéicos (miofilamentos). 
Nas miofibrilas são encontradas as unidades contráteis do músculo, os 
sarcômeros. Analisando a ultra-estrutura de um sarcômero, nota-se este é formado 
basicamente por proteínas filamentosas que se arranjam de forma simétrica e 
paralela. São encontrados filamentos mais finos, formados por actina, tropomiosina e 
troponina, e filamentos mais grossos, formados por miosina. 
 
 
Músculo esquelético da mandíbula. N: núcleo; sr: sarcômero; a: banda A; i: banda I. 
http://www.pucrs.br/fabio/histologia/atlasvirtual/
29 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
30 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
A análise do sarcômero ao microscópio de polarização mostra claramente as 
faixas claras e escuras, sendo que a faixa escura é anisotrópica, sendo então 
denominada faixa A, enquanto a faixa clara é isotrópica, a banda I. No centro da 
banda I, pode ser identificada uma linha transversal escura, a linha Z. Entre duas 
linhas Z consecutivas temos um sarcômero. Em um sarcômero em repouso 
encontram-se miofilamentos de actina (os mais finos) com suas extremidades 
ligadas às linhas Z e as outras livres, enquanto os miofilamentos de miosina se 
encontram “livres”. As faixas I são aquelas que só apresentam miofilamentos de 
actina; nas faixas A, encontram-se tanto miofilamentos de miosina quanto de actina. 
No entanto, na faixa A há uma linha clara central, é a linha H, que é justamente 
formada por miosina. A linha H desaparece no momento da contração, uma vez que 
haverá uma interdigitação dos miofilamentos de actina. 
 
 
 
 
 
 
 
Geneser, F.: Histología. Panamericana S. A. (2002) Madrid. 
 
 
Para que a contração muscular ocorra, é necessário que haja íons Ca2+ 
disponíveis, e é o retículo sarcoplasmático que regula especificamente o fluxo 
desses íons, e atua como depósito deles. O retículo sarcoplasmático consiste de 
uma rede de cisternas do retículo endoplasmático liso, que envolve grupos de 
miofilamenos separando-os em feixes cilíndricos. Quando a membrana do retículo 
sarcoplasmático é despolarizada pelo estímulo nervoso, os íons de cálcio 
concentrados nas cisternas do retículo sarcoplasmático são liberados passivamente 
pela abertura dos canais de Ca2+ e atingem os filamentos finos e grossos da 
vizinhança, ligando-se à troponina e permitindo a formação de pontes entre a actina 
e a miosina. Quando cessa a despolarização, o retículo sarcoplasmático por 
31 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
processo ativo transporta novamente o cálcio para dentro das cisternas, o que 
interrompe a atividade contrátil. 
O sistema de túbulos transversais ou sistema T, constituído por uma rede 
complexa de invaginações tubulares do sarcolema cujos ramos vão envolver ambas 
as junções A-I de cada sarcômero, é responsável pela contração uniforme de cada 
fibra muscular esquelética. Em cada lado de cada túbulo T existe uma expansão ou 
cisterna terminal do retículo sarcoplasmático. Este complexo especializado formado 
de um túbulo T e duas expansões do retículo sarcoplasmático é conhecido como 
tríade, que é responsável pela transmissão da despolarização dos túbulos T para o 
retículo sarcoplasmático. 
 
 
http://curlygirl.no.sapo.pt/tecidosa.htm 
 
 
Inervação 
 
O comando da contração normal das fibras esqueléticas é realizado por 
nervos motores, que se ramificam dentro do tecido conjuntivo do perimísio, onde 
cada nervo origina numerosas terminações. 
A placa motora ou junção mioneural é o local no qual o nervo se insere numa 
depressão da superfície da fibra muscular, perdendo a bainha de mielina, e o axônio 
é recoberto por uma delgada camada de citoplasma das células de Schwann. O 
terminal axônico apresenta numerosas mitocôndrias e vesículas sinápticas que 
contêm o neurotransmissor acetilcolina. 
32 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando um impulso nervoso chega até uma fibra do nervo motor, o terminal 
axônico libera acetilcolina, que se difunde através da fenda sináptica e da placa 
motora e vai se prender a receptores específicos situados no sarcolema das dobras 
juncionais. A ligação com o neurotransmissor faz o sarcolema ficar mais permeável 
ao sódio, o que resulta numa desporalização da membrana. O excesso de 
acetilcolina é hidrolisado pela colinesterase presente no interior da fenda sináptica. 
A despolarização que teve início na placa motora se propaga ao longo da 
membrana da fibra muscular e penetra na profundidade da fibra através do sistema 
de túbulos transversais (T). Em cada tríade o sinal despolarizador passa para o 
retículo sarcoplasmático e resulta na liberação de cálcio, que inicia o ciclo da 
contração. Quando a despolarização termina, o cálcio é transportado ativamente de 
volta paras as cisternas do retículo sarcoplasmático e o músculo relaxa. 
O conjunto de uma fibra nervosa e as fibras musculares que são invervadas 
por ela é denominado unidade motora, sendo que uma fibra nervosa pode inervar de 
uma única fibra muscular, ou então, caso seja ramificada, inervar 160 ou mais fibra 
musculares. Assim, o número de unidades motoras acionadas e o tamanho de cada 
unidade controlam a intensidade da contração do músculo. O tamanho das unidades 
motoras em determinado músculo tem relação com a delicadeza de movimentos 
requerida pelo músculo, de modo que quanto maior for a necessidade de precisão e 
delicadeza de um movimento, menor será o tamanho das unidades motoras 
acionadas por ele. No olho, por exemplo, onde há necessidade de grande precisão 
33 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
34 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
de movimentos, cada fibra inerva uma única fibramuscular, de modo que cada 
unidade motora é pequena. 
 
Outros componentes do sarcoplasma 
 
No sarcoplasma, são encontrados grânulos de glicogênio em abundância, 
representando 0,5 a 1% do peso do músculo. Esses grânulos funcionam como 
depósito de energia, que é mobilizada durante a contração muscular. 
Outro componente do sarcoplasma é a mioglobina, pigmento protéico análogo 
à hemoglobina que atua como principal responsável pela cor vermelho-escuro que 
alguns músculos apresentam. A mioglobina serve de depósito de oxigênio e existe 
em grande quantidade em animais que normalmente mergulham durante períodos 
prolongados, ou com muita freqüência, como focas e baleias. 
 
Sistema de produção de energia 
 
A célula muscular esquelética é altamente adaptada para a produção de 
trabalho mecânico descontínuo, usando energia química. Essa energia é acumulada 
principalmente no ATP e fosfocreatina que são armazenados na célula, e de onde a 
energia pode ser mais rapidamente mobilizada. A energia para ser armazenada no 
ATP e fosfocreatina é obtida pela célula muscular a partir de glicose e ácidos graxos. 
O glicogênio também pode ser usado como fonte de energia química. Uma pequena 
parte da sua energia é liberada durante a glicólise, mas a maior parte da energia é 
produzida durante a oxidação fosforilativa, nas mitocôndrias. Esse processo utiliza o 
oxigênio do sangue ou o oxigênio ligado à mioglobina. 
Nos mamíferos, os músculos em repouso utilizam principalmente os ácidos 
graxos e acetoacetatos circulantes como fonte energética. Quando em grande 
atividade, metabolizam a glicose, que passa a ser principal fonte de energia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contração muscular 
 
O fenômeno da contração inicia-se com o potencial de ação disparado a partir 
da fibra nervosa. O espaço entre o acoplamento da terminação nervosa à fibra 
muscular é chamado fenda sináptica. Tendo o potencial de ação atingido a 
terminação nervosa, abrem-se os canais de cálcio voltagem-dependentes, e a 
entrada de cálcio faz com que as vesículas de acetilcolina sejam liberadas na fenda, 
através da fusão destas vesículas à membrana plasmática e subseqüente exocitose, 
transmitindo o impulso nervoso para a sarcolema. Após a propagação do potencial 
através dos túbulos T, a liberação de cálcio viabiliza a contração muscular devido à 
ligação do íon à troponina C. 
 
 
Mecanismo de contração muscular. As moléculas de cálcio estamos representadas por . 
http://www.wickersham.us/anne/muscular.htm 
 
A ação do cálcio fundamenta-se sobre a alteração conformacional da 
molécula protéica: uma vez ligado à troponina C, esta deformação molecular 
decorrente faz com que os sítios para a conexão actina-miosina fiquem expostos. 
Assim, dá-se o acoplamento entre os filamentos contráteis, onde a ponte cruzada da 
molécula de miosina se liga ao local adequado da molécula de actina. A partir deste 
ponto, ocorre o deslizamento. Para viabilizar este fenômeno, no entanto, é 
fundamental a hidrólise do ATP, liberando energia, que é convertida em energia 
mecânica. A seguir, uma nova molécula de ATP é necessária para que ocorra o 
35 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
desligamento entre os filamentos contráteis; esta molécula não é hidrolisada neste 
momento, pois sua simples ligação à cabeça da miosina altera a conformação da 
molécula e reduz a afinidade entre as proteínas contráteis. 
Deste modo, o ATP é essencial tanto para a contração, quanto para o 
relaxamento. O fator central para a afinidade entre a actina e a miosina é o cálcio; a 
função do ATP é a liberação de energia para a ocorrência do movimento, entre 
outras ações. Este ATP advém de quaisquer rotas metabólicas analisadas até agora. 
Enquanto há cálcio ligado à troponina, há ciclagem de pontes cruzadas e contração 
muscular. A fim de cessar a contração, a cálcio tem de ser removido do sítio de 
ligação à troponina C e transportado de volta ao retículo sarcoplasmático; este 
transporte é ativo (bomba de cálcio), sendo viabilizado pelo ATP. Portanto, o ATP 
possui 3 funções primordiais na contração muscular, fornecendo energia para o 
encurtamento do sarcômero, viabilizando o desligamento acto-miosínico por 
interação físico-química ao filamento espesso e suportando a bomba de cálcio, o 
que encerra a ciclagem das pontes cruzadas. 
 
Molécula de ATP. 
B. Tecido muscular cardíaco 
 
Características gerais 
 
O músculo cardíaco é formado por células alongadas e ramificadas, de cerca 
de 15 µm de diâmetro e 90 a 100 µm de comprimento. Também apresentam 
estriações transversais, mas são facilmente diferenciadas das dos músculos 
esqueléticos por só apresentarem um ou dois núcleos centrais. Um aspecto 
importante dessa musculatura é o fato de entre as suas células existir linhas 
transversais fortemente coráveis que aparecem em intervalos irregulares, 
denominadas discos intercalares. São verdadeiros complexos juncionais que 
36 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
aparecem como linhas retas ou exibem um aspecto em escada. Nesses discos 
encontram-se três especializações de membrana: a zônula de adesão que serve 
para ancorar os filamentos de actina dos sarcômeros terminais; os desmossomas, 
que unem as células musculares impedindo que elas se separem sob a atividade 
contrátil constante do coração; e as junções do tipo GAP (ou junções comunicantes), 
que se situam nas partes laterais dos discos e são responsáveis pela continuidade 
iônica entre as células musculares vizinhas. 
 
 
Tecido muscular cardíaco. a – célula ramificada; b – discos intercalares; c – núcleo com nucléolo. 
http://science.nhmccd.edu/biol/tissue/cardiac.html 
 
Apesar de se tratar de tipo de músculo estriado, sua contração é involuntária 
e rápida. A estrutura e função das proteínas contráteis é praticamente a mesma do 
músculo esquelético, contudo no músculo cardíaco, o sistema T e o retículo 
sarcoplasmático não são tão bem organizados. As tríades não são tão freqüentes, 
sendo característica a presença de díades, constituídas por um túbulo T e uma 
cisterna do retículo sarcoplasmático. Os túbulos T cardíacos se localizam na altura 
da banda Z, e não na junção entre as bandas A e I. Além de grandes depósitos de 
glicogênio e de grânulos de lipofuscina, o sarcoplasma cardíaco contém muitas 
mitocôndrias localizadas próximo a cada pólo do núcleo e também intercaladas entre 
os miofilamentos. A concentração de mitocôndrias é muito mais alta do que no 
músculo esquelético, representando cerca de 40% do volume citoplasmático no 
37 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
músculo cardíaco, contra cerca de 2% no músculo esquelético. Isto reflete o intenso 
metabolismo aeróbico do tecido muscular cardíaco. 
 
 
http://www.answers.com/topic/cardiac-muscle?cat=health 
 
Inervação 
 
Abaixo da camada interna de tecido conjuntivo que reveste o coração, pode 
ser identificada uma rede de células musculares cardíacas modificadas, acopladas à 
parede muscular do órgão: elas têm importante papel na geração e condução do 
estímulo cardíaco, de tal modo que as contrações dos átrios e ventrículos ocorrem 
em determinada seqüência. São as fibras de Purkinje. 
 
 
 
 
http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-circulatorio/sistema-circulatorio-2.php38 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
Não existem no coração terminações nervosas comparáveis à placa motora 
do músculo esquelético, no entanto o coração recebe nervos tanto do sistema 
simpático como do parassimpático, que formam plexos na base do coração. As 
células musculares cardíacas são capazes de autoestimulação, independentemente 
do impulso nervoso. O sistema nervoso exerce no coração uma ação reguladora, 
adaptando o ritmo cardíaco às necessidades do organismo como um todo. A 
reparação de cortes no tecido muscular cardíaco é feita pela proliferação de tecido 
conjuntivo. 
 
C. Tecido muscular liso 
 
Características gerais 
 
O tecido muscular liso é formado por longas células fusiformes, que podem 
medir de 5 a 10 µm de diâmetro por 80 a 200 µm de comprimento. O tamanho e o 
número dessas células podem variar bastante, como no útero grávido, por exemplo, 
que apresenta hiperplasia (aumento do número de células) e hipertrofia (aumento do 
volume de cada célula). 
 
 
Tecido muscular liso do intestino grosso. N: núcleo; fml: fibra múscular lisa; cmL: célula muscular lisa; TC: tecido conjuntivo. 
http://www.pucrs.br/fabio/histologia/atlasvirtual/ 
 
 
39 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
Estas células geralmente estão dispostas em camadas, sobretudo nas 
paredes de órgãos ocos, como tubo digestivo, vasos sanguíneos, etc. Também 
podem ser encontrados no tecido conjuntivo de certos órgãos como próstata e 
vesículas seminais e no tecido subcutâneo de certas regiões como o escroto e os 
mamilos. Podem agrupar-se formando pequenos músculos individualizados (é o 
caso do músculo eretor dos pêlos), ou então constituindo a maior parte de um órgão, 
como no útero. 
 
 
Notar feixes de fibras musculares lisas em corte longitudinal (?) e em corte transversal (?). Observe a presença vaso 
sangüíneo no tecido conjuntivo entre as camadas musculares (*). http://acd.ufrj.br/labhac/fotomuscular.htm 
 
 
As células do tecido muscular liso apresentam apenas um núcleo central e 
são revestidas por lâmina basal e por uma rede muito delicada de fibras reticulares. 
Também encontramos no músculo liso vasos e nervos que penetram e se ramificam 
entre as células. Em corte transversal o seu aspecto é de um aglomerado de 
estruturas circulares ou poligonais que podem ocasionalmente apresentar um núcleo 
central. Em corte longitudinal percebe-se uma camada de células fusiformes 
paralelas. A contração da célula muscular lisa é involuntária e normalmente é lenta. 
Seu sarcolema (membrana plasmática) apresenta uma grande quantidade de 
vesículas de pinocitose denominadas cavéolas, em diferentes estágios de formação, 
que contêm o Ca2+ a ser usado no processo de contração muscular. 
Freqüentemente os plasmalemas de duas células adjacentes se aproximam muito 
40 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
formando uniões estreitas, do tipo zônula de oclusão e junções GAP (comunicantes). 
Essas estruturas não só participam da transmissão do impulso nervoso de célula 
para célula, como também mantêm a união entre as células. Além disso, existe um 
núcleo longo e central por célula. Podemos observar, na zona justanuclear do 
sarcoplasma, algumas mitocôndrias, elementos do retículo sarcoplasmático granular 
e grânulos de glicogênio. Também se encontra presente o aparelho de Golgi, pouco 
desenvolvido. 
A célula muscular lisa apresenta feixes de miofilamentos que se cruzam em 
todas as direções, formando uma trama tridimensional, não demonstrando, os 
miofilamentos de actina e miosina, a mesma organização paracristalina encontrada 
nas fibras estriadas. 
 
 
http://saude.hsw.uol.com.br/viagra2.htm 
 
No músculo liso é possível uma sobreposição dos filamentos grossos e finos 
por maior extensão, o que permite grau maior de contração. Além dos filamentos de 
actina e de miosina, a célula muscular lisa exibe uma trama de filamentos 
intermediários que constituem uma espécie de matriz, participando do citoesqueleto. 
As células musculares lisas não possuem sistema T e seu retículo 
sarcoplasmático (regulador do fluxo de cálcio) é extremamente reduzido. As 
vesículas de pinocitose são numerosas e desempenham um papel importante na 
entrada e saída do íon cálcio. Demonstrou-se recentemente que a célula muscular 
lisa, além de sua capacidade contrátil, pode também sintetizar colágeno do tipo III, 
fibras elásticas e proteoglicanas. 
41 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
 
 
Fibra muscular lisa. Note as cavéolas e o retículo sarcoplasmático. 
Modificado de http://www.mona.uwi.edu/fpas/courses/physiology/muscles/Smooth_Muscle.htm 
 
Existem terminações nervosas no músculo liso, mas o grau de controle da 
contração muscular pelo sistema nervoso varia. O músculo liso recebe fibras do 
sistema nervoso simpático e do parassimpático e não exibe as junções 
neuromusculares elaboradas que ocorrem apenas no músculo esquelético. 
 
 
 
 
 
-----------FIM DO MÓDULO IV----------- 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
43 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
	I. Tecido Nervoso 
	A. Características gerais 
	 
	B. Neurônios 
	 
	C. Células da Glia 
	D. Fibras nervosas 
	E. Transmissão de impulso nervoso 
	D. Sistema nervoso central e periférico 
	A. Características 
	B. Tecido muscular esquelético 
	B. Tecido muscular cardíaco 
	C. Tecido muscular liso

Continue navegando