Buscar

Processo Civil Audiencia Conciliacao mediacao contestação (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Índice
Introdução............................................................................................................3
1.0Audiências de Conciliação ou Mediação.....................................................4
1.1Dos Interesses.................................................................................................4
1.2Atuação do conciliador e do mediador...........................................................4
1.3Requisitos.........................................................................................................6
1.4Exceções...........................................................................................................7
1.5Do Não Comparecimento.................................................................................7
1.6Representante....................................................................................................8
1.7Resultado..........................................................................................................8
1.8Princípios que regulam.....................................................................................8
1.9Recrutamento dos conciliadores e mediadores................................................9
2.0Contestação..................................................................................................10
2.1Dos prazos.......................................................................................................12
2.2Matérias para contestar....................................................................................19
2.3 Preliminares da contestação...........................................................................19
2.4 Inexistência ou nulidade da citação (art. 337, I do NCPC)...........................21
Conclusão..........................................................................................................36
Bibliografia........................................................................................................37
Introdução
Pretende-se demonstrar que as inovações introduzidas no Novo Código de Processo Civil dispuseram acerca da realização de uma audiência de conciliação ou de mediação como fase procedimental inicial. Nota-se que a conciliação e a mediação, como prática de métodos de auto composição, embora não se tratem de instrumentos inéditos no ordenamento jurídico
Também têm recebido maior visibilidade e estímulo, carecendo, portanto, de esclarecimento e reflexão para maior e melhor aplicação no que concerne às respostas do réu, com ênfase na contestação, atendendo um grande clamor por um processo mais célere, principalmente ao que diz respeito à concentração das respostas do réu e à modificação da forma de contagem do prazo para oferecimento da contestação. 
Trata-se, dessa forma, de relevante tema, por sua atualidade, sua interdisciplinaridade e por seus impactos à sociedade e ao sistema jurídico
Audiência de Conciliação ou Mediação
A indicação de uma audiência de conciliação ou de mediação logo na fase inicial do procedimento comum, antes mesmo do oferecimento de defesa por parte do réu. Contudo, a pergunta é inevitável: será que a indicação de tal audiência no início do procedimento colaborará para a resolução rápida dos litígios ou não passará de um ato protocolar visto com má vontade pelos envolvidos
Consiste em uma oportunidade de examinar os temas levados ao Poder Judiciário de uma forma mais voltada a atender os interesses das partes e menos voltada a uma aplicação impura ou estritamente técnica do direito. 
Dos Interesses
Na conciliação alguns interesses abordados, como: respeito e valorização por algo que tenha feito, em grande parte, esses interesses estão fora do alcance de um juiz. Um juiz não pode obrigar alguém em sentença a respeitar ou valorizar o esforço e trabalho alheio. O conciliador tem a missão de identificar quais são os interesses que possibilitam o alcance de resultados que sejam satisfatórios às partes. Outro dever do conciliador consiste em estimular as partes com o apoio de seus advogados a ponderarem os riscos e benefícios de uma demanda judicial. 
Esse papel do advogado é em linhas gerais proteger interesses e direitos do cliente e pode ser feito por meio de conciliação. 
Atuação do conciliador e do mediador
Não pode haver pressão do juiz ou conciliador, que feche acordo. É possível fechar acordo apenas em parte dos pontos e deixar que o juiz julgue os pontos restantes. 
Caso o acordo não seja possível, existe ainda a possibilidade dos advogados ouvirem as testemunhas em momentos separados sobre condição direta dos advogados e não do juiz, desta forma economiza-se tempo, pois uma audiência oitiva de testemunhas que em muitas vezes demora bastante tempo.
As partes podem fazer um acordo para tentarem entregar, por meio de seus advogados, todas as provas para que o juiz apenas julgue o feito. Esse acordo processual é também chamado de negócio jurídico processual. Visa dar celeridade ao processo evitando assim, brigas ou disputas improdutivas. 
Vale mencionar que mesmo com ótimos advogados que assumem causa para resolvê-la de forma eficiente e satisfatória para o cliente, tem a necessidade, dependendo do caso, de chamar um profissional que auxiliará na negociação e poderá estimular todos a encontrarem soluções criativas. Este profissional é o mediador.
O mediador é uma terceira pessoa independente e imparcial que não decide, não sugere soluções e não presta assessoria jurídica e nem técnica. A principal função do mediador é facilitar a comunicação entre as partes por meio de técnicas próprias de mediação. É possível saber se há a necessidade de um mediador durante a própria audiência de conciliação. Muitas vezes os advogados conseguem superar barreiras e identificar de forma eficiente os interesses dos seus clientes, outras vezes o mediador é necessário.
Art. 3 § 2º do NCPC - “O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos”.
Art 3 § 3º do NCPC - A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos de verão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Publico, inclusive no curso do processo judicial. 
O art. 334 da lei 13.105/2015(atualizada pela Lei n. 13.256/2016, aponta em seu caput que "se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de menos e 30(trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20(vinte) dias de antecedência".
O § 8º do seu art. 334 determina que "o não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da Justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado".
Contudo, para atenuar o rigor do § 8º do art. 334 do CPC/2015, o § 10 do mesmo dispositivo estatui que "a parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir".
Portanto, a presença da parte na audiência de conciliação ou mediação a que se refere o art. 334 do CPC/2015 não é obrigatória, uma vez que o § 10 do referido dispositivo permite que seja constituído representante para participar de tal ato processual com poderes para negociar e transigi, inclusive por seu próprio advogado
É plausível recente julgado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo que afastou a multa ilegalmente imposta à parte que não compareceu à audiência de conciliação, porém se fez representar por seu advogado com poderes específicos para transigir e negociar. Confira-se:
"Mandado de segurança – Interposição contra ato judicial que aplicou multa por ato atentatório à dignidade da justiça, em razão do não comparecimento pessoal da autora na audiência de conciliação, nos termos do art. 334, §8° do CPC – Descabimento – Comparecimentoda advogada constituída pela parte com poderes específicos para transigir que afasta a incidência da penalidade, uma vez que o objetivo do legislador é a pacificação dos conflitos, devendo ser punida somente a parte que descumprir com o seu dever de colaboração com a ausência injustificada, o que não se verifica na hipótese – Direito líquido e certo da impetrante amparado pelo art. 334, §10 do CPC – Ordem concedida (TJ/SP, Mandado de Segurança n. 2102925-50.2017.8.26.0000, 14ª Câmara de Direito Privado, Rel. Thiago de Siqueira, concederam a segurança, v.u., j. 13/11/2017)".
Com efeito, não se pode nunca perder de vista que o escopo maior do processo – e não apenas do legislador que fez o CPC/2015 – é a pacificação social. Aplicar uma multa àquele que outorgou uma procuração para o seu advogado representá-lo em audiência de conciliação ou mediação (com poderes para negociar e transigir), ao arrepio do que dispõe o § 10 do art. 334 do CPC, contribuiria para prolongar conflitos em vez de eliminar conflitos, pois seria mais uma batalha secundária a ser travada (sobre o cabimento de uma multa ou não) dentro de um triste processo que nascera devido a um outro conflito certamente mais importante que a multa. É preciso acabar com o processo como instrumento para prolongar conflitos e utilizá-lo para debates de questões que realmente importam para as partes e para a sociedade como um todo (que é quem paga a conta ao final de tudo).
Requisitos
Estabelece o caput do art. 334 do CPC os ditames a ser seguidos em todas as ações cíveis para a realização de audiências de conciliação ou de mediação antes da fase instrutória.
Para que haja a audiência de conciliação e mediação, é necessário que os requisitos essenciais da petição inicial (art. 319) estejam presentes, assim, se o juiz verificar que não é o caso de improcedência liminar do pedido, designará um despacho positivo determinando a realização da audiência de conciliação ou de mediação conforme o caso.
Necessário destacar que o juiz deverá citar o réu 20 dias de antecedência antes da audiência, justamente para possibilitar ao réu a contratação de um patrono para que possa acompanha-lo e instrui-lo em sua defesa
Exceções
As audiências de conciliação e a mediação, em regra, são obrigatórias nas ações cíveis, devendo ocorrer antes da contestação do réu, entretanto há exceções, visto que não haverá audiência nos casos em que haja improcedência liminar do pedido conforme citado anteriormente e, nos casos quando em preliminar contestação, o réu alegue incompetência absoluta ou relativa do juiz, neste caso, designada a audiência, esta será suspensa por previsão expressa do art. 340, § 3°do código processual civil.
Há outras situações de exceção que são demonstradas no § 4°, incisos I e II do artigo 334 do texto legal, que anuncia a não ocorrência da audiência mediante as manifestações expressas pelas partes e, nos casos onde não são permitidos a autocomposição, isto é, caso o processo versar sobre direito em que haja uma tutela diferenciada pelo ordenamento jurídico proibindo assim o acordo entre as partes.
Nestes dois casos, o juiz não agendará a audiência e designará em seu despacho inicial que o réu apresente sua defesa.
Do não comparecimento
Caso as partes manifestem o desejo da realização da audiência ou até mesmo não se manifestem, mas permaneçam em silencio, presumindo assim sua aceitação, o juiz agendará a audiência obrigando a presença das partes ora manifestada.
Assim, caso as partes ou uma delas se ausentarem injustificadamente na audiência, poderá lhe ser imputada a multa disposta § 8° do artigo 334, pois esta pratica um ato atentatório a dignidade da justiça. Esta disposição do texto processual foi imputada justamente para compelir as partes a assumirem as suas responsabilidades pelos atos processuais que praticam ou os deixem de praticar, pois é sabido que o Poder Judiciário está repleto de processos judiciais, sendo necessário que haja das partes o respeito e o comprometimento com sua responsabilidade ante ao compromisso judicial, i.e., se uma audiência foi marcada ela precisa ser respeitada com o comparecimento das partes, logo, se estas ou uma destas não comparece e não apresenta justificativa plausível, será a ela imposta a penalidade prevista no § 8° do referido artigo.
Representante
O parágrafo 10 do artigo 334 dispõe que “a parte poderá constituir representante por meio de procuração especifica com poderes para negociar e transigir” [...], ou seja, é uma oportunidade que a parte tem caso ela não possa comparecer a audiência, para atribuir poderes para outra pessoa negociar em seu lugar, podendo ser o próprio advogado ou uma terceira pessoa de sua confiança.
Resultado
Caso esta audiência tiver um resultado positivo, i.e., as partes entrem em um acordo, este acordo, será homologado por sentença e a partir disso valerá como titulo executivo judicial, ou seja, o título poderá ser executado no mesmo procedimento do cumprimento de sentença.
Caso não prosperar o acordo entre as partes, o processo irá prosseguir seu rito normal, abrindo-se o prazo para a defesa do réu, conforme substanciado no inciso I do artigo 335 do código de processo civil.
Princípios que regulam
Nos termos do artigo 166 caput, a conciliação e mediação são regulados pelos princípios da independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada, podendo ainda incluir outros princípios que estão implícitos dentro do ordenamento jurídico.
Demonstramos a seguir as características de alguns destes princípios:
a) principio da autonomia da vontade – é à base do procedimento consensual, isto é, o direito das partes decidirem sobre os seus destinos, definindo as regras e sempre respeitando o ordenamento jurídico.
b) principio da voluntariedade e decisão informada – se relacionam entre si e com o principio anterior, fundamentando-se na dignidade da pessoa humana, ou seja, não podem ser impostas as partes soluções coercitivamente, devendo sempre informa-las sobre os procedimentos, esclarecendo sobre os direitos e opções dispostas pela lei.
c) principio da informalidade – é a ausência de procedimentos e regras fixas, devendo seguir as normas estabelecidas pelas partes, obviamente respeitando a lei vigente.
d) principio da independência – é a autonomia e liberdade dos conciliadores e mediadores para exercerem suas funções sem qualquer subordinação ou pressão interna ou externa, garantindo desse modo a liberdade dos acordos.
e) principio da oralidade – demonstra a importância da comunicação entre as partes, é o contato pessoal das partes com o conciliador e mediador.
f) principio da imparcialidade e neutralidade – tanto o conciliador como o mediador deverá estar equidistante das partes por ser um terceiro estranho aos envolvidos, devem agir de forma imparcial respeitando os pontos de vista das partes, visando oportunidades para que elas possam explorar a negociação.
g) principio da cooperação e busca do consenso – impede a competitividade e adversariedade entre as partes, favorecendo-as e buscando um dialogo construtivo, sempre objetivando ganhos mútuos entre elas.
h) principio da boa-fé – extremamente importante a sua aplicação nas audiências de conciliação e medição, visto que nestas audiências à necessidade da presença da lealdade, honestidade, sinceridade, justiça, comunicação e cooperação das partes, estendendo-se também aos conciliares e mediadores, para que os procedimentos aplicados sejam produtivos e justos.
Não havendo aplicação deste principio, claramente haverá o comprometimento da audiência.
i) principio da confidencialidade – é a proteção ao sigilo das informações, documentos, propostas, declarações, abrangendo todas as informações produzidas no processo, a qual só poderá ser utilizada nos termos que for deliberados e previstos conjuntamente pelas partes.
Este principio favorece a boa-fé, ao dialogo e a transparência.
Recrutamento dos conciliadorese mediadores
Quem pode ser conciliadores
Bacharéis em qualquer curso superior reconhecido pelo MEC; 
Estudantes, a partir do 4º semestre, mediante autorização expressa do Juiz de Direito perante quem o conciliador exercerá suas funções; 
Ser certificado em curso de capacitação ministrado ou reconhecido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios. 
Quem pode ser mediador
Bacharéis em qualquer curso superior reconhecido pelo MEC; 
Ser certificado em curso de capacitação ministrado ou reconhecido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios. 
Quem não pode ser conciliador/mediador
São impedidas de serem nomeados conciliadores as pessoas que exercem atividade político-partidária, aquelas que desempenham atividade de advocacia perante o Juizado Especial em que pretendem atuar como conciliador, quem possui processo em andamento no juízo onde pretende exercer a função, assim como quem traz condenação criminal por decisão transitada em julgado. 
Os conciliadores/mediadores recebem alguma remuneração
As funções de Conciliador/Mediador são exercidas a título honorífico e sem vínculo com o Estado, sendo considerado serviço voluntário público relevante.
Bacharéis em Direito: O exercício da função de conciliador/mediador, por bacharel em Direito, por período mínimo de 16 (dezesseis) horas mensais e durante 1 (um) ano, constitui título em concurso público para o cargo de Juiz de Direito Substituto, podendo ser critério de desempate neste ou em qualquer concurso realizado no âmbito da Justiça do Distrito Federal. Bacharéis em Direito: Na etapa da inscrição definitiva em concurso público para o cargo Juiz de Direito Substituto, considera-se atividade jurídica o exercício da função de conciliador/mediador junto a tribunais judiciais, juizados especiais, varas especiais, anexos de juizados especiais ou de varas judiciais, no mínimo por 16 (dezesseis) horas mensais e durante 1 (um) ano; (Resolução 75/2009- CNJ).
Estudantes de Direito: O exercício da função de conciliador por estudantes de direito constitui horas complementares para fins de estágio em faculdade. 
O primeiro passo é procurar o juizado, Centro Judiciário de Solução de Conflitos – CEJUSC - ou vara no fórum da circunscrição onde se pretende atuar. Os endereços dos juizados estão na página do TJDFT ou na página do NUPEMEC. 
No juizado, o candidato preencherá ficha de cadastro e levará os seguintes documentos, acompanhado dos originais (quando for o caso): 
Duas fotos 3x4 (uma para a ficha de cadastro e outra para o crachá);
Original e cópia da carteira de identidade;
Original e cópia do CPF;
Original e cópia do diploma, se graduado ou declaração de escolaridade original, se acadêmico; Certidão emitida pelo Cartório Distribuidor na esfera Criminal, ou pelo site do
TJDFT ou Certidão emitida pela Polícia Federal (http://www.dpf.gov.br/); Termo de Adesão do Candidato, comprometendo-se a atuar no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, por no mínimo 16 horas mensais durante um ano (assinado pelo candidato); Declaração do candidato de que não é parte em processo em andamento no juízo onde pretende atuar.
Após entrevista com o Juiz ou Diretor de Secretaria (ou Coordenadores, se CEJUSCs), o Juizado ou CEJUSCs encaminharão ao NUPEMEC (pelo malote) os seguintes documentos
 A ficha de cadastro do candidato a Conciliador/Mediador preenchida e assinada pelo Diretor de Secretaria ou Juiz e pelo candidato; 
As cópias dos documentos citados no parágrafo anterior conferidas com o original pelo Diretor de Secretaria ou Supervisor de conciliação; A Certidão de Nada Consta Criminal;
Termo de Adesão do Candidato, comprometendo-se a atuar no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, por no mínimo 16 horas mensais durante um ano (assinado pelo candidato);
Declaração de que não é parte em processo em andamento no juízo onde pretende atuar.
Os candidatos selecionados, cadastrados e que atendem a todos os requisitos da Portaria Conjunta nº20 de 4 de março de 2015, deverão ser indicado pelos Juízos ou CEJUSCs para fazer a capacitação em técnicas de conciliação/mediação, ministrado pelo TJDFT, nos moldes da Resolução 125/2010 do CNJ.
Atualmente a capacitação em técnicas de conciliação/mediação é dividida em duas partes: a teórica e o estágio supervisionado. 
Aprovado na parte teórica o candidato ganha o direito de participar do estágio supervisionado que compreende 10 sessões de Conciliação/Mediação. 
Aprovado no curso o candidato é nomeado, através de Portaria, pela Segunda-Vice Presidência do TJDFT, Conciliador/Mediador Judicial. 
A partir da data da publicação da portaria de nomeação, o candidato precisa completar a prestação do serviço voluntário por no mínimo 16 horas mensais, durante 1 ano. 
A emissão do certificado de conclusão da capacitação em técnicas de conciliação/mediação está condicionada à conclusão desse serviço voluntário de um ano. 
É facultativa a atuação do conciliador por período superior a um ano, desde que já tenha completado a carga-horária mínima exigida no Termo de Adesão e Compromisso. 
Os alunos reprovados no curso por motivo de falta sem justificativa ou nota serão excluídos, por um ano, da lista de indicação do NUPEMEC para a realização de novos cursos. 
A certidão de desempenho de atividades do conciliador por no mínimo 16 horas mensais durante um ano será expedida pelo NUPEMEC, com base em declaração emitida pelo juizado o CEJUSC onde o conciliador/mediador atuou.
Contestação
A contestação é a peça que compreende toda a defesa do réu. É neste instrumento que o réu deve rechaçar todos os argumentos do autor e manifestar-se sobre os aspectos formais e materiais.
Os argumentos de origem formal se relacionam à ausência de alguma formalidade processual exigida, e que não fora cumprida pelo autor em sua peça inicial e dependendo da gravidade, podem ocasionar fim do processo antes mesmo do magistrado apreciar o conteúdo do direito pretendido. A imperfeição apontada pelo réu retiraria do autor a possibilidade de seguir adiante, ou retardaria o procedimento até que seja sanada a imperfeição. Essa é a chamada defesa indireta. 
Já os aspectos materiais se relacionam ao conteúdo do direito que o autor reivindica; é mérito da causa. É a chamada defesa direta ou de mérito, na qual o réu ataca o fato gerador do direito do autor, ou as conseqüências jurídicas que o autor pretende. O art. 300 do CPC dispõe acerca da contestação:
Art. 300. Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.
O princípio da concentração (ou princípio da eventualidade) determina que o réu deve, em sede de contestação, alegar toda a matéria de defesa, tanto processual, quanto de mérito.
Não há possibilidade, como ocorre no processo penal, de aguardar um momento mais propício para expor as teses de defesa. No processo civil é necessário que o réu deduza todas as matérias de defesa que serão utilizadas na própria contestação.
Dessa forma, ressalta-se a grande importância da contestação para a defesa do réu, pois este é o momento oportuno para que o mesmo possa alegar todas as suas razões, sob pena de não poder mais se utilizar de determinados argumentos de defesa que não foram alegados em sede de contestação.
2.1Dos prazos:
De acordo com Caput o Art. 335 do CPC – O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15(quinze) dias, cujo termo inicial será a data:
I – da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição;
– do protocolo do pedido de cancelamento de audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, (...).
(...) Quando ocorrer a hipótese do art. 334,parágrafo 4, inciso II havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir de ação em relação a réu ainda não citado, o prazo pararesposta correrá da data da intimação da decisão que homologar a desistência
2.2 O litisconsórcio passivo e o prazo para contestar no novo CPC
No cômputo dos prazos, somente serão considerados os dias úteis (artigo 219). Ficam, portanto, excluídos da contagem dos prazos processuais, além dos feriados locais, estaduais ou nacionais, instituídos por lei, “para efeito forense”, são também “feriados” os sábados, domingos e os dias nos quais não houver expediente na respectiva unidade judiciária (artigo 216). Lembre-se que estamos diante de prazos peremptórios.
Os litisconsortes que tenham diferentes procuradores, desde que de escritórios de advocacia distintos, terão os seus prazos computados em dobro, independentemente de qualquer requerimento (artigo 229), sendo certo que tal benefício não se aplica no âmbito do processo eletrônico (artigo 229, parágrafo 2º). A regra do artigo 229 incide inclusive na impugnação ao cumprimento de sentença (artigo 525, parágrafo 3º).
Ademais, de acordo com o enunciado artigo 213, o ato da parte, em processo eletrônico, pode ser efetivado em qualquer horário até a meia-noite (24hs) “do último dia do prazo”.
Merece significa atenção o dia de inicio de prazo para oferta da contestação, seja no procedimento comum, seja-nos procedimentos especiais. Trata-se de prazo peremptório.
O prazo legal fixado é também de 15 dias, a contar: 
a) da audiência de conciliação ou de mediação, quando uma das partes não comparecer ou resultar infrutífero qualquer acordo; 
b) do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu; e 
c) da data especificada no artigo 231, consoante a forma pela qual foi realizada a citação (artigo 335).
A arguição de incompetência relativa, a impugnação ao valor da causa e a reconvenção passam com o novo CPC  a ser deduzidas na própria contestação (artigos 337 e 343), não havendo, pois, nestas hipóteses, qualquer problema relacionado a prazo.
Deferida a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum não superior a 15 dias para que as partes apresentem o rol de testemunhas (artigo 357, parágrafo 4º).
No procedimento da produção da prova pericial, os litigantes dispõem de 15 dias para indicar assistente técnico e apresentar os respectivos quesitos (artigo 465, parágrafo 1º).
Registre-se que quanto ao cumprimento provisório ou definitivo da sentença, após o transcurso do prazo de 15 dias, previsto no artigo 523, sem que o executado tenha adimplido o débito exigido, inicia-se automaticamente o prazo de mais 15 dias para que apresente ele impugnação.
Nos procedimentos especiais, ressalte-se que, naquele da ação de consignação em pagamento, se for alegada a insuficiência do depósito, o autor da demanda poderá complementá-lo no prazo de 10 dias (artigo 545). Trata-se de ação declaratória que não perdeu seu aspecto dúplice, em caso de derrota do consignante.
A contestação, nos embargos de terceiro, deve ser oferecida no prazo de 15 dias (artigo 679).
Quanto ao processo de execução, o legislador estabeleceu, em vários dispositivos, o prazo de 10 dias para que, v. g.: a) o exequente requeira a substituição da penhora(artigo 847); e b) o exequente requeira, ao invés da sub-rogação, a alienação judicial do direito penhorado (artigo 857, parágrafo 1º).
Os embargos à execução devem ser opostos no prazo de 15 dias, a contar das situações previstas no artigo 231, considerando-se a forma pela qual a citação foi efetivada (artigo 915).
Quanto à advocacia pública, a teor do artigo 183 do novo CPC, tem-se o que segue: Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico. 
Não se aplica no âmbito dos embargos à execução o privilégio da duplicação do prazo, prevista no artigo 229 (artigo 915, parágrafo 3º).
Quanto aos recursos, o artigo 1.003, parágrafo 5º, preceituou que: “Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 dias”, sendo ônus de o recorrente comprovar a existência de feriado local no ato de interposição do recurso (parágrafo 6º).
Nesse particular, a afastar qualquer dúvida, merece também ser transcrito o disposto no artigo 1.070: “É de 15 dias o prazo para a interposição de qualquer agravo, previsto em lei ou em regimento interno de tribunal, contra decisão de relator ou outra decisão unipessoal proferida em tribunal”.
Os embargos de declaração devem ser opostos no prazo de cinco dias (artigo 1.023). A contagem de prazo em dobro vale para a interposição e resposta dos recursos em geral (artigo 229), inclusive do denominado agravo interno. Cuidado! Esta regra — repita-se — não vigora se o processo for eletrônico (artigo 229, parágrafo 2º).
Vem o problema de vários litisconsortes passivos. Um deles, ou alguns, não são intimados para a audiência de conciliação? A partir de quando se conta o prazo?
Colho e excelente artigo no site Migalhas (O importante é contestar, por Jorge Amaury Maia Nunes e Guilherme Pupe da Nóbrega): “Cabe observar que, com o deslocamento da audiência de conciliação e mediação para momento anterior à oferta da contestação, em procedimento técnico superior àquele determinado pelo Código de 1973, foi necessário descer a minúcias com relação ao prazo para contestar. Antes de tudo, não deve ser olvidado que o prazo será sempre contado em dias úteis, por força do disposto no art. 219 deste código. Depois, deve ter-se em mente que o prazo, no procedimento comum, é de 15 dias, ressalvada a concessão em dobro para: Ministério Público; União, Estados, Distrito Federal, Municípios, respectivas autarquias e fundações de direito público; Defensoria Pública (e entidades com ela conveniadas que prestam assistência jurídica gratuita) e escritórios de prática jurídica de faculdades de Direito reconhecidas por lei.
Além disso, cabe atentar para o termo inicial do prazo. Deveras, dadas as múltiplas possibilidades existentes na fase processual que antecede a contestação, o legislador optou pela cautela: em uma primeira hipótese, admitiu que a audiência de que trata o art. 334 (i) ocorra em uma única sessão; (ii) ocorra em mais de uma sessão; (iii) designada, haja o não-comparecimento de qualquer das partes, ou, em todas as hipóteses até então versadas, as partes não cheguem à solução do litígio. Nessas circunstâncias, a data da última audiência frustrada marca o termo inicial do prazo para contestar. Incide aqui a antiga regra, renovada no art. 224, de que deve ser excluído o dia do início e incluído o dia do vencimento.
Já se viu que o autor pode, na petição inicial, indicar seu desinteresse na realização da audiência de conciliação ou mediação. É necessário, entretanto, que haja, também, o desinteresse do réu (ou de todos os litisconsortes, se for o caso), que deve formular pedido de cancelamento, na forma do inciso II do art. 335. Se essa a hipótese, o termo inicial do prazo para contestar será a data da realização do protocolo desse pedido.
Se não se tratar de hipótese em que deva realizar-se a audiência de conciliação ou mediação, porque, por exemplo, a matéria não comporta auto composição, o termo inicial do prazo obedece ao disposto no art. 231 do CPC, a saber: a data da juntada do AR aos autos; a data da juntada do mandado de citação devidamente cumprido; ou a data da própria citação quando esta se der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria.
Há duas considerações adicionais a fazer, relativamente ao prazo para contestar, na hipótese de existência de litisconsórcio passivo. A primeira relativa ao fato de que o novo Código quebra a tradição do prazo comum para a contestação dos litisconsortes passivos: agora, em havendo manifestação de desinteresse na realização da audiência de conciliação ou mediação por parte de todos os litisconsortes passivos,o termo inicial do prazo para contestar será individual e contado da data da apresentação do respectivo pedido de cancelamento da audiência. A segunda, que repete parcialmente a regra do parágrafo único do art. 298 do CPC de 1973: se não cabe autocomposição e o autor desiste da ação em relação ao réu que ainda não foi citado, o prazo para resposta começa a fluir da data da intimação da decisão que homologar a desistência. “Nessa hipótese, o prazo é comum para todos os litisconsortes remanescentes, aplicando-se, se for o caso, a dobra de que trata o art. 229 deste Código, ressalvados, por expressa disposição de lei, os processos eletrônicos.”
Em “Entendendo direito, Audiência de mediação e conciliação – artigo 334 do CPC/15, Luiz Rodrigues Wambier(coordenador) acentua:“ O legislador deixa clara a opção favorável à autocomposição, uma vez que refere que ambas as partes devem expressamente manifestar o desinteresse na composição consensual. Assim, apenas uma parte manifestando-se contra a realização da audiência, o legislador prefere apostar na possibilidade de a conciliação ou de a mediação vencer a resistência ao acordo em audiência, ainda que tal fato gere uma delonga maior no processo (caso a conciliação ou mediação não restem exitosas) e acabe ofertando à parte ré possibilidade de tempo alargado para preparação de sua defesa, uma vez que o prazo inicial para a contestação apenas começa a correr da data da audiência (ou da última sessão) quando não for possível a autocomposição (hipótese do art. 335, I17).
No caso de litisconsórcio, apenas não haverá a realização da audiência se todos, no polo ativo ou passivo, se opuserem à sua realização (art. 334, § 6º) e o prazo de defesa tem termo inicial autônomo para cada um deles (art. 335, § 1º).
A solenidade pode realizar-se por meios eletrônicos, nos termos da lei, e seguindo a lógica do novo diploma processual civil de priorizar atos eletrônicos quando possível, em razão da celeridade. (art. 334, § 7º).
Se não houver comparecimento nem justificativa plausível do autor e do réu na audiência, é configurado ato atentatório à dignidade da justiça e haverá sanção com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado, considerando que a natureza dessa multa é punitiva, apesar de ter caráter pedagógico preventivo, no sentido de evitar o descomprometimento das partes com a tentativa de solução consensual do conflito.
Não há que se falar em revelia, caso o réu não compareça à audiência. A revelia decorre da não apresentação de contestação (art. 344 CPC/15).”
Deveras é ter cuidado com o prazo para o prazo peremptório para contestar, onde, pelo princípio da eventualidade, o réu deve apresentar sua defesa em juízo.
Contagem de prazo para a contestação quando houver litisconsórcio passivo:
Art. 335.
§ 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6º, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência.
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II, havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência.
No caso de litisconsórcio passivo e nenhum deles quiser a conciliação (art. 334, § 6º do NCPC), o prazo é individual para cada um dos réus e será contado o prazo a partir do protocolo da petição com pedido de cancelamento da audiência realizada por cada um.
Se houver mais de um réu (e o direito não admitir autocomposição art. 334, § 4º, II do NCPC) e, ainda, houver desistência do autor em relação a um réu ainda não citado, o prazo será contado da intimação da decisão que homologar a desistência.
2.2 Matérias para contestar
O princípio da concentração (ou princípio da eventualidade) determina que o réu deve, em sede de contestação, alegar toda a matéria de defesa, tanto processual, quanto de mérito.
Não há possibilidade, como ocorre no processo penal, de aguardar um momento mais propício para expor as teses de defesa. No processo civil é necessário que o réu deduza todas as matérias de defesa que serão utilizadas na própria contestação.
Dessa forma, ressalta-se a grande importância da contestação para a defesa do réu, pois este é o momento oportuno para que o mesmo possa alegar todas as suas razões, sob pena de não poder mais se utilizar de determinados argumentos de defesa que não foram alegados em sede de contestação.
No artigo 336 do NCPC, cujo correlato no Código de 1973 era o art. 300, fala-se sobre a contestação:
Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.
Não há alteração substanciais com relação a legislação de 1973, do art. 300. É a oportunidade que o réu terá de fazer toda a sua matéria de defesa.
A contestação também deve ser vista como um momento apropriado para o réu discutir não só a matéria de mérito, como também, matéria de conteúdo processual, conforme estabelecido no art. 337 do NCPC.
2.3 Preliminares da contestação
A contestação deve ser estruturada em duas partes: uma parte em que o réu fará a defesa processual (ou indireta) e uma segunda parte, em que o mesmo fará uma defesa de mérito (ou direta).
A defesa processual deve ser feita primeiramente, num tópico separado sob o título: "Preliminares".
Há defesas processuais que somente irão retardar o feito, são as chamadas defesas processuais dilatórias. Elas ocorrem quando o réu alerta o magistrado sobre alguma imperfeição formal que pode ser sanada. Essas imperfeições, então, pela natureza, não irão causar a extinção do processo, mas apenas uma ampliação do procedimento, que deverá se ajustar aos moldes do que fora exigido pela lei.
Por outro lado, há defesas processuais que causam a extinção do processo antes mesmo que o magistrado analise o mérito da causa; são chamadas defesas processuais peremptórias. Essas ocorrem quando o réu alerta o magistrado para uma imperfeição formal tão grave que impede que o feito prossiga seu curso normal, e dessa forma, o juiz determina que o processo será extinto.
Num terceiro grupo encontram-se as defesas processuais dilatórias que podem se tornar peremptórias. Essas ocorrem quando há uma imperfeição formal que não enseja extinção do processo e que dependa de uma conduta do autor para sanar a imperfeição. Só que o autor não cumpre a atitude necessária para ajustar a situação, e dessa forma, o vício não é sanado.
Por isso, uma defesa processual dilatória se tornou peremptória, e irá ocasionar a extinção do processo.
Vista essa classificação das matérias que poderão ser argüidas preliminarmente, agora será feita a análise de cada matéria que réu poderá alegar nessa parte de sua contestação, conforme previsto no acordo com o art. 337 do NCPC.
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
I - inexistência ou nulidade da citação;
II - incompetência absoluta e relativa;
III - incorreção do valor da causa;
IV - inépcia da petição inicial;
V - perempção;
VI - litispendência;
VII - coisa julgada;
VIII - conexão;
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
X - convenção de arbitragem;
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
Manteve-se no NCPC a mesma estrutura da contestação: matéria de mérito e preliminares processuais; as principais mudanças foram a ampliação das matérias processuais que podem ser arguidas em sede de preliminar de contestação. Vamos analisar cada uma delas.
2.4 Inexistência ou nulidade da citação (art. 337, I do NCPC)
A citação, ou seja, é o ato pelo qual o réu, o executado ou o interessado é convocadopara integrar a relação processual, conforme descrito no art.23888 doNCPCC (correlato art. 213 do CPC de 1973):
Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual.
Podemos dizer que a citação é ato processual necessário e essencial no processo, conforme determina o art. 239 do NCPC (correlato art. 214 do CPCde 1973):
Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido. Assim, o réu pode alegar a falta ou a nulidade da citação em sede de preliminar.
Ressalta-se que, diante da nulidade da citação, caso o réu compareça espontaneamente nos autos, será suprida a falta ou nulidade de citação, e o prazo para contestação começará a fluir desta data. É o que diz o art. 239, § 1ºdo NCPC:
Art. 239. (...)
§ 1º O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à execução.
Além disso, se rejeitada pelo magistrado a alegação de nulidade, tratando de processo de conhecimento, réu será considerado revel, nos termos do art. 239, § 2º do NCPC:
Art. 239. (...)
§ 2º Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se de processo de:
I - conhecimento, o réu será considerado revel;
Essa possibilidade do vício ser sanado automaticamente tem como base o princípio da instrumentalidade, pelo qual serão considerados válidos, os atos, que embora sejam realizados de outra forma, tenham cumprido a sua finalidade, previsto no art. 188 do NCPC (correlato no Código de 1973 art. 154):
Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.
Percebe-se que a nulidade ou ausência da citação não ensejará a extinção do processo, e assim, trata-se de uma defesa processual dilatória, pois apenas irá prolongar o procedimento até que seja corrigida ou sanada a imperfeição.
Incompetência absoluta e relativa (art. 337, II do NCPC)
Toda petição deve ser dirigida a um juízo competente, ou seja, a um membro do Poder Judiciário que tenha a função específica de solucionar aquele tipo de demanda.
Há várias regras que determinam competência, estabelecidas pelo Código de Processo Civil, pelas normas de organização judiciária e pela própria Constituição da Republica Federativa do Brasil.
Como esse assunto é um tema muito extenso e cheio de detalhes, comporta um estudo mais aprofundado assim que em breve postaremos especificamente sobre o tema.
Entretanto, em linhas gerais, a competência é tema que merece um destaque especial, pois é relevante tanto para o autor, como o para o réu.
Ora, de um lado a definição da competência se apresenta como requisito fundamental para aquele que deseja ajuizar uma ação, e por outro, pode ser usado como um importante argumento de na defesa.
Apontam-se vários critérios para se determinar o juízo competente, dentre os quais, o critério da competência em razão do valor da causa, em razão da matéria a ser discutida na demanda, competência funcional dos órgãos que compõem o Poder Judiciário e competência territorial, que determinará o local apropriado para que seja proposta uma demanda.
Só para esclarecer, há casos em que a incompetência do juízo pode ser absoluta ou relativa.
Diz-se que é absoluta quando se tratar da matéria e da hierarquia; e relativa quando se tratar do território e do valor da causa.
Essa classificação assume maior importância pelas consequências jurídicas que cada tipo de incompetência acarreta.
Na incompetência absoluta, o processo deve ser remetido ao juízo competente, pois a matéria e o grau de jurisdição não são compatíveis com a demanda em curso.
Já na incompetência relativa, se as partes nada manifestarem, o vício se convalida, e, assim, o juízo, que a princípio era incompetente, tornará competente para analisar a causa, pois não há nenhuma incompatibilidade que impeça a ocorrência do julgamento. É o que diz o art. 65 do NCPC:
Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação.
Na preliminar de contestação, com a edição do NCPC, deve ser arguida pelo réu tanto a incompetência absoluta quanto a incompetência relativa, nos termos do art. 64 do NCPC. No CPC de 1973, art. 300, II, só se falava em incompetência absoluta.
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação.
Uma grande alteração promovida pela nova legislação é a possibilidade do réu alegar a incompetência relativa também em sede de contestação. Na legislação de 1973, tal matéria somente poderia ser alegada na forma de exceção, cujo processo era apenso aos autos principais.
Contudo, a jurisprudência do STJ já caminhava no sentido de permitir ao réu alegar incompetência relativa em sede de preliminar de contestação, haja vista que o procedimento apenso geraria discussão que poderia suspender o processo principal, e ao final ser atacada via agravo de instrumento, e tal alegação seria analisada, então pelo tribunal.
Para se evitar todo esse caminho, a despeito da legislação de 1973, o STJ já permitia que a alegação de incompetência relativa fosse arguida em sede de preliminar de contestação. Dessa forma, alguns doutrinadores informam que a legislação de 2015 apenas teria positivado na lei algo que já era assinalado pela jurisprudência.
Em relação à incompetência absoluta, uma vez acolhida pelo juízo, o processo não será extinto, mas deverá ser remetido ao juízo competente, nos termos do art. 64, § 3º do NCPC:
Art. 64. (...)
§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente
Outra mudança trazida pelo NCPC é com relação aos atos praticados pelo juiz incompetente em caso de incompetência absoluta. No CPC de 1973 (art. 113, § 2º) os atos decisórios praticados pelo juiz incompetente eram considerados nulos após a declaração de incompetência.
Já no NCPC, os atos praticados pelo juiz incompetente, salvo decisão judicial em sentido contrário, serão conservados até que outra decisão seja proferida pelo juiz competente, se for o caso, nos termos do art. 64, § 4º do NCPC: Art. 64. (...)
§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente.
Dessa forma, essa defesa processual também pode ser apontada como dilatória, pois não irá ensejar a extinção do processo.
Incorreção do valor da causa (art. 337, III do NCPC)
Grande novidade do NCPC.
O valor da causa sempre foi discutido por um incidente processual descrito no art. 261 do CPC de 1973. Tal incidente de impugnação ao valor da causa era realizado em autos apartados.
Já na nova sistemática do NCPC a incorreção do valor da causa deve ser alegada em sede de preliminar de contestação, sob pena de preclusão, ou seja, de perder o momento processual oportuno para alegar, conforme previsão do art. 293 do NCPC:
Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído à causa pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a complementação das custas.
Inépcia da petição inicial (art. 337, IV do NCPC)
A petição inicial é um instrumento pelo qual o autor provoca a atividade judicial para a solução de seu caso concreto. Por ser um mecanismo de extrema relevância dentro do processo, a lei enumera inúmeros requisitos que devem ser seguidos para a estruturação dessa peça inicial.
Tais requisitos se encontram dispostos nos arts. 319 e 320 do NCPC.
Importante mencionar que o próprio magistrado pode determinar que o autor emende a petição inicial, quando perceber a ausência de algum requisito formal.
No caso do autor não tomar a providência necessáriapara regularizar a situação no prazo determinado, a petição inicial será considerada inepta. Tal regra está prevista no art. 321 do CPC:
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
O réu, ao alegar a inépcia da petição inicial, objetiva à extinção do processo sem julgamento do mérito, ou seja, impossibilidade de julgar o conteúdo do direito tendo em vista um vício formal não observado.
O art. 330, parágrafo único, do NCPC enumera as hipóteses em que uma petição será considerada inepta:
Art. 330. (...)
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico;
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.
Dessa forma, a alegação de inépcia da inicial trata-se de defesa processual peremptória, pois objetiva a extinção do processo, quando o autor não toma as atitudes necessárias para suprir as deficiências apontadas.
Perempção (art. 337, V do NCPC)
Quando o autor deixa de promover atos e diligências que deveria ter exercido, abandonando a causa por mais de trinta dias, gera a extinção do processo sem julgamento do mérito em virtude da inércia do autor, conforme previsto no art.48555, V doNCPCC:
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
Mas esse comportamento do autor não irá impedir que o autor ajuíze, novamente, ação idêntica à anterior.
A lei só restringirá o ajuizamento de outra ação idêntica quando esse comportamento do autor se repetir por três vezes, deixando que a ação se extinga por sua inércia.
Nesse caso, ocorre o que chama de perempção.
Assim, se o autor, ajuizar, numa quarta tentativa, a mesma ação, o réu pode alegar a perempção, caso em que o processo será extinto, e ao autor somente será permitido alegar a matéria em sua defesa, caso seja necessário. Tal regra se encontra prevista no art. 486, § 3º do NCPC:
Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo a ação.
§ 3º Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito.
Como essa preliminar ocasiona a extinção do processo sem julgamento do mérito, trata-se de defesa processual peremptória
Litispendência (art. 337, VI do NCPC)
Continuando na análise das matérias que devem ser arguidas preliminarmente na contestação: litispendência.
Ocorre a litispendência quando duas causas são idênticas quanto às partes, pedido e causa de pedir, ou seja, quando se ajuíza uma nova ação que repita outra que já fora ajuizada, sendo idênticas as partes, o conteúdo e pedido formulado.
O art. 337, §§ 1º, 2º e 3º do NCPC trazem o conceito de litispendência:
Art. 337 (...)
§ 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada.
§ 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.
§ 3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso.
Por força do art. 485, V, do NCPC, essa defesa processual enseja a extinção do processo sem resolução de mérito, faz com esta também seja uma defesa peremptória.
Coisa julgada (art. 337, VII do NCPC)
Ocorre coisa julgada quando uma pessoa ajuíza ação idêntica a uma ação anteriormente decidida.
A litispendência e a coisa julgada são situações muito semelhantes, sendo que a principal diferença é que na litispendência o autor ajuíza ação idêntica a uma outra ação em curso, e no caso da coisa julgada, o autor ajuíza ação idêntica à outra que já fora julgada.
O conceito de coisa julgada está no art. 337, § 4º do NCPC:
Art. 337 (...)
§ 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado.
Ressalte-se que para ocorrer a coisa julgada há de se ter uma ação idêntica totalmente definida, ou seja, sem que haja nenhuma possibilidade de reverter a decisão, pois não cabe mais nenhum recurso.
Dessa forma, não se pode permitir que o autor tente buscar uma diferente decisão a respeito de um tema sobre o qual já tenha tido um pronunciamento judicial definitivo.
Por isso, o réu poderá argüir preliminarmente em sua contestação, a existência de coisa julgada, sendo essa uma defesa peremptória, por ensejar a extinção do processo sem julgamento do mérito.
Conexão (art. 337, VIII do NCPC)
Causas conexas são aquelas em que há o mesmo pedido ou a mesma causa de pedir, conforme previsão do art. 55 do CPC:
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.
Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado, nos termos do art. 55, § 1º do NCPC:
Art. 55. (...)
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado.
Além disso, serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles, o que está disposto no art. 55, § 3º do NCPC:
Art. 55. § 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles. Como essa alegação preliminar não enseja a extinção do processo, trata-se de defesa processual dilatória.
Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização (art. 337, IX do NCPC)
Toda pessoa é capaz de ser titular de direitos e obrigações na ordem civil, conforme determina o art. 1º do Código Civil de 2002. Entretanto, para postular em juízo a pessoa deve estar apta a exercer todos os seus direitos, conforme determina o art. 70 do NCPC:
Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo.
Dessa forma, de acordo com o Código Civil Brasileiro, essa capacidade para o exercício de todos os atos da vida civil se dá com 18 (dezoito) anos completos, de acordo com o que determina o art. 5º do Código Civil de 2002:
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
No Código Civil de 2002, são elencadas as pessoas que são relativamente ou absolutamente incapazes para o exercício dos atos da vida civil:
Absolutamente incapazes
- os menores de dezesseis anos;
- os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;
-os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
Relativamente incapazes
- os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
- os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;
- os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
- os pródigos.
Assim, para determinados atos da vida civil, como ser parte em um processo judicial com o objetivo de reivindicar um direito, aqueles que não possuem capacidade plena, devem ser representados ou assistidos, pelos pais, tutores ou curadores, de acordo com cada caso.
O art. 75 do NCPC, trata de outros casos em que é necessária a representação:
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado;
II - o Estado e oDistrito Federal, por seus procuradores;
III - o Município, por seu prefeito ou procurador;
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar;
V - a massa falida, pelo administrador judicial;
VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador;
VII - o espólio, pelo inventariante;
VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores;
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens;
X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil; XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico.
Assim, o réu verificando defeitos com relação a essa capacidade postulatória, deve alegar esse fato em sede de preliminar de contestação, sendo essa uma defesa processual dilatória, pois o juiz determinará ao autor que regularize a situação.
Ocorre, que se o autor não corrigir a irregularidade do prazo estipulado, pode ensejar a extinção do processo, caso em que a alegação dessa defesa deixa de ser dilatória, para se tornar peremptória.
Convenção de arbitragem (art. 337, X do NCPC)
A arbitragem depende exclusivamente da vontade das partes, que entendem que determinado árbitro melhor solucionaria o conflito.
Quando um conflito existente entre as partes já houver sido decidido por um árbitro, ou seja, um terceiro eleito pelas partes para solucionar o caso concreto, essa convenção pode ser arguida pelo réu em sede de preliminar de contestação, o que ocasionará a extinção do processo sem resolução do mérito.
Trata-se, assim, de uma defesa processual peremptória, haja vista que o processo será extinto sem julgamento do mérito (art. 485, VII do NCPC):
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
Vale dizer que a ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem em sede de preliminar de contestação, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral, nos termos do art. 337, § 6º do NCPC:
Art. 337 (...)
§ 6º A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral.
Ausência de legitimidade ou de interesse processual (art. 337, XI do NCPC) NoCódigo Civill de 1973, o art. 3000, X, falava em carência de ação.
A carência de ação era naquela legislação quando não havia possibilidade jurídica do pedido, legitimidade de partes e interesse processual, conforme determinava o art. 267, VI do CPC do CPC de 1973. E tais motivos ensejavam a extinção do processo sem resolução do mérito.
Mas na legislação de 2015, art. 337, XI do NCPC fala-se apenas na possibilidade do réu arguir ausência de legitimidade e interesse processual, haja vista que a impossibilidade jurídica do pedido pressupõe análise de mérito.
As matérias relativas à impossibilidade jurídica do pedido são matérias de mérito que devem ensejar um pronunciamento de mérito por parte do magistrado e de modo a formar coisa julgada material, e não coisa julgada formal, como era na legislação de 1973.
Portanto, a ausência de legitimidade e interesse processual são defesas processuais peremptórias, pois o feito apresenta um vício que impossibilita o magistrado de analisar o conteúdo do direito, ou seja, o mérito da causa. Assim, deve ser alegada pelo réu em preliminar de contestação a carência de ação, que ocasionará a extinção do processo.
Falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar (art. 337, XII do NCPC)
Em alguns casos a lei determina que o autor tome algumas medidas para que a relação processual seja regularmente firmada. Tais medidas exigidas podem ser o pagamento de determinadas custas e despesas especiais, constituição de garantias, dentre outros casos.
Um exemplo seria a previsão do art. 486 § 2º do NCPC, que determina que se ainda não tiver ocorrido a perempção, pode o autor for ajuizar novamente ação desde que comprove o pagamento das custas e honorários do advogado.
Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo a ação.
§ 2º A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das custas e dos honorários de advogado.
Dessa forma, caso o réu verifique a ausência de uma medida desse tipo exigida pela lei, há de ser alegada em preliminar de contestação.
O magistrado, ao ser alertado sobre esse vício deve determinar ao autor que regularize a situação. Caso o autor cumpra o determinado, a defesa processual utilizada pelo réu será dilatória. Já, se o autor ficar inerte, e nada fazer nesse sentido, a defesa processual tornará peremptória, pois vai ocasionar a extinção do processo sem julgamento do mérito.
Indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça (art. 337, XIII do NCPC)
A indevida concessão do benefício de gratuidade da justiça deveria ser arguida via incidente em autos apartados conforme Lei nº 1060/50.
Mas a nova legislação, art. 337, XIII do NCPC dá ao réu a possibilidade de arguir tal matéria em sede de preliminar de contestação, e assim, de acordo com a tendência do Novo CPC de reduzir o formalismo anteriormente existente.
Resumindo as principais mudanças na resposta do réu são a respeito das alegações de incompetência relativa; impugnação ao valor da causa e impugnação ao benefício da assistência judiciária.
No Código de 1973 todas essas alegações deveriam ser arguidas em autos apartados, na forma de incidentes processuais morosos e complexos.
No NCPC há simplificação de procedimentos e tais matérias deverão constar como preliminares de contestação.
Vamos adentrar aos parágrafos do art. 337 do NCPC. Os §§ 1º ao 4º do art. 337 já foram objeto de análise em separado quando do estudo de cada uma das matérias de preliminares de contestação, razão pela qual não serão novamente abordados.
Assim, no art. 337, § 5º fala-se que o magistrado poderá conhecer de ofício (independente de provocação das partes) todas as matérias listadas no art. 337, com exceção incompetência relativa e da convenção de arbitragem:
Art. 337 (...)
§ 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo.
O § 6º do art. 337 também já foi objeto de análise quando se tratou da preliminar de convenção de arbitragem.
Prosseguindo no estudo, o art. 338 do NCPC trata de hipótese similar à nomeação à autoria do Código de 1973 (art. 62 e 63 do CPC de 1973).
É no NCPC desapareceu do rol de intervenções de terceiros exatamente a hipótese de nomeação e autoria, tendo sido reinserida e modificada no art. 338 do NCPC.
O legislador de 2015 ampliou as hipóteses, trazendo modalidade genérica; se o réu alegar ilegitimidade, abre-se vista ao autor para modificar a petição inicial para o mesmo possa substituir o realmente legítimo a responder, se este for o caso, nos termos do art. 338 do NCPC:
Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu.
Havendo a substituição do réu originário, o autor deverá reembolsar as despesas além de pagar honorários advocatícios ao advogado, fixados entre 3 a 5 por cento do valor da causa. Se o valor for irrisório, segue-se o regramento de honorários existente no art. 85, § 8º do NCPC; é o que dispõe o parágrafo único do art. 338 do NCPC.
Art. 338 (...)
Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8º.
Ainda sobre a alegação de ilegitimidade passiva,deverá o réu, se tiver conhecimento, indicar quem é o sujeito passivo da relação processual, sob pena de arcar com despesas processuais e eventuais prejuízos porventura sofridos em decorrência da falta de indicação, nos termos do art. 339 do NCPC:
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação.
Não há a obrigatoriedade de o réu indicar o terceiro legitimado em seu lugar, mas se souber, deve dizer. Em caso de omissão, responderá por despesas e eventuais prejuízos. É a consagração do princípio da cooperação no NCPC.
Se o autor aceitar a indicação do réu originário, deverá proceder a alteração da petição inicial para substituição do réu, nos termos do art. 339, § 1º do NCPC.
O autor, também, pode optar por alterar a petição inicial para incluir o indicado como litisconsorte passivo, dentro do prazo de 15 dias, conforme § 2º do NCPC:
Art. 339. (...)
§ 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338.
§ 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.
Convém destacar um ponto importante: tanto o parágrafo primeiro como o parágrafo segundo do art. 339 falam em prazo de 15 (quinze) dias, portanto, é correto concluir que estes prazos são cumulados.
Como ainda não existe julgados relativos a tal matéria já que o NCPC ainda não está em vigor, o entendimento da melhor doutrina, é que se trata de um prazo único de 15 (quinze) dias, para uma hipótese ou outra.
Continuando, havendo alegação de incompetência absoluta ou relativa, o réu poderá protocolizar a petição no foro do domicílio de seu domicílio, e tal fato deverá ser comunicado imediatamente ao juiz da causa.
Uma vez protocolizada, a petição será livremente distribuída na comarca de domicílio do réu e caso seja reconhecida a ilegitimidade arguida pelo juízo originário, o juízo para o qual a contestação fora distribuída se torna prevento.
Outra hipótese seria, caso o réu tiver sido citado por precatória, a contestação será juntada aos autos da carta precatória, havendo remessa para o juiz da causa. Nesse caso o juízo onde fora distribuída a carta precatória também se torna prevento.
Há comarcas em que há varas especializadas em precatórias, e nesses casos, não será lá a prevenção. Há de se levar em conta as normas de organização judiciária.
Há de se destacar que sendo reconhecida de fato a alegação de ilegitimidade pelo juízo originário, a audiência de conciliação e mediação será suspensa; e remarcada pelo juiz competente.
É o que diz o artigo 340 e parágrafos do NCPC:
Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico.
§ 1º A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu houver sido citado por meio de carta precatória, juntada aos autos dessa carta, seguindo-se a sua imediata remessa para o juízo da causa.
§ 2º Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o qual for distribuída a contestação ou a carta precatória será considerado prevento.
§ 3º Alegada a incompetência nos termos do caput, será suspensa a realização da audiência de conciliação ou de mediação, se tiver sido designada.
§ 4º Definida a competência, o juízo competente designará nova data para a audiência de conciliação ou de mediação.
Defesa de mérito
A defesa de mérito é aquela em que o réu ataca os fatos que constituíram o direito do autor. Não diz respeito às formalidades processuais, mas ao conteúdo do direito que o autor afirma ser titular.
A defesa de mérito pode ser direta ou indireta.
Será uma defesa direta quando o réu atacar os fatos alegados pelo autor, negando a ocorrência; ou quando atacar as conseqüências jurídicas pretendidas pelo autor em virtude dos fatos ocorridos, ou seja, o réu reconhece a veracidade dos fatos, mas contesta os efeitos que o autor requer ao magistrado. Nessas duas hipóteses há uma defesa direta.
Assim, com relação aos artigos 341 do NCPC (correlato artigo 302 do CPC de 1973), mantida a redação, no qual ficou estabelecido o principio do ônus da impugnação específica dos fatos, sob pena de não impugnados, estes fatos serão tidos como verdadeiros.
Não se admite defesa genérica, nos termos do art. 341 do NCPC. As alterações de redação, estão em negrito:
Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se:
I - não for admissível, a seu respeito, a confissão;
II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato;
III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial.
O art. 342 do NCPC (correlato artigo 303 do CPC de 1973) também pequena apresentou modificação. As alterações, de redação mais adequada, estão em negrito:
Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando:
I - relativas a direito ou a fato superveniente;
II - competir ao juiz conhecer delas de ofício;
III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição
Por outro lado, a defesa do mérito será indireta quando o réu, apesar de concordar com os fatos expostos na inicial, apresente ao magistrado novos fatos, capazes de extinguir, modificar ou impedir o direito do autor, conforme determina o art. 350 do NCPC:
Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova.
Cumpre ressaltar que o autor, ao ajuizar determinada ação tem a obrigação de provar os fatos constitutivos de seu direito. Contudo, essa obrigação passa para o réu, quando for elaborada uma defesa de mérito indireta, vez que o réu trará ao processo fatos novos que impedem, extinguem ou modificam o direito do autor, e que deverão ser devidamente comprovados. Essa é a regra presente no art. 373, I e II do NCPC:
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
Conclusão
É possível afirmar que, realizar acordos num ambiente de mediação ou conciliação amigável, bem organizado e composto de especialistas capacitados a administrar os conflitos, acima de tudo, apaziguando-os de forma satisfatória às partes envolvidas, é uma estratégia inteligente das empresas a ser perseguida cotidianamente, e que só tende a ser positiva pela harmonização de interesses e satisfação recíproca, reduzindo custos para a empresa e para o Tribunal, ademais de satisfazer o ideal de rapidez almejado pelo consumidor / usuário para solução de sua demanda. No entanto, não se pode continuar sobrecarregando o Judiciário com tamanho volume de trabalho, razão pela qual essa exitosa experiência de solução alternativa de conflitos pode e deve ser transposta, no caso dos serviços públicos concedidos, para o âmbito administrativo-regulatório das Agências Reguladoras, de forma a evitar a judicialização, atuando tais autarquias, com base nas orientações e supervisão do Poder Judiciário Brasileiro, o grande expert no assunto e disseminador dessa cultura pacificadora. 
O texto, trouxe novas regras para a elaboração da contestação no procedimento comum, com inclusão de novas preliminares ao mérito, a reconvenção (contra-ataque)em seu bojo, a possibilidade de distribuição da contestação no juízo do domicílio do réu, a regra da apresentação da contestação após a realização da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver auto composição.
Entretanto, numa sociedade com crescente demanda por bens e serviços, em que se prevê que o poder aquisitivo das classes menos abastadas sustentará o PIB do país nos próximos anos, cabe às empresas em geral, especialmente as de livre atuação no mercado e que geram milhares de demandas para o Judiciário, o dever de assumir rapidamente suas responsabilidades corporativas e atuar de forma contundente e profunda nas causas dos problemas originados em suas atividades, permitindo que nossos Magistrados se dediquem a perseguir sua real e nobre vocação, qual seja, o ideal de Justiça, para o bem da sociedade em geral.
Bibliografia
Gonçalves, Marcus Vinicios Rios. DireitoProcessual Civil Esquematizado; coordenador Pedro Lenza. – 7 Ed.- São Paulo: Saraiva, 2016.
Bueno, Cássio Scarpinella. Curso sistematizado de direito processual civil: procedimento comum: ordinário e sumário, vol. 2, tomo I – 6. Ed. Rev. E atual. – São Paulo: Saraiva, 2013.
Didier Jr., Fredie. Curso de Direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e processo de conhecimento – 17 ed. – Salvador: Ed. Jus Podivm, 2015, v.1.

Outros materiais