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AULA 05: LINGUAGENS E HIPERMÍDIA Cultura das mídias CULTURA DAS MÍDIAS Aula 05: Linguagens e hipermídia AULA 05: LINGUAGENS E HIPERMÍDIA Cultura das mídias Objetivos 1. Examinar o processo de produção de mensagem; 2. Reconhecer as características da hipermídia; 3. Enunciar as possibilidades desse tipo de linguagem; 4. Analisar a linguagem hipermídia nas artes. AULA 05: LINGUAGENS E HIPERMÍDIA Cultura das mídias Mundo da linguagem A linguagem é viva! Para Santaella (2005), a linguagem é a manifestação dos signos de pensamento em suportes ou meios externos materiais. O próprio corpo humano funciona como tecnologia de linguagem ao dar suporte ao signo – como o aparelho fonador, que articula a fala. As pinturas, a escrita, o cinema, a música etc. também corporificam os signos. E, assim como o mundo dos vivos, o mundo das linguagens é volátil. Fo n te : P ixab ay AULA 05: LINGUAGENS E HIPERMÍDIA Cultura das mídias Mundo da linguagem As linguagens se multiplicam! Santaella (2005, p. 28) afirma que as linguagens se multiplicam a cada novo veículo inventado e no casamento entre veículos. O jornal, por exemplo, cria uma nova linguagem ao casar o telégrafo, a fotografia, e a linguagem escrita e diagramada. As tecnologias digitais – que permitem a integração de textos, de imagens e de sons – alargam, portanto, as possibilidades de crescimento das linguagens, gerando novas formas de pensar, agir e sentir. Fo n te : P ixab ay AULA 05: LINGUAGENS E HIPERMÍDIA Cultura das mídias Hipertexto e hipermídia As linguagens são híbridas! Mesmo o som – que é qualidade e que é ouvido com o corpo todo – ganha visualidade. Além da hibridização das linguagens e dos meios, as tecnologias digitais permitem a quebra do sistema linear de leitura. Por meio do hipertexto e da hipermídia, cada usuário da rede pode montar seu caminho de aquisição de conhecimento mediante a navegação. Fo n te : P ixab ay AULA 05: LINGUAGENS E HIPERMÍDIA Cultura das mídias Hipertexto e hipermídia As linguagens são híbridas! Enquanto o hipertexto trata da escrita não sequencial, a hipermídia refere-se à capacidade do computador de reunir, de forma dinâmica: • Figuras gráficas; • Vídeos; • Textos; • Animação; • Áudios etc. “A chave-mestra para esta sintaxe de descontinuidade se chama hiperlink: a conexão entre dois pontos no espaço digital, um conector especial que aponta para outras informações disponíveis, e que é o capacitor especial do hipertexto e da hipermídia.” (SANTAELLA, 2010, p. 94) Fo n te : P ixab ay AULA 05: LINGUAGENS E HIPERMÍDIA Cultura das mídias Hipertexto e hipermídia Memex e Xanadu O primeiro sistema hipermídia foi desenvolvido, em 1945, por Vannevar Bush. O Memex tinha o objetivo de suplementar a memória pessoal. O aparelho de Bush artificializava o processo de busca inerente ao cérebro humano – não por ordem alfabética ou numérica (como em uma biblioteca, por exemplo), mas por associações de ideias. Contudo, o termo hipertexto surgiu com o projeto Xanadu, apresentado, em 1965, por Theodore Nelson. Fo n te : P ixab ay Memex AULA 05: LINGUAGENS E HIPERMÍDIA Cultura das mídias Hipertexto e hipermídia Hipertexto e montagem audiovisual Renó e Gonçalves (2007) comparam os efeitos da montagem audiovisual no cinema com o hipertexto na internet, uma vez que a montagem cinematográfica também se baseia na união de pedaços, cujo significado é oriundo das associações. O discurso é montado intencionalmente pela seleção das partes, e o resultado final é maior do que a junção dos pedaços. Fo n te : P ixab ay AULA 05: LINGUAGENS E HIPERMÍDIA Cultura das mídias Hipertexto e hipermídia Interatividade Esta é a palavra-chave para pensarmos nos processos de criação de linguagem e de significação permitidos pela hipermídia. Diferente dos meios de comunicação massivos, que tratavam a comunicação como um processo unidirecional – a quase-interação mediada de Thompson (1998) –, os meios digitais possibilitam uma relação dupla entre emissores e receptores na produção de signos. Fo n te : P ixab ay AULA 05: LINGUAGENS E HIPERMÍDIA Cultura das mídias Hipertexto e hipermídia Características da hipermídia De acordo com Santaella (2010), a hipermídia é “uma nova linguagem em busca de si mesma que se caracteriza por três fatores: • Hibridização de linguagens; • Capacidade de armazenamento da informação de forma fragmentada (não linear) – cuja navegação permite a imersão por meio da interação e da possibilidade de coautoria do receptor; • Necessidade de mapeamento em função da não linearidade”. Fo n te : P ixab ay AULA 05: LINGUAGENS E HIPERMÍDIA Cultura das mídias Hipertexto e hipermídia Uma obra aberta “A poética da obra ‘aberta’ tende, como diz Pousseur, a promover no intérprete ‘atos de liberdade consciente’, a pô-Io como centro ativo de uma rede de relações inesgotáveis [...]. Poder-se-ia objetar que qualquer obra de arte, embora não se entregue materialmente inacabada, exige uma resposta livre e inventiva, mesmo porque não poderá ser realmente compreendida se o intérprete não a reinventar num ato de congenialidade com o autor.” (ECO, 2001, p. 41) Fo n te : W ikim ed ia C o m m o n s. AULA 05: LINGUAGENS E HIPERMÍDIA Cultura das mídias Arte e hipermídia Ciberarte Como expressão do imaginário de sua época e, portanto, linguagem, a arte reproduz o espírito de seu tempo. Lemos (1997) enfatiza que, assim como a arte moderna era futurista, utópica e funcional, a arte pós-moderna caracteriza-se por ser lúdica, eclética, fragmentada e anárquica. E as novas tecnologias possibilitam a criação de uma arte “aberta, rizomática e interativa, onde autor e público se misturam de forma simbiótica” (LEMOS, 1997, p. 2). Fo n te : P ixab ay AULA 05: LINGUAGENS E HIPERMÍDIA Cultura das mídias Arte e hipermídia Arte e cultura digital Assim como o imaginário disseminado pelas mensagens, os suportes materiais influenciam os modos de sentir do ser humano. Na década de 1990, o boom do digital possibilitou uma nova lógica de organização social, que importa do paradigma digital elementos para pensar e viver o real. Também no espaço virtual, a cultura é transformada em bits, ou seja, é desmaterializada. E a cibercultura é o mundo ao qual o ciberartista se referirá. Fo n te : P ixab ay AULA 05: LINGUAGENS E HIPERMÍDIA Cultura das mídias Arte e hipermídia Arte e cultura digital Como nova forma simbólica, a ciberarte vai explorar as características do mundo virtual, tais como: • A numerização; • A espectralidade; • O ciberespaço; • A instantaneidade; • A interatividade. Sendo assim, ela quebra a fronteira entre produtor, consumidor e editor. Para Lemos (1997), com a perspectiva do digital, a arte alcança uma radicalização sem precedentes em sua capacidade de virtualização – alargamento das possibilidades por meio do questionamento do real. Fo n te : P ixab ay AULA 05: LINGUAGENS E HIPERMÍDIA Cultura das mídias Arte e hipermídia Mas, afinal, o que é ciberarte? Não há um consenso sobre este conceito, que alguns chamam de web art ou arte digital, de arte telemática ou interativa. Mas se trata de uma materialização da atmosfera da época: uma arte que busca respostas para nosso tempo por meio das tecnologias digitais.Fo n te : P ixab ay AULA 05: LINGUAGENS E HIPERMÍDIA Cultura das mídias Arte e hipermídia Arte: técnica e tecnologia De acordo com Santaella (2010), antes da Revolução Industrial, os objetos de arte eram produzidos manualmente, e o conceito de belo seguia a linha renascentista. As belas artes eram divididas em sete categorias: 1. Pintura; 2. Escultura; 3. Arquitetura; 4. Poesia; O advento da câmera fotográfica e a possibilidade de reprodução das imagens retiram a exclusividade do artesanato e dão origem às artes tecnológicas. O Nascimento da Vênus (Botticelli) Fonte: Wikimedia Commons. 5. Música; 6. Teatro; 7. Dança. AULA 05: LINGUAGENS E HIPERMÍDIA Cultura das mídias Arte e hipermídia Arte: técnica e tecnologia No início do século XX, Marcel Duchamp – do movimento dadaísta – reintegrou arte e vida ao colocar em museus objetos encontrados nas ruas, que não tinham valor artístico. Os futuristas também contribuíram para essa aproximação ao reivindicarem o uso de objetos tecnológicos nas obras de arte. Obra de Duchamp Fonte: Wikimedia Commons. AULA 05: LINGUAGENS E HIPERMÍDIA Cultura das mídias Arte e hipermídia Pioneiros da arte eletrônica O artista plástico brasileiro Abraham Palatinik passou a ser considerado um dos pioneiros da arte cinética após apresentar, em 1951, na Primeira Bienal de São Paulo, o aparelho cinecromático – resultado de seus estudos de luz e de movimento. Ainda nos anos 1950, Pierre Schaeffer deu origem à música concreta em experimentações com aparelhos de rádio – aquela composta de fragmentos de sons do ambiente, de ruídos e de instrumentos musicais. Fo n te : P ixab ay AULA 05: LINGUAGENS E HIPERMÍDIA Cultura das mídias Arte e hipermídia Pioneiros da arte eletrônica Outro artista considerado pioneiro das artes tecnológicas no Brasil é Waldemar Cordeiro, que iniciou o movimento Computer Art em parceria com o físico e engenheiro Giorgio Moscati. Na obra A mulher que não é B.B. (1971), Cordeiro transformou em milhares de pontos a famosa fotografia do rosto de uma menina vietnamita queimada pelas bombas de napalm, lançadas pelos Estados Unidos. Fo n te : P ixab ay AULA 05: LINGUAGENS E HIPERMÍDIA Cultura das mídias Arte e hipermídia Arte eletrônica nos anos 1970 e 1980 Os anos 1970 foram marcados pela arte conceitual, pela arte por vídeos, bem como pelas videoinstalações e ambientações multimídia. (SANTAELLA, 2010) Mas foi nos anos 1980 que os artistas tomaram conhecimento da intervenção tecnológica e começaram a utilizar como suporte artístico: • O laser; • A holografia; • A eletrografia; • A Scan TV etc. Fo n te : P ixab ay AULA 05: LINGUAGENS E HIPERMÍDIA Cultura das mídias Arte e hipermídia Arte dialógica Na década de 1990, a revolução do digital e a explosão das telecomunicações aumentaram as possibilidades de interação entre homem e máquina e, consequentemente, sua participação no processo de construção de signos. Tais mudanças incentivaram os artistas a trabalharem em projetos de arte dialógica, na qual o espectador torna-se coautor da obra por meio da interação permitida pela conexão em rede. Fo n te : P ixab ay AULA 05: LINGUAGENS E HIPERMÍDIA Cultura das mídias Arte e hipermídia Substratos da ciberarte • Cibercultura: cultura no espaço virtual, no qual Pierre Levy via uma “universalidade sem totalidade”, um ambiente que é propício à ciberarte por seu caráter híbrido, imersivo e interativo; • Ciberespaço: ambiente virtual e realidades virtuais por onde a ciberarte circula; • Interface: qualquer aparato que permita a interação entre o homem e a máquina. Fo n te : P ixab ay AULA 05: LINGUAGENS E HIPERMÍDIA Cultura das mídias Arte e hipermídia Histórias em Quadrinhos e hipermídia Também como forma de arte, as Histórias em Quadrinhos (HQ’s) foram influenciadas pela cultura digital e passaram a ser veiculadas online a partir de 1990, com base na utilização de recursos de hipermídia. Enquanto as HQ’s no suporte de papel estimulavam apenas um sentido do leito, as eletrônicas incentivam a audição e o tato. No início do processo – como ocorre quando há migração de suporte midiático –, as HQ’s eram apenas digitalizações das páginas impressas. Fo n te : P ixab ay AULA 05: LINGUAGENS E HIPERMÍDIA Cultura das mídias Referências ECO, U. Obra aberta. São Paulo: Perspectiva, 2001. LEMOS, A. Arte eletrônica e cibercultura. Revista da FAMECOS – mídia cultura e tecnologia, Porto Alegre, n. 6, p. 21-31, jun. 1997. (Tecnologias do Imaginário). RENÓ, D. P.; GOLÇALVES, E. M. (2007). Hipertexto e montagem audiovisual: reflexões e novos formatos. Disponível em: <http://encipecom.metodista.br/mediawiki/images/0/00/GT3-_02- _Hipertexto_e_montagens-_Denis_e_Elisabeth.pdf>. Acesso em: 6 mar. 2017. SANTAELLA, L. Matrizes de linguagem e pensamento. São Paulo: Iluminuras, 2005. ______. Cultura e artes do pós-humano – da cultura das mídias à cibercultura. São Paulo: Paulus, 2010. THOMPSON, J. B. A mídia e a sociedade: uma teoria social da mídia. Tradução de Wagner de Oliveira Brandão. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 1998. AULA 05: LINGUAGENS E HIPERMÍDIA Cultura das mídias VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Era das letras e era das imagens; Produção de novas linguagens e sensações; Potencialidades sensoriais das imagens em diversos suportes. AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
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