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TRABALHO DO ESTRANGEIRO O trabalho do estrangeiro está contido na CLT em seus artigos 352 a 371, e também no Estatuto do Estrangeiro na Lei 6.815, de 19/08/1980. A Lei nº 6.815/80 definiu a situação jurídica do trabalhador estrangeiro no nosso país e criou o Conselho Nacional da Imigração (CNIg), um órgão do Ministério do Trabalho e Emprego responsável pela política de imigração e coordenação das respectivas atividades. O CNIg estipula as normas e orientações para a concessão de autorização de trabalho para estrangeiros que pretendem permanecer no país, seja por pouco tempo ou definitivamente. Essa autorização é uma exigência das autoridades consulares brasileiras e é requisito para a concessão do visto temporário ou permanente ao trabalhador pelo Ministério das Relações Exteriores. 1. DO EMPREGADO: Nenhum empregado estrangeiro poderá ser admitido sem apresentar sua Carteira de Identidade de Estrangeiro, devidamente anotada, comprovando que sua permanência no país é legal. Enquanto não for emitida a carteira de identidade, o estrangeiro poderá apresentar como documento hábil de sua condição legal uma certidão emitida pelo Sistema Nacional de Cadastramento de Registro de Estrangeiros (Sincre) e o passaporte com seu respectivo visto. De acordo com a Lei 6.815, serão considerados para admissão somente os estrangeiros que possuírem visto temporário ou permanente e o fronteiriço. O período do contrato do empregado com visto temporário fica limitado à duração do referido visto. Para os estrangeiros com visto permanente, além do contrato determinado, o empregador poderá firmar contrato por tempo indeterminado. Ao mesmo tempo, a empresa deve requerer autorização ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), através da Coordenação Geral de Imigração. O estrangeiro terá o prazo de 90 (noventa) dias, contados de seu ingresso no País, para comprovar junto à Coordenação-Geral de Imigração sua inscrição no PIS/PASEP e no CPF/MF, bem como no Órgão de Classe, quando se tratar de atividade regulamentada e sujeita à fiscalização do exercício profissional. Em relação à equiparação salarial, determina o artigo 461 da CLT que, sendo idêntica à função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual o salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade. Desta forma, o que se pode exprimir em relação aos estrangeiros é que o empregado contratado para exercer uma função idêntica ao do brasileiro não poderá ter o salário menor, o mesmo devendo ser observado quando ocorrer o contrário. Vale mencionar, também, que alguns estrangeiros são considerados pela CLT como em situação equiparável à dos brasileiros para atuação profissional (exceto em profissões exclusivas de brasileiros natos). Esse é o caso de estrangeiros que: Residam no país há mais de 10 anos; Sejam casados com brasileiro; Tenham filho brasileiro; Sejam originários de Portugal Nesses casos, não será necessária a autorização da CGIg para a contratação desses profissionais por empresas brasileiras. Já o estrangeiro na condição de fronteiriço poderá exercer atividade remunerada no Brasil, sem possuir carteira de trabalho. No entanto, é necessário autorização da Polícia Federal. 2. DO EMPREGADOR O empregador também deve observar algumas regras impostas pela legislação. A Empresa interessada na contratação de mão de obra estrangeira, em caráter permanente ou temporário, deverá solicitar autorização de trabalho junto à Coordenação-Geral de Imigração, órgão do Ministério do Trabalho e Emprego. A Coordenação é responsável por analisar o pedido em um período de até 45 dias, podendo deferir ou indeferir o pedido. Esta fase deve ser feita com antecedência, para que o processo seja visto em tempo hábil. Para tanto, o requerimento será mediante preenchimento do “Formulário de Requerimento de Autorização de Trabalho”, assinado e encaminhado por seu representante legal, ou procurador, acompanhado de alguns documentos. As empresas devem empregar, no mínimo, 2/3 de brasileiros. Ou seja, a empresa deve verificar quantos empregados possui, e somente 1/3 destes podem ser estrangeiros. Outro requisito está à necessidade de contratação de mão de obra estrangeira, pois a empresa deverá justificar, ao Ministério do Trabalho, o motivo pelo que um estrangeiro está sendo contratado, pois entende‐se que a empresa deve dar preferência aos brasileiros. O contrato de trabalho deverá ser redigido e assinado pelas partes antes da prestação de serviços se iniciarem. Acadêmicas: Júlia Biesdorf, Karina Raquel Santana Ayala e Priscila Moreira dos Santos Disciplina: Direito do Trabalho I Professora: Me. Roseméri Simon Bernardi
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