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Isotermas de Adsorção Adsorção é a acumulação de uma substância em uma interface. Ocorre com todos os tipos de interface, tais como gás-sólido, solução-sólido, solução-gás, solução α -solução β. Existem dois tipos principais de adsorção: física e química. - A adsorção física é não-específica, rápida e reversível. O adsorbato encontra-se ligado à superfície somente por forças de Van der Waals (forças dipolo-dipolo e forças de polarização, envolvendo dipolos induzidos). - A adsorção química é específica e envolve a formação de um composto bidimensional, como por exemplo, quando gases entram em contato com superfícies metálicas limpas. Isotermas de Adsorção A quantidade de substância adsorvida na superfície decresce com o aumento da temperatura, uma vez que todos os processos de adsorção são exotérmicos. A uma temperatura constante, a quantidade adsorvida aumenta com a concentração do adsorbato (em solução ou na fase gasosa), e a relação entre a quantidade adsorvida (x) e a concentração (c) é conhecida como a isoterma de adsorção. Somente a concentrações muito baixas é que x é proporcional a c. Geralmente, a quantidade adsorvida aumenta menos do que proporcionalmente à concentração, devido à saturação gradual da superfície. Isotermas de Adsorção Um dos modelos teóricos mais simples de adsorção é o de Langmuir, que foi proposto para descrever a adsorção de gases em sólidos. Esse modelo supõe que a superfície do sólido é coberta por um grande número de sítios, sendo que cada sítio pode ser ocupado por uma molécula adsorvida. Os sítios são todos equivalentes e considera-se que as moléculas adsorvidas não interagem umas com as outras nem saltam de um sítio para outro. Além disso, a adsorção completa-se quando todos os sítios forem ocupados, correspondendo a uma monocamada de adsorbato. A equação correspondente à isoterma de Langmuir é: (x/m) = a . b. c / (1 + b.c) Isotermas de Adsorção que também pode ser escrita como: c / (x/m) = 1 / (a.b) + c / a onde onde m é a massa do sólido (adsorvente), a é uma constante que está relacionada com a área do sólido, sendo uma medida da capacidade de adsorção do adsorvente para um dado adsorbato, e b é outra constante, relacionada com a entalpia de adsorção. Em outros casos o sistema pode ser descrito pela Isoterma de Freundlich, que corresponde a uma equação do tipo (x/m) = k . c (1/ n) onde n < 1 Isotermas de Adsorção Essa equação também pode ser escrita de forma a fornecer uma reta: log (x/m) = log k + (1/ n) . log (c) O expoente 1/n é adimensional, tem valor menor do que um, e está relacionado com a intensidade da adsorção. Em geral, em sistemas que seguem a isoterma de Freundlich a adsorção ocorre com a formação de multicamadas, ao invés de ser de uma monocamada apenas. Anestésicos locais agem por adsorção e, em geral, seguem a isoterma de Freundlich, sendo que o tamanho e a estrutura da molécula do anestésico influenciam a intensidade da adsorção. Isotermas de Adsorção V = f (P/Po)T, gás, sólido (5) Classificação de Brunauer, Deming, Deming e Teller - BDDT Isotermas de Adsorção MODELOS DE ADSORÇÃO Brunauer, Emmet e Teller - BET (1/V)[P/(Po – P)] = [1/(Vm.c)] + [(c-1)/(Vm.c)].(P/Po) (6) onde Vm (cm 3/g) é o volume de gás necessário para recobrir inteiramente a superfície de um grama de sólido. A constante c é função exponencial da diferença entre o calor de adsorção e o calor de liquefação do gás. Válida para intervalos de pressões relativas (P/Po) entre 0,05 e 0,35. Isotermas de Adsorção Área Específica SBET SBET : área superficial recoberta por cada molécula de gás multiplicada pelo número de moléculas contidas em Vm. SBET (m 2/g) = 4,37. Vm (7) SBET é válida somente para as isotermas do tipo II e IV. Adsorção em sólidos Microporosos Esta adsorção é governada exclusivamente pelo fenômeno de condensação capilar: Isotermas de Adsorção Equação de Dubinin Log V = log Vo + D[log(Po/P)]m (8) onde V = volume de gás adsorvido e condensado nos microporos sob pressão P. Vo = volume de microporos. D = função do potencial de adsorção e do diâmetro médio dos poros. m = depende do tipo da distribuição de tamanho de microporos. A equação de Dubinin representa as isotermas do tipo I. Isotermas de Adsorção CÁLCULO DA DISTRIBUIÇÃO DE TAMANHO DE POROS Os modelos de BET e de Dubinin são válidos para baixos valores de pressão relativa. Não permitem calcular a distribuição de tamanho de poros. Esta dificuldade foi contornada por De Boer: Log10 (P/Po) = D/t n + E exp(-Ft) (9) onde os coeficientes D, E, F e n são empíricos, não tendo nenhum significado físico. Eles dependem do calor de adsorção e da constante c. Na ausência de condensação capilar (sólido não poroso), observa-se uma variação linear de t com o volume, V, de gás adsorvido: t = e.V/Vm (10) onde e é o valor da espessura de uma camada molecular que, para a adsorção de nitrogênio a 77 K, é da ordem de 0,354 nm. Isotermas de Adsorção Diagramas – t típicos de sólidos porosos (curvas a e c) e não porosos (curva b). Na curva (b) a equação (10) é observada para todo o intervalo de pressão (sólido não poroso). As curvas a e c são típicas de sólidos porosos. A curva a: diminuição da superfície acessível ao gás devido ao fechamento de microporos ou de poros do tipo fenda. Curva c: o sólido absorve um volume de gás superior ao previsto pela isoterma padrão, atribuído à condensação capilar nos mesoporos. Isotermas de Adsorção A partir das equações (7) e (10) podemos chegar à seguinte relação: SBET = 1,547 V/t = St (11) A razão V/t é igual à inclinação dos segmentos da reta verificados no diagrama – t, o que permite calcular St = SBET. A vantagem do diagrama – t é que ele permite determinar a distribuição de tamanho de poros de amostras contendo microporos: 0,5 e 2,5 nm. Isto é possível devido ao conceito de raios hidráulico (rh) proposto por Brunauer: rh = V/S = t (12) Quando rh = t, os poros de raio rh são preenchidos completamente pela camada de espessura t do gás adsorvido. A distribuição de tamanho de poros a partir do diagrama t, consiste em traçar um certo número de tangentes à curva V – t. Isotermas de Adsorção SÓLIDOS CONTENDO MESOPOROS Determinação do diâmetro dos poros: As histerese do tipo H1, H2 e H3 são típicas de materiais contendo poros de dimensões entre 2,5 e 100 nm, denominados mesoporos. Aplica-se a Equação de Kelvin para calcular o raio dos poros: ln (P/Po) = (2.f..VL. cos)/r.R.T (13) A condensação capilar ocorre após a adsorção de uma camada de espessura t. Assim, uma nova equação de Kelvin modificada pode ser usada para calcular o raio dos poros: rp = t + (2f.VL..cos)/RT [ln(P/Po)] (14) A partir da equação (14) e considerando as diferenças entre a forma do menisco durante a adsorção e a dessorção, é possível interpretar os tipos de histereses. Isotermas de Adsorção Forma dos meniscos durante a adsorção e dessorção em poros com diferentes geometrias: (a) cilíndrica, (b) garrafa,(c) planos paralelos. Isotermas de Adsorção Na adsorção em poros formados por cilindros abertos nos dois extremos, o menisco adquire forma cilíndrica f = ½. Na dessorção o menisco toma a forma hemisférica (f = 1). A histerese neste caso é do tipo H1. Na Figura (b) o menisco formado na extremidade fechada possui geometria hemisférica (f = 1). Na Figura (c) os poros são formados pela superposição de plaquetas paralelas. O menisco apresenta raio infinito e a condensação não ocorre para pressão inferior a Po. O menisco possui geometria semicilíndrica (f = ½). Isotermas de Adsorção CÁLCULO DA DISTRIBUIÇÃO DE TAMANHO DE POROS A partir dos valores de V e P/Po, obtidos experimentalmente e do diâmetro de poros calculado pela equação (14) pode-se construir as curvas de distribuição de tamanho de poros. Método de Barret, Joyer e Halenda – BJH Método BJH: consiste em dividir a isoterma em k intervalos enumerados a partir das pressões mais elevadas, no caso da dessorção. O valor médio de pressão permite calcular a espessura da camada adsorvida tpk (equação 9) e o raio médio dos poros rpk (equação 14). Isotermas de Adsorção Com estes valores determina-se a área específica (Sk) e o volume (Vk) dos poros de raio superior a rpk: Sk={[2f(rpk) 2f-1] / rp-tk,k}.Q.Vk - S1 / 2f(rpi) 2f-1 [(rp1-t1,k) 2f - (rp-t1,k-1) 2f ] (15) Vk = Sk.rpk/2f (16) onde Q é o quociente entre os volumes molares do líquido e do gás (Q = 0,0015 para o nitrogênio a 77 K) e o coeficiente f pode ser estimado pela forma da histerese obtida. Isotermas de Adsorção Isotermas de Adsorção Isotermas de Adsorção Isotermas de Adsorção Isotermas de Adsorção Isotermas de Adsorção Isotermas de Adsorção Propriedades Reológicas REOLOGIA É o estudo do comportamento deformacional e do fluxo de matéria submetido a tensões, sob determinadas condições termodinâmicas ao longo de um intervalo de tempo. Inclui propriedades como: elasticidade, viscosidade e plasticidade. VISCOSIDADE É a medida da resistência interna ou fricção interna de uma substância ao fluxo quando submetida a uma tensão. Quanto mais viscosa a massa, mais difícil de escoar e maior o seu coeficiente de viscosidade. VISCOELASTICIDADE Os líquidos viscosos não possuem forma geométrica definida e escoam irreversivelmente quando submetidos a forças externas. Por outro lado, os sólidos elásticos apresentam forma geométrica bem definida e se deformados pela ação de forças externas. O comportamento mecânico intermediário entre estes dois extremos são conhecidos como viscoelásticos. Propriedades Reológicas DEFORMAÇÃO E GRADIENTE DE VELOCIDADE Considere um fluido contido entre duas placas planas paralelas, de área A, separadas por uma distância y. Uma força é aplicada na parte superior, movimentando a placa a uma velocidade constante em relação à placa inferior, que é mantida fixa, conforme mostra a Figura abaixo. F u Força de cisalhamento aplicada sobre um fluido. Propriedades Reológicas Esta força dá origem a uma força de mesma intensidade, porém em sentido contrário, a força de cisalhamento, que existe somente devido às forças de coesão do fluido com as paredes da placa e entre as camadas de fluido, em caso de regime laminar. A força de cisalhamento dá origem a um gradiente de velocidade entre as placas. F dy du x CLASSIFICAÇÃO REOLÓGICA Quanto à deformação, os fluidos podem ser classificados em: - Reversíveis ou elásticos: são sistemas que não escoam; sua deformação é reversível e o sistema obedece à Lei de Hooke. - Irreversíveis ou viscosos: são sistemas que escoam; sua deformação é irreversível e o sistema obedece à Lei de Newton, de viscosidade constante. Propriedades Reológicas Também podem ser classificados quanto à relação entre a taxa de deformação e a tensão de cisalhamento: -Fluidos Newtonianos: sua viscosidade é constante, seguem a Lei de Newton. Esta classe abrange todos os gases e líquidos não poliméricos e homogêneos. Ex.: água, leite, soluções de sacarose, óleos vegetais. -Fluidos Não Newtonianos: a relação entre a taxa de deformação e a tensão de cisalhamento não é constante. -Além disso, os fluidos não newtonianos ainda podem ser classificados em: viscoelásticos, dependentes e independentes do tempo. Propriedades Reológicas Curvas de escoamento de fluidos newtoniano e não newtonianos de propriedades independentes do tempo de cisalhamento. Propriedades Reológicas FLUIDOS NÃO NEWTONIANOS INDEPENDENTES DO TEMPO São aqueles cujas propriedades reológicas independem do tempo de aplicação da tensão de cisalhamento. São ainda divididos em: Sem tensão inicial – são aqueles que não necessitam de uma tensão de cisalhamento inicial para começarem a escoar. Compreendem a maior parte dos fluidos não newtonianos. Dentro desta classe destacam-se: -Pseudoplásticos: São substâncias que, em repouso, apresentam suas moléculas em um estado desordenado, e quando submetidas a uma tensão de cisalhamento, suas moléculas tendem a se orientar na direção da força aplicada. E quanto maior esta força, maior será a ordenação e, consequentemente, menor será a viscosidade aparente. Ex.: polpa de frutas, caldos de fermentação, melaço de cana. Propriedades Reológicas -Dilatantes: São substâncias que apresentam um aumento de viscosidade aparente com a tensão de cisalhamento. No caso de suspensões, à medida que se aumenta a tensão de cisalhamento, o líquido intersticial que lubrifica a fricção entre as partículas é incapaz de preencher os espaços devido a um aumento de volume, que frequentemente acompanha o fenômeno. Exemplos: suspensões de amido, soluções de farinha de milho e açúcar, silicato de potássio e areia. Propriedades Reológicas Com tensão inicial – são os que necessitam de uma tensão de cisalhamentos inicial para começarem a escoar. Dentre os fluidos desta classe se encontram: -Plásticos de Bingham: Este tipo de fluido apresenta uma relação linear entre a tensão de cisalhamento e a taxa de deformação, a partir do momento em que se atinge uma tensão de cisalhamento inicial. Ex.: fluidos de perfuração de poços de petróleo, algumas suspensões de sólidos granulares. -Herschel-Bulkley: Também chamado de Bingham generalizado. Este tipo de fluido também necessita de uma tensão inicial para começar a escoar. Entretanto, a relação entre a tensão de cisalhamento e a taxa de deformação não é linear. Propriedades Reológicas FLUIDOS NÃO NEWTONIANOS DEPENDENTES DO TEMPO Os fluidos que possuem este tipo de comportamento apresentam propriedades que variam, além da tensão de cisalhamento, com o tempo de aplicação desta tensão, para uma velocidade de cisalhamento constante. - Tixotrópicos: Esta classe de fluidos tem sua viscosidade diminuída com o tempo de aplicação da tensão de cisalhamento, voltando a ficar mais viscosos com quando esta cessa. Ex.: suspensões concentradas, emulsões, soluções protéicas, petróleo cru, tintas, ketchup. - Reopéticos: Este tipo de fluido apresenta um comportamento inverso ao dos tixotrópicos. Desta forma, a viscosidade destes fluidos aumenta com o tempo de aplicação da tensão, retornando à viscosidade inicial quando esta força cessa. Ex.: argila bentonita.Propriedades Reológicas Curvas de escoamento de fluidos não newtonianos de propriedades dependentes do tempo de cisalhamento. Propriedades Reológicas VISCOELÁSTICOS São fluidos que possuem características de líquidos viscosos com propriedades elásticas e de sólidos com propriedades viscosas, ou seja, possuem propriedades elásticas e viscosas acopladas. Estas substâncias quando submetidas à tensão de cisalhamento sofrem uma deformação e quando esta cessa, ocorre uma certa recuperação da deformação sofrida (comportamento elástico). Ex.: massas de farinha de trigo, gelatinas, queijos, líquidos poliméricos, glicerina, plasma, biopolímeros, ácido hialurônico, saliva.
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