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Aula 5c - Kalecki

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ESCOLA KALECKIANA
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Dirceu Grasel
ESCOLA KALECKIANA
Prof. Dr. DIRCEU GRASEL
ECONOMIA/UFMT
Agronegócio e Desenvolvimento Regional
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	I – DADOS BIOGRÁFICOS
  Polonês (1899-1970);
  De personalidade coerente, por três vezes deixa cargos ou funções em solidariedade a amigos perseguidos ou por coerência de princípios;
  Seu estilo é conciso, com freqüência recorre a expressões matemáticas para tornar as suas idéias mais compactas e exatas;
  Amigo de Joan Robinson e Pierro Sraffa (alunos de Keynes. Não conseguiu se aproximar de Keynes);
  De 1927 a 32 suas pesquisas versam sobre estudos empíricos;
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	I – DADOS BIOGRÁFICOS
  A partir de 1933 lança seus primeiros trabalhos sobre teoria econômica:
	a) Esboço de uma teoria do ciclo econômico 		(1933) em que desenvolve o Princípio da 		Demanda Efetiva (portanto, antes de Keynes 1936);
	b) Comércio Internacional;
	c) Exportações Internas;
  Exportações internas:
	a) É um conceito que têm raízes em Rosa 		Luxemburgo;
	b) Para Kalecki representa gastos do governo;
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	I – DADOS BIOGRÁFICOS
  Já nessa época ele procura mostrar teoricamente os efeitos positivos dos gastos públicos, nos lucros dos capitalistas e na renda nacional;
  Para Rosa Luxemburgo, o capitalismo somente poderia sobreviver enquanto existirem regiões ou espaços não capitalistas para absorverem a produção capitalista (Portanto, já aborda o problema de deficiência de Demanda da economia capitalista);
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	I – DADOS BIOGRÁFICOS
  Este espaço não capitalista não são necessariamente outros países, podem ser setores não capitalistas no interior de um país capitalista, como é o caso de uma economia camponesa e do governo;
  Kalecki vai mostrar (corrigindo Rosa Luxemburgo) que o importante, neste caso, é o saldo líquido das exportações (X – M) e não o volume total de exportações;
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	I – DADOS BIOGRÁFICOS
  Principais Temas Abordados:
	a) Economias Capitalistas Desenvolvidas;
	b) Economia Socialistas;
	c) Economias Subdesenvolvidas;
  Principais Obras:
	a) Teoria da Dinâmica Econômica (coleção dos 		economistas);
	b) Crescimento e Ciclo das Economias Capitalistas;
  A maior parte de sua obra aborda problemas das 		economias desenvolvidas;
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	II – PRINCIPAL PREOCUPAÇÃO
  A grande preocupação de Kalecki foi estudar os ciclos econômicos;
  A problemática de Keynes e Kalecki são semelhantes. Estavam preocupados com o desemprego, a capacidade ociosa e a queda do nível de renda nacional;
  A grande depressão que atingiu os EUA e os principais países capitalistas, também atingiu a Polônia, onde a produção de 1933 era de apenas 46% da produção de 1928; 
  A resposta de ambos também é semelhante, o princípio da demanda efetiva terá um papel fundamental na explicação do nível de emprego e renda para os dois;
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	II – PRINCIPAL PREOCUPAÇÃO
  Em 1933, três anos antes da teoria geral, lança a sua primeira contribuição teórica: “Esboço de uma teoria do ciclo econômico”, em que apresenta o seu princípio da demanda efetiva; 
  Ao tentar explicar a situação das economias capitalistas defronta-se com o problema da demanda efetiva e o ciclo econômico, assim queria saber:
	a) Como as economias capitalistas crescem?
	b) Quais as causas das oscilações cíclicas?
	c) Porque elas crescem de maneira cíclica?
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	II – PRINCIPAL PREOCUPAÇÃO
  Em 1968, lança o livro “Tendência e Ciclo Econômico” em que afirma que o comportamento cíclico da economia é provocado por alterações da demanda efetiva, cujo principal componente (tal como em Keynes) era o investimento privado
  Apesar dos objetivos e resultados idênticos, existem pelo menos duas grandes diferenças em Keynes e kalecki:
	a) Kalecki se preocupa também com o longo 	prazo. Keynes somente com o curto prazo;
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	II – PRINCIPAL PREOCUPAÇÃO
	b) Kalecki estuda as economias capitalistas, levando em conta as classes sociais (formação marxista):
	 - Para ele não existe uma função de consumo 		genérica;
	 - Existe consumo dos capitalistas e consumo 		dos trabalhadores;
	 - Existem lucros e salários e a articulação 			entre estas categorias é fundamental para 		explicar a dinâmica do sistema.
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III – ESQUEMA BÁSICO (Equação simplificada)
 A renda nacional e os determinantes dos lucros:
  Kalecki inicia seu estudo separando as duas classes sociais: capitalista e trabalhador;
  Modelo Simplificado: supõem uma economia fechada (sem comércio exterior) e sem governo (equilíbrio das contas públicas);
  Supõem ainda que os trabalhadores gastam tudo o que ganham (não poupam);
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III – ESQUEMA BÁSICO (Equação simplificada)
 A renda nacional e os determinantes dos lucros:
  Divide a economia em três Departamentos:
	a) Departamento I (produtor de bens de 		produção);
	b) Departamento II (produtor de bens de 		consumo dos capitalistas;
	c) Departamento III (produtor de bens de 		consumo para os trabalhadores);
  Ainda para simplificar o raciocínio supõe que os bens intermediários são produzidos pelos próprios Departamentos;
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	III – ESQUEMA BÁSICO
P = Lucro;
W = Salário;
I = Investimento;
Cc = Consumo dos Capitalistas
Cw = Consumo dos Trabalhadores
P1 = Lucro do Depto I;
W1 = Salário do Depto I
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 III – ESQUEMA BÁSICO (Equação simplificada)
  A renda nacional e os determinantes dos lucros:
  Soma dos lucros dos três Departamentos:
	 P 1 + P 2 + P 3 = P 
  Soma dos salários dos três Departamentos:
	 W 1 + W 2 + W 3 = W 
  A renda nacional pode ser assim obtida:
 P + W = Y (1) (leitura da coluna vertical) 
 I + Cc + Cw = Y (2) (leitura da coluna horizontal) 
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	III – ESQUEMA BÁSICO (Equação simplificada)
  A renda nacional e os determinantes dos lucros:
  Da equação (1) e (2) temos:
 P + W = I + Cc + Cw ( 3 )
	Como Cw = W ( 4 )
 P + W = I + Cc + Cw
	Temos:
 P = I + Cc ( 5 )
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 III – ESQUEMA BÁSICO (Equação simplificada)
  A renda nacional e os determinantes dos 		lucros:
  A equação (5) mostra que o lucro (P) é determinado pelo Investimento (I) e Consumo dos Capitalistas (Cc) ou em outras palavras pelos gastos dos capitalistas, assim:
	a) Embora o capitalista não possa decidir
diretamente sobre os lucros futuros;
	b) Pode decidir diretamente sobre seus gastos 	em C e I;
	c) A decisão sobre os gastos em C e I determina 	o lucro (P);
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	III – ESQUEMA BÁSICO (Equação simplificada)
  A renda nacional e os determinantes dos lucros:
	d) Conclusão paradoxal. Quanto mais gastarem, 		maior será seu lucro, assim:
“Os trabalhadores gastam o que ganham.”
“Os capitalistas ganham o que gastam.”
	e) Portanto, ao contrário do que pensavam os 			Clássicos, quanto mais o capitalista poupar, menor 		será sua renda e quanto mais gastar maior será sua 		renda;
	f) A explicação disso está no fato de que renda não 	é dada como se fosse um bolo. Ela aumenta com 	os gastos e diminui com o corte dos gastos (PDE);
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	IV – OS SALÁRIOS E OS LUCROS
  Segundo os Clássicos e Neoclássicos, quanto maior 	o W menor o P;
  Veremos que isso nem sempre é verdade para a 		economia como um todo:
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	IV – OS SALÁRIOS E OS LUCROS
  O que ocorre se houver um aumento do W na 	economia como um todo?
	a) A curtíssimo prazo, os lucros do Depto I e II irão diminuir;
	b) Mas o Depto III, que produz bens de consumo dos trabalhadores, terá um aumento nos seus lucros, no mesmo montante que subirem os salários;
	c) Neste caso o que houve foi transferência de renda dos capitalista dos setores I e II para os capitalistas do setor III, porque:
W1 + W2 = P3 ( 6 ) 
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	IV – OS SALÁRIOS E OS LUCROS
  A equação (6) mostra que os lucros do Depto III são iguais à soma da massa salarial dos Deptos I e II;
  É evidente que isso somente é correto se considerarmos duas questões:
	a) O trabalhador gastar tudo o que ganha;
	b) O Depto III (produtor de bens de consumo 	dos trabalhadores) tiver capacidade ociosa;
  A suposição de capacidade ociosa é realista, porque o sistema capitalista quase nunca trabalha com pleno emprego dos fatores;
  Em alguns casos a capacidade ociosa pode ser uma opção estratégica, para ganhar e manter mercado;
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	IV – OS SALÁRIOS E OS LUCROS
  Neste caso os lucros do Depto III aumentarão;
  O Depto III aumentará as encomendas do Depto I 	(máquinas e equipamentos), que também 		aumentará seus lucros;
  O aumento dos I aumentará os P (P = I + Cc);
  O aumento dos P aumentará a Y (Y = P + W);
  Em resumo: 
	a) O aumento dos I aumenta os P, que aumenta 	a Y, que aumenta o C e a S;
	b) Diferentemente do que os Clássicos 		pensavam, um aumento dos W pode aumentar e 	não diminuir os P;
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 IV – OS SALÁRIOS E OS LUCROS
  Se não houvesse capacidade ociosa, a situação 	se altera:
	a) O Depto III não poderia atender a demanda;
	b) Aumentaria os preços e;
	c) Teria-mos inflação no departamento III;
	d) O aumento de W acabaria sem efeito em termos reais, porque seriam seguidos de aumento dos preços dos produtos que os trabalhadores consomem;
	e) Neste caso, os P do Depto III também aumentarão e também haverá uma transferência de renda dos Depto I e II para o Depto III;
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	V – EQUAÇÃO AMPLIADA
  Renda Nacional e os Determinantes dos Lucros:
  Ampliando o modelo, kalecki incorpora as relações 	do país com o exterior e o governo;
  Neste caso a Renda Nacional ou o Produto 			Nacional Bruto será determinado por:
 Y = I + Cc + Cw + Ex + G
Y = Renda Nacional ou PNB;
I = Investimento;
Cc = Consumo dos Capitalistas;
Cw = Consumo dos Trabalhadores;
Ex = Saldo das Exportações (diferença de X – M);
G = Gastos do Governo (expressa o valor do déficit orçamentário)
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	V – EQUAÇÃO AMPLIADA
  Renda Nacional e os Determinantes dos Lucros:
  A Renda nacional será tanto maior quanto:
	a) Maior os I;
	b) Maior o Cc;
	c) maior Cw;
	d) Maior for o saldo das exportações (diferença 	entre X –M):
	 - Significa mercado para os nosso produtos;
	e) Maior for o déficit orçamentário:
 	 - Criação de demanda pública, especialmente 		 importante quando existir deficiência de DE;
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	V – EQUAÇÃO AMPLIADA
  Renda Nacional e os Determinantes dos Lucros:
  Keynes chega a mesma conclusão. A divergência está no fato de que Kalecki afirma que os capitalistas não tem interesse que o governo elimine todo o desemprego:
	a) A capacidade ociosa tem papel fundamental na economia (conquistar e manter mercado);
	b) Eliminar todo o desemprego, aumentaria o poder de barganha dos trabalhadores;
	c) Diminuiria o poder decisório dos próprios capitalistas (quando o trabalhador ganha bem ele começa a poupar e aí teríamos que incluir o Cw na equação de determinação dos lucros (P = I + Cc + Cw);
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 Quais são os fatores determinantes das parcela da renda nacional?
 Y = I + Cc + Cw + Ex + G
VI – DETERMINANTES DO I
  Kalecki percebeu que a chave da dinâmica do sistema capitalista estava no investimento privado;
  Assim, grande parte do trabalho de Kalecki está voltado para elucidar o problema dos determinantes do I;
  Ao longo de seus trabalhos sempre abordou este tema, dos quais merece destaque a primeira versão encontrada na “Teoria da Dinâmica Econômica” e a última versão encontrada na “Crescimento e Ciclo das Economias Capitalistas”;
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 VI – DETERMINANTES DO I
  Na formulação dos determinantes do I, Kalecki supõem um sistema econômico fechado:
	a) Sem interferência do governo;
	b) Sem comércio exterior;
	c) Sem poupança dos trabalhadores;
	d) Inexistência de estoques, fazendo com que o 	investimento seja somente em capital fixo sem 	dedução da depreciação;
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 VI – DETERMINANTES DO I
  A taxa de juros: 
  A taxa de juros têm pouco peso na explicação kaleckiana de decisão de investir;
  Kalecki separa taxa de juros de curto e longo prazo;
  A taxa de juros de curto prazo é o preço que se paga pela renúncia à liquidez (como Keynes) e depende:
	a) Do volume de transações;
	b) Da oferta monetária (definida pelo BC);
	c) A velocidade da moeda aumenta com o 		volume de transações. Quanto maior a atividade 	econômica maior a taxa de juros de c/p;
  As taxas de juros de c/p são instáveis; 
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 VI – DETERMINANTES DO I
  A taxa de juros: 
  A taxa de juros de longo prazo é aquela que os capitalistas levariam em conta para a decisão de I;
  Como esta taxa de juros é estável, sua influência nesta decisão não é decisiva;
  A taxa de juros de L/P é determinada:
	a) Por uma taxa média móvel das taxas de curto 	prazo;
	b) Mais uma taxa de risco (quanto maior a 		maturação do I maior é risco);
 i = r + h
i = Taxa de juros de l/p;
r = Taxa de juros de c/p;
h = Taxa de risco;
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 VI – DETERMINANTES DO I
  A taxa de juros: 
  Vimos que a taxa de juros de c/p (r) são instáveis e estão associadas ao nível de atividade econômica (quanto maior a atividade econômica, maior será esta taxa);
  A taxa de risco (h) se comporta de maneira inversa e têm um papel estabilizador:
	a) Na fase ascendente e no auge do ciclo, 		quando a taxa de juros é alta (a atividade 		econômica é alta) o otimismo empresarial é 		elevado, diminuindo os riscos;
	b) Portanto, na fase ascendente e no auge do 		ciclo a taxa de juro é alta, mas o risco é baixo;
	c) Na fase descendente do ciclo a taxa de juro é 	baixa mas o risco e elevado;
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 VI – DETERMINANTES DO I
  A taxa de juros: 
  Em geral “i” é maior do que “r”, porque i = r + h (taxa de juros de l/p = taxa de juros de c/p + risco);
  Contudo, como a taxa de juros de c/p (r) é uma média, momentaneamente a taxa de juros de l/p (i) pode ser igual ou menor do que a taxa de c/p (r);
  Além disso como a taxa de risco (h) atua de forma inversa à taxa de juros de c/p (r), a taxa de juros de l/p (i) tende a ser bastante estável:
  Sendo a taxa de juros de l/p (i) bastante estável, os fatores decisivos no processo de tomada de decisão são outros (“r” não influencia o I);
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 VI – DETERMINANTES DO I
  Patrimônio Líquido: 
  Um dos fatores determinantes do investimento é o patrimônio líquido da empresa;
  O patrimônio líquido expressa, em termos monetários, a parcela dos ativos (bens e direitos) que pertencem a empresa (o capital próprio incluindo os lucros);
  Um patrimônio líquido grande permite duas coisas:
	a) Acesso fácil ao mercado de capitais;
	b) Maior segurança e, portanto, financiamentos 	mais fáceis, rápidos e seguros;
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 VI – DETERMINANTES DO I
  Patrimônio Líquido: 
  Em resumo:
	a) Quanto maior o patrimônio líquido da empresa, maior serão as chances de acesso ao mercado de capitais;
	b) Quanto menor o grau de endividamento (relação capital terceiro/capital próprio / maior serão as chances de de conseguir financiamento); (Portanto, os que mais precisam de empréstimo não tem acesso ao crédito).
 Limite de endividamento: Kalecki utiliza o conceito de risco crescente para mostrar a relação entre financiamento e capital próprio. Elevar muito os financiamentos em relação ao capital próprio aumenta o risco;
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 VI – DETERMINANTES DO I
  O que leva o capitalista a investir? 
  O I depende positivamente da S (lucros retidos das empresas e reservas (S) dos capitalistas), mas:
	a) Este poderão investir um montante maior, 	igual ou menor do que a poupança (dependendo 	dos lucros e do acesso ao crédito);
  Da variação da taxa de lucro (P/K), onde “P” é o lucro e “k” é o estoque de capital:
 a) Quanto maior a taxa de lucro maior o estímulo 		ao I;
 b) Quanto maior o lucro (P) maior o estímulo ao I;
 c) Quanto maior e estoque de capital (K) menor é 	o estímulo ao I (porque diminui a taxa de lucro);
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 VI – DETERMINANTES DO I
  O que leva o capitalista a investir? 
  Por fim, outro fator positivo é o “d” que está relacionado às mudanças e inovações;
  Kalecki também distingue decisão de investir (D) e I efetivo (F). Certa defasagem de tempo deve ocorrer entre a decisão de investir e o I efetivo;
  Em resumo, o I depende:
 a) Positivamente da S total;
 b) Positivamente da variação (aumento) dos 		lucros;
 c) Negativamente do aumento do estoque de 		capital;
 d) Positivamente das inovações tecnológicas;
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 VI – DETERMINANTES DO I
  O que leva o capitalista a investir? 
Primeira formulação:
F t + θ = É o investimento efetivo período t mais θ (teta);
a = Constante de proporcionalidade. Indica a porcentagem de S Investida;
S t = Poupança total;
b = Constante de proporcionalidade;
P/  t = Variação do lucro;
c = Constante de proporcionalidade;
k/  t = Aumento do estoque do capital;
d = Constante que sintetiza o efeito das inovações tecnológicas;
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 VI – DETERMINANTES DO I
  O que leva o capitalista a investir? 
  Kalecki ficou insatisfeito com a primeira solução dada ao problema do I;
  Em 1968 expôs a sua última versão em “Crescimento e ciclos das economias capitalistas”;
  Nesta versão Kalecki explica porque um empresário investe mesmo quando possui capacidade ociosa:
	a) A idéia nova é de que parte dos lucros 		provém da inovação tecnológica;
	b) A inovação tecnológica por sua vez é 		procurada pelo aumento da produtividade 		(produz a custos menores e permite vender 		a preços menores);
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 VI – DETERMINANTES DO I
  O que leva o capitalista a investir? 
	c) Portanto, o I inovador (com tecnologia de ponta) permite redução de custos, preços e, assim, conquistar novos mercados;
  A idéia implícita é que os capitalistas não agem como classe na hora de investir, mas competem entre si;
	a) Nesta concorrência sairá vencedor aquele que conseguir a maior produtividade média do capital fixo utilizado;
	b) O aumento da produtividade média é fruto da inovação tecnológica, que resulta da competição intercapitalista para conquistar e manter mercados;
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 VI – DETERMINANTES DO I
  O que leva o capitalista a investir? 
  Na formulação definitiva o progresso tecnológico no processo dinâmico do investimento e a concorrência intercapitalista receberam um papel destacado;
  Na versão definitiva o autor substitui a variável “aSt” (poupança bruta total) pela poupança bruta dos capitalistas, representada por “eSt”, onde “e” expressa a participação relativa da poupança dos capitalistas na poupança total da sociedade;
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 VI – DETERMINANTES DO I
  O que leva o capitalista a investir? 
  A variação na taxa de lucros esperadas (bKt) e a variação no estoque de capital fixo (cKt) da equação, passou a ser apresentada na variável “nP + dP”, que também expressa a variação da taxa de lucro esperada, porém agora com uma estreita relação com as inovações tecnológicas e com a concorrência intercapitalista;
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 VI – DETERMINANTES DO I
  O que leva o capitalista a investir? 
 A variável “nP” é o lucro esperado resultante do acréscimo no lucro total (n expressa a participação dos capitalistas sobre o lucro total), enquanto “dP” é o lucro esperado proveniente da transferência de lucro do novo para o antigo equipamento (d expressa a taxa de depreciação real, relacionado ao desgaste físico e tecnológico do estoque de capital);
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 VI – DETERMINANTES
DO I
  O que leva o capitalista a investir? 
  O montante de investimento necessário para obter o lucro esperado (ou competitividade esperada) depende dos coeficientes “n” (participação dos capitalistas sobre o lucro total); “d” (a taxa de depreciação real); “P” (do aumento do lucro total) e “P” (do nível de lucro existente);
  Dados os valores “nP + dP” (lucro esperado), o montante de investimento que proporciona o lucro esperado será igual a It1;
  Quando a taxa de lucro do estoque de capital for menor que taxa de lucro de capital novo, tem-se um incentivo ao investimento para o próximo período e vice-versa;
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 VI – DETERMINANTES DO I
  O que leva o capitalista a investir? 
  Isto é, mantidas constantes a massa de lucro que os capitalistas esperam obter (nP + dP), ocorrerá investimento efetivo (Ito) até este ser igual ao montante de investimento necessário (It1) para alcançar a taxa de lucro esperada (It1 = Ito);
  Quando Ito (Efetivo) maior que It1 (Necessário) (Ito > It1), o capitalista investirá no próximo período somente uma parte de sua poupança e;
  por outro lado, se “Ito for menor que It1 (Ito < It1), tem-se um investimento maior que o volume de poupança do capitalista e esta será financiada via mecanismos de criação de crédito;
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 VI – DETERMINANTES DO I
  O que leva o capitalista a investir? 
Formulação definitiva:
It + v = representa o investimento no momento seguinte;
It = o investimento bruto agregado em capital fixo;
v = um retardo às decisões de investir do período “t” (defasagem temporal);
eSto = expressa a participação relativa dos capitalista na poupança total;
r = representa a influência da diferença entre o investimento necessário (It1) e o investimento efetivo (Ito) sobre o investimento a ser efetuado no período “t1”, uma vez que o investimento efetivo (Ito) pode ser menor ou maior do que o investimento necessário (It1) para alcançar o lucro esperado;
B’ = representa a influência direta do progresso tecnológico sobre o investimento e a competitividade da empresa:
	a) Introduz novas máquinas (tecnologias) para aumentar a produtividade média do capital fixo utilizado;
 	b) O alto ritmo de inovações tecnológicas resulta num alto grau de obsolescência do estoque de capital, gerando uma taxa de depreciação também maior e, estimulando novamente a acumulação do capital;
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 VI – DETERMINANTES DO I
  O que leva o capitalista a investir? 
 Em resumo: Na versão definitiva os determinantes dos investimentos em capital fixo, numa economia capitalista desenvolvida são influenciados pela:
	a) Poupança passada dos capitalista;
	b) Diferença entre investimento efetivo e 		investimento necessário e;
	c) Influência direta do progresso tecnológico;
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 VII – DETERMINANTES DO CONSUMO
  Determinantes do Consumo dos Trabalhadores: 
  O consumo dos trabalhadores (Cw) permanece 		próximo ao nível de subsistência;
  Assim, em termos gerais, a poupança dos 			trabalhadores é pouco significativa dentro do 		sistema;
  Embora com sindicatos fortes os trabalhadores 		possam melhor seus salariais;
  Assim, o consumo e a possibilidade de poupança 		ou não ficam na dependência da organização 		política sindical;
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 VII – DETERMINANTES DO CONSUMO
  Determinantes do Consumo dos Capitalistas: 
	Equação de consumo:
 Cc = A + qP
A = Consumo semi-autônomo, que varia muito lentamente;
qP = Consumo determinado pelos lucros passados;
q = é uma constante de proporcionalidade muito semelhante à propensão marginal a consumir de Keynes;
Considerando a equação P = I + Cc e substituindo Cc pela equação de consumo Cc = A + qP, temos:
P = I + A + qP
P – qP = I + A
P (1 – q) = I + A
 I + A 1
P = ----------- ou P = ------------ (I + A)
 1 – q 1 – q 
 1
 ---------
 1 – q 
é o efeito multiplicador Kaleckiano, que afeta diretamente o lucro e indiretamente a renda;
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 VII – DETERMINANTES DO CONSUMO
  Determinantes do Consumo dos Capitalistas: 
  A diferença da Propensão Marginal a Consumir de 	Keynes e Kalecki está no fato de que:
	a) Keynes relaciona o consumo diretamente a Y;
	b) Kalecki relaciona o consumo ao lucro e 		indiretamente à Y (por trabalhar com classes 		sociais e considerar que o trabalhador não poupa);
  “q” é um número entre zero a um (isto porque os 	capitalistas não consomem todo seu lucro, 		investem boa parte);
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 VII – DETERMINANTES DO CONSUMO
  Determinantes do Consumo dos Capitalistas: 
  “A” e “q” (ou Cc) são constantes no curto prazo, 		mas variam no l/p:
	a) Mas mesmo no l/p a variação não é muito 			expressiva;
	b) O que caracteriza que o consumo têm papel 		secundário na definição da dinâmica da economia e;
	c) Que o principal determinante da dinâmica 		econômica (assim como em Keynes) é o I;
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 VIII – DETERMINANTES DO SALDO DAS EXPORTAÇÕES
  Nenhum país é auto-suficiente, todos os países 		exportam e importam;
  O volume de importações depende de inúmeros 		fatores:
	a) Coeficiente de abertura do país; 
	 - O coeficiente de abertura indica o grau de abertura 		de um país. Existem países que têm limitações físicas 		ou geográficas e possuem uma grande dependência de 		insumos de outros países;
 	 - Como, a l/p, importação se paga com exportações, 		os países que importam muito também precisam 		exportam muito (muito em valor monetário);
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 VIII – DETERMINANTES DO SALDO DAS EXPORTAÇÕES
	b) Nível de atividade econômica:
	 - Grande parte dos insumos são importados;
  Quando um país precisa de divisas internacionais 		ele procura atuar no sentido de aumentar seus 		saldos líquidos de exportação:
	a) Diminuindo as importações: 
	 - Freqüentemente leva a recessão, porque restringe-se 	as importações de insumos;
	 - Provoca represália por parte dos países 			prejudicados, que também passarão a comprar menos;
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 VIII – DETERMINANTES DO SALDO DAS EXPORTAÇÕES
	b) Desvalorizando o câmbio;
	 - Ao desvalorizar a moeda o país diminui os custos 	de produção em dólares e consegue competitividade, 	pois pode vender a preços (US$) menores:
  A desvalorização cambial possui pelo menos dois 		inconvenientes:
		a) Estimula o protecionismo (as empresas se 		acomodam);
		b) Aumenta os preços dos produtos 				importados e a inflação daí decorrente;
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 VIII – DETERMINANTES DO SALDO DAS EXPORTAÇÕES
  Ex; Taxa de câmbio de R$ 2,50 = US$ 1. 
	a) Nesta caso um par de sapatos de R$ 100 custará 		US$ 40 nos EUA.
	b) Se considerarmos que nos EUA este sapato custa 	em média US$ 30, o sapato brasileiro não terá 		competitividade no mercado Americano;
	c) O Brasil pode desvalorizar a sua moeda e 			estabelecer a
seguinte taxa de câmbio: R$ 3,40 = 		US$ 1, (desvalorização de 36%) e o sapato poderá 		ser vendido pelos mesmos R$ 100 que 			corresponderão agora a US$ 29,41;
	d) Por outro lado, o Brasil pagará 36% a mais
	(em moeda nacional) por todas as suas exportações;
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 IX – DETERMINANTES DO DÉFICIT PÚBLICO
  Os capitalistas fazem muitas coisas como classe, 	mas não investes como classe. Pelo contrário, 	competem entre si (competição intercapitalista):
  Por isso os capitalistas não têm o domínio 		completo sobre o investimento privado e, 		consequentemente, a dinâmica da economia;
  O mesmo não acontece com os gastos públicos. 	Tal como Marx, Kalecki afirma que o Estado é 	um instrumento da classe dominante (capitalista);
  O Estado está a serviço da classe capitalista;
  O que não quer dizer que se trate de um 		instrumento isento de contradições, há conflitos 	de interesses entre os próprios capitalistas;
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 IX – DETERMINANTES DO DÉFICIT PÚBLICO
  O Estado ao intervir na economia, ampliando os gastos, pode criar maiores oportunidades para a expansão dos lucros e eliminar o desemprego;
  Sempre que esta intervenção não ameaça a autonomia dos capitalistas e certos valores de livre-empresa, é aplaudida pelos capitalistas;
  A crítica que Kalecki faz ao Estado Burguês (que pode ser estendida ao Estado socialista) é o fato de atuar muito mais fortemente com gastos militares do que com gastos sociais;
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 X – PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS
  O grande problema dos países desenvolvidos é a subutilização da capacidade produtiva, que parece inerente ao sistema (deficiência de DE);
  Nos países subdesenvolvidos (embora exista), o problema não é tanto a subutilização da capacidade produtiva; 
  Nestes, o problema está na incapacidade de absorver toda força de trabalho:
	a) O que resulta num padrão de vida baixo, 		para a maioria da população;
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 X – PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS
	b) É preciso investimento para ampliar o 		estoque de capital fixo;
	c) Mas, crescimento, associado a formulas que 	beneficiem a todos (distribuição de renda);
	d) O problema é mais de oferta do que de 		demanda (Não é o caso do Brasil. É necessário considerar a globalização e a 	internacionalização do K);
  Nos países subdesenvolvidos, haverá pelo menos três obstáculos para o seu rápido desenvolvimento:
	a) É possível que o I privado não se efetive nos 	níveis desejados;
	b) Pode haver deficiência de recursos físicos 	para produzir mais bens de I;
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 X – PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS
 c) Haverá ainda problemas de suprimentos adequados de gêneros essenciais de consumo para cobrir a demanda resultante da expansão do emprego (não é o caso do Brasil);
  Kalecki aponta algumas solução, que chama de teóricas, pois encontrariam grandes obstáculos na prática:
	a) Reorientar a estrutura de investimentos no 	sentido de priorizar a produção de bens 		essenciais (Galbraith vai insistir nisto);
	b) Alterar a estrutura tributária, para combater	 a evasão fiscal;
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 X – PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS
	c) Kalecki não acredita que nem mesmo a reforma agrária seja suficiente para resolver os problemas, pois os camponeses permanecem dependentes dos emprestadores de dinheiro e dos intermediários;
	d) Na verdade os obstáculos são todos de ordem institucional e política e não de ordem técnica;
	e) Em função disso, somente o planejamento da economia seria capaz de resolver os problemas (Socialismo);
	f) Afirma que para superar tais obstáculos seria necessário forças maiores do que as que levaram a Revolução Francesa;
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 XI – SOCIALISMO X CAPITALISMO
  As economias socialista se orientam pelo planejamento central, o que permite melhor aproveitamento dos recursos econômicos (na prática: permitiria);
  Com a abertura democrática na Polônia, alguns economistas (descontentes com a rigidez dos planos e a ineficiência burocrática), defenderam um sistema misto de planejamento associado com mecanismos de mercado;
  Kalecki era contra o sistema misto, porque não via nenhuma racionalidade no sistema de mercado;
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 XI – SOCIALISMO X CAPITALISMO
  Segundo ele um sistema de planejamento central pode ser melhor ou pior, mais ou menos burocrático;
  Por isso defendia a melhora do sistema de planejamento, não a sua substituição por algo pior;
  Defende um planejamento menos centralizado, menos autoritário e com a participação dos conselhos operários;
  A maior participação dos conselhos operários será um avanço no caminho da democratização socialista;
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 XI – SOCIALISMO X CAPITALISMO
  Outra preocupação de Kalecki (na verdade de todos os economistas socialistas) diz respeito a:
	a) Deve-se privilegiar o I em bens de produção 	ou em bens de consumo?
	b) Qual é a relação ideal entre consumo e 		investimento? 
	c) Qual é a taxa de investimento ideal? (questão que 	se apresenta de forma diferente numa economia capitalista e socialista)
  Na economias socialista, não se verifica o problema de deficiência de demanda efetiva. Os problemas sempre estão relacionados com a oferta;
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 XI – SOCIALISMO X CAPITALISMO 
  A maior parte das respostas a estas perguntas depende dos objetivos dos formuladores de política econômica;
  Trata-se de uma opção política, apoiada em estudos técnicos;
  É evidente que ao se privilegiar os bens de I, o consumo será momentaneamente prejudicado;
  Da mesma forma, ao se privilegiar os bens de consumo, se prejudica o crescimento econômico;
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 XI – SOCIALISMO X CAPITALISMO 
  De qualquer forma, a população deve sentir avanços no seu padrão de vida, como forma de se empenharem na viabilização do sistema escolhido;
  Tanto no capitalismo, como no socialismo, o investimento é a chave da dinâmica econômica;
  No entanto, não estando mais submetido aos interesses privados, o investimento no sistema de produção socialista é controlável;
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 XII – Semelhanças entre Keynes e Kalecki 
  O nível da renda nacional não é automaticamente 	determinada pela capacidade produtiva (S);
  O Nível de renda é função da demanda;
  O nível de demanda (modelo simples) é 		determinado pelos gastos em I e C;
  Como o nível de consumo é determinado 		pela renda;
  O Investimento passa a ser a variável principal 	para entender a dinâmica capitalista (Nível 		de Y e Emprego);
  Ambos explicam a crise como de deficiência de 	demanda efetiva;
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 XII – Diferenças entre Keynes e Kalecki 
 	 As divergências na maioria dos casos são
explicados pelas diferentes formações:
		- Keynes: Neoclássica;
		- Kalecki: Marxista;
 	 Nos determinantes do I começam as 			divergências entre eles:
		- Keynes: (EMgK e i);
		- Kalecki: (Desenvolve vários modelos e 			não ficou satisfeito com seus resultados);
 	 Tem prioritariamente soluções diferentes 		para as crises:
		- Keynes: Desequilíbrio provisório das 			contas públicas;
		- Kalecki: Melhor distribuição de renda 			entre as classes;
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 XII – Diferenças entre Keynes e Kalecki 
  Estruturas de mercado:
	- Keynes: permanece preso ao modelo de livre 	concorrência Neoclássico;
	- Kalecki: aborda a economia como ela é. Com 	empresas de maior ou menor poder de mercado 	(Oligopólio/ Monopólio);
  Distribuição de renda:
	- Keynes: não mostra grande interesse na 		distribuição de renda (só entre rentistas e 		empresários);
	- Kalecki: a distribuição da renda entre as 		classes sociais é parte integrante de sua teoria 
	(= função consumo por classe social);
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 XII – Diferenças entre Keynes e Kalecki 
  Prazos:
	- Keynes: explica a renda a curto prazo (maior crítica);
	- Kalecki: se preocupa com os fenômenos de curto 	e longo prazo;
		- Tenta inclusive integrar os fenômenos dos 				ciclos ao desenvolvimento econômico;
		- Assim Kalecki leva em conta, entre outras, 				o papel das inovações, que Keynes não aborda;
  Se refere a concepção de sociedade capitalista:
	- Keynes: trata a sociedade como um conjunto de 		indivíduos (função consumo única);
		- Tenta salvar o sistema;
	- Kalecki: trata a sociedade na perspectivas de duas 	classes (Capitalista –lucro e trabalhador – salário);
		- Faz distinção entre Cc e Cw; 
		- Tenta transformar o sistema;
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KALECKI, M. A teoria da dinâmica econômica. São Paulo: Nova Cultural, 1985. (Os economistas).
KALECKI, M. Crescimento e ciclo das economias capitalistas. São Paulo: Hucitec, 1987.
KALECKI, M. Economias em desenvolvimento. São Paulo: Revista dos tribunais, 1987a.
MIGLIOLI, J (Org.). Kalecki. São Paulo: Ática, 1980 (Coleção grandes cientistas sociais n. 16).
OSER, J. e BLANCHFIELD, W. C. A história do pensamento econômico. São Paulo: Atlas, 1987.
HEILBRONER, R. A história do pensamento econômico. São Paulo: Nova Cultural, 
HUNT, E. K. e SHERMAN, H. J. A história do pensamento econômico. Rio de Janeiro: Vozes, 1986.
RIMA, I. H. História do Pensamento Econômico. São Paulo: Atlas, 1987.
BIBLIOGRAFIA
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