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ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel ESCOLA KALECKIANA Prof. Dr. DIRCEU GRASEL ECONOMIA/UFMT Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * Dirceu Grasel * I – DADOS BIOGRÁFICOS Polonês (1899-1970); De personalidade coerente, por três vezes deixa cargos ou funções em solidariedade a amigos perseguidos ou por coerência de princípios; Seu estilo é conciso, com freqüência recorre a expressões matemáticas para tornar as suas idéias mais compactas e exatas; Amigo de Joan Robinson e Pierro Sraffa (alunos de Keynes. Não conseguiu se aproximar de Keynes); De 1927 a 32 suas pesquisas versam sobre estudos empíricos; Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * I – DADOS BIOGRÁFICOS A partir de 1933 lança seus primeiros trabalhos sobre teoria econômica: a) Esboço de uma teoria do ciclo econômico (1933) em que desenvolve o Princípio da Demanda Efetiva (portanto, antes de Keynes 1936); b) Comércio Internacional; c) Exportações Internas; Exportações internas: a) É um conceito que têm raízes em Rosa Luxemburgo; b) Para Kalecki representa gastos do governo; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * I – DADOS BIOGRÁFICOS Já nessa época ele procura mostrar teoricamente os efeitos positivos dos gastos públicos, nos lucros dos capitalistas e na renda nacional; Para Rosa Luxemburgo, o capitalismo somente poderia sobreviver enquanto existirem regiões ou espaços não capitalistas para absorverem a produção capitalista (Portanto, já aborda o problema de deficiência de Demanda da economia capitalista); Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * I – DADOS BIOGRÁFICOS Este espaço não capitalista não são necessariamente outros países, podem ser setores não capitalistas no interior de um país capitalista, como é o caso de uma economia camponesa e do governo; Kalecki vai mostrar (corrigindo Rosa Luxemburgo) que o importante, neste caso, é o saldo líquido das exportações (X – M) e não o volume total de exportações; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * I – DADOS BIOGRÁFICOS Principais Temas Abordados: a) Economias Capitalistas Desenvolvidas; b) Economia Socialistas; c) Economias Subdesenvolvidas; Principais Obras: a) Teoria da Dinâmica Econômica (coleção dos economistas); b) Crescimento e Ciclo das Economias Capitalistas; A maior parte de sua obra aborda problemas das economias desenvolvidas; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * II – PRINCIPAL PREOCUPAÇÃO A grande preocupação de Kalecki foi estudar os ciclos econômicos; A problemática de Keynes e Kalecki são semelhantes. Estavam preocupados com o desemprego, a capacidade ociosa e a queda do nível de renda nacional; A grande depressão que atingiu os EUA e os principais países capitalistas, também atingiu a Polônia, onde a produção de 1933 era de apenas 46% da produção de 1928; A resposta de ambos também é semelhante, o princípio da demanda efetiva terá um papel fundamental na explicação do nível de emprego e renda para os dois; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * II – PRINCIPAL PREOCUPAÇÃO Em 1933, três anos antes da teoria geral, lança a sua primeira contribuição teórica: “Esboço de uma teoria do ciclo econômico”, em que apresenta o seu princípio da demanda efetiva; Ao tentar explicar a situação das economias capitalistas defronta-se com o problema da demanda efetiva e o ciclo econômico, assim queria saber: a) Como as economias capitalistas crescem? b) Quais as causas das oscilações cíclicas? c) Porque elas crescem de maneira cíclica? Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * II – PRINCIPAL PREOCUPAÇÃO Em 1968, lança o livro “Tendência e Ciclo Econômico” em que afirma que o comportamento cíclico da economia é provocado por alterações da demanda efetiva, cujo principal componente (tal como em Keynes) era o investimento privado Apesar dos objetivos e resultados idênticos, existem pelo menos duas grandes diferenças em Keynes e kalecki: a) Kalecki se preocupa também com o longo prazo. Keynes somente com o curto prazo; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * II – PRINCIPAL PREOCUPAÇÃO b) Kalecki estuda as economias capitalistas, levando em conta as classes sociais (formação marxista): - Para ele não existe uma função de consumo genérica; - Existe consumo dos capitalistas e consumo dos trabalhadores; - Existem lucros e salários e a articulação entre estas categorias é fundamental para explicar a dinâmica do sistema. Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * III – ESQUEMA BÁSICO (Equação simplificada) A renda nacional e os determinantes dos lucros: Kalecki inicia seu estudo separando as duas classes sociais: capitalista e trabalhador; Modelo Simplificado: supõem uma economia fechada (sem comércio exterior) e sem governo (equilíbrio das contas públicas); Supõem ainda que os trabalhadores gastam tudo o que ganham (não poupam); Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * III – ESQUEMA BÁSICO (Equação simplificada) A renda nacional e os determinantes dos lucros: Divide a economia em três Departamentos: a) Departamento I (produtor de bens de produção); b) Departamento II (produtor de bens de consumo dos capitalistas; c) Departamento III (produtor de bens de consumo para os trabalhadores); Ainda para simplificar o raciocínio supõe que os bens intermediários são produzidos pelos próprios Departamentos; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * III – ESQUEMA BÁSICO P = Lucro; W = Salário; I = Investimento; Cc = Consumo dos Capitalistas Cw = Consumo dos Trabalhadores P1 = Lucro do Depto I; W1 = Salário do Depto I Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * III – ESQUEMA BÁSICO (Equação simplificada) A renda nacional e os determinantes dos lucros: Soma dos lucros dos três Departamentos: P 1 + P 2 + P 3 = P Soma dos salários dos três Departamentos: W 1 + W 2 + W 3 = W A renda nacional pode ser assim obtida: P + W = Y (1) (leitura da coluna vertical) I + Cc + Cw = Y (2) (leitura da coluna horizontal) Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * III – ESQUEMA BÁSICO (Equação simplificada) A renda nacional e os determinantes dos lucros: Da equação (1) e (2) temos: P + W = I + Cc + Cw ( 3 ) Como Cw = W ( 4 ) P + W = I + Cc + Cw Temos: P = I + Cc ( 5 ) Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * III – ESQUEMA BÁSICO (Equação simplificada) A renda nacional e os determinantes dos lucros: A equação (5) mostra que o lucro (P) é determinado pelo Investimento (I) e Consumo dos Capitalistas (Cc) ou em outras palavras pelos gastos dos capitalistas, assim: a) Embora o capitalista não possa decidir diretamente sobre os lucros futuros; b) Pode decidir diretamente sobre seus gastos em C e I; c) A decisão sobre os gastos em C e I determina o lucro (P); Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * III – ESQUEMA BÁSICO (Equação simplificada) A renda nacional e os determinantes dos lucros: d) Conclusão paradoxal. Quanto mais gastarem, maior será seu lucro, assim: “Os trabalhadores gastam o que ganham.” “Os capitalistas ganham o que gastam.” e) Portanto, ao contrário do que pensavam os Clássicos, quanto mais o capitalista poupar, menor será sua renda e quanto mais gastar maior será sua renda; f) A explicação disso está no fato de que renda não é dada como se fosse um bolo. Ela aumenta com os gastos e diminui com o corte dos gastos (PDE); Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * IV – OS SALÁRIOS E OS LUCROS Segundo os Clássicos e Neoclássicos, quanto maior o W menor o P; Veremos que isso nem sempre é verdade para a economia como um todo: Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * IV – OS SALÁRIOS E OS LUCROS O que ocorre se houver um aumento do W na economia como um todo? a) A curtíssimo prazo, os lucros do Depto I e II irão diminuir; b) Mas o Depto III, que produz bens de consumo dos trabalhadores, terá um aumento nos seus lucros, no mesmo montante que subirem os salários; c) Neste caso o que houve foi transferência de renda dos capitalista dos setores I e II para os capitalistas do setor III, porque: W1 + W2 = P3 ( 6 ) Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * IV – OS SALÁRIOS E OS LUCROS A equação (6) mostra que os lucros do Depto III são iguais à soma da massa salarial dos Deptos I e II; É evidente que isso somente é correto se considerarmos duas questões: a) O trabalhador gastar tudo o que ganha; b) O Depto III (produtor de bens de consumo dos trabalhadores) tiver capacidade ociosa; A suposição de capacidade ociosa é realista, porque o sistema capitalista quase nunca trabalha com pleno emprego dos fatores; Em alguns casos a capacidade ociosa pode ser uma opção estratégica, para ganhar e manter mercado; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * IV – OS SALÁRIOS E OS LUCROS Neste caso os lucros do Depto III aumentarão; O Depto III aumentará as encomendas do Depto I (máquinas e equipamentos), que também aumentará seus lucros; O aumento dos I aumentará os P (P = I + Cc); O aumento dos P aumentará a Y (Y = P + W); Em resumo: a) O aumento dos I aumenta os P, que aumenta a Y, que aumenta o C e a S; b) Diferentemente do que os Clássicos pensavam, um aumento dos W pode aumentar e não diminuir os P; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * IV – OS SALÁRIOS E OS LUCROS Se não houvesse capacidade ociosa, a situação se altera: a) O Depto III não poderia atender a demanda; b) Aumentaria os preços e; c) Teria-mos inflação no departamento III; d) O aumento de W acabaria sem efeito em termos reais, porque seriam seguidos de aumento dos preços dos produtos que os trabalhadores consomem; e) Neste caso, os P do Depto III também aumentarão e também haverá uma transferência de renda dos Depto I e II para o Depto III; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * V – EQUAÇÃO AMPLIADA Renda Nacional e os Determinantes dos Lucros: Ampliando o modelo, kalecki incorpora as relações do país com o exterior e o governo; Neste caso a Renda Nacional ou o Produto Nacional Bruto será determinado por: Y = I + Cc + Cw + Ex + G Y = Renda Nacional ou PNB; I = Investimento; Cc = Consumo dos Capitalistas; Cw = Consumo dos Trabalhadores; Ex = Saldo das Exportações (diferença de X – M); G = Gastos do Governo (expressa o valor do déficit orçamentário) Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * V – EQUAÇÃO AMPLIADA Renda Nacional e os Determinantes dos Lucros: A Renda nacional será tanto maior quanto: a) Maior os I; b) Maior o Cc; c) maior Cw; d) Maior for o saldo das exportações (diferença entre X –M): - Significa mercado para os nosso produtos; e) Maior for o déficit orçamentário: - Criação de demanda pública, especialmente importante quando existir deficiência de DE; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * V – EQUAÇÃO AMPLIADA Renda Nacional e os Determinantes dos Lucros: Keynes chega a mesma conclusão. A divergência está no fato de que Kalecki afirma que os capitalistas não tem interesse que o governo elimine todo o desemprego: a) A capacidade ociosa tem papel fundamental na economia (conquistar e manter mercado); b) Eliminar todo o desemprego, aumentaria o poder de barganha dos trabalhadores; c) Diminuiria o poder decisório dos próprios capitalistas (quando o trabalhador ganha bem ele começa a poupar e aí teríamos que incluir o Cw na equação de determinação dos lucros (P = I + Cc + Cw); Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * Quais são os fatores determinantes das parcela da renda nacional? Y = I + Cc + Cw + Ex + G VI – DETERMINANTES DO I Kalecki percebeu que a chave da dinâmica do sistema capitalista estava no investimento privado; Assim, grande parte do trabalho de Kalecki está voltado para elucidar o problema dos determinantes do I; Ao longo de seus trabalhos sempre abordou este tema, dos quais merece destaque a primeira versão encontrada na “Teoria da Dinâmica Econômica” e a última versão encontrada na “Crescimento e Ciclo das Economias Capitalistas”; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VI – DETERMINANTES DO I Na formulação dos determinantes do I, Kalecki supõem um sistema econômico fechado: a) Sem interferência do governo; b) Sem comércio exterior; c) Sem poupança dos trabalhadores; d) Inexistência de estoques, fazendo com que o investimento seja somente em capital fixo sem dedução da depreciação; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VI – DETERMINANTES DO I A taxa de juros: A taxa de juros têm pouco peso na explicação kaleckiana de decisão de investir; Kalecki separa taxa de juros de curto e longo prazo; A taxa de juros de curto prazo é o preço que se paga pela renúncia à liquidez (como Keynes) e depende: a) Do volume de transações; b) Da oferta monetária (definida pelo BC); c) A velocidade da moeda aumenta com o volume de transações. Quanto maior a atividade econômica maior a taxa de juros de c/p; As taxas de juros de c/p são instáveis; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VI – DETERMINANTES DO I A taxa de juros: A taxa de juros de longo prazo é aquela que os capitalistas levariam em conta para a decisão de I; Como esta taxa de juros é estável, sua influência nesta decisão não é decisiva; A taxa de juros de L/P é determinada: a) Por uma taxa média móvel das taxas de curto prazo; b) Mais uma taxa de risco (quanto maior a maturação do I maior é risco); i = r + h i = Taxa de juros de l/p; r = Taxa de juros de c/p; h = Taxa de risco; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VI – DETERMINANTES DO I A taxa de juros: Vimos que a taxa de juros de c/p (r) são instáveis e estão associadas ao nível de atividade econômica (quanto maior a atividade econômica, maior será esta taxa); A taxa de risco (h) se comporta de maneira inversa e têm um papel estabilizador: a) Na fase ascendente e no auge do ciclo, quando a taxa de juros é alta (a atividade econômica é alta) o otimismo empresarial é elevado, diminuindo os riscos; b) Portanto, na fase ascendente e no auge do ciclo a taxa de juro é alta, mas o risco é baixo; c) Na fase descendente do ciclo a taxa de juro é baixa mas o risco e elevado; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VI – DETERMINANTES DO I A taxa de juros: Em geral “i” é maior do que “r”, porque i = r + h (taxa de juros de l/p = taxa de juros de c/p + risco); Contudo, como a taxa de juros de c/p (r) é uma média, momentaneamente a taxa de juros de l/p (i) pode ser igual ou menor do que a taxa de c/p (r); Além disso como a taxa de risco (h) atua de forma inversa à taxa de juros de c/p (r), a taxa de juros de l/p (i) tende a ser bastante estável: Sendo a taxa de juros de l/p (i) bastante estável, os fatores decisivos no processo de tomada de decisão são outros (“r” não influencia o I); Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VI – DETERMINANTES DO I Patrimônio Líquido: Um dos fatores determinantes do investimento é o patrimônio líquido da empresa; O patrimônio líquido expressa, em termos monetários, a parcela dos ativos (bens e direitos) que pertencem a empresa (o capital próprio incluindo os lucros); Um patrimônio líquido grande permite duas coisas: a) Acesso fácil ao mercado de capitais; b) Maior segurança e, portanto, financiamentos mais fáceis, rápidos e seguros; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VI – DETERMINANTES DO I Patrimônio Líquido: Em resumo: a) Quanto maior o patrimônio líquido da empresa, maior serão as chances de acesso ao mercado de capitais; b) Quanto menor o grau de endividamento (relação capital terceiro/capital próprio / maior serão as chances de de conseguir financiamento); (Portanto, os que mais precisam de empréstimo não tem acesso ao crédito). Limite de endividamento: Kalecki utiliza o conceito de risco crescente para mostrar a relação entre financiamento e capital próprio. Elevar muito os financiamentos em relação ao capital próprio aumenta o risco; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VI – DETERMINANTES DO I O que leva o capitalista a investir? O I depende positivamente da S (lucros retidos das empresas e reservas (S) dos capitalistas), mas: a) Este poderão investir um montante maior, igual ou menor do que a poupança (dependendo dos lucros e do acesso ao crédito); Da variação da taxa de lucro (P/K), onde “P” é o lucro e “k” é o estoque de capital: a) Quanto maior a taxa de lucro maior o estímulo ao I; b) Quanto maior o lucro (P) maior o estímulo ao I; c) Quanto maior e estoque de capital (K) menor é o estímulo ao I (porque diminui a taxa de lucro); Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VI – DETERMINANTES DO I O que leva o capitalista a investir? Por fim, outro fator positivo é o “d” que está relacionado às mudanças e inovações; Kalecki também distingue decisão de investir (D) e I efetivo (F). Certa defasagem de tempo deve ocorrer entre a decisão de investir e o I efetivo; Em resumo, o I depende: a) Positivamente da S total; b) Positivamente da variação (aumento) dos lucros; c) Negativamente do aumento do estoque de capital; d) Positivamente das inovações tecnológicas; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VI – DETERMINANTES DO I O que leva o capitalista a investir? Primeira formulação: F t + θ = É o investimento efetivo período t mais θ (teta); a = Constante de proporcionalidade. Indica a porcentagem de S Investida; S t = Poupança total; b = Constante de proporcionalidade; P/ t = Variação do lucro; c = Constante de proporcionalidade; k/ t = Aumento do estoque do capital; d = Constante que sintetiza o efeito das inovações tecnológicas; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VI – DETERMINANTES DO I O que leva o capitalista a investir? Kalecki ficou insatisfeito com a primeira solução dada ao problema do I; Em 1968 expôs a sua última versão em “Crescimento e ciclos das economias capitalistas”; Nesta versão Kalecki explica porque um empresário investe mesmo quando possui capacidade ociosa: a) A idéia nova é de que parte dos lucros provém da inovação tecnológica; b) A inovação tecnológica por sua vez é procurada pelo aumento da produtividade (produz a custos menores e permite vender a preços menores); Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VI – DETERMINANTES DO I O que leva o capitalista a investir? c) Portanto, o I inovador (com tecnologia de ponta) permite redução de custos, preços e, assim, conquistar novos mercados; A idéia implícita é que os capitalistas não agem como classe na hora de investir, mas competem entre si; a) Nesta concorrência sairá vencedor aquele que conseguir a maior produtividade média do capital fixo utilizado; b) O aumento da produtividade média é fruto da inovação tecnológica, que resulta da competição intercapitalista para conquistar e manter mercados; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VI – DETERMINANTES DO I O que leva o capitalista a investir? Na formulação definitiva o progresso tecnológico no processo dinâmico do investimento e a concorrência intercapitalista receberam um papel destacado; Na versão definitiva o autor substitui a variável “aSt” (poupança bruta total) pela poupança bruta dos capitalistas, representada por “eSt”, onde “e” expressa a participação relativa da poupança dos capitalistas na poupança total da sociedade; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VI – DETERMINANTES DO I O que leva o capitalista a investir? A variação na taxa de lucros esperadas (bKt) e a variação no estoque de capital fixo (cKt) da equação, passou a ser apresentada na variável “nP + dP”, que também expressa a variação da taxa de lucro esperada, porém agora com uma estreita relação com as inovações tecnológicas e com a concorrência intercapitalista; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VI – DETERMINANTES DO I O que leva o capitalista a investir? A variável “nP” é o lucro esperado resultante do acréscimo no lucro total (n expressa a participação dos capitalistas sobre o lucro total), enquanto “dP” é o lucro esperado proveniente da transferência de lucro do novo para o antigo equipamento (d expressa a taxa de depreciação real, relacionado ao desgaste físico e tecnológico do estoque de capital); Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VI – DETERMINANTES DO I O que leva o capitalista a investir? O montante de investimento necessário para obter o lucro esperado (ou competitividade esperada) depende dos coeficientes “n” (participação dos capitalistas sobre o lucro total); “d” (a taxa de depreciação real); “P” (do aumento do lucro total) e “P” (do nível de lucro existente); Dados os valores “nP + dP” (lucro esperado), o montante de investimento que proporciona o lucro esperado será igual a It1; Quando a taxa de lucro do estoque de capital for menor que taxa de lucro de capital novo, tem-se um incentivo ao investimento para o próximo período e vice-versa; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VI – DETERMINANTES DO I O que leva o capitalista a investir? Isto é, mantidas constantes a massa de lucro que os capitalistas esperam obter (nP + dP), ocorrerá investimento efetivo (Ito) até este ser igual ao montante de investimento necessário (It1) para alcançar a taxa de lucro esperada (It1 = Ito); Quando Ito (Efetivo) maior que It1 (Necessário) (Ito > It1), o capitalista investirá no próximo período somente uma parte de sua poupança e; por outro lado, se “Ito for menor que It1 (Ito < It1), tem-se um investimento maior que o volume de poupança do capitalista e esta será financiada via mecanismos de criação de crédito; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VI – DETERMINANTES DO I O que leva o capitalista a investir? Formulação definitiva: It + v = representa o investimento no momento seguinte; It = o investimento bruto agregado em capital fixo; v = um retardo às decisões de investir do período “t” (defasagem temporal); eSto = expressa a participação relativa dos capitalista na poupança total; r = representa a influência da diferença entre o investimento necessário (It1) e o investimento efetivo (Ito) sobre o investimento a ser efetuado no período “t1”, uma vez que o investimento efetivo (Ito) pode ser menor ou maior do que o investimento necessário (It1) para alcançar o lucro esperado; B’ = representa a influência direta do progresso tecnológico sobre o investimento e a competitividade da empresa: a) Introduz novas máquinas (tecnologias) para aumentar a produtividade média do capital fixo utilizado; b) O alto ritmo de inovações tecnológicas resulta num alto grau de obsolescência do estoque de capital, gerando uma taxa de depreciação também maior e, estimulando novamente a acumulação do capital; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VI – DETERMINANTES DO I O que leva o capitalista a investir? Em resumo: Na versão definitiva os determinantes dos investimentos em capital fixo, numa economia capitalista desenvolvida são influenciados pela: a) Poupança passada dos capitalista; b) Diferença entre investimento efetivo e investimento necessário e; c) Influência direta do progresso tecnológico; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VII – DETERMINANTES DO CONSUMO Determinantes do Consumo dos Trabalhadores: O consumo dos trabalhadores (Cw) permanece próximo ao nível de subsistência; Assim, em termos gerais, a poupança dos trabalhadores é pouco significativa dentro do sistema; Embora com sindicatos fortes os trabalhadores possam melhor seus salariais; Assim, o consumo e a possibilidade de poupança ou não ficam na dependência da organização política sindical; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VII – DETERMINANTES DO CONSUMO Determinantes do Consumo dos Capitalistas: Equação de consumo: Cc = A + qP A = Consumo semi-autônomo, que varia muito lentamente; qP = Consumo determinado pelos lucros passados; q = é uma constante de proporcionalidade muito semelhante à propensão marginal a consumir de Keynes; Considerando a equação P = I + Cc e substituindo Cc pela equação de consumo Cc = A + qP, temos: P = I + A + qP P – qP = I + A P (1 – q) = I + A I + A 1 P = ----------- ou P = ------------ (I + A) 1 – q 1 – q 1 --------- 1 – q é o efeito multiplicador Kaleckiano, que afeta diretamente o lucro e indiretamente a renda; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VII – DETERMINANTES DO CONSUMO Determinantes do Consumo dos Capitalistas: A diferença da Propensão Marginal a Consumir de Keynes e Kalecki está no fato de que: a) Keynes relaciona o consumo diretamente a Y; b) Kalecki relaciona o consumo ao lucro e indiretamente à Y (por trabalhar com classes sociais e considerar que o trabalhador não poupa); “q” é um número entre zero a um (isto porque os capitalistas não consomem todo seu lucro, investem boa parte); Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VII – DETERMINANTES DO CONSUMO Determinantes do Consumo dos Capitalistas: “A” e “q” (ou Cc) são constantes no curto prazo, mas variam no l/p: a) Mas mesmo no l/p a variação não é muito expressiva; b) O que caracteriza que o consumo têm papel secundário na definição da dinâmica da economia e; c) Que o principal determinante da dinâmica econômica (assim como em Keynes) é o I; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VIII – DETERMINANTES DO SALDO DAS EXPORTAÇÕES Nenhum país é auto-suficiente, todos os países exportam e importam; O volume de importações depende de inúmeros fatores: a) Coeficiente de abertura do país; - O coeficiente de abertura indica o grau de abertura de um país. Existem países que têm limitações físicas ou geográficas e possuem uma grande dependência de insumos de outros países; - Como, a l/p, importação se paga com exportações, os países que importam muito também precisam exportam muito (muito em valor monetário); Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VIII – DETERMINANTES DO SALDO DAS EXPORTAÇÕES b) Nível de atividade econômica: - Grande parte dos insumos são importados; Quando um país precisa de divisas internacionais ele procura atuar no sentido de aumentar seus saldos líquidos de exportação: a) Diminuindo as importações: - Freqüentemente leva a recessão, porque restringe-se as importações de insumos; - Provoca represália por parte dos países prejudicados, que também passarão a comprar menos; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VIII – DETERMINANTES DO SALDO DAS EXPORTAÇÕES b) Desvalorizando o câmbio; - Ao desvalorizar a moeda o país diminui os custos de produção em dólares e consegue competitividade, pois pode vender a preços (US$) menores: A desvalorização cambial possui pelo menos dois inconvenientes: a) Estimula o protecionismo (as empresas se acomodam); b) Aumenta os preços dos produtos importados e a inflação daí decorrente; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * VIII – DETERMINANTES DO SALDO DAS EXPORTAÇÕES Ex; Taxa de câmbio de R$ 2,50 = US$ 1. a) Nesta caso um par de sapatos de R$ 100 custará US$ 40 nos EUA. b) Se considerarmos que nos EUA este sapato custa em média US$ 30, o sapato brasileiro não terá competitividade no mercado Americano; c) O Brasil pode desvalorizar a sua moeda e estabelecer a seguinte taxa de câmbio: R$ 3,40 = US$ 1, (desvalorização de 36%) e o sapato poderá ser vendido pelos mesmos R$ 100 que corresponderão agora a US$ 29,41; d) Por outro lado, o Brasil pagará 36% a mais (em moeda nacional) por todas as suas exportações; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * IX – DETERMINANTES DO DÉFICIT PÚBLICO Os capitalistas fazem muitas coisas como classe, mas não investes como classe. Pelo contrário, competem entre si (competição intercapitalista): Por isso os capitalistas não têm o domínio completo sobre o investimento privado e, consequentemente, a dinâmica da economia; O mesmo não acontece com os gastos públicos. Tal como Marx, Kalecki afirma que o Estado é um instrumento da classe dominante (capitalista); O Estado está a serviço da classe capitalista; O que não quer dizer que se trate de um instrumento isento de contradições, há conflitos de interesses entre os próprios capitalistas; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * IX – DETERMINANTES DO DÉFICIT PÚBLICO O Estado ao intervir na economia, ampliando os gastos, pode criar maiores oportunidades para a expansão dos lucros e eliminar o desemprego; Sempre que esta intervenção não ameaça a autonomia dos capitalistas e certos valores de livre-empresa, é aplaudida pelos capitalistas; A crítica que Kalecki faz ao Estado Burguês (que pode ser estendida ao Estado socialista) é o fato de atuar muito mais fortemente com gastos militares do que com gastos sociais; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * X – PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS O grande problema dos países desenvolvidos é a subutilização da capacidade produtiva, que parece inerente ao sistema (deficiência de DE); Nos países subdesenvolvidos (embora exista), o problema não é tanto a subutilização da capacidade produtiva; Nestes, o problema está na incapacidade de absorver toda força de trabalho: a) O que resulta num padrão de vida baixo, para a maioria da população; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * X – PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS b) É preciso investimento para ampliar o estoque de capital fixo; c) Mas, crescimento, associado a formulas que beneficiem a todos (distribuição de renda); d) O problema é mais de oferta do que de demanda (Não é o caso do Brasil. É necessário considerar a globalização e a internacionalização do K); Nos países subdesenvolvidos, haverá pelo menos três obstáculos para o seu rápido desenvolvimento: a) É possível que o I privado não se efetive nos níveis desejados; b) Pode haver deficiência de recursos físicos para produzir mais bens de I; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * X – PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS c) Haverá ainda problemas de suprimentos adequados de gêneros essenciais de consumo para cobrir a demanda resultante da expansão do emprego (não é o caso do Brasil); Kalecki aponta algumas solução, que chama de teóricas, pois encontrariam grandes obstáculos na prática: a) Reorientar a estrutura de investimentos no sentido de priorizar a produção de bens essenciais (Galbraith vai insistir nisto); b) Alterar a estrutura tributária, para combater a evasão fiscal; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * X – PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS c) Kalecki não acredita que nem mesmo a reforma agrária seja suficiente para resolver os problemas, pois os camponeses permanecem dependentes dos emprestadores de dinheiro e dos intermediários; d) Na verdade os obstáculos são todos de ordem institucional e política e não de ordem técnica; e) Em função disso, somente o planejamento da economia seria capaz de resolver os problemas (Socialismo); f) Afirma que para superar tais obstáculos seria necessário forças maiores do que as que levaram a Revolução Francesa; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * XI – SOCIALISMO X CAPITALISMO As economias socialista se orientam pelo planejamento central, o que permite melhor aproveitamento dos recursos econômicos (na prática: permitiria); Com a abertura democrática na Polônia, alguns economistas (descontentes com a rigidez dos planos e a ineficiência burocrática), defenderam um sistema misto de planejamento associado com mecanismos de mercado; Kalecki era contra o sistema misto, porque não via nenhuma racionalidade no sistema de mercado; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * XI – SOCIALISMO X CAPITALISMO Segundo ele um sistema de planejamento central pode ser melhor ou pior, mais ou menos burocrático; Por isso defendia a melhora do sistema de planejamento, não a sua substituição por algo pior; Defende um planejamento menos centralizado, menos autoritário e com a participação dos conselhos operários; A maior participação dos conselhos operários será um avanço no caminho da democratização socialista; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * XI – SOCIALISMO X CAPITALISMO Outra preocupação de Kalecki (na verdade de todos os economistas socialistas) diz respeito a: a) Deve-se privilegiar o I em bens de produção ou em bens de consumo? b) Qual é a relação ideal entre consumo e investimento? c) Qual é a taxa de investimento ideal? (questão que se apresenta de forma diferente numa economia capitalista e socialista) Na economias socialista, não se verifica o problema de deficiência de demanda efetiva. Os problemas sempre estão relacionados com a oferta; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * XI – SOCIALISMO X CAPITALISMO A maior parte das respostas a estas perguntas depende dos objetivos dos formuladores de política econômica; Trata-se de uma opção política, apoiada em estudos técnicos; É evidente que ao se privilegiar os bens de I, o consumo será momentaneamente prejudicado; Da mesma forma, ao se privilegiar os bens de consumo, se prejudica o crescimento econômico; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * XI – SOCIALISMO X CAPITALISMO De qualquer forma, a população deve sentir avanços no seu padrão de vida, como forma de se empenharem na viabilização do sistema escolhido; Tanto no capitalismo, como no socialismo, o investimento é a chave da dinâmica econômica; No entanto, não estando mais submetido aos interesses privados, o investimento no sistema de produção socialista é controlável; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * XII – Semelhanças entre Keynes e Kalecki O nível da renda nacional não é automaticamente determinada pela capacidade produtiva (S); O Nível de renda é função da demanda; O nível de demanda (modelo simples) é determinado pelos gastos em I e C; Como o nível de consumo é determinado pela renda; O Investimento passa a ser a variável principal para entender a dinâmica capitalista (Nível de Y e Emprego); Ambos explicam a crise como de deficiência de demanda efetiva; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * XII – Diferenças entre Keynes e Kalecki As divergências na maioria dos casos são explicados pelas diferentes formações: - Keynes: Neoclássica; - Kalecki: Marxista; Nos determinantes do I começam as divergências entre eles: - Keynes: (EMgK e i); - Kalecki: (Desenvolve vários modelos e não ficou satisfeito com seus resultados); Tem prioritariamente soluções diferentes para as crises: - Keynes: Desequilíbrio provisório das contas públicas; - Kalecki: Melhor distribuição de renda entre as classes; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * XII – Diferenças entre Keynes e Kalecki Estruturas de mercado: - Keynes: permanece preso ao modelo de livre concorrência Neoclássico; - Kalecki: aborda a economia como ela é. Com empresas de maior ou menor poder de mercado (Oligopólio/ Monopólio); Distribuição de renda: - Keynes: não mostra grande interesse na distribuição de renda (só entre rentistas e empresários); - Kalecki: a distribuição da renda entre as classes sociais é parte integrante de sua teoria (= função consumo por classe social); Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * XII – Diferenças entre Keynes e Kalecki Prazos: - Keynes: explica a renda a curto prazo (maior crítica); - Kalecki: se preocupa com os fenômenos de curto e longo prazo; - Tenta inclusive integrar os fenômenos dos ciclos ao desenvolvimento econômico; - Assim Kalecki leva em conta, entre outras, o papel das inovações, que Keynes não aborda; Se refere a concepção de sociedade capitalista: - Keynes: trata a sociedade como um conjunto de indivíduos (função consumo única); - Tenta salvar o sistema; - Kalecki: trata a sociedade na perspectivas de duas classes (Capitalista –lucro e trabalhador – salário); - Faz distinção entre Cc e Cw; - Tenta transformar o sistema; Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional ESCOLA KALECKIANA * * Dirceu Grasel * * KALECKI, M. A teoria da dinâmica econômica. São Paulo: Nova Cultural, 1985. (Os economistas). KALECKI, M. Crescimento e ciclo das economias capitalistas. São Paulo: Hucitec, 1987. KALECKI, M. Economias em desenvolvimento. São Paulo: Revista dos tribunais, 1987a. MIGLIOLI, J (Org.). Kalecki. São Paulo: Ática, 1980 (Coleção grandes cientistas sociais n. 16). OSER, J. e BLANCHFIELD, W. C. A história do pensamento econômico. São Paulo: Atlas, 1987. HEILBRONER, R. A história do pensamento econômico. São Paulo: Nova Cultural, HUNT, E. K. e SHERMAN, H. J. A história do pensamento econômico. Rio de Janeiro: Vozes, 1986. RIMA, I. H. História do Pensamento Econômico. São Paulo: Atlas, 1987. BIBLIOGRAFIA Dirceu Grasel Agronegócio e Desenvolvimento Regional
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