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• O tronco encefálico fica entre a medula e o diencéfalo. • É dividido em bulbo, ponte e mesencéfalo. • Na sua constituição entram os corpos de neurônios que se agrupam em núcleos e fibras nervosas que se agrupam em feixes denominados tratos, fascículos ou lemniscos. Muitos dos núcleos do TE recebem ou emitem fibras nervosas que entram na constituição dos nervos cranianos. Dos 12 pares de NC, 10 fazem conexão no tronco encefálico. • Por toda sua parte é possível encontrar formações reticulares que é uma agregação de neurônios que influencia em quase todos os setores do SNC. Suas principais funções são atribuídas ao: ciclo sono-vigília, controle eferente da sensibilidade e da dor, controle da motricidade e postura, controle do sistema nervoso autônomo, controle neuroendócrino e integração de reflexos (centro respiratório e vasomotor). BULBO • O bulbo (medula oblonga) tem a formada um tronco de cone, cuja extremidade menor continua caudalmente com a medula espinhal. • Considera-se o ponto de divisão entre a medula e o bulbo, o forame magno do osso occipital. E o limite superior do bulbo se faz no sulco bulbo-pontino, que corresponde à margem inferior da ponte. • A superfície do bulbo é percorrida por sulcos que delimitam as áreas anterior (ventral), lateral e posterior (dorsal). O sulco lateral anterior (um de cada lado) demarca a área anterior do bulbo e a região entre os sulcos laterais posteriores é a área posterior do bulbo. • Das bordas do sulco lateral anterior emerge os filamentos radiculares do nervo hipoglosso (XII). • Do sulco lateral posterior emergem os filamentos radicares, que se unem para formas os nervos glossofaríngeo (IX) e vago (X). Gabriela Reis Viol Tronco Encefálico • Entre os sulcos lateral anterior e lateral posterior observa-se uma elevação denominada oliva, formada por uma grande massa de substância cinzenta, o núcleo olivar. • Na área anterior nota-se uma fissura mediana anterior, que corta o bulbo pela metade em toda a sua extensão. De cada lado existe uma elevação, as pirâmides e mais abaixo a decussação das pirâmides, onde cruza o trato corticoespinhal lateral que desce pelo funículo lateral. • A metade caudal do bulbo ou porção fechada do bulbo é percorrida por um estreito canal que se abre para formar o IV ventrículo, cuja assoalho é constituído pela porção aberta do bulbo, originado do desaparecimento do funículo posterior na parte posterior do bulbo (substância cinzenta com núcleos dos nervos cranianos). O sulco mediano posterior termina a meia altura do bulbo e contribuem para formação dos limites laterais do IV ventrículo, este comunica-se com o III ventrículo através do aqueduto cerebral (por onde escorre o líquor). Gabriela Reis Viol AUSÊNCIA/ENTUPIMENTO DE AQUEDUTO CEREBRAL: não ocorre drenagem de líquor, uma vez que a fontanela ainda está aberta causa hidrocefalia. Para tratamento insere-se uma válvula que drena para o peritônio. • Vemos na área posterior do bulbo o final do fascículo grácil (medialmente) e cuneiforme (lateralmente), terminados respectivamente no tubérculo grácil e cuneiforme, duas eminências que abrigam os núcleos grácil e cuneiforme. Gabriela Reis Viol • A formação reticular do bulbo (mais caudal) não obedece aos comandos voluntários e inclui o centro vasomotor, centro respiratório e centro do vômito. OBSERVAÇÃO: aferência de barorreceptor na carótida para o centro vasomotor emite eferência para manutenção de PA. Substância Cinzenta • NÚCLEO AMBÍGUO. É um núcleo motor, dele saem fibras dos nervos IX (glossofaríngeo), X (vago) e XI (acessório), destinados à musculatura da laringe e da faringe. • NÚCLEO DO HIPOGLOSSO. É um núcleo motor, situa-se no trígono do hipoglosso e dele saem fibras para musculatura da língua. • NÚCLEO DORSAL DO VAGO. É um núcleo autonômico parassimpático que situa-se no trígono do vago. • NÚCLEOS VESTIBULARES. São núcleos sensitivos que penetram pela porção vestibular do VIII (vestibulococlear) nervo craniano. • NÚCLEO DO TRATO SOLITÁRIO. É um núcleo sensitivo que recebe fibras dos nervos VII (facial), IX (glossofaríngeo) e X (vago). As fibras estão relacionadas a gustação. • NÚCLEO ESPINHAL DO NERVO TRIGÊMEO. É um núcleo sensitivo que recebe fibras dos nervos V (trigêmeo) e VII (facial), trazem sensibilidade de quase toda cabeça. • NÚCLEO SALIVATÓRIO INFERIOR. Origina fibras que emergem pelo nervo IX (glossofaríngeo) para inervação da parótida. OBSERVAÇÃO: as lesões do bulbares possuem características mais evidentes como disfagia e as alterações de fonação por lesão do núcleo ambíguo, assim como alterações do movimento da língua por lesão do núcleo do hipoglosso. Esses quadros pode ser acompanhados de paralisia e perda de sensibilidade nos troncos e membros por lesão das vias ascendentes (fascículos grácil e cuneiforme + trato espinotalâmico lateral + tratos espinocerebelares + trato espitalâmico anterior) ou descendentes (trato rubroespinhal + trato corticoespinhal) que percorrem o bulbo. Gabriela Reis Viol PONTE • Localiza-se entre o bulbo e mesencéfalo. • Sua parede posterior compõe o assoalho do IV ventrículo. • Cada lateral da ponte é formada por um aglomerado de fibras transversais que formam uma estrutura volumosa denominada: pedúnculo cerebelar médio, por onde passa grande parte das fibras que se ligam ao cerebelo. No limite da ponte para o pedúnculo cerebelar médio emerge o nervo trigêmeo (V), que apresenta 2 raízes, uma motora (menor) e uma sensitiva (maior V1, V2 e V3). • Na parte anterior da ponte, nota-se um sulco vertical denominado sulco basilar por onde passa a artéria basilar. • Do sulco bulbo-pontino (limite do bulbo para ponte) emergem — de dentro para fora — os nervos abducente (VI), facial (VII) e vestibulococlear (VIII). Entre o facial e vestibulococlear, nota-se a emergência de um ramo menor denominado: nervo intermédio, considerado raiz sensitiva do nervo facial (VII). • A presença de tantas raízes de nervos cranianos em uma área relativamente pequena explica a riqueza de sintomas observados nos casos de tumores que acometem esta área, levando à compressão dessas raízes e causando a chamada SÍNDROME DO ÂNGULO PONTO-CEREBELAR. • NÚCLEOS COCLEARES. Localizam-se ao nível do pedúnculo cerebelar. • NÚCLEOS VESTIBULARES. São núcleos sensitivos que penetram pela porção vestibular do VIII (vestibulococlear) nervo craniano. Localizam-se no assoado do IV ventrículo, onde ocupam a área vestibular. • NÚCLEO SALIVATÓRIO SUPERIOR E NÚCLEO LACRIMAL. São núcleos autonômicos que dão origem a fibras que saem do nervo intermédio (ramo do VII - facial) conduzindo impulsos para as glândulas submandibular, sublingual e lacrimal. • NÚCLEO MOTOR DO TRIGÊMEO. É um núcleo motor que origina fibras para os músculos mastigatórios. • NÚCLEO PRINCIPAL e NÚCLEO MESENCEFÁLICO. São núcleos sensitivos do nervo V (trigêmeo) que recebe impulsos relacionados com a sensibilidade de grande parte da cabeça. Gabriela Reis Viol • Na formação reticular da ponte localiza-se o locus ceruleus, que contêm neurônios ricos em noradrenalida + os núcleos da rafe, contendo neurônios ricos em serotonina. • Os sinais e sintomas das lesões que acometem a ponte decorrem do comprometimento dos núcleos dos nervos cranianos (V, VI, VII e VIII). Assim, pode ocorrer alterações de sensibilidade da face (V), da motricidade da musculatura mastigatória (V) ou mímica facial (VII), além de tontura e alterações no equilíbrio (VIII). A estes sinais podem associar-se paralisias ou perdas da sensibilidade no tronco e membros, por lesão das vias ascendentes e descendentes que transitam pela ponte. NERVOS CRANIANOS I. OLFATÓRIO.Representado por pequenos feixes olfatórios que originam-se na região olfatória das fossas nasais, atravessam a lâmina crivosa do etmoide e terminam no bulbo olfatório onde está localizado seu núcleo. É um nervo exclusivamente sensitivo, cujas fibras conduzem impulsos olfatórios. Os neurônios I são as próprias células olfatórias localizadas na mucosa. • ANOSMIA: é a perda do olfato, normalmente unilateral e tem causa periférica. Queixa- se da alteração do paladar, confusão de sentidos (sinestesia) entre gustação e olfação. A causa pode estar relacionada diretamente a perda de fibras olfatórias como ocorre: no envelhecimento, inflamação da mucosa nasal, traumatismo craniano (fratura da lâmina crivosa), traumatismo grave (separação entre bulbo e nervo olfatório), lesões do rinencéfalo (alucinação olfatória de odores desagradáveis, geralmente pode ser um quadro que precede a crise uncinada - quadro de convulsão generalizada ou apenas lábios e língua). II. ÓPTICO. Constituído por fibras nervosas que se originam na retina e penetram no crânio pelo canal óptico, é um nervo exclusivamente sensitivo, cujas fibras conduzem impulsos visuais. Cada nervo óptico une-se com o do lado oposto, formando o quiasma óptico, onde há cruzamento parcial de suas fibras que vão até o corpo geniculado lateral do tálamo, onde localiza-se o seu núcleo. • Os receptores visuais e os neurônios da via ótica localizam-se na retina em diferentes camadas. Os neurônios I estão localizados na camada de células fotossensíveis / Gabriela Reis Viol fotorreceptoras. (cones e bastonetes), os neurônios II nas células bipolares (intermediária) e os neurônios III nas células ganglionares retinianas). • Os raios luminosos que incidem sobre a retina atravessam essas camadas e atingem esses receptores da visão e logo ocorre a fototransdução, formação de impulsos nervosos a partir da excitação dos fotorreceptores. Os impulsos passam para as células bipolares que fazem sinapse com as células ganglionares, cujos axônios convergem para uma área chamada de papila ótica, onde tornam-se o nervo ótico. Ao nível da papila não há receptores de luz, fator que faz dela um ponto cego, além disso, é por ela que penetram os vasos que nutrem a retina, o E D E M A D E P A P I L A indica hipertensão craniana. • Trajeto das fibras nas vias ópticas: retina nasal (medial) retina temporal (lateral) campo visual. Gabriela Reis Viol • De acordo com o trajeto dos raios luminosos, nota-se que o campo visual temporal se projeta sobre a retina nasal e o campo visual nasal se projeta sobre a retina temporal. • No quiasma óptico, as fibras da retina nasal (que recebe campo visual temporal) se cruzam, enquanto as fibras temporais (que recebe o campo visual nasal) seguem ipsislateral. • CEGUEIRA MONOCULAR: é a perda completa da visão causada pela secção completa do nervo óptico (direita/esquerda/ambos). Ocorre sempre do mesmo lado lesado, visto que afeta o nervo antes do quiasma. Além disso, pode ser causada por traumatismo e glaucoma (aumento da pressão intraocular comprime as fibras do nervo óptico). • HEMIANOPSIA HETERÔNIMA BITEMPORAL: hemianopsia é quando metade do campo de um olho desaparece e heterônima é quando são acometidos lados diferentes dos campos visuais (desaparece visão nos campos temporais ou nos campos visuais). É decorrente da lesão do quiasma óptico, como o quiasma óptico compreende o cruzamento das fibras da retina nasal, há acometimento do campo temporal de cada olho. Pode ser causada por tumores de hipófise, que crescem e comprimem o quiasma de baixo para cima. • HEMIANOPSIA NASAL: é uma lesão na altura do quiasma óptico, em que há lesão das fibras da retina temporal, havendo comprometimento do campo nasal do olho que teve suas fibras temporais lesadas. Pode ser causada por aneurisma da artéria carótida interna. • HEMIANOPSIA HOMÔNIMA DIREITA OU ESQUERDA: hemianopsia é quando metade do campo de um olho desaparece e homônima é quando o mesmo lado de cada olho é acometido. Acontece em decorrência da lesão do trato óptico, pode ser causada por traumatismos ou tumores que comprimem o trato. OBSERVAÇÃO: lesões no corpo geniculado lateral dão alterações de campo visual idênticas às observadas após lesão do trato óptico. • NEURITE ÓPTICA: é a diminuição da acuidade visual devido a lesão parcial do nervo óptico. Dentre as principais causas encontra-se distúrbios inflamatórios, degenerativos, tóxicos ou desmielinizantes. Gabriela Reis Viol III. OCULOMOTOR. É um nervo motor que penetra na órbita pela fissura orbital superior, inervando todos os músculos (extrínsecos e intrínsecos) do olho exceto o oblíquo superior e reto lateral. Logo suas funções relacionam-se com: levantar, abaixar, convergir, rotacionar os olhos, contração da pupila e acomodação da visão para perto. Os seus núcleos (motor somático e motor visceral) localizam-se no colículo superior. • LESÃO DO NERVO OCULOMOTOR: é causada, principalmente, pela compressão do nervo oculomotor por aneurisma da artéria cerebral posterior ou hipertensão craniana. Além disso, o diabetes pode causar isquemia profunda desse nervo. Assim, os sinais clínicos desta lesão são: diplopia (visão dupla), ptose palpebral e etc. IV. TROCLEAR. É um nervo motor que tem origem no crânio na fissura orbital superior e o seu núcleo localiza-se no colículo inferior. Ele é responsável pela inervação do músculo oblíquo superior (olhar pra baixo, rotação interna dos olhos). Ele é um nervo com um trajeto extenso, logo possui maior facilidade em sofrer lesões. • DIPLOPIA ACENTUADA AO OLHAR PARA BAIXO: em condições normais, o músculo oblíquo superior do olho age empurrando a pupila para baixo, fazendo nela um desvio lateral, que se neutraliza com o efeito medial do músculo reto inferior. Uma lesão do nervo troclear provoca sempre um desvio medial da pupila, que tende a convergir os olhos. Nesses casos, um olho fecha-se normalmente, mas o afetado ficará vesgo, causando diplopia. V. TRIGÊMEO. O nervo trigêmeo é um nervo misto, possui duas raízes sensitivas e motora. Cada raiz passa pelo crânio em um local: V1 na fissura orbital superior, V2 no forame redondo, V3 no forame oval juntamente com a raiz motora. A raiz sensitiva é formada pelos prolongamentos centrais dos neurônios sensitivos situados no gânglio trigeminal, os neurônios periféricos formam as 3 divisões do trigêmeo: nervo oftálmico (V1), nervo maxilar (V2) e nervo mandibular (V3), que são responsáveis pela sensibilidade geral de grande parte da cabeça. Essas fibras conduzem impulsos exteroceptivos (temperatura, dor, pressão e tato): da pele da face, da fronte, da conjuntiva ocular, da mucosa da cavidade bucal, do nariz, dos dentes, dos 2/3 anteriores da língua e da dura-máter craniana e proprioceptivos que originam-se em receptores dos músculos mastigados e na articulação temperomandibular. Gabriela Reis Viol • A raiz motora é constituída de fibras que acompanham o nervo mandibular (V3), distribuindo-se aos músculos da mastigação (masseter, temporar, pterigoídeo, milo- hióideo). • Os núcleos da raiz sensitiva pode ser dividido em: mesencefálico (propriocepção da musculatura mastigatória e da expressão facial), principal (tato epicrítico=grosseiro e sensibilidade vibratória) e espinhal (dor, temperatura, tato protopático=fino). • LESÃO DA RAIZ SENSITIVA (GÂNGLIO TRIGEMINAL) gera perda de sensibilidade tátil, térmica e dolorosa na metade ipsilateral da face, cavidade oral e dentes. • LESÃO DA PONTE AO NÍVEL DO NERVO TRIGÊMEO: causados por traumatismo (craniano ou dentário grave), tumores (intracranianos de cabeça), aneurismas, meningite, herpes. Gera perturbaçõesmotoras como paralisia da musculatura mastigatória do lado da lesão, há desvio da mandíbula para o lado paralisado e perturbações sensitivas como anestesia da face do mesmo lado da lesão, perda do reflexo coreano e do espirro. • NEVRALGIA DO TRIGÊMEO: há sinais de crises dolorosas muito intensas no território de um dos ramos do nervo devido a estimulação, o tratamento é cirúrgico de modo a destruir as fibras sensitivas. VI. ABDUCENTE. O nervo abducente é motor, inerva o músculo reto lateral do olho, passa pelo crânio na fissura orbital superior e tem seu núcleo expresso no colículo facial. É responsável pelos movimentos oculares de divergir o olho. • DIPLOPIA (VISÃO DUPLA): causada pela distensão por aumento da pressão intracraniana, tumor encefálico, aneurisma, trombose do seio venoso, pressão do seio cavernoso (estrutura venosa na base do crânio e sua função é drenar os olhos) por aneurisma ou aterosclerose da artéria carótida interna (que irriga o olho). VII.FACIAL. É um nervo misto que emerge no sulco bulbo-pontino. Sua passagem pelo crânio é feito através do meato acústico interno e posteriormente ao forame estilomastoideo, atravessa a glândula parótida e emite ramos para os músculos mímicos. Apresenta relações com o nervo vestibulococlear (VIII) e com as estruturas do ouvido médio e interno e com a parótida. Possui raízes motora, autonômicas e sensitivas. • O núcleo motor do nervo facial é responsável pela motricidade dos músculos mímicos e do orbicular do olho. Gabriela Reis Viol • Os núcleos autonômicos incluem o lacrimal (na ponte) que as fibras pré-ganglionares saem do núcleo pelo nervo intermédio até as glândulas lacrimais. E o salivatório superior (na ponte) em que as fibras, também, pré-ganglionares dos neurônios localizados no núcleo salivatório superior seguem pelo nervo intermédio até as glândulas submandular e sublingual. • Os núcleos sensitivos incluem o núcleo do trato solitário (no bulbo) em que as fibras recebem impulsos gustativos dos 2/3 anterior da língua. E o núcleo espinhal do trigêmeo que está relacionado a dor, temperatura e tato protopático=fino. Gabriela Reis Viol • PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA: também conhecida como Paralisia de Bell, normalmente é viral mas pode ter como causa traumas e diabetes. Ocorre no nervo facial onde não há “cruzamento” de fibras e, portanto, o nervo facial de um lado inerva as metades superior e inferior do mesmo lado. Logo, a lesão acomete toda a metade homolateral da face. Há paralisia total dos músculos (se tornam flácidos) da expressão facial, vazamento de saliva pelo ângulo da boca do lado lesado pela perda do tônus, desvio dos lábios para o lado normal, olho susceptível a infecções pela paralisia do músculo orbicular do olho responsável pelo fechamento do mesmo, ptose palpebral, incapacidade de assoviar, soprar. • LESÃO DO NERVO FACIAL NO FORAME ESTILOMASTOIDEO: é identificado sinais de hiperacusia (ruídos), perda de gustação nos 2/3 anterior da língua. • PARALISIA FACIAL CENTRAL: ocorre no córtex. Os neurônios motores, responsáveis pela inervação dos músculos da metade inferior da face recebem fibras corticonucleares do córtex do lado oposto, enquanto os responsáveis pela inervação dos músculos da metade superior da face recebem fibras dos dois lados. Assim, as lesões centrais (AVE) sempre resultarão em sintomas contrabaterias na musculatura mímica inferior e preservação da musculatura superior. Há paralisia total da musculatura mímica inferior do lado oposto da lesão, vazamento da saliva, desvio dos lábios, contração involuntária do lado lesado (emocional). OBSERVAÇÃO: lesões do meato acústico interno podem comprometer tanto o nervo facial quanto o vestibulococlear, gerando síndromes que envolvem paralisia facial e perda de equilíbrio e audição. VIII. VESTIBULOCOCLEAR. É um nervo exclusivamente sensitivo que penetra na ponte pelo ângulo cerebelar, e sua origem aparente no crânio é no meato acústico interno e vai diretamente para o ouvido interno. Possui a parte vestibular (equilíbrio) e coclear (audição). São 4 núcleos vestibulares e 2 cocleares. • A parte vestibular é formada por fibras que se originam dos neurônios sensitivos do gânglio vestibular, que conduzem impulsos nervosos relacionados ao equilíbrio para receptores no ouvido interno. O nervo vestibular transmite informações sobre a aceleração da cabeça, as informações ajudam manter o equilíbrio e postura, além de controlar reflexos oculares para estabilizar a imagem na retina, em resposta a movimentação da cabeça. Gabriela Reis Viol • A parte coclear é constituída por fibras que se originam nos neurônios sensitivos do gânglio espiral e conduzem impulsos nervosos relacionados com a audição. • LESÃO DO NERVO VESTIBULOCOCLEAR: é causada comumente por tumores que comprimem o nervo. Isso acarreta na diminuição da audição, por comprometimento da parte coclear do nervo, e vertigem, alterações de equilíbrio e enjoo, por envolvimento da parte vestibular. Frequentemente o tumor cresce no ângulo ponto-cerebelar, podendo comprimir também o trigêmeo. • NISTAGMO: trata-se de um movimento oscilatório de vaivém, os olhos desviam-se para um lado até o máximo de contração dos músculos retos e voltam rapidamente à posição anterior para logo iniciar um novo desvio. As características permitem testar a excitabilidade, conferindo informações sobre o diagnóstico de processos patológicos que acometem o sistema vestibular. IX. GLOSSOFARÍNGEO. É um nervo misto (núcleos motores e sensitivos) que emerge do sulco lateral posterior do bulbo, e sai do crânio pelo forame jugular e tem trajeto descendente, ramificando na raiz da língua e faringe. • Os núcleos motores são compostos pelo ambíguo, responsável pela motricidade do músculo estilofaríngeo (deglutição + fala). E núcleo salivatório inferior, em que fibras fazem condução pré-ganglionar para a glândula parótida. • O núcleo sensitivo é o trato solitário, responsável pela gustação e sensibilidade de 1/3 posterior da língua, sensibilidade da orelha interna, orofaringe, tonsila palatina e palato mole e informações quimiorreceptoras e barorreceptoras do seio carotídeo. • As lesões são raras e imperceptíveis, incluem: perda do paladar no 1/3 posterior da língua, perda do reflexo do vômito no lado lesado ou piora na deglutição. • NEVRALGIA DO GLOSSOFARÍNGEO: é caracterizada por crises dolorosas que se manifestam na faringe e no 1/3 posterior da língua, podendo irradiar para o ouvido. X. VAGO. É misto e o maior dos nervos cranianos. Possui núcleos motores, autonômicos e sensitivos. Emerge do crânio pelo forame jugular, percorre o pescoço e o tórax, terminando no abdome. Neste trajeto, o nervo vago dá origem a ramos que inervam a laringe e a faringe, além das vísceras torácicas e abdominais. Apresenta 2 gânglios sensitivos: o gânglio superior (ou jugular) e o gânglio inferior (nodoso). • O núcleo motor é o núcleo ambíguo (no bulbo), ele é responsável pela motricidade do palato mole, da laringe e de músculos intrínsecos da laringe (fonação através do ramo nervo laríngeo recorrente). Gabriela Reis Viol • O núcleo autonômico parassimpático é o núcleo dorsal do vago, localizado no trígono do vago (assoalho do IV ventrículo), tem a função de inervar as vísceras torácicas e abdominais. • O núcleo sensitivo é o trato solitário (no bulbo) suas fibras são responsáveis pelo paladar na epiglote e sensibilidade da laringe, faringe e de órgãos torácicos e abdominais. • LESÃO DO NERVO LARÍNGEO SUPERIOR (RAMO DO VAGO): causa anestesia da parte superior da laringe e o paciente fica com “voz fraca”. • LESÃO DO NERVO LARÍNGEO RECORRENTE: causa disfonia (rouquidão) porparalisar as cordas vocais ou afonia (perda completa da voz), pode ser causada por aneurismas e cirurgias no pescoço. XI. ACESSÓRIO. O nervo acessório é um nervo motor, formado por um raiz craniana (bulbar) e uma raiz espinhal. • A raiz espinhal é formada por filamentos que emergem dos seis primeiros segmentos cervicais e penetra no crânio pelo forame magno. • A raiz craniana emerge do sulco lateral do bulbo, atravessa o forame jugular juntamente com os nervos glossofaríngeo e vago e divide-se em ramos. • O ramo interno junta-se ao vago e distribui-se com ele. • O ramo externo inerva os músculos trapézio e esternocleidomastóideo. • Possui dois núcleos, o motor ambíguo responsável pela motricidade do palato mole, da laringe e de músculos intrínsecos da laringe (fonação através do ramo nervo laríngeo recorrente). E o núcleo do acessório. • LESÃO DO NERVO ACESSÓRIO: causa queda do ombro. XII.HIPOGLOSSO. É um nervo motor que emerge do sulco lateral anterior do bulbo e no crânio emerge pelo canal do hipoglosso e se distribui para os músculos extrínsecos e intrínsecos da língua. Seu núcleo localiza-se no trígono do hipoglosso (assoalho do IV ventrículo). • LESÃO DO NERVO HIPOGLOSSO: há paralisia da musculatura de uma das metades da língua, afeta mastigação, desglutição e fala. Gabriela Reis Viol Reflexos • Está envolvido nesse processo uma via aferente que traz informação sensitiva para desencadear o reflexo + núcleo que irá interpretar a aferência e gerar um impulso eferente + uma via eferente que levará o impulso até o órgão efetor. • REFLEXO DO VÔMITO: as causas mais frequentes que desencadeiam esse reflexo são as que resultam de irritação da mucosa gastrointestinal. A irritação dessa mucosa estimula viscerorreceptores, que originam impulsos aferentes, os quais, pelas fibras aferentes do nervo vago, chegam ao núcleo do trato solitário. Desse núcleo, saem fibras que levam impulsos até o centro do vômito na formação reticular do bulbo. Essas fibras que se ligam às áreas motoras desencadeiam o vômito. As fibras que vão para o núcleo dorsal do vago aumenta a contração do estômago e determina a abertura da cárdia. Fibras que vão para o núcleo do hipoglosso fazem a protusão da língua. Gabriela Reis Viol 2/3 anteriores da língua: • sens ib i l idade gera l : ne rvo trigêmeo; • sensibilidade gustativa: nervo facial 1/3 posterior da língua: • sensibilidade geral e gustativa: nervo glossofaríngeo. TODA motricidade da língua: nervo hipoglosso. • REFLEXO FOTOMOTOR DIRETO: Consiste na contração pupilar quando há estímulo com feixe de luz de um olho. A via aferente desse reflexo tem sua origem na retina, o qual é conduzido pelo nervo óptico, quiasma óptico e trato óptico chegando ao corpo geniculado lateral. As fiibras desse reflexo não fazem sinapse no corpo geniculado lateral, elas vão ate o colículo superior e terminam em neurônios situados na área pré tetal, dessa área saem fibras que terminam fazendo sinapse com os neurônios do núcleo de Edinger-Westphal. Desse núcleo saem fibras pré-ganglionares que, pelo nervo oculomotor, vão até o gânglio ciliar, do qual saem fibras pós-ganglionares que terminam no músculo esfíncter da pupila determinando sua contração. OBSERVAÇÃO: ausência de reflexo fotomotor em paciente inconsciente indica uma lesão no mesencéfalo. • REFLEXO CONSENSUAL: Consiste na contração pupilar em um olho quando estimula o oposto através de um jato de luz. A explicação para isso é o cruzamento do impulso pelo plano mediano do quiasma óptico e na comissura posterior (fibras da área pré total cruzam para o núcleo de Edinger-Westphal do lado oposto). OBSERVAÇÃO: quando a luz é direcionada num olho e o reflexo consensual ocorre no outro pode indicar uma lesão do nervo oculomotor (olho com a luz não apresenta contração pupilar). • REFLEXO DE PISCAR: Trata-se de uma resposta reflexa que não pode ser inibida voluntariamente. Fibras aferentes da retina vão até o colículo superior (nervo óptico - trato óptico - colículo superior) de onde saem fibras do núcleo do nervo facial. O nervo facial então conduz esse impulso até a parte palpebral do músculo orbicular do olho, determinando o piscar da pálpebra. Caso o estímulo seja muito intenso, impulsos do teto mesencefálico vão aos neurônios motores da medula através do trato teto-espinhal (funículo anterior: orientação motora e sensorial da cabeça) e fazem com que o indivíduo, por reflexo , proteja o olho com a mão. • REFLEXOVESTIBULO-OCULAR: A aferência é feita pela via vestibular (gânglio vestibular - nervo vestibular - meato acústico interno - união ao nervo coclear - nervo vestibulococlear - núcleos vestibulares) devido a captação do movimento do líquido no ouvindo interno. Dos núcleos vestibulares irão partir fibras para os núcleos oculomotor, troclear e abducente, que irão fazer a eferência motora do ajuste dos olhos. Este reflexo serve para manter a fixação do olho mesmo que a cabeça se mova, Gabriela Reis Viol e, caso o estímulo seja exagerado, poderá haver movimento ocular oscilante (NISTAGMO). • REFLEXO CORNEANO/CORNEOPALPEBRAL: O toque na córnea gera uma aferência pelo ramo V1 (nervo oftálmico) do trigêmeo até os núcleos principal e espinhal. Esses núcleos se comunicam com os núcleo motor do nervo facial e o impulso segue até a porção palpebral do músculo orbicular do olho fazendo com que eles se fechem. Caso haja uma lesão do nervo trigêmeo, o reflexo será abolido nos dois olhos quando se estimula olho lesado, visto que na haverá aferência. No entanto, caso o estímulo seja realizado no olho preservado, o reflexo é normal em ambos os olhos. Se houver lesão no nervo facial não haverá resposta no olho lesado independente de qual olho seja tocado. • REFLEXO LACRIMAL: É semelhante ao reflexo corneando, a diferença é que o impulso não chega ao núcleo motor do nervo facial, mas ao núcleo parassimpático lacrimal. • REFLEXO MANDIBULAR/MENTUAL: O estiramento dos músculos da mastigação irá mandar um impulso aferente pelo ramo V3 (nervo mandibular) do trigêmeo até o núcleo mesencefálico, que irá se comunicar com o núcleo motor, de onde sairá o impulso eferente para o que os músculos da mastigação contraia, fechando a boca. É um reflexo importante para a manutenção da boca fechada (ação antigravitacional), bem como para manter o movimento da mastigação em um modo automático durante a alimentação. Gabriela Reis Viol
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