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Farmacologia sebenta

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FARMACOCINÉTICA: dinâmica da Absorção, Distribuição e Eliminação das drogas 
 
� (1) Como fármaco atinge os seus alvos? 
� (2) Como passa barreiras para ser distribuído (para atingir alvo)? 
 
1) Absorção de Fármacos 
É determinada pela: 1.1. capacidade do fármaco atravessar membranas biológicas 
 1.2. Via de administração utilizada 
 
 As barreiras são diferentes para as diferentes vias utilizadas. Ex.: Via oral � 
mucosas são as barreiras a ultrapassar. 
 
 Fármaco para ser absorvido passa as tais barreiras (mucosas, pele, etc.) e chega à 
corrente sanguínea, permanecendo no estado livre. Mais tarde é metabolizado no fígado 
para ser excretado. 
 Maior parte dos fármacos são lipofilicos para conseguirem atravessar as 
membranas. Metabolização no fígado visa torná-los mais hidrofílicos para poderem ser 
excretados na urina. 
 
� Metabolitos podem ser: inactivos, tóxicos, com igual actividade; menor 
actividade, actividade superior (pró-farmacos), ou farmacologicamente diferente. 
Geralmente são compostos menos activos. 
 
Antes de serem excretados, os fármacos têm que ter acção num órgão alvo. No plasma 
podem ser transportados ligando-se a proteínas plasmáticas (Albumina) ou aos 
eritrócitos. 
Nota: Fármaco quando está ligado à proteína plasmática é inactivo. 
 
Quanto maior a afinidade do fármaco para as proteínas plasmáticas, maior o tempo que 
permanece em circulação. 
 
 Existem órgãos aos quais o fármaco se liga ao receptor, produzindo o seu efeito, 
mas também existem órgãos/tecidos aos quais o fármaco (se for muito lipofilicos) se liga, 
permanece ligado muito mais tempo, e não produz qualquer efeito. Esses tecidos são o 
tecido adiposo e o músculo esquelético. O fármaco dissocia-se e vai passando destes 
tecidos para a circulação quando a concentração de fármaco em circulação é baixa. 
 
ACÇÃO DOS FÁRMACOS NOS SEUS RECEPTORES 
 O efeito farmacológico pode ser desencadeado pelo fármaco de diversas formas, o 
fármaco pode: 
• Ligar-se ao receptor de membrana 
• Passar a membrana e ligar-se a receptores intracelulares 
• Ter acção no metabolismo actuando em enzimas 
• Actuar no SNC a nível dos neurotransmissores inibindo ou promovendo a sua 
libertação/ acção. 
• Actuar nos transportadores: activam ou inibem transporte de diferentes substância. 
BIOTRANSPORTE (acetato) 
 
 Passagem de um soluto de um lado para o outro de uma barreira biológica em que 
o soluto se apresenta na mesma conformação e estrutura dos dois lados. 
 
 É efectuado por diversos mecanismos: 
o Difusão Passiva 
o Filtração 
o Difusão facilitada 
o Transporte activo 
o Fagocitose e Pinocitose 
 
Difusão passiva: 
o Passagem de pequenas moléculas não ionizáveis 
o Favor do gradiente de concentração 
o Não há gasto de energia 
o Não saturável 
o Pouco sensível à temperatura 
o Não é inibido por outras substâncias 
o Depende de dois factores: 
� Lipossolubilidade da partícula a transportar 
 
Expressa pelo coeficiente de partilha azeite/água: 
� Coeficiente de partilha => � solubilidade do fármaco. 
 
 Exemplo: 
 coef. Part. 
Barbital 1 
Secobarbital 52 
Tiopental 580 
 
 Absorção do fármaco ao fim de uma hora 
 
0
200
400
600
Barbital Secob Tiopental
coef. Part.
 
 Tiopental tem maior taxa de absorção 
 
Quanto maior lipossolubilidade do fármaco (qt > cadeia carbonada) mais facilmente é 
transportado; 
Quanto maior hidrossolubilidade mais dificilmente é transportado 
� Grau de Ionização 
- Quanto mais ionizado estiver o fármaco mais dificilmente é transportado. 
- Grau de ionização depende do pKa do fármaco 
 
pKa: pH no qual uma substância se encontra, 50% sob forma ionizada e 50% sob 
forma não ionizada. 
 
pH determina absorção de um fármaco. 
Fármaco sob forma não ionizada tem grande probabilidade de passar a barreira. 
 
pH – pKa = log ([A] / [HA]) => para Fármaco ácido 
 
pH – pKa = log ([B] /[BH+] ) => para Fármaco básico 
 
{permitem calcular grau de ionização de um determinado fármaco. Assim consegue-
se saber se uma substância para um pH fixo, está ou não ionizada (consegue ou n 
atravessar barreira)} 
 
Podemos saber se certos fármacos são, por exemplo, mais absorvidos no estômago ou 
no intestino. 
 
Exemplo1: Administra-se Fármaco que é um ácido fraco de pKa = 6, será fácil ou 
dificilmente absorvido ao nível do estômago(pH ≅1)? 
 
6 = log ( [A ] / [HA] ) � [A ] / [HA] = 10-5 = 0,00001 partículas ionizadas. 
 
(Quantidade de fármaco na forma ionizada é muito pequena � fármaco facilmente 
atravessa mucosa do estômago) 
 
=> Se não fosse absorvido no estômago, passava ao intestino e aí faziam-se novos 
cálculos com o valor do pH do intestino. 
 
 ���� pH => ����fármaco não dissociado =>���� Absorção 
 
Exemplo2: (acetato da experiência da estricnina) 
 
A estricnina provoca efeitos tóxicos crescentes com o aumento da dose absorvida pelos 
respectivos animais. Sabendo que quanto maior for o pH (+ alcalino) do estômago dos 
animais, maior a quantidade de estricnina se encontra sob forma não ionizada. Como 
consequência, animais apresentam tempos de sobrevivência menores já que absorvem 
maiores quantidades do fármaco , a nível gástrico. 
Em termos farmacológicos diminui-se a intoxicação causada por certos fármacos, 
aumentando o seu grau de ionização, já que se impede a absorção dos mesmos. 
 
 
 
Transporte activo: 
- Contra gradiente de concentração 
- Requer gasto de energia 
- Sensível a variações de temperatura 
- Selectivo 
- Necessárias moléculas transportadoras 
- Saturável 
- fármacos conseguem alterá-lo podendo ser bloqueado ou activado. 
 
Difusão facilitada: 
- Favor do gradiente de concentração 
- Sem gasto de energia 
- Requer moléculas transportadoras 
 
Fagocitose 
- Transporta partículas de maiores dimensões 
 
Pinocitose 
- Transporta partículas de menores dimensões 
 
Endocitose 
- Fármaco liga-se ao receptor, receptor é incorporado na própria vesícula e é 
interiorizado para dentro da célula. 
- Acontece em fármacos pouco lipofilicos 
- Fármaco no interior da célula é transportado em vesículas até ao órgão alvo 
interno. 
 
 1. 2. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 
 
� Entérica – utiliza aparelho digestivo: 
 - Oral 
 - Sublingual 
 - rectal 
� Parentérica 
 - Intravenosa (é controlada, feita por pessoal especializado) 
 - Subcutânea 
 - Inalatória 
 - Intramuscular 
 - Tópica 
 - intra-arterial 
 - Genital 
 - Mucosas 
 - Intra-ósseas 
 - Intra-peritonial 
 - intra-tectal (directa/ para LCR) 
 
Escolha da via pelo qual um agente terapêutico deve ser administrado depende de vários 
factores: 
� Rapidez requerida do efeito terapêutico: caso de urgência � pariental via 
parentérica. 
� Características do fármaco. Ex: existem fármacos que ao serem ingeridos sofrem 
alterações no estômago, por acção de enzimas ou bactérias, devidos ao pH demasiado 
baixo: outros que sofrem efeito 1ª passagem que pode alterar a sua actividade; Outros 
fármacos que são pró-farmacos que apenas se tornam activos após sofrerem efeito de 1ª 
passagem no fígado. 
� Características físico-químicas do fármaco 
� Adesão à terapêutica. Ex: ingestão oral é o método mais comum por ser mais fácil, 
económico e seguro. 
 
Via tópica: Absorção dá-se ao nível da pele e pulmões. Local de acção não é 
necessariamente o local de aplicação; ≠ Efeito tópico: actua na pele. 
 
Via Inalatória - Fármaco é inalado e para passar para a corrente sanguínea tem que 
atravessar o epitélio dos brônquios e para tal este tem de ser permeável ao fármaco. Este 
deve ser lipossolúvel e as partículas devem ter as dimensões adequadas para que atinjam 
os alvéolos � corrente sanguínea � órgão alvo. 
 É importante o tamanho da partícula (tamanho com que o fármaco é 
administrado), que permiteatingir diferentes locais de acção: 
 
- Partículas de maiores dimensões => acção na cavidade faríngea 
 
- Partículas de dimensões intermédia => acção na traqueia e brônquios 
 
- Partículas de menores dimensões => acção nos brônquios e no caso de ser 
lipossolúvel pode atingir o sangue. 
 
Via Oral: é a mais utilizada; existem várias formulações: xaropes, emulsões, suspensões, 
comprimidos, cápsulas, etc.), possuem temos de acção variados e são empregues em 
função dos mesmos: 
- Cápsulas são de rápida absorção no estômago 
- Cápsulas de fármacos revestidos são mais lentamente absorvidos 
 
O tipo de formulação pode também ser empregue para promover uma absorção ou a nível 
estomacal ou intestinal (são revestidos p n serem alterados quer pela flora, pH ou enzimas 
gástricas. 
 
 Efeito de 1ª passagem 
É evidenciado na administração oral, porque por esta via, todo o fármaco irá passar no 
fígado. 
Fármaco chega ao estômago e ao intestino. Passa para corrente sanguínea e é conduzido 
pelo sistema porta (sangue que entra e que sai é venoso) e artéria hepática até ao fígado. 
No fígado em contacto com os hepatócitos é metabolizado (1ªpassagem), tornando-se 
mais hidrófilo e geralmente menos activo. 
 
 Biodisponibilidade 
Relacionado com o facto do fígado metabolizar o fármaco e só parte do fármaco ficar 
disponível para actuar. 
BD = 1 => fármaco não é metabolizado após 1ª passagem, está 100% disponível. 
 
Quanto maior for a actividade enzimática menor a biodisponibilidade... 
 
Factores que condicionam a absorção do fármaco (ver acetato): 
� Área de contacto: 
Drogas absorvidas rapidamente em grandes áreas superficiais como o 
epitélio alveolar e a mucosa intestinal. 
� Espessura da membrana 
� Vascularização da superfície de absorção: 
o Maior fluxo sanguíneo aumenta absorção do fármaco. 
� Tempo de contacto 
� Intimidade do contacto/fluxo de sangue (ex.: esfregar um creme na pele) 
� Concentração do fármaco 
o Influência a velocidade de absorção: � [ ] são + rapida/ absorvidas 
� Solubilidade do fármaco 
o Drogas administradas em solução aquosa são mais rapidamente absorvidas já que 
se misturam mais rapidamente com a fase aquosa do local de absorção. 
 
2) Distribuição do Fármaco 
 
 Após ter sido absorvida ou injectada na corrente sanguínea, a droga pode ser 
distribuída para os líquidos intersticial e celular: 
 
Plasma => Tecido intersticial => interior celular (se fôr suficientemente lipossolúvel). 
 
 2.1) Factores que condicionam a distribuição dos fármacos aos tecidos: 
• Características físico-químicas do fármaco 
• Débito Cardíaco 
• Fluxo Sanguíneo (Irrigação do local) 
• Peso corporal do indivíduo 
• Idade 
• Proteínas plasmáticas e tecidulares 
• Ligação aos eritrócitos 
• Ligação ao tecido adiposo 
• Ligação aos sais de cálcio 
• Barreiras 
• pH dos meios 
 
Relativamente ao fluxo sanguíneo: 
É maior: 
Rim; (o que tem mais fluxo sanguíneo) 
Cérebro; 
Coração 
Fígado (+ importante porque é aqui que vai haver a metabolização, 
reciclagem e predisposição do fármaco). 
 É menor: Músculo (principalmente o esquelético; em repouso). 
 Pele 
 Tecido adiposo 
 Tecido conectivo (tecido dos ligamentos, tendões, etc.) 
 
Nota: Pressão arterial normal é 120 diastólica e 80 a diastólica. Pressão média de 100. 
 Pressão venosa normal (tem de ser muito mais baixa); se pressão à entrada dos 
capilares, é cerca de 21 esta vai ter que ser ainda mais baixa; é entre 3-5 com excepção da 
veia porta, à volta de 9 (numa cirrose passa para os 17). 
 
 As taxas de fluxo sanguíneo determinam a quantidade máxima de droga por 
minuto que pode ser libertada para órgãos e tecidos específicos em determinadas 
concentrações plasmática da droga. Tecidos mais irrigados podem receber grandes 
quantidades de droga, desde que esta possa atravessar as membranas ou outras barreiras 
presentes entre o plasma e o tecido. Em tecidos menos irrigados a libertação da mesma é 
mais lenta, podendo a concentração nestes tecidos ir aumentando muito tempo depois que 
a mm no plasma começa a diminuir; Fármaco pode chegar a acumular neste tecidos 
constituindo locais de perda, i.e., reservatórios do respectivo fármaco que prolongam a 
sua acção nesse local ou em local distante atingido através da circulação. 
 
(Acetato de um Homem : Barreiras ) 
Outro factor que influi decisivamente na distribuição são as barreiras fisiológicas 
a esta distribuição. 
 
As principais barreiras no organismo: 
-- Barreira hemato-encefálica � células têm tight junctions ou junções de 
oclusão, não existem vesículas de Pinocitose e fendas intercelulares. Facto que restringe 
fortemente a travessia da membrana e á agravado pela disposição das células gliais 
pericapilares que recobrem a superfície. Assim ao invés da passagem fácil pelas fendas 
intercelulares como no resto do organismo, os Fármacos terão de atravessar as células 
capilares e também através das células gliais. 
Protege o SNC de efeitos tóxicos de compostos tóxicos. 
Não esquecer que esta não é absoluta. Pode ser ultrapassada quando concentração 
de fármaco for elevada, e também pode ser modificada (Patologias). 
-- Barreiras do Fígado � Situação especial: apresentação muito fenestrado 
permitindo o seu papel na desintoxicação e facilitação na excreção, já que possibilita a 
penetração dos fármacos e facilita o contacto destes com os hepatócitos. As fenestrações 
existentes entre as células endoteliais permitem que os solutos se movam por difusão 
passiva. (Fig.). Sangue chega à Porta e à artéria hepática, junta-se e vai ser drenado nos 
sinusóides que possuem as fenestras que vai permitir um maior contacto. Entre os 
fármacos e a membrana do hepatócito existe um espaço de Disse; fenestras permitem 
passagem para espaço existindo um maior contacto. 
-- Barreiras do Coração ���� pouco fenestrado, permitindo entradas de poucas 
substâncias. 
 
 
 Outro Factor que pode limitar a distribuição do fármaco é a possibilidade de 
ligação do fármaco às proteínas plasmáticas. Quando o fármaco se liga tem uma menor 
distribuição do que se estiver no seu estado livre. 
 
Albumina liga-se predominante a ácidos fracos. 
α1-glicoproteínas às bases fracas. 
 
Fig.: dois fármacos diferentes: 
1º Caso: Concentração plasmática inicial é muito elevada => eliminação é mais rápida. 
2º Caso: Fármaco que se liga mais às proteínas plasmáticas permanece mais tempo em 
circulação. Menos fármaco sofre biotransformação (menor metabolização no fígado) logo 
menos fármaco se torna hidrossolúvel para ser excretado. 
Então: 1º Caso favorece biotransformação e 2º caso prolonga-se o tempo que o Fármaco 
permanece no plasma. 
 
 A fracção ligada é incapaz de atravessar facilmente a parede capilar e condiciona 
as concentrações tecidulares atingidas na situação de equilíbrio (eq entre fármaco livre e 
ligado), não podendo ser excretada ou metabolizada, ao mesmo tempo que é 
farmacologicamente inactiva. (isto é verdade para valores muito elevados de ligação: 
superior 75%). Assim a ligação deve ser instável e reversível para que posteriormente 
possa ocorrer libertação do fármaco. 
A ligação retarda os processos de biotransformação e eliminação do fármaco e 
consequentemente faz com que ele se mantenha mais tempo no organismo, i. e., aumenta 
tempo de semiviva. 
Portanto, ao ligar-se às proteínas Fármaco fica inactivo uma vez que não se pode ligar ao 
receptor, no entanto, a maior parte dos fármacos tem maior afinidade para o receptor e ao 
chegarem aos órgãos alvo dá-se a dissociação. 
Por esta razão se Fármaco for administrado por via oral, em vez de intramuscular (em q é 
directamente direccionado para o órgão alvo) a ligação às proteínas é mais intensa e 
como tal o fármaco é libertado mais lentamente o que prolonga a sua acção. 
 
Convém ainda salientar as situaçõesPatológicas. Em certas patologias a afinidade 
fármaco/ proteína é demasiado elevada, o tempo de semivida deste pode ser 
gradualmente aumentado, como tal há que proceder-se a acertos na dosagem 
 
O pH condiciona absorção destes fármacos, no entanto como a diferença de pH entre os 
líquidos é pequena (7,0 e 7,4), este factor pode resultar apenas num gradiente de 
concentração relativamente pequeno da droga através da membrana plasmática. Assim: 
=>Bases fracas na forma não ionizada concentram-se leve/ no interior das células; 
(meio extracelular pH > pKa � fármaco não protonado, passa p interior e fica protonado) 
=>Ácidos fracos na forma não ionizada concentram-se ligeiramente nos líquidos 
extracelulares ( pH < pKa � forma protonada, não consegue passar para o interior) 
 
No entanto se se verificar uma variação considerável do pH intracelular esta pode 
manifestar-se em alterações da ligação, biotransformação e excreção do fármaco. 
NOTA: Se ocorrer acidose metabólica (patologia), um fármaco ácido fraco fica na forma 
não protonada e passa para o interior das células mais do que o habitual. A base deixa de 
passar. 
 
Duas áreas de importância especial no que diz respeito à distribuição dos 
fármacos são o cérebro e o feto. 
 
2.1.1) Distribuição Do Fármaco Ao Cérebro. 
 
É condicionada: 
 
� Fluxo sanguíneo bombeado do coração que atinge o cérebro; 
� Capacidade de difusão do fármaco através da barreira hematoencefálica; 
 
2.1.1.2) Como já se disse atrás, o cérebro está bem protegido, os capilares 
cerebrais são extremamente coesos. A passagem é feita pela barreira hemato-encefálica, 
ou por mecanismos de transporte específicos no caso de baixa solubilidade ou devido ao 
seu tamanho (ex.: glicose, aa, etc). Para atravessar a barreira hemato-encefálica necessita 
de ser lipossolúvel e/ou de existirem receptores específicos para si a nível da barreira. 
Ex: Atropina (parassimpaticolítico), muito lipossolúvel e como tal para além de 
penetrar com facilidade os capilares periféricos pode fazê-lo a nível central o que pode 
trazer efeitos secundários; se queremos efeitos restritos ao intestino, tornamo-la 
hidrossolúvel. Outro exemplo: penicilinas são hidrossolúveis, não atravessam a 
membrana. 
Isto restringe quantidades de fármacos disponíveis para tratamento de distúrbios 
cerebrais, mas simultaneamente protege o SNC dos efeitos toxicológicos de compostos 
estranhos. 
Então: o Fármaco atinge SNC de duas maneiras: passando a barreira ou pelo LCR. 
Em resultado da grande dificuldade existente na passagem da barreira hemato-encefálica 
por certas drogas, existem alternativas: Via intra-raquidiana, através de injecção intratetal 
no espaço subaracnóide e no LCR, ou substituição do fármaco por um semelhante que 
passe a barreira. 
 
Factores que influenciam passam ao cérebro: Barreia hemato-encefálica e o fluxo 
sanguíneo. 
 
2.1.2) Acesso do fármaco ao Feto 
 Placenta não é uma barreira estanque às drogas. Feto está exposto a todas as 
drogas ingeridas pela mãe, facto que lhe pode provocar anomalias congénitas. Passagem 
é feita por difusão passiva, transporte activo ou Pinocitose. As drogas lipossolúveis não 
ionizáveis penetram facilmente no sangue fetal a partir da circulação materna; drogas no 
seu estado mais ionizado ou baixa lipossolubilidade apresentam penetração mínima. 
Aquando da administração da Droga à mãe demora cerca de meia hora a atingir corrente 
sanguínea fecal.(facto a ter em conta aquando da administração de um analgésico 
imediatamente antes do parto). 
 
 
 Assim na fase de distribuição há passagem do fármaco do sangue para os tecidos, 
de acordo com a irrigação de cada tecido, os gradientes de concentração, as barreiras 
biológicas que se opõe a essa passagem e características físico-químicas do fármaco, na 
fase subsequente verifica-se um ciclo de certo modo inverso: 
 
3) Redistribuição 
É um mecanismo de inactivação. Consiste na persistência do fármaco no organismo em 
locais não reactivos (tecido adiposo e músculo esquelético) que inicialmente não o 
continham enquanto que no cérebro e em algumas vísceras, que inicialmente 
apresentavam concentrações elevadas (devido à intensa lipofilia e irrigação dos mesmos), 
já não existem concentrações activas. Fármaco cessa sua actuação não em consequência 
de fenómenos de metabolização ou excreção (maioria dos fármacos) mas porque foi 
distribuído para tecidos desprovidos de estruturas para ele efectoras. 
Primeiro há eliminação do fármaco livre (não administrado ao tecido adiposo), 
diminuindo a sua concentração no sangue, altera-se gradiente e começa a haver passagem 
de fármaco do tecido adiposo para o plasma. 
Acontece quando uma droga, altamente lipossolúvel que actua no cérebro ou sistema 
cardiovascular, é administrada rapidamente por injecção intravenosa ou por inalação. Ex: 
Tiobarbitúricos. 
 
4) Excreção 
Fármacos e seus metabolitos são eliminados por várias vias: 
� Via renal (maioria): Filtração glomerular e secreção tubular 
� Fezes (maioria) 
� Pulmonar (respiração) 
� Secreção Láctea 
� Lágrimas e suor 
 
O Fármaco lipofílico é facilmente absorvido, mas dificilmente excretado: tem de ser 
metabolizado no fígado para torná-lo mais hidrossolúvel: 
 
5) Biotransformação 
Historicamente era vista como uma desintoxicação, o fígado servia para purificar os 
fluidos. Hoje em dia serve para reduzir lipossolubilidade, facilitando excreção, e alterar 
actividade biológica fazendo com que o fármaco se torne menos activo (excepto pró-
farmacos). As Ferramentas do processo são as enzimas hepáticas (Citocromo P450) 
 
 O Objectivo em termos de actividade dos fármacos é transformá-los em 
metabolitos menos activos. No entanto isto nem sempre acontece, os metabolitos, podem 
ter menos, igual ou maior actividade. Têm é que ser sempre mais hidrossolúveis. 
 
Os pró-farmacos são compostos inactivos (derivados mais lipofilicos que o composto 
original � melhor travessia das membranas) para se protegerem em relação à degradação 
ao nível do estômago (ácido), que só após metabolização hepática se transformam em 
activos e com possibilidade de acção terapêutica no organismo. 
 
Para além do fígado existem outros que promovem a Biotransformação: Intestino, Rins, 
pulmão, plasma, cérebro. Mas o fígado é o lugar de excelência não apenas pela 
diversidade enzimática como pela importância quantitativa resultante da sua massa. 
 
A metabolização é feita por enzimas que existem no R.E.R e que são induzíveis. Existem 
duas maneiras delas promoverem a Biotransformação: 
1. Fase comum de hidroxilação (adição de OH ao anel benzénico tornando 
composto mais solúvel). 
2. Fenómenos associados à conjugação dos fármacos. 
Fármaco chega ao fígado e sofre conjugação. Fármacos geralmente com P.M 
elevado, sofrem conjugação com outra substância (pode ser o sulfato, o metil ou 
o acetil) e são transferidos para o ciclo enterohepático (Vias biliares � intestino 
� clivagem � rectal ou reabsorção para o fígado); e os de baixo peso molecular 
volta para a circulação. 
 
Assim após metabolização, o fármaco pode ser directamente excretado para a 
corrente sanguínea (suficientemente hidrossolúvel), ou pode sofrer conjugação (p. e., com 
ácido glucorónico) e daí parte vai para a circulação sanguínea e outra para as vias 
biliares. 
 
Exemplo de fármacos que sofrem metabolização: 
� Paratião � metabolito é agente tóxico usado como insecticida 
� Malatião � mais inactivo, sofre rápida metabolização (oxidação) e passa a 
activo. Pode também tornar-se noutro metabolito activo através de uma 
hidrólise única. 
� Codeína� após metabolização torna-se num potente analgésico, opiáceo. 
É considerado um profármaco. 
� Fenilbutazona � originam-se dois metabolitos com efeitos terapêuticos 
distintos entre si e do fármaco original: Efeito anti-reumatismal;efeito 
uricosúrico (promove degradação do ácido úrico). 
 
Assim, parte dos fármacos é excretada por via renal e outra parte por via fecal. 
 
VIA RENAL (urinária) 
Fármaco chega ao glomérulo pela artéria renal. Fármacos de baixo peso molecular 
sofrem filtração glomerular, sendo que uma parte é reabsorvida e outra excretada, os 
outros que não conseguem (moléculas carregadas) necessitam de transportadores para a 
excreção renal.(secreção activa) 
 
Tal como o tamanho o grau de ionização é outro factor importante; um fármaco na 
forma não ionizada tem mais facilidade em ser reabsorvido. Assim a intensidade de 
absorção de certos fármacos está intimamente ligada com o pH do filtrado glomerular. É 
por isso que neste processo de reabsorção se pode “jogar” com o pH da urina consoante 
se queira que este seja mais ou menos excretado. 
 
Exemplo: 
� pH urina = 7 e fármaco com pKa = 7: 50% está na forma ionizada (logo não 
consegue passar –mais hidrofilico) e 50% é absorvido por difusão através de um 
gradiente. 
� pH urina = 7 e fármaco com pKa = 7,5: há mais fármaco na forma ionizada logo 
mais fica retido. Se for 40% ionizado e 20% não ionizado, só 20% passa através 
de gradiente de concentração. 
� pH urina = 7 e fármaco com pKa = 6,5: Inverte-se a situação, vai ser maior a 
quantidade reabsorvida. 
 
Resumindo: 
Fármaco muito hidrossolúvel (muito ionizado) é rapidamente excretado (não é 
reabsorvido) 
Fármaco muito lipofílico que não é metabolizado tem facilidade em ser reabsorvido logo 
não é eliminado fica retido no organismo indefinidamente 
 --Fármaco lipofílico que sofre metabolização lenta é excretado lentamente (parte 
excretado, outra parte volta à circulação). 
 --Fármaco lipofílico que sofre metabolização rápida (raro)é excretado rápidamente ( 
50% dele sai logo. Ex: propanolol). 
 
Biodisponibilidade 
Quantidade de fármaco disponível na circulação sistémica (depois de metabolizado) na 
sua forma activa (original) 
 
Via IV tem disponibilidade 100%; para outras vias deve-se ter em conta a metabolização 
 
Bioequivalência 
Relação entre biodisponibilidade de dois fármacos que estruturalmente são iguais e 
usados para o mesmo fim. 
 
Introdução à Biofarmácia: 
Em termos de farmacocinética estuda-se o perfil do fármaco; tempo que é absorvido, etc. 
A relação da sua concentração através do tempo em que importa considerar a cinética que 
rege as trocas de fármacos através das interfaces das concentrações. 
 
1) Parâmetros primários: 
 
1.1. Volume de distribuição (Vd) 
 
Vd = quantidade de fármaco ingerida / concentração plasmática de Fármaco 
 
 É uma medida do espaço aparente no organismo disponível para conter o 
fármaco. 
 
Exemplo1: (Acetato da Banheira) 
 
Exemplo2: (outro acetato) 
1. Digoxina (muito lipofilica) 
 Administrada a indivíduo normal: Vd=645L e Vtotal de água= 42L; quer dizer que a 
maior parte do fármaco se localiza intracelularmente, ou no líquido intersticial ou 
nos adipócitos. 
Administrada a indivíduo com insuficiência cardíaca: [ ]plasmática = 1 mg/ml e VD = 
500 logo há menos afinidade que no caso na anterior. A distribuição do fármaco 
nos tecidos é, portanto, menor existindo fármaco no plasma; logo diminui-se a 
dose do fármaco. 
2. Varfarina 
Fármaco com elevada afinidade para as proteínas plasmáticas pelo que o Vd é 
baixo e é semelhante ao volume plasmático. Neste caso Vd= 9 L 
 
3. Se o Vd é grande e fizermos a contagem com as proteínas, então o fármaco está 
pouco ligado às proteínas, caso contrário a concentração seria elevada e o Vd 
pequeno. 
 
Volume de distribuição varia com: 
� Sexo (≠ s distribuições dos tecidos adiposos) 
� Idade (tecido adiposo vai-se alterando) 
� Patologias (alteração do fluxo sanguíneo) 
� Ligação às proteínas 
� Ligação a outros tecidos 
 
1.2. Aclaramento ou Clearance 
 
Capacidade de um órganismo eliminar determinado fármaco 
 
Existem clearences diferentes devido à diferente capacidade de drenagem do sistema. 
 
Ex: “Banheira” 
Cl = velocidade de eliminação/ [ ] do fármaco ( ml/ h ou min) 
 
Clearence Total: soma das clearences 
 
Cl sistémica = Cl renal + Cl hepática + Cl outros 
 
Factores que influenciam a Clearance: 
• Insuficiência Renal (menor Clearance � � dose ou � fr) 
• Fluxo sanguíneo de cada Órgão (principalmente hepático e Renal) 
 
Outros locais de Clearance (menor importância): 
• Pulmões 
• Glândulas Salivares e sudoríparas 
 
Cálculo da quantidade de fármaco extraída 
 
CL= Q × (CA – Cv) / CA 
 
Q = Fluxo sanguíneo 
CA= [F] arterial; entrou no órgão 
Cv = [ ]venosa; Sai do órgão 
 
Quando esta Clearance é total, a extracção é 1 => fármaco foi todo metabolizado. 
 
Isto permite calcular a biodisponibilidade do fármaco: 
 
 BD = 1- Extracção Hepática 
 
Se BD = 1 � Não houve extracção hepática 
Se BD = 0 � Nenhuma parte do fármaco administrado chegou à corrente sanguínea uma 
vez que foi tudo extraído pelo fígado. 
 
Nota: Depois da extracção é importante saber a quantidade de fármaco que fica em 
circulação, com intuito de se manter uma concentração plasmática óptima do fármaco. 
A frequência de administração deve ser de forma a que se atinja um plateau constante ao 
longo do tempo (ao invés de picos). 
 
A concentração óptima vai permitir então o cálculo da Frequência de administração: 
 
 Fr = CL × Cóptima 
 
Acetato 49: 
1º Gráfico: Concentração plasmática não é óptima. 
Necessário determinar Fr que permite manter um plateau. 
 
2º Gráfico: Concentração plasmática óptima. 
 
Ter atenção que a concentração plasmática óptima do fármaco tem de estar dentro da 
janela terapêutica do fármaco. Não pode estar acima do efeito tóxico nem abaixo do 
efeito terapêutico. 
 
A Concentração plasmática óptima é calculada pelo Tempo de semivida. 
 
2) Parâmetros secundários: 
2.1. Tempo de Semivida 
2.2. Clearance hepático 
2.3. Clearance renal 
 
Tempo de semi-vida 
Tempo necessário para que a concentração plasmática de um fármaco seja reduzida a 
metade. 
 
 T1/2 = 0,6979 × Volume distribuição 
 Clearance 
 
Geralmente no fim de 3 × T1/2 consegue-se obter a concentração plasmática óptima. 
 
Concentração plasmática óptima pode ser alterada por exemplo se houver alterações na 
Metabolização e eliminação do fármaco. Por, exemplo no caso dos insuficientes renais e 
hepáticos é importante fazer-se um ajuste nas doses e frequências de administração 
 
 Ajuste de dose: (ver acetato) 
 
 FAd = Fr adminst crítica × CL doente 
 CL normal 
 
 
FARMACODINÂMICA 
Estuda o efeito que os fármacos exercem no organismo e o seu mecanismo de acção => 
interacção com receptores celulares existentes no organismo. 
 
Mecanismos gerais de acção dos fármacos: 
� Interacções especificas com proteínas (receptores-canais iónicos: Na+, K+, 
ATPases, etc.) 
� Interagem não especificamente com proteínas (com vários receptores. Ex.: 
fármacos não específicos que actuam em todas as substâncias endógenas que 
tenham SH (histeína) 
� Interacções físico-químicas com enzimas (Ex: barbitúricos) 
� Uso de falsos constituintes da membrana (Iagacolestrol que vai substituir o 
colestrol, p ex.) 
� Alterações da cadeia de ácidos gordos ou de padrão lipídico 
� Alteração das cargas eléctricas (influência indirecta nas propriedades da 
membrana; impedindo passagem de vários componentes) 
� Analogia ou substituição de substâncias endógenas (insulina) 
� Promovem a neutralização química (p. ex. antiácidos que actuam no estômago) 
 
RECEPTOR: 
 Qualquer componente macromolecular do organismo, com a qual os fármacos 
interactuam para produzir efeitos num sistema biológico. 
 Geralmente são proteínas, de estrutura tridimensional, com afinidade para com o 
fármaco que se alteram e promovem a transducção. Sendoportanto local de competição 
entre agonistas e antagonistas 
 
• Podem ser lipoproteínas ou glicoproteínas 
• PM= 45-200 Kdalton 
• Possuem sub-unidades: subtipos dependendo dos tecidos onde se encontram. 
Activação destes receptores leva a diferentes mecanismos de transducção. 
• Frequentemente glicolisados 
• KD (cte de dissociação fármaco-receptor): 1-100NM � traduz a afinidade do 
receptor para o fármaco: � KD =>� afinidade 
• Ligação fármaco-receptor: reversível ( p efeito n ser eterno) e específica, mas não 
absoluta ( tudo depende da dose do fármaco) 
• Sistema saturável (existe nº limitado de receptores) 
• A ligação específica desencadeia um sinal que por processos de transdução activa 
os 2ºsmensageiros (ex.: AMPc; GMPc; inositol de fosfato e diacetil glicerol) 
• Pode ser necessário mais do que um fármaco para activar o receptor. (Ex: 
benzodiazepinas necessitam não só a ligação ao receptor como também a 
activação do canal iónico) 
• Um fármaco pode �, � ou bloquear a transmissão do sinal. Contudo não são 
criativos, i é, alteram um mecanismo de metabolismo mas não fazem com que a 
célula passa a desempenhar funções diferentes. 
• Receptor tem propriedades de reconhecimento e transducção. 
• Podem ser induzidos (up regulation; aumento da resposta farmacológica) ou 
reprimidos (down regulation; diminuição da resposta farmacológica) 
 
 TIPOS DE LIGAÇÕES AO RECEPTOR: ligações não covalentes 
Nunca: Ligações covalentes (Ligação tem de ser reversível fármaco tem de poder 
actuar e desligar). 
 
 TIPOS DE INTERACÇÃO COM O RECEPTOR 
 
Agonistas: fármacos que promovem a acção farmacológica. 
Antagonistas: impedem a acção farmacológica. Impedem que um agonista chegando à 
biofase exerça sua função 
Agonista parcial: amplitude da acção é menor que a do agonista endógeno. 
 
 ANTAGONISTAS 
 
4 tipos: 
o Competitivo: compete com o agonista pelo local de acção. Necessária uma dose 
superior para obter o mesmo efeito. Gráfico desloca-se para a direita com igual 
inclinação. 
o Não competitivo: liga-se a um local diferente alterando a conformação (alteração 
alostérica no receptor). Efeito máximo baixa e por mais que se aumente a dose não 
se altera. 
o Químico:neutraliza agonista antes de ele se ligar ao receptor ( ex. Insulina) 
o Fisiológico ou funcional: 2 agonistas fazem o seu efeito mas como é oposto 
cancelam as funções do outro; anulam-se mutuamente não se observando qq acção. 
 
Através do aspecto das sigmóides consegue-se verificar qual o tipo de antagonismo 
 
 DETERMINAÇÃO DA DOSE A ADMINISTRAR A UM DOENTE: 
Ajustamento da dose de uma pessoa normal 
 
ED50 � dose necessária para produzir efeito a 50% da população. 
LD50 � dose mínima de fármaco que é letal a 50% da população. 
 
Índice terapêutico = LD50 / ED50 
 
Margem de segurança: grau de separação entre as doses que produzem um efeito 
desejável e as que produzem efeitos ilícitos. 
 Qt >a diferença entre dose tóxica e terapêutica > margem de segurança. 
 
 = (LD1 – LD99) / ED99 × 100 
 
LD1 => quantidade mínima que promove efeitos ilícitos (1% da população) 
LD99 => quantidade máxima que se administra com segurança (99% da população) 
 
Selectividade: Quando um fármaco produz efeito, para qual está a ser administrado em 
praticamente todos os indivíduos ( é selectivo para determinado efeito) e produz outros 
efeitos (efeitos secundários) somente numa pequena população. 
 Quanto menos efeitos secundários o fármaco produzir, maior a sua selectividade. 
 
Especificidade: fármaco pode ter selectividade para determinado receptor, mas pode 
ligar-se em diferentes órgãos ( produz efeito em diferentes sítios. Ex.: atropina) 
 
 RELAÇÃO DOSE/EFEITO 
Cinética da ligação fármaco/receptor 
� KD =>� facilidade de ligação fármaco/receptor. 
 
Eficácia : dose mínima de fármaco administrado para obter determinado efeito. 
 Qt < a quantidade administrada > a eficácia 
Potência: Efeito máximo que um fármaco pode obter. 
 
 
L e N igualmente potentes , Mas menos eficaz, (para o efeito necessita de menos [ ]) 
L mais potente que M que nunca obtém efeito máximo (logo escolher L) 
 
 AGONISTAS 
 Totais: promovem um efeito máximo; iguais potências. 
 Parciais: amplitude da acção é menor do que o agonista endógeno; as potências são 
diferentes. 
 Inversos: provocam acção farmacológica contrária à inicial. 
 
 PROCESSOS DE DESSENSIBILIZAÇÃO DOS RECEPTORES 
Taquifilaxia: receptor deixa de responder do mesmo modo ao agonista. 
 
Dessensibilização é um mecanismo de defesa do organismo constitui uma resposta à 
presença do fármaco (só acontece com alguns fármacos). Pode ser: 
- Homólogo: o sinal é atenuado num único receptor 
- Heterólogo: acção de vários receptores ou via comum. 
 
Pode haver: 
�� do nº de receptores fabricados por down regulation 
�� da activação do mecanismo de transducção : < produção de 2ª mensageiros 
�� Afinidade para o receptor 
 
ANESTÉSICOS GERAIS 
Anestésicos gerais: fármacos que actuam ao nível do SNC e produzem anestesia 
(insensibilidade) geral. São eliminados pela respiração. 
 
Nota: nem todos os anestésicos são analgésicos (perda de dor). 
 
Corresponde a um alteração do estado funcional do SNC, de indução rápida e fácil 
reversão. Existem diferentes fases, consoante a doses de depressão do SNC, provocam 
primeiro uma acção sedativa; hipnótica, anestesia e que pode conduzir ao e coma e morte 
 
Antes da descoberta dos anestésicos a perda de consciência era através: 
- Álcool (bebido) 
- Éter ( inalado; muito potente e altamente inflamável) 
- NO2: gás hilariante (inibe sistema inibitório e deixa as pessoas bem dispostas) 
- Clorofórmio (inalado; inflamável, grande depressor do miocárdio) 
 
 
ANESTÉSICOS GERAIS DE USO MAIS FREQUENTE 
Analgésicos inalados e intravenosos 
 
ESTADIOS DA ANESTESIA 
Existem diferentes graus/estadios na anestesia geral que correspondem a diferentes 
graduações que ocorrem a nível do SNC. Por exemplo Clorofórmio e o éter causam 
miose (contracção da pupila) � midríase (paralisia da pupila) � depressão do sistema 
respiratório e cardiovascular (fase final). No entanto existem fármacos como a morfina 
que alteram estes estádios. 
 
4 Estadios: 
1. Perda da sensação de dor, muito curto. 
2. Comportamento agressivo, muito curto. 
3. Anestesia cirúrgica: pode dividir-se em 4 planos distintos: 
Quanto > for o plano + profunda é a anestesia 
4. Paralisia bulbar e morte: ocorre apneia acompanhada de paragem respiratória e 
circulatória acabando em morte. 
 
Todos estes estádios podem ter reflexos ao nível: da Respiração abdominal; da respiração 
torácica; do tamanho da pupila; do movimento ocular; reflexo córneo; reflexo laríngeo; 
tónus muscular (não deve ser elevado). 
 
PRÉ-FÁRMACOS 
São fármacos pré-anestésicos: utilizados antes de um anestésico geral, funcionando como 
coadjuvantes dos anestésicos. Têm como funções: 
 Minimizar a fase de excitação de uma anestesia, caracterizada por uma força de 
agressividade. 
 Evitar secreções de líquidos no tracto respiratório. Adiciona-se um Anticolinérgico. 
 Indução rápida da anestesia. É dado um Barbitúrico como o tiopental de acção 
ultracurta e por via endovenosa. 
 Relaxamento muscular. Miorelaxante 
 Tirar dores. Analgésico 
 Redução da ansiedade e amnésia retrógrada. Benzodiazepinas 
 Prevenção de náuseas e vómitos no pós-operatório. Antiemético. 
 
TOXICIDADE 
� Depressão respiratória: pode levar à apneia; Concentração elevada dos anestésicos 
(interferem com o cortisol) inalados nas salas operatórias aumenta a % de abortos e 
infertilidades no pessoal do bloco operatório. 
� Depressão cardiovascular. Podem produzir arritmias, sensibilização do coração às 
catecolaminas (libertadas em situação de stress � arritmias); hipotensão acentuada; 
� Depressãoda transmissão neuromuscular (pode chegar à paralisia) 
� Depressão hepática (mto ou pouco metabolizados) 
 
Sua intensidade depende da concentração inalada ou da dose intravenosa e é influenciada 
pelo estado do doente: idade; obesidade, urgência; ansiedade, doenças coexistentes. 
 
ANESTÉSICOS DE INALAÇÃO 
São absorvidos pelos pulmões, por difusão livre, através da barreira alveolo-capilar. 
 
Anestésicos gerais características Vantagens Desvantagens 
Gás - 
Protóxido de 
azoto (NO2) 
Pouco potente; 
Não exclusivo; baixa 
solubilidade no sangue 
e cérebro � sai 
rapidamente p pulmões 
(tindução curto) 
Provoca anoxia citotóxica (não 
há % mínima de O2 que evite); 
administração prolongada: 
anemia perniciosa (falta Vit. 
B12) e polineuropatias (baínhas 
de mielina) 
Vapor - 
Halotano 
Fluorado; ñ 
analgésico; 
↓Parterial prop/ à 
dose. 
Rápida acção; não 
liberta catecolaminas; 
andar de excitação 
fugaz. 
Sensibiliza miocárdio às 
catecolaminas; Bradicardias, 
hipotensão (dose dependente); 
insuf. hepática (hepatite). 
Vapor - 
isoflurano 
Ñ sensibiliza coração a 
catecolaminas; n 
provoca hipertensão; 
biotransformação 
hepática reduzida. 
Cheiro a alho; potente 
vasodilador coronário (pode 
causar rombo coronário em 
casos de angina de peito); 
pode provocar isquémia. 
Vapor - 
sevoflurano 
Recente na 
Europa; sem 
grandes efeitos 
adversos. 
Sem desvantagens; 
t indução < (↓ solubilidade no sangue); permite �/� em < 
t profundidade da anestesia; rápido recobro => utilizado 
em ambulatório; ≈ isoflurano (<taquicardia) 
Inalação 
tratamento 
especial: 
pressurização; 
 
Ñ inflamáveis; 
 
Similaridade 
estrutural 
Vapor - 
desflurano 
; c/ Flúor; 
pouco 
utilizado. 
Não é biodegradado => 
não se formam 
metabolitos tóxicos 
Pouco potente: requer doses > 
=> � efeitos adversos; 
Hipertensão e taquicardia 
 
 
Características que influenciam a sua concentração a nível cerebral: 
� Lipossolubilidade: Quanto mais lipossolúvel maior a facilidade de passar a barreira 
hemato-encefálica. 
� Solubilidade no sangue: Quanto mais solúvel no sangue mais tempo demora a 
indução (demora mto tempo a passar do sangue para o pulmão e a atingir 
concentração para se difundir), i. é., demora muito tempo a atingir-se o equilíbrio; 
depende do coeficiente de partilha sangue/gás (pi = nas duas). 
� Débito cardíaco: influencia absorção a nível pulmonar e chegada ao órgão alvo. 
� Ventilação pulmonar: Quanto maior for a ventilação pulmonar mais rapidamente é 
eliminado 
� Gradiente da tensão do anestésico entre o ar alveolar e o sangue 
 
=> Quando o anestésico está a ser debitado a absorção para os tecidos periférico tende 
para zero: 
Inicio: �absorção 
Meio: atinge-se uma plataforma (zona de controlo do anestésico) � fase de recobro da 
anestesia 
Final: �até chegar a zero 
 
 
(Ver gráfico do livro pág. 205) 
 
Após administração da anestesia o anestésico distribui-se: 
1º. pelos tecidos mais irrigados: pulmões, coração e cérebro (� [anestesia] ), fígado, rim e 
glândulas endócrinas; Há um rápido equilíbrio entre a [anestésico] e o sangue (10-15mn) 
2º pelos tecidos menos irrigados: tecido esquelético e pele; processo mais lento 
3ª tecido ainda menos irrigado: tecido adiposo; processo de redistribuição e eliminação é 
muito lento. 
4º tecidos quase avasculares: ossos, tendões e cartilagens: consideram-se sem efeito na 
captação dos anestésicos. 
 
 A eliminação dos anestésicos inalatórios é feita pelos pulmões, segue processo 
inverso ao da absorção e distribuição (deixando de o incluir na mistura gasosa inalada ele 
vai ter tendência a sair). 
 Via percutânea também assume papel importante na eliminação deste tipo de 
anestésicos (3-11%). 
 
NOTA: um anestesista deve ter em atenção os coeficientes de partilha do anestésico pois 
permitem saber: coeficientes de partilha do sangue/gás; da potência do anestésico e 
pressão a que se vai trabalhar. 
 
ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS / ENDOVENOSOS 
Anestésicos gerais características Vantagens Desvantagens 
Barbitúricos Tiopental 
Acção ultracurta 
(10min), indutor para 
anestesia local; fase de 
excitação reduzida; 
�Vd; s/ efeitos 
analgésicos 
Nas áreas do cérebro de > 
fluxo => perda de 
vasoconstrição; áreas de < 
fluxo reduzem Pintracraneana e > 
perfusão => efeito 
anticonvulsionante, fixa 
radicais livres; isquémia 
cerebral > perfusão 
Deprime miocárdio e 
deprime precoce e 
intensa/ centro 
respiratório 
Diazepam 
� excitação 
Benzodiazepin
as 
Midazolam 
� ansiedade; 
Amnésia 
retrógada 
via oral; ansiolíticos e 
anestésicos (↓[ ] ); > 
tindução q barbitúricos; 
doenças do miocárdio; 
pode associar-se c 
opiáceos 
Ñ deprime sist cardiovascular-
respiratório => ansiolíticos, 
hipnóticos, relaxantes, 
anticonvulsivos e amnésicos 
retrógados 
Ñ analgésico; 
provoca efeitos 
adversos 
Morfina 
Fentanil 
Anfentanil 
Analgésicos 
opiáceos 
sufentanil 
Agonistas receptores µ; 
↑potência; Perda de 
consciência rápida; 
analgia, narcolepsia 
� tónus muscular (excepção da 
morfina); sulfentamil < 
depressão respirat que 
morfina, > análgia pós-operat 
Morfina => músculos 
rígidos inibe sist resp 
� morte p asfixia 
droperidol 
Butirofenona; injectada 
em doses� 
Neurolépsia: vantagens: 
arteriografias, biópsias da 
laringe, raspagens uterinas; 
Antiemético; analgésico. 
hipotensão 
Ectomidato 
Hipnótico; não 
analgésico; t latência 
mto curto; rápida 
indução 
Sem efeitos cardiovasculares Injecção dolorosa; 
actua ao nível dos 
esteróides (cortisol); 
movi musculares 
involuntários nas 1as 
24-48 horas. 
Propofol 
Hipnótico semelhante 
ao ectomidato; alta/ 
lipossolúvel; não se 
acumula 
N intertere c esteróides; não 
provoca mtos vómitos 
apneia de curta 
duração após 
injecção, � Parterial 
� taquicardia, 
sonhos eróticos. 
Intravenosos 
 
provocam 
hipnose + 
rapida/; 
 
lipossolúveis => 
penetram SNC; 
 
Ñ se ligam às 
PPS plasmáticas; 
 
Efeito depende 
da [ ] que atinge 
na biofase que 
depende da [ ] no 
plasma; 
 
Administrado em 
bolos (atingem 
pico máx 
rapida/) 
Neuroléptico 
Quetamina 
ou cetamina 
(dura 5min) 
Indução rápida; bom 
analgésico. 
Ñ tússico se paciente é 
entubado; pode ser dado 
intramuscular/ (n necessita 
anestesia); 
taquicardia; interfere 
c corticóides 
(pesadelos); 
broncodilatação (bom 
para asmáticos) 
 
 
Acção clínica: 
� Curta acção: procaína e cloroprocaína 
� Acção intermediária: lidocaína; mepivacaína e prilocaína 
� Longa acção: tetracaína, ropivacaína; bupivacaína e etidocaína 
 
Complicações gerais: 
- Alergias 
- Psicogénicas (medo da agulha) 
- Interacções ocm outros fármacos 
- Tóxicas( sobredosagem; tolerância reduzida em pessoas várias vezes anestesiadas 
 
Principais usos: ver acetato com tabela 
 
Limitações dos vasoconstrictores (adrenalina): ver acetato com tabela

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