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Questionário 02 ED RH

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Prévia do material em texto

(Enade 2014 – com adaptações). Leia o texto a seguir.
 
Importante website de relacionamento caminha para 700 milhões de usuários. Outro conhecido servidor de microblogging acumula 140 milhões de mensagens ao dia. É como se 75% da população brasileira postassem um comentário a cada 24 horas. Com as redes sociais cada vez mais presentes no dia a dia das pessoas, é inevitável que muita gente encontre nelas uma maneira fácil, rápida e abrangente de se manifestar. Uma rede social de recrutamento revelou que 92% das empresas americanas já usaram ou planejam usar as redes sociais no processo de contratação. Dessas, 60% assumem que bisbilhotam a vida dos candidatos em websites de rede social. Realizada por uma agência de recrutamento, uma pesquisa com 2500 executivos brasileiros mostrou que 44% desclassificariam, no processo de seleção, um candidato por seu comportamento em uma rede social.
Muitas pessoas já enfrentaram problemas por causa de informações online, tanto no campo pessoal quanto no profissional. Algumas empresas e instituições, inclusive, já adotaram cartilhas de conduta em redes sociais.
POLONI, G. O lado perigoso das redes sociais. Revista INFO, pp. 70-75, julho 2011 (com adaptações).
 
De acordo com o texto,
		Resposta Selecionada:
	b. 
empresas e instituições estão atentas ao comportamento de seus funcionários em websites de redes sociais.
	Respostas:
	a. 
mais da metade das empresas americanas evita acessar websites de redes sociais de candidatos a emprego.
	
	b. 
empresas e instituições estão atentas ao comportamento de seus funcionários em websites de redes sociais.
	
	c.
a complexidade dos procedimentos de rastreio e monitoramento de uma rede social impede que as empresas tenham acesso ao perfil de seus funcionários.
	
	d.
as cartilhas de conduta adotadas nas empresas proíbem o uso de redes sociais pelos funcionários, em vez de recomendar mudanças de comportamento.
	
	e.
a maioria dos executivos brasileiros utilizaria informações obtidas em websites de redes sociais para desclassificar um candidato em processo de seleção.
	Feedback da resposta:
	Resposta: B
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O texto afirma que 92% das empresas americanas já usaram ou planejam usar as redes sociais em processos de contratação, sendo que 60% delas admitem abertamente que o fazem, portanto, mais de metade das empresas americanas efetivamente acessam as redes sociais.
B – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. O texto afirma que 92% das empresas americanas já usaram ou planejam usar as redes sociais em processos de contratação, sendo que 60% delas admitem abertamente que o fazem. Além disso, declara-se que 44% dos executivos brasileiros pesquisados desclassificariam, no processo de seleção, um candidato por seu comportamento em uma rede social. O texto ainda menciona que algumas empresas já adotaram cartilhas para orientar seus funcionários sobre como devem se comportar nas redes sociais. Portanto, as organizações estão atentas aos perfis e às postagens realizadas pelos seus trabalhadores atuais e potenciais. 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Não há qualquer referência, no texto, aos procedimentos necessários para se rastrear um perfil nas redes sociais e na internet como um todo, mas sabe-se que não se trata de algo complexo.
D – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O texto declara que algumas empresas já adotaram cartilhas para orientar seus funcionários sobre como devem se comportar nas redes, o que indica que as organizações estão atentas aos perfis e às postagens realizadas pelos trabalhadores. O texto não afirma que as cartilhas proíbam a participação em redes sociais nem que seriam necessárias se a intenção fosse simplesmente proibir.
E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O texto afirma que menos da metade dos executivos brasileiros pesquisados (44%) desclassificariam, no processo de seleção, um candidato por seu comportamento em uma rede social.
Pergunta 2
0,5 em 0,5 pontos
	
	
	
	(Enade 2016) Leia o texto a seguir.
 
A articulação indígena e quilombola vem-se consolidando em Oriximiná, no Pará, desde 2012, com o objetivo de incentivar a parceria entre índios e quilombolas frente a novos desafios comuns. A aliança possibilitou, em 2015, a reaproximação entre índios da Terra Indígena Kaxuyana - Tunayana e os quilombolas da Terra Quilombola Cachoeira Porteira, cujas relações, no processo de regularização de suas terras, haviam assumido ares de conflito. Reunidos no Quilombo Abuí, escolhido como local neutro e livre de influências externas, em maio de 2015, lideranças indígenas e quilombolas de ambas as terras, com a mediação de lideranças quilombolas de outras comunidades, acordaram os limites territoriais para fins de regularização fundiária. O acordo foi oficializado junto ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público Estadual.
 
Disponível em <www.quilombo.com.br>. Acesso em 29 ago. 2016 (com adaptações).
 
A análise dessa situação evidencia a importância da
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	a. 
autodeterminação dos povos tradicionais na definição de seus limites territoriais.
	Respostas:
	a. 
autodeterminação dos povos tradicionais na definição de seus limites territoriais.
	
	b. 
intervenção prévia do Estado em situações de potencial conflito entre povos tradicionais.
	
	c. 
urgência de regularização das terras quilombolas e indígenas, priorizando-se áreas isentas de conflitos.
	
	d. 
definição, por atores externos, dos desafios comuns a serem enfrentados pelos povos tradicionais.
	
	e. 
participação do Ministério Público nas negociações de limites territoriais entre quilombolas e indígenas.
	Feedback da resposta:
	Resposta: A
 
A – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. O texto mostra lideranças indígenas e quilombolas dialogando para solucionar conflitos territoriais, sem a participação de terceiros.
B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O texto trata da importância da "parceria entre índios e quilombolas", independentemente de agentes externos, como o Estado.
C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O texto trata de um acordo para resolver conflitos entre índios e quilombolas: não trata da regularização de terras por parte do Estado.
D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O ponto central do texto é que o conflito entre indígenas e quilombolas está sendo resolvido por comum acordo entre as partes, sem a interferência externa.
E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O texto não cita a interferência externa na resolução dos conflitos, muito menos a intervenção do Ministério Público.
	
	
	
Pergunta 3
0,5 em 0,5 pontos
	
	
	
	Com base no texto a seguir, analise as afirmativas.
 
O vírus letal da xenofobia
Eliane Brum
 
Uma epidemia, como Albert Camus sabia tão bem, revela toda a doença de uma sociedade. A doença que esteve sempre lá, respirando nas sombras (ou nem tão nas sombras assim), manifesta sua face horrenda. Foi assim no Brasil na semana passada. Era uma suspeita de ebola, fato suficiente, pela letalidade do vírus, para exigir o máximo de seriedade das autoridades de saúde, como aconteceu. Descobrimos, porém, a deformação causada por um vírus que nos consome há muito mais tempo, o da xenofobia. E, como o outro, o “estrangeiro”, a “ameaça”, era africano da Guiné, exacerbada por uma herança escravocrata jamais superada.
O racismo no Brasil não é passado, mas vida cotidiana conjugada no presente. A peste não está fora, mas dentro de nós.
Foi ela, a peste dentro de nós, que levou à violação dos direitos mais básicos do homem sobre o qual pesava uma suspeita de ebola. Contrariando a lei e a ética, seu nome foi exposto. Seu rosto foi exposto. O documento em que pedia refúgio foi exposto. Ele não foi tratado como um homem, mas como o rato que traz a peste para essa Oran chamada Brasil. Deste crime, parte da imprensa, se tiver vergonha, se envergonhará.
Ainda existe a espera de um segundoteste para o vírus do ebola. Não importa se der negativo ou positivo, devemos desculpas.
Não sei se há desamparo maior do que alcançar a fronteira de um país distante, nessa solidão abissal. E pedir refúgio, essa palavra-conceito tão nobre, ao mesmo tempo tão delicada. E então se sentir mal, e cada um há de saber como a fragilidade da carne nos escava. Corrói mesmo aqueles que têm o melhor plano de saúde num país desigual. Ele, desabitado da língua, era desterrado também do corpo. Para alcançar o que viveu o homem desconhecido, porque o que se revelou dele não é ele, mas nós, é preciso vê-lo como um homem, não como um rato que carrega um vírus. Para alcançá-lo, é preciso vestir o homem. Mas só um humano pode vestir um humano.
E logo ouviu-se o clamor. Não é hora de fechar as fronteiras?, cobrou-se das autoridades. Que os ratos fiquem do lado de fora, onde sempre estiveram. Que os ratos apodreçam e morram. Para os ratos não há solidariedade nem compaixão. Parece que nada se aprendeu com a Aids, com aquele momento de vergonha eterna em que os gays foram escolhidos como culpados, o preconceito mascarado como necessária medida sanitária.
E quem são os ratos, segundo parte dos brasileiros?
Há sempre muitos, demais, nas redes sociais, dispostos a despejar suas vísceras em praça pública. No Facebook, desde que a suspeita foi divulgada, comprovou-se que uma das palavras mais associadas ao ebola era “preto”. “Ebola é coisa de preto”, desmascarou-se um no Twitter. “Alguém me diz por que esses pretos da África têm que vir para o Brasil com essa desgraça de bactéria (sic) de ebola”, vomitou outro. “Graças ao ebola, agora eu taco fogo em qualquer preto que passa aqui na frente”, defecou um terceiro. Acreditam falar, nem percebem que guincham.
“Descrever uma epidemia é uma forma magistral de revelar as diversas formas de totalitarismo que maculam uma sociedade. Neste quesito, os brasileiros não economizaram. A divulgação, por meios de comunicação que atingem dezenas de milhões de pessoas, da foto de um homem negro, vindo da África, como suspeito de ebola, foi a apoteose do fantasma do estrangeiro como portador da doença”, afirmou a esta coluna Deisy Ventura, professora de direito internacional da Universidade de São Paulo, pesquisadora das relações entre direito e saúde, autora do livro Direito e Saúde Global – O caso da pandemia de gripe A (H1N1). “Veja que este fantasma é mobilizado em relação aos pobres, sobretudo negros, nunca em relação aos estrangeiros ricos e brancos. O escravagismo, terrível doença da sociedade brasileira, associa-se ao desejo conjuntural de dizer: este governo não deveria ter deixado essas pessoas entrarem. É uma espécie de lamento: tanto se esforçaram as elites para branquear este país, e agora querem preteá-lo?”
A África desponta, de novo e sempre, como o grande outro. Todo um continente povoado por nuances e diversidades reduzido à homogeneidade da ignorância – a um fora.
Como disse um imigrante de Burkina Faso à repórter Fabiana Cambricoli, do jornal O Estado de S. Paulo: “Os brasileiros não sabem que Burkina Faso é longe dos países que têm ebola. Acham que é tudo a mesma coisa porque somos negros”.
Ele e dezenas de imigrantes de diversos países da África estão sendo hostilizados e expulsos de lugares públicos na cidade de Cascavel, no Paraná, onde o primeiro caso suspeito foi identificado. Tornaram-se “os caras com ebola”, apontados na rua “como os negros que trouxeram o vírus para o Brasil”.
O ebola não parece ser um problema quando está na África, contido entre fronteiras. Lá é destino. O ebola só é problema, como escreveu o pesquisador francês Bruno Canard, porque o vírus saiu do lugar em que o Ocidente gostaria que ele ficasse.
“A militarização da resposta ao ebola, que com a anuência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em setembro último, passou da Organização Mundial da Saúde a uma Missão da ONU, revela que a grande preocupação da comunidade internacional não é a erradicação da doença, mas a sua contenção geográfica”, reforça Deisy Ventura.
Para o homem que alcançou o Brasil em busca de refúgio e teve sua dignidade violada na exposição de seu nome, rosto e documentos, ainda existe a espera de um segundo teste para o vírus do ebola. Não importa se der negativo ou positivo, devemos desculpas. Devemos reparação, ainda que saibamos que a reparação total é uma impossibilidade, e que essa marca pública já o assinala. Não é uma oportunidade para ele, é para nós.
É preciso reconhecer o rato que respira em nós para termos alguma chance de nos tornarmos mais parecidos com um humano.
Disponível em <http://brasil.elpais.com/brasil/2014/10/13/opinion/1413206886_964834.html>. Acesso em 13 out. 2014.
 
I. Metaforicamente, a xenofobia é uma peste que se espalha na sociedade, alimentada por postagens em redes sociais.
II. A xenofobia manifesta-se, no Brasil, contra o estrangeiro em geral, pois somos um povo ainda culturalmente atrasado.
III. ódio e o preconceito são geralmente dirigidos a grupos socialmente excluídos ou desprivilegiados.
 
De acordo com o texto, é correto o que se afirma em
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	d. 
I e III, apenas.
	Respostas:
	a. 
I, II e III.
	
	b. 
I, apenas
	
	c. 
II, apenas.
	
	d. 
I e III, apenas.
	
	e. 
III, apenas.
	Feedback da resposta:
	Alternativa correta: D.
I – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A autora compara a xenofobia com uma peste, provocada por um vírus, e considera que o preconceito e o ódio têm sido disseminados nas redes sociais.
II – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O texto deixa claro que o preconceito se manifesta contra os imigrantes pobres, que vêm de países subdesenvolvidos.
III – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. O texto destaca que o ódio e o preconceito se dirigem aos negros e aos pobres.
	
	
	
Pergunta 4
0,5 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia a charge e a crônica a seguir.
 
 
A Foto
Luís Fernando Veríssimo 
Foi numa festa de família, dessas de fim de ano. Já que o bisavô estava morre não morre, decidiram tirar uma fotografia de toda a família reunida, talvez pela última vez. A bisa e o bisa sentados, filhos, filhas, noras, genros e netos em volta, bisnetos na frente, esparramados pelo chão. Castelo, o dono da câmera, comandou a pose, depois tirou o olho do visor e ofereceu a câmera a quem ia tirar a fotografia. Mas quem ia tirar a fotografia?
— Tira você mesmo, ué.
— Ah, é? E eu não saio na foto?
O Castelo era o genro mais velho. O primeiro genro. O que sustentava os velhos. Tinha que estar na fotografia.
— Tiro eu — disse o marido da Bitinha.
— Você fica aqui — comandou a Bitinha.
Havia certa resistência ao marido da Bitinha na família. A Bitinha, orgulhosa, insistia para que o marido reagisse. “Não deixa eles te humilharem, Mário Cesar”, dizia sempre. O Mário Cesar ficou firme onde estava, do lado da mulher. A própria Bitinha fez a sugestão maldosa:
— Acho que quem deve tirar é o Dudu…
O Dudu era o filho mais novo de Andradina, uma das noras, casada com o Luiz Olavo. Havia a suspeita, nunca claramente anunciada, de que não fosse o filho do Luiz Olavo.
O Dudu se prontificou a tirar a fotografia, mas Andradina segurou o filho.
— Só faltava essa, o Dudu não sair.
E agora?
— Pô, Castelo. Você disse que essa câmera só faltava falar. E não tem nem timer!
O Castelo impávido. Tinham ciúmes dele. Porque ele tinha um Santana do ano. Porque comprara a câmera num duty free da Europa. Aliás, o apelido dele entre os outros era “Dutifri”, mas ele não sabia. 
— Revezamento — sugeriu alguém — Cada genro bate uma foto em que ele não aparece, e…
A ideia foi sepultada em protestos. Tinha que ser toda a família reunida em volta da bisa.
Foi quando o próprio bisa se ergueu, caminhou decididamente até o Castelo e arrancou a câmera da sua mão.
— Dá aqui.
— Mas seu Domício…
— Vai pra lá e fica quieto.
— Papai, o senhor tem que sair na foto. Senão não tem sentido!
— Eu fico implícito — disse o velho, já com o olho no visor.E antes que houvesse mais protestos, acionou a câmera, tirou a foto e foi dormir.
VERISSIMO, L. F. Comédias para se Ler na Escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
 
Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta.
 
I. A charge e o texto têm em comum a ideia de que uma fotografia é um relato objetivo e fidedigno da realidade.
II. A charge e o texto mostram que as inovações tecnológicas melhoram a vida das pessoas, uma vez que, na crônica, a falta de dispositivos avançados impediu o registro da família toda.
III. A charge e o texto mostram a foto como um registro que tem como objetivo expor situações positivas do cotidiano, visando ao olhar de aprovação dos outros nas redes sociais.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	a. 
Nenhuma afirmativa é correta
	Respostas:
	a. 
Nenhuma afirmativa é correta
	
	b. 
Apenas as afirmativas II e III são corretas
	
	c. 
Apenas as afirmativas I e II são corretas
	
	d. 
Apenas a afirmativa II é correta
	
	e. 
Apenas a afirmativa III é correta
	Feedback da resposta:
	Alternativa correta: A.
I – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Na charge, uma mulher tira uma foto dela mesma com um carrinho de supermercado cheio de produtos, mas, na realidade, ela compra apenas o conteúdo de uma sacola. No texto, o bisavô sugere que ele próprio tire uma foto e que apareça “implicitamente”. Logo, a charge e o texto remetem à ideia de que uma foto pode não ser um relato objetivo e fidedigno da realidade.
II – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Na charge e no texto, não há qualquer referência a melhorias proporcionadas por inovações tecnológicas.
III – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O texto sequer menciona os usos de redes sociais.
	
	
	
Pergunta 5
0,5 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia a charge e o texto a seguir.
 
 
Disponível em <http://mitnoticias.blogspot.com.br/2012/11/a-visao-da-empresa-e-mais-importante.html>. Acesso em 09 jan. 2016.
 
Responsabilidade social empresarial e diminuição das desigualdades sociais
Anna Flávia Camilli Oliveira
 
Torna-se flagrante a mudança de paradigma na forma de atuação empresarial, ampliando seus objetivos para além da mera obtenção do lucro, dando espaço à atuação socialmente responsável. Esse novo posicionamento é necessário à garantia da continuidade dos negócios e à promoção da sustentabilidade, que passa pela diminuição das desigualdades sociais. Carlos Nelson dos Reis e Luiz Edgard Medeiros, a esse respeito, ensinam: “em uma realidade mundial caracterizada por vigorosas e profundas transformações societárias, as empresas ocupam, inequivocamente, o lugar de agentes especiais de promoção do desenvolvimento econômico e social. Para tanto, suas ações devem ser direcionadas para a busca de uma efetiva articulação das relações sociais voltadas para o bem-estar da humanidade nos níveis local, regional e internacional. É nesta perspectiva que elas podem, e têm força para tanto, consolidar níveis de equidade social tão esperados pelas populações que vivem sob o manto da desigualdade. A existência de uma consciência empresarial responsável é fundamental para que haja possibilidade de engajamento de todos no processo de desenvolvimento, objetivando a preservação do meio ambiente, do patrimônio cultural, a promoção dos direitos humanos e a construção de uma sociedade economicamente próspera e socialmente justa”.
REIS, C. N. dos; MEDEIROS, L. E. Responsabilidade social das empresas e balanço social: meios propulsores do desenvolvimento econômico e social. São Paulo: Atlas, 2009.
Disponível em <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8909>. Acesso em 09 jan. 2016 (com adaptações).
 
Com base na leitura e nos seus conhecimentos, analise as asserções e assinale a alternativa correta.
 
A charge critica a hipocrisia de empresas que adotam discursos que disfarçam seu real objetivo de obter lucro.
PORQUE
De acordo com o texto, a atuação empresarial socialmente responsável é peça fundamental para o desenvolvimento, para a solução de problemas sociais e para a preservação do meio ambiente.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	b. 
As duas asserções são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.
	Respostas:
	a. 
As duas asserções são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
	
	b. 
As duas asserções são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.
	
	c. 
A primeira asserção é verdadeira e a segunda é falsa.
	
	d. 
A primeira asserção é falsa e a segunda é verdadeira.
	
	e. 
As duas asserções são falsas.
	Feedback da resposta:
	Alternativa correta: B.
 
I – Asserção correta.
JUSTIFICATIVA. A charge faz alusão a empresas que assumem falsos discursos para dissimular a verdadeira intenção de obter lucro.
II – Asserção correta.
JUSTIFICATIVA. No texto é dito que “a existência de uma consciência empresarial responsável é fundamental para que haja possibilidade de engajamento de todos no processo de desenvolvimento, objetivando a preservação do meio ambiente, do patrimônio cultural, a promoção dos direitos humanos e a construção de uma sociedade economicamente próspera e socialmente justa”.
Relação entre as asserções.
Vemos que o fato de a atuação empresarial socialmente responsável ser peça fundamental para o desenvolvimento, para a solução de problemas sociais e para a preservação do meio ambiente (segunda asserção) não é causa do fato de empresas adotarem discursos que disfarçam seu real objetivo de obter lucro (primeira asserção).
Logo, as duas asserções são verdadeiras e a segunda asserção não justifica a primeira.
	
	
	
Pergunta 6
0,5 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia o artigo de Leão Serva e a charge.
 
No Dia do Índio, nada a comemorar, só razões para protestar
 
Índios brasileiros e apoiadores britânicos fazem protesto diante da Embaixada do Brasil em Londres em 19 de abril, Dia do Índio. Vão dizer que as populações tradicionais não têm nada que comemorar no dia consagrado a elas. E tentarão atrair a atenção de quem compra produtos brasileiros no exterior para o sangue indígena que mancha nossas commodities agropecuárias e minerais.
É irônico que, em um regime democrático, protestos desse tipo aconteçam na capital britânica como ocorriam antes, durante a Ditadura Militar, a cada visita de presidente ou representantes do regime. No entanto, chamar a atenção dos países que podem influenciar o Brasil, sempre tão cioso de sua imagem externa, é a única ação que restou diante dos ataques à proteção ambiental e aos direitos indígenas pela atual administração federal com amplo apoio no Congresso.
(...) O protesto na sede da representação diplomática brasileira tem o apoio, em Londres, da organização Survival International. Na semana passada, outra entidade, o Observatório do Clima, que reúne cerca de 40 organizações ambientalistas, criticou as medidas do Executivo Federal que apressam a desmontagem dos dispositivos consagrados na Constituição de 1988. Chama atenção para a coincidência entre esses ataques às leis de proteção ambiental no momento em que cresce a desmoralização da elite política do país, sob acusações de corrupção.
(...) Entre as medidas tomadas pelo Congresso, exatamente quando crescem as denúncias contra legisladores, estão leis que reduzem as áreas de preservação ambiental: "Na última terça-feira (11/4), uma comissão do Congresso Nacional retalhou um conjunto de unidades de conservação na Amazônia e na Mata Atlântica, liberando para grilagem 660 mil hectares de terras públicas que haviam sido ilegalmente ocupadas e vêm sendo desmatadas (...). Na quarta-feira (12/4), em sete minutos, outra comissão especial do Congresso aprovou a Medida Provisória 758, que reduz outros 442 mil hectares de unidades de conservação na Amazônia – em dois dias, 1,1 milhão de hectares".
Os ataques à legislação de proteção dos índios e do ambiente coincidem também com o aumento vertiginoso na devastação das florestas:a devastação cresceu 60% nos últimos dois anos, pondo em risco a meta brasileira de chegar a 2020 com redução de 80% na taxa, lançando dúvidas sobre a seriedade do compromisso do governo brasileiro com o Acordo de Paris.
Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/leaoserva/2017/04/1876433-no-dia-do-indio-nada-a-comemorar-so-razoes-para-protestar.shtml>. Acesso em 19 abr. 2017 (com adaptações).
 
Disponível em <http://www.diariodecanoas.com.br/_conteudo/2015/04/noticias/regiao/152582-sustentando-partidos-e-os-indios-de-ontem-e-de-hoje-nas-charges-dos-jornais-de-quarta-feira.html>. Acesso em 19 abr. 2017.
 
Com base na leitura, analise as afirmativas.
 
I. O objetivo da charge é mostrar que, apesar de os índios perderem recursos naturais, houve, para eles, a compensação do acesso à tecnologia.
II. De acordo com o texto, o protesto em Londres tem por objetivo denunciar ao mundo medidas do governo contra a proteção ambiental e contra os direitos indígenas. 
III. Os índios brasileiros, como mostra a charge, têm sido submetidos a um processo de aculturação, que lhes traz piores condições de vida.
IV. Segundo o texto, o Brasil tem hoje 1,1 milhão de hectares de áreas devastadas.
 
Está correto o que se afirma somente em:
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	e. 
II e III.
	Respostas:
	a. 
I, II e III.
	
	b. 
II, III e IV.
	
	c. 
II e IV.
	
	d. 
I e III.
	
	e. 
II e III.
	Feedback da resposta:
	Resposta: E
I – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O objetivo da charge é mostrar a degradação da condição de vida dos indígenas como consequência de alterações na sua cultura e nas suas terras.
II – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. Segundo o texto, o protesto "é a única ação que restou diante dos ataques à proteção ambiental e aos direitos indígenas pela atual administração federal com amplo apoio no Congresso". Logo, o protesto visa a denunciar a perda de direitos indígenas e o descaso da proteção ambiental por parte do governo.
III – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. A charge mostra, no quadro da direita, um índio com roupas de "homem branco", ostentando marcas, com uma garrafa de bebida alcoólica e tirando uma selfie: situações que não pertenciam ao universo original dos nativos. Note a diferença nas expressões faciais do índio, que expressa alegria no ambiente da floresta e mostra tristeza quando imerso no mundo do "homem branco".
IV – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Segundo o texto, "na última terça-feira (11/4), uma comissão do Congresso Nacional retalhou um conjunto de unidades de conservação na Amazônia e na Mata Atlântica, liberando para grilagem 660 mil hectares de terras públicas que haviam sido ilegalmente ocupadas e vêm sendo desmatadas (...). Na quarta-feira (12/4), em sete minutos, outra comissão especial do Congresso aprovou a Medida Provisória 758, que reduz outros 442 mil hectares de unidades de conservação na Amazônia – em dois dias, 1,1 milhão de hectares". Com essas duas Medidas Provisórias, foi autorizada a devastação de 1,1 milhões de hectares a mais do que já havia sido devastado anteriormente. Vale notar que ocorre, ainda, a devastação ilegal (não considerada nesses números).
	
	
	
Pergunta 7
0,5 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia o texto a seguir.
 
Criada por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), a tecnologia nomeada "Ecolágua" utiliza raios ultravioleta (UV) para purificar água de rios e torná-la potável em poucos segundos. A ideia surgiu após apelo de indígenas, que revelaram mortes por ingestão de água contaminada no interior do Amazonas. Segundo o desenvolvedor do equipamento, o pesquisador alemão Roland Vetter, a iniciativa para elaboração da tecnologia veio em forma de apelo. Índios da etnia Deni pediram ajuda para frear a ocorrência de doenças causadas por água contaminada. “Nós queríamos instalar para eles um secador solar para madeira e frutas. Eles disseram ‘É muito bom, mas não é disso que precisamos’. Eles estavam morrendo por ingerir água suja do rio Xeruã”, contou.
Conforme Vetter, 11 índios Deni morreram vítimas de doenças diarreicas causadas por bactérias da espécie Escherichia coli somente em 2005. O quadro clínico, semelhante ao da cólera, assustou os indígenas. 
De acordo com o pesquisador, a desinfecção da água ocorre porque os microrganismos, em contato com os raios ultravioleta tipo C, perdem a capacidade de se multiplicar. Em termos técnicos, a luz provoca um dano fotoquímico instantâneo no material genético dos microrganismos, o que causa o efeito desinfetante.
Anteriormente nomeado ‘Água Box’, o equipamento pesa cerca de 15 kg e pode "limpar" facilmente água de rios, poços e da chuva. De acordo com Vetter, água de rios urbanos, como a Bacia do Turamã, em Manaus, ou o Rio Tietê, em São Paulo, também pode ser purificada pelo equipamento, que realiza uma filtragem prévia para conter alguns resíduos sólidos, como areia e outros sedimentos.
A luz do sol é capturada por painéis solares, que mantêm carregada uma bateria dentro do equipamento. Dessa forma, a tecnologia garante o funcionamento de uma lâmpada ultravioleta, responsável pela destruição dos microrganismos. Com o processo de filtragem adequado - cujo equipamento específico é anexado ao Ecolágua -, o pesquisador do Inpa, Ray Cleise, que fez parte da concepção da tecnologia, garante que águas turvas podem se tornar límpidas. 
A máquina garante a eficiência de desinfecção em 99,99%, conforme testes feitos em laboratório. Uma mostra d'água coletada do Rio Solimões constatou a contaminação por bactérias Escherichia coli, que estão presentes no intestino humano, além de índices de turbidez superiores ao admissível. Após o tratamento com a tecnologia, as bactérias foram destruídas e a turvação passou de 27,90 UNT - Unidade Nefelométrica de Turbidez - para 1,64 UNT. O produto começou a ser disponibilizado no mercado há cerca de dois meses, pela empresa Qluz Ecoenergia. De acordo com o empresário responsável pela venda do produto, Roberto Lavor, a expectativa é de que a máquina beneficie não só brasileiros, mas também pessoas de todas as regiões do mundo. "Nós temos um grande potencial de água doce, que não é mais potável, pois está suja e cheia de impurezas. Vivemos na maior bacia hidrográfica do planeta, mas que não garante aos ribeirinhos o acesso à água potável. O 'Ecolágua' é um instrumento viável que torna a água potável de forma quase instantânea", explicou Lavor.
Disponível em <http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2014/11/na-amazonia-tecnologia-usa-raios-uv-e-sol-para-purificar-agua-de-rios.html>.Acesso em 12 nov. 2014 (com adaptações).
 
Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta.
 
I. O raio ultravioleta do tipo C é usado para purificar a água de rios por meio de danos no material genético dos microrganismos.
II.O equipamento desenvolvido pelo Inpa é composto por um conjunto de filtros para redução da turbidez da água.
III. O Ecolágua tem painéis solares, que alimentam uma bateria responsável pelo funcionamento de uma lâmpada ultravioleta cuja função é danificar o material genético dos microrganismos.
IV. O Ecolágua tem filtros que, alimentados por uma bateria, são capazes de retirar todo material particulado da água em tratamento.
V. Ray Cleise, que fez parte da concepção do desenvolvimento do equipamento, garante que águas turvas podem se tornar límpidas apenas pela ação solar.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	c. 
Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
	Respostas:
	a. 
Apenas as afirmativas I e V estão corretas.
	
	b. 
Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
	
	c. 
Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
	
	d. 
Apenas a afirmativa III está correta.
	
	e. 
Nenhuma afirmativa está correta.
	Feedback da resposta:
	Alternativa correta: C.
Comentários.
O texto afirma que os microrganismos, quando expostos aos raios ultravioleta tipo C, perdem a capacidade de se multiplicar.Esse tipo de luz provoca danos fotoquímicos instantâneos no material genético das bactérias, o que gera efeito desinfetante.
O texto descreve o Ecolágua como um equipamento composto de painéis solares, bateria e uma lâmpada ultravioleta. A aplicação de equipamentos de filtragem complementa a ação do Ecolágua.
	
	
	
Pergunta 8
0,5 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia o texto a seguir.
 
Vitória sobre infecções
 
O mundo está às vésperas de uma conquista inédita. Em breve, as doenças infecciosas, que vêm há milênios dizimando bebês e crianças, podem deixar de ser a principal causa de mortalidade infantil.
Um estudo recente que modelou dados de 194 países mostra que, dos 6,3 milhões de crianças com até cinco anos de idade que morreram em 2013, 52% faleceram devido a moléstias infecciosas. Três anos antes, eram 64%. A virada está próxima, se é que já não ocorreu. 
Isoladamente, a principal causa de óbito é a prematuridade (15,4%), seguida de perto pela pneumonia (14,9%). Grandes vilões do passado, notadamente as diarreias, mas também sarampo e tétano, já não ocupam as primeiras posições. 
Segundo os autores da pesquisa, publicada no periódico médico britânico "The Lancet", a diminuição das mortes em 2013 em relação a 2000 pode ser atribuída a ganhos no controle da pneumonia, diarreia e sarampo. São avanços formidáveis da humanidade.
A partir desse ponto, contudo, melhorias tendem a ficar mais difíceis. Aos poucos, os países esgotam o arsenal de ações fáceis, capazes de atingir grandes fatias da população - oferecer água tratada e esgoto, fazer campanhas de vacinação e pelo aleitamento materno. 
À medida que se registram reduções nas mortes por infecções, os óbitos neonatais (até o 28º dia de vida) tendem a ganhar preponderância - e as iniciativas para enfrentá-los se tornam cada vez mais individualizadas e caras.
Se o quadro global, de todo modo, é bastante positivo, há uma nota negativa para a qual é preciso chamar a atenção: permanecem abissais as diferenças entre as diversas regiões do planeta.
Enquanto Estados desenvolvidos já baixaram há vários anos a mortalidade infantil para faixas inferiores a 10 óbitos por mil nascimentos com vida e nações emergentes estão chegando lá, países da África subsaariana continuam mal.
Respondendo por 25% dos nascimentos no mundo e quase 50% dos óbitos de crianças até cinco anos, esse grupo eleva a taxa média do planeta para 46 óbitos por mil nascimentos com vida. 
Um índice bem melhor que os 200 por mil estimados para a Idade Média, mas muito pior do que aquele que seria possível atingir com o nível de conhecimento médico e avanço tecnológico do mundo.
Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/12/1555682-editorial-vitoria-sobre-infeccoes.shtml>. Acesso em 3 mar. 2015.
 
Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta.
 
I. Em 2013, a pneumonia foi a principal causa de morte de crianças de até cinco anos, superando, pela primeira vez, o número de óbitos por doenças infecciosas.
II. A promoção de água tratada e esgoto, as campanhas de vacinação e o estímulo ao aleitamento materno são medidas suficientes para erradicar a mortalidade infantil.
III. Os dados mostram que o índice de mortalidade de crianças até cinco anos na África subsaariana é cerca de quatro vezes menor do que o estimado para a Idade Média e mais de quatro vezes maior do que o observado em Estados desenvolvidos.
IV. A queda na taxa de mortalidade de crianças de até cinco anos provocada por doenças infecciosas não é homogênea no planeta, sendo menor nas regiões menos desenvolvidas.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	c. 
Apenas a afirmativa IV está correta.
	Respostas:
	a. 
Nenhuma das afirmativas está correta.
	
	b. 
Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
	
	c. 
Apenas a afirmativa IV está correta.
	
	d. 
Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
	
	e. 
Todas as afirmativas estão corretas.
	Feedback da resposta:
	Alternativa correta: C.
I – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O texto afirma que a principal causa de óbito é a prematuridade.
II – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Essas medidas, embora importantes, não são suficientes para a erradicação das doenças.
III – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O texto fornece apenas a taxa média mundial de mortalidade (46 óbitos por mil).
IV – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. O texto informa que a taxa de mortalidade infantil é maior na África subsaariana e que “permanecem abissais as diferenças entre as diversas regiões do planeta”.
	
	
	
Pergunta 9
0,5 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia o texto e a charge a seguir.
 
ONU diz que polícia brasileira mata 5 por dia; maioria é afrodescendente
Genebra (10/03/2016)
Segundo a ONU, a polícia brasileira matou 2.000 pessoas em 2015
 
A Organização das Nações Unidas (ONU) acusa a polícia brasileira de ser a responsável por cinco mortes a cada dia no país, totalizando apenas em 2015 cerca de 2.000 casos. O alerta foi feito nesta quinta-feira (10) pelo Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos, Zeid Bin Hussein.
Essa é a segunda denú ncia que as Nações Unidas apresentam sobre a violência policial no Brasil em apenas uma semana.
Nesta quinta-feira, Zeid fez seu balanço anual sobre a situação dos direitos humanos no mundo. Entre os cerca de 30 países citados pelo alto comissário, a situação brasileira teve seu destaque ao tratar do racismo contra pessoas afrodescendentes.
"No Brasil, o governo tomou ações para lidar com os direitos sociais de pessoas afrodescendentes, especialmente no campo da educação", reconheceu Zeid.
"Apesar disso, foi amplamente informado sobre a insegurança que muitos jovens afro-brasileiros sentem diante da violência policial e da impunidade", disse.
"Mais de 2.000 pessoas foram mortas pela polícia no Brasil no ano passado e eles eram, de forma desproporcional, de afrodescendência", acusou Zeid.
Segundo o relator, outra constatação preocupante também é a morte de jovens afro-americanos nos Estados Unidos, com 300 casos em 2015.
"Mais ações são necessárias em países onde esses casos são registrados, incluindo medidas para levar os autores à Justiça e garantir um remédio para as vítimas", defendeu Zeid.
Na última terça-feira (8), o relator da ONU para a prevenção da Tortura, Juan Mendez, também atacou o Brasil por não dar respostas à violência policial. Para ele, os homicídios cometidos por policiais não são a exceção, mas, sim, "a regra".
Rogério Sottili, secretário de Direitos Humanos, viajou até Genebra, na Suíça, para dar uma resposta ao informe. "Existe um problema de impunidade muito grave no país", admitiu.
"Há tortura no Brasil. Somos um país formado por violações de direitos humanos. Temos uma cultura de violência. Como mudar? Com um novo processo histórico com formação em direitos humanos", disse.
Para ele, parte da explicação é a construção histórica do Brasil. "É evidente que não mudaremos uma cultura de violência de pelo menos 500 anos de uma hora para outra. Mas tenho a convicção de que recentemente começamos a transformar essa cultura de discriminação e de violência em favor de uma cultura de direitos", disse.
Como tem feito nos últimos dez anos em reuniões da ONU, o governo listou os diversos programas e iniciativas que adotou, "indicando o caminho para a ruptura do ciclo de impunidade e violência no país".
Entre os programas e instituições, estão o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura e a criação de um Mecanismo Nacional de Combate à Tortura.
Disponível em <http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2016/03/10/policia-brasileira-mata-5-pessoas-por-dia-diz-onu.htm>. Acesso em 22 mar. 2016.
 
 
Disponível em <http://profwladimir.blogspot.com.br/2015/09/charge-triste-duas-realidades.html>. Acesso em 22 mar. 2016.
 
Com base na leitura e nos seus conhecimentos, analise as afirmativas.
 
I. A reportagem indica que as preocupações da mãe do segundo quadrinhonão são infundadas.
II. De acordo com a matéria, o racismo é menor nos Estados Unidos do que no Brasil.
III. Segundo o relator da ONU, a falta de políticas públicas inclusivas é a principal causa do racismo na corporação policial.
IV. A charge e a reportagem mostram que o assassinato de afrodescendentes no Brasil ocorre porque eles reagem à abordagem policial.
 
Está correto o que se afirma somente em
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	d. 
I.
	Respostas:
	a. 
I, II e III.
	
	b. 
II e III.
	
	c. 
I e IV.
	
	d. 
I.
	
	e. 
II e IV.
	Feedback da resposta:
	Alternativa correta: D.
 
I – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. Segundo o Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos, Zeid Bin Hussein, foram feitos alertas “sobre a insegurança que muitos jovens afro-brasileiros sentem diante da violência policial e da impunidade" e, em 2015, "mais de 2.000 pessoas foram mortas pela polícia no Brasil (...) e eram, de forma desproporcional, de afrodescendência". Logo, as recomendações sobre segurança dadas pela mãe da criança afrodescendente retratada no segundo quadrinho têm fundamento.
II – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A matéria informa que, em 2015, "mais de 2.000 pessoas foram mortas pela polícia no Brasil (...) e eram, de forma desproporcional, de afrodescendência" e “outra constatação preocupante também é a morte de jovens afro-americanos nos Estados Unidos, com 300 casos em 2015”, mas não informa que o racismo é menor nos Estados Unidos do que no Brasil.
III – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Segundo o relator da ONU, "no Brasil, o governo tomou ações para lidar com os direitos sociais de pessoas afrodescendentes, especialmente no campo da educação".
IV – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Tanto a charge quanto a reportagem não afirmam que o assassinato de afrodescendentes no Brasil seja decorrente da reação à abordagem policial.
	
	
	
Pergunta 10
0,5 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia o texto, de autoria de Vladimir Safatle, e analise as afirmativas a seguir.
 
Quem tem o direito de falar?
Estabelecer que minorias só podem falar dos problemas de seu grupo é uma forma astuta de silenciamento
 
A política não é uma questão apenas de circulação de bens e riquezas. Ou seja, ela não se funda simplesmente em uma decisão a respeito de como as riquezas e os bens devem circular, como eles devem ser distribuídos.
Embora essa seja uma questão central que mobiliza todos nós, ela não é tudo, nem é razão suficiente de todos os fenômenos internos ao campo que nomeamos "política". Na verdade, a política é também uma questão de circulação de afetos, da maneira com que eles irão criar vínculos sociais, afetando os que fazem parte destes vínculos.
A maneira com que somos afetados define o que somos e o que não somos capazes de ver, o que somos e não somos capazes de sentir e perceber. Definido o que vejo, sinto e percebo, define-se o campo das minhas ações, a maneira com que julgo, o que faz parte e o que está excluído do meu mundo.
Percebam, por exemplo, como um dos maiores feitos políticos de 2015 foi a circulação de uma mera foto, a foto do menino sírio morto em um naufrágio no Mar Mediterrâneo.
Nesse sentido, foi muito interessante pesquisar as reações de certos europeus que invadiram sites de notícias de seu continente com posts e comentários. Uma quantidade impressionante deles reclamava daqueles jornais que decidiram publicar a foto. Por trás de sofismas primários, eles diziam basicamente a mesma coisa: "parem de nos mostrar o que não queremos ver", "isto irá quebrar a força de nosso discurso".
Pois eles sabiam que seu fascismo ordinário cresce à condição de administrar uma certa zona de invisibilidade.
É necessário que certos afetos não circulem, que a humanização bruta produzida pela morte estúpida de um refugiado não nos afete. Todo fascismo ordinário é baseado em uma desafecção.
Toda verdadeira luta política é baseada em uma mudança nos circuitos hegemônicos de afetos. Prova disso foi o fato de tal foto produzir o que vários discursos até então não haviam conseguido: a suspensão temporária da política criminosa de indiferença em relação à sorte dos refugiados.
Mas essa quebra da invisibilidade também se dá de outras formas. De fato, sabemos como faz parte das dinâmicas do poder decidir qual sofrimento é visível e qual é invisível. Mas, para tanto, devemos antes decidir sobre quem fala e quem não fala, qual fala ouvirei e qual fala representará, para mim, apenas alguma forma de ressentimento.
Há várias maneiras de silêncio. A mais comum é simplesmente calar quem não tem direito à voz. Isso é o que nos lembram todos aqueles que se engajaram na luta por grupos sociais vulneráveis e objetos de violência contínua (negros, homossexuais, mulheres, travestis, palestinos, entre tantos outros).
Mas há ainda outra forma de silêncio. Ela consiste em limitar sua fala. Assim, um será a voz dos negros e pobres, já que o enunciador é negro e pobre. O outro será a voz das mulheres e lésbicas, já que o enunciador é mulher e lésbica. A princípio, isto pode parecer um ato de dar voz aos excluídos e subalternos, fazendo com que negros falem sobre os problemas dos negros, mulheres falem sobre os problemas das mulheres, e por aí vai.
Essa é apenas uma forma astuta de silêncio, e deveríamos estar mais atentos a tal estratégia de silenciamento identitário. Ao final, ela quer nos levar a acreditar que negros devem apenas falar dos problemas dos negros, que mulheres devem apenas falar dos problemas das mulheres.
Pensar a política como circuito de afetos significa compreender que sujeitos políticos são criados quando conseguem mudar a forma como o espaço comum é afetado.
Posso dar visibilidade a sofrimentos que antes não circulavam, mas quando aceito limitar minha fala pela identidade que supostamente represento, não mudarei a forma de circulação de afetos, pois não conseguirei implicar quem não partilha minha identidade na narrativa do meu sofrimento. Minha produção de afecções continuará circulando em regime restrito, mesmo que agora codificada como região setorizada do espaço comum.
Ser um sujeito político é conseguir enunciar proposições que implicam todo mundo, que podem implicar qualquer um, ou seja, que se dirigem a esta dimensão do "qualquer um" que faz parte de cada um de nós. É quando nos colocamos na posição de qualquer um que temos mais força de desestabilização de circuitos hegemônicos de afetos.
O verdadeiro medo do poder é que você se coloque na posição de qualquer um.
Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/234248-quem-tem-o-direito-de-falar.shtml>. Acesso em 13 jun. 2016.
 
I. Segundo o autor, grupos de minorias estão sendo silenciados, pois vivemos em um regime autoritário, não democrático.
II. O autor defende que os políticos sejam os legítimos representantes dos grupos minoritários, já que as minorias tendem a ser silenciadas na sociedade.
III. A publicação da foto do menino sírio, morto no naufrágio ao tentar chegar à Europa como imigrante, foi, segundo o texto, uma forma de sensacionalismo da imprensa e, por isso, gerou conflitos políticos.
 
Assinale a alternativa correta.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	e. 
Nenhuma alternativa é correta
	Respostas:
	a. 
Todas as afirmativas são corretas
	
	b. 
Apenas as afirmativas I e II são corretas
	
	c. 
Apenas as afirmativas II e III são corretas
	
	d. 
Apenas a afirmativa III é correta
	
	e. 
Nenhuma alternativa é correta
	Feedback da resposta:
	Alternativa correta: E.
I – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O autor não afirma que vivemos em um regime autoritário e aponta como silenciamento a restrição de fala a apenas sujeitos representativos de determinado grupo.
II – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O autor afirma que a política é também uma questão da circulação dos afetos e não atribui aos políticos o papel de representar grupos identitários.
III – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA.De acordo com o texto, a divulgação da foto contribuiu para a quebra de invisibilidade de uma questão importante no cenário atual.

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