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EPISTEMOLOGIA DA PSICOLOGIA Profª Adriana Portugal 1 De Comte ao Behaviorismo Profª Adriana Portugal 2 3 De Comte ao Behaviorismo • Objetivo de Comte: • Delimitar as fronteiras das ciências contra toda e qualquer incursão possível da metafísica; • Fixar de uma vez por todas os princípios e os métodos dessas ciências. Profª Adriana Portugal 4 Posição do positivismo • Crença que existem problemas que são, por natureza, científicos, comportando certos métodos próprios para solucioná-los; • Problemas que são, por natureza, filosóficos, devendo ser considerados como simplesmente insolúveis (posição de COMTE) ou desprovidos de toda significação (empirismo lógico) Profª Adriana Portugal 5 Como caracterizar essa fronteira? • Para Comte a ciência só se ocupa de fenômenos, e de forma alguma da “natureza das coisas”. • O objetivo da ciência é atingir leis, devendo ignorar o “modo de produção dos fenômenos”, isto é, a causalidade. Profª Adriana Portugal 6 Posicionamento de COMTE • Comte instaura a era da “positividade” e pronuncia-se resolutamente em favor da liquidação radical de toda e qualquer psicologia enquanto disciplina intelectual específica e independente. Profª Adriana Portugal 7 Pergunta-se • O que levou Comte a proscrever por completo a Psicologia? Não teria ele eliminado apenas a introspecção, fazendo com que esta desse lugar às funções mentais, cujo estudo participa ao mesmo tempo da biologia e da sociologia? Profª Adriana Portugal 8 Como Comte entende a psicologia? • Como uma disciplina herdeira, a seu modo, a psychologia rationalis, ou, no dizer de Hegel, uma “filosofia do espírito. • Esta psicologia considerada como metafísica que deve ser eliminada como vestígio do estado metafísico do pensamento humano. • Ela não teria mais direito a existência porque o pensamento humano se estabeleceu no estado positivo. Profª Adriana Portugal 9 COMTE • Para ele a psicologia é mantenedora do estado teológico do pensamento. • Afirma que não há lugar para esta psicologia ilusória, ultima transformação da teologia que, sem se preocupar com o estudo fisiológico de nossos órgãos intelectuais, nem com a observação dos processos racionais que dirigem efetivamente nossas diversas pesquisas científicas, pretende à descoberta das leis fundamentais do espírito humano, contemplando-o em si mesmo. Profª Adriana Portugal 10 COMTE • “O espírito do homem, considerado em si mesmo, não pode ser um sujeito de observação, porque ninguém pode observá-lo em outrem, nem tampouco pode observá-lo em si mesmo. • O homem não poderá observar diretamente suas operações intelectuais, o que dela pode observar, são os órgãos e os resultados. Profª Adriana Portugal 11 Veto positivista • Para ser ciência, teve que aceitar, pelo menos, o princípio do veto positivista à introspecção, a fim de em seguida, poder definir um campo de aplicação legítimo para os métodos científicos comprovados. Profª Adriana Portugal 12 Século XIX • Muitos psicólogos, deixando às psicologias metafísicas a reivindicação de uma observação interna, introspectiva, do ser “espiritual”, das ações e faculdades da inteligência ou da vontade propriamente ditas, aceitaram a observação interna dos fenômenos das sensibilidades: sensações externas, emoções. Profª Adriana Portugal 13 Desenvolvimento da teoria positiva das emoções • Foi nessa perspectiva, ao praticar o estudo positivo do sensível, que os psicólogos desenvolveram os estudo da psicologia experimental, a partir de 1850. • Os estudos advinham do hoje denominado psicofísica, partindo das leis de Weber e Fechner seguidos da sistematização de Helmholtz no domínio da visão e da audição, culminando com Wundt na constituição da psicologia experimental como disciplina realmente independente. Profª Adriana Portugal 14 Progresso da psicologia • À observação interior é associada à manipulação das aparelhagens de laboratório e ao estudo biológico do sistema nervoso. Profª Adriana Portugal 15 Ribot • Distingue fatos de natureza especial, difíceis de serem observados e clarificados, mas que constituíam a parte mais sólida e indiscutível da nova ciência. Uma ciência independente só se constitui quando passa a estudar esses fatos. • Afirma que a psicologia será constituída pelos fatos psicológicos ou fenômenos psíquicos em geral. Profª Adriana Portugal 16 Ribot • Quanto ao método a ser empregado, diz que consiste na reflexão e na observação interior que é o ponto de partida pois é a condição indispensável para todo e qualquer tipo de psicologia. Profª Adriana Portugal 17 Ribot • Acredita que, em psicologia, nada pode substituir o testemunho da consciência, muito embora reconhece a insuficiência da observação interna, pois a reflexão, por si só, é incapaz de nos fazer penetrar no espírito de outrem. • Daí a necessidade de se apelar à observação exterior, à percepção de sinais e de gestos, a interpretação desses sinais, à indução dos efeitos às causas, à inferência e a o raciocínio por analogia. Profª Adriana Portugal 18 Ribot • O método, para Ribot, deve ser ao mesmo tempo subjetivo e objetivo. • O subjetivo procede por análise, o objetivo, por síntese; o interior é mais necessário, pois, sem ele, não podemos saber de que estamos falando; o exterior é mais fecundo, pois seu campo de investigação é quase ilimitado. Profª Adriana Portugal 19 Conclusão RIBOT • O método concreto da psicologia científica é uma psicologia da observação do comportamento exterior do homem ou do animal, mas interpretada à luz da observação interna e introspectiva do fato mental, que fornece ao psicólogo o princípio e os meios de sua interpretação. Profª Adriana Portugal 20 BINET • Se situa entre o programa positivista de Comte e o manifesto behaviorista de Watson. • Reconhece a dificuldade de demarcar a psicologia propriamente dita da fisiologia do sistema nervoso. • Define a introspecção como o ato pelo qual percebemos diretamente aquilo que se passa em nós: nossos pensamentos, nossas emoções. A introspecção está na base da psicologia que se distingue da fisiologia do sistema nervoso pelo uso que faz da introspecção. Profª Adriana Portugal 21 BINET • Acresce à ideia de Binet a ideia de que o estudo psicológico deve ser feito através de questionários metodicamente elaborados . • Trata-se da primeira amostragem de estudo psicológico mais ou menos experimental, através de testes aplicados a uma determinada população de indivíduos. Profª Adriana Portugal 22 Binet - questionários • Binet faz distinção entre a introspecção pessoal (introspecção do psicólogo, tomando a si mesmo como único ponto de referência no momento de passar à teoria) e a introspecção comparada, consistindo em esclarecer, uns pelos outros, os relatórios de introspecção feitos por outros indivíduos, em respostas a questionários metodicamente elaborados. Profª Adriana Portugal 23 Binet reconhece três modos de observação: • A observação quanto ação pessoal de introspecção, viando o vivido mental próprio: introspecção pessoal; • A observação exterior dos comportamentos ou conditas de técnicas interpretadas por referência aos conhecimentos adquiridos em dependência de atos pessoais de auto-observação: uso interpretativo da introspecção pessoal Profª Adriana Portugal 24 Binet reconhece três modos de observação: • A observação consistindoem tomar conhecimento de relatórios feitos por terceiros de suas observações introspectivas espontâneas ou programadas por questionários: introspecção comparada. Profª Adriana Portugal 25 Binet • Com as respostas aos questionários, ele tabula não somente aquilo que o sujeito humano exprime, servindo-se de sua linguagem falada ou escrita, mas também o conjunto das tarefas inteligente que executa com maior ou menor êxito. Profª Adriana Portugal 26 Binet-Simon • O sistema de testes chamado de Binet-Simon destinado a avaliação do grau da inteligência e da idade mental dos escolares, continua ainda, até hoje, a ser praticado. • O estudo de Binet contraria frontalmente as interdições comtianas e devolve à psicologia a possibilidade de observar as funções intelectuais. Profª Adriana Portugal 27 Ambiguidade • Ao definir o comportamento (respostas de um sujeito animal ou humano a um estímulo exterior) a psicologia inclui tudo o que é objetivamente observável: aquilo que o sujeito observado faz, mas também aquilo que diz numa situação que a função-estímulo pode comportar a intervenção de coisas ditas ou o dado de certas informações através de um sistema qualquer de sinais. Profª Adriana Portugal 28 Behaviorismo • Visa a proscrição absoluta, radical, sem ambiguidade nem compromisso, de todo uso de observação interna e de todo apelo direto ou indireto ao conhecimento fornecido por ela. • No nível dessa psicologia, a observação interna simplesmente não existe: é puramente uma atitude pré-científica, vinculada aos desvarios mentais da consciência mágica. O Behariovismo condena todas as psicologias pseudo-científicas que vão de Comte a Watson: as de Wundt, Ribot, Binet, etc. Profª Adriana Portugal 29 Behaviorismo nascente • O estudo da natureza humana só poderia ser científico na medida em que eliminasse a noção de subjetividade e adotasse os métodos da psicologia animal... • No entanto, o behaviorismo reconhece agora a utilidade da introspecção: ela facilita os progressos da psicologia animal. Com o tempo, surgiu uma moção muito útil, a de variável intermediária, revelando uma ideia muito fecunda. Profª Adriana Portugal 30 Surgimento da psicologia científica • Foram necessários o fracasso da psicologia dos estados mentais e o êxito simultâneo da psicologia animal, para que se produzisse a grande revolução em psicologia, que é o behaviorismo: • O objeto do psicólogo não é mais o conjunto dos conteúdos de consciências, mas o conjunto dos comportamento, isto é, as reações observáveis que são colocadas em relação com situações correspondente. Profª Adriana Portugal 31 Progressos da psicologia • A ciência psicológica parra a ter por objeto de estudo as leis ligando SR. • Pavlov e Piéron tentaram compreender os mecanismos fisiológicos religando a situação á resposta. • Hoje, todos os behavioristas, exceto talvez Skinner, admitem como insatisfatório SR. • SOR Profª Adriana Portugal 32 CONCLUSÃO • Nem o trabalho do psicólogo na perspectiva do laboratório de psicologia experimental (tal como Wundt o concebia) nem tampouco o trabalho do psicólogo, na perspectiva do estudo experimental da inteligência (tal como Binet o praticou), foram materialmente anulados pelas tomadas de posição behaviorista relativamente à introspecção, ao mentalismo e à consciência. Profª Adriana Portugal 33 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA • JAPIASSU. Hilton. Introdução à epistemologia da psicologia. 5ª. Ed. Letras e Letras, São Paulo: 1995. p. 55-69. Profª Adriana Portugal
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