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Comte ao Behaviorismo

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EPISTEMOLOGIA DA PSICOLOGIA 
Profª Adriana Portugal 1 
De Comte ao Behaviorismo 
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De Comte ao Behaviorismo 
• Objetivo de Comte: 
• Delimitar as fronteiras das ciências contra toda e qualquer 
incursão possível da metafísica; 
• Fixar de uma vez por todas os princípios e os métodos dessas 
ciências. 
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Posição do positivismo 
• Crença que existem problemas que são, por natureza, científicos, 
comportando certos métodos próprios para solucioná-los; 
• Problemas que são, por natureza, filosóficos, devendo ser 
considerados como simplesmente insolúveis (posição de COMTE) 
ou desprovidos de toda significação (empirismo lógico) 
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Como caracterizar essa fronteira? 
• Para Comte a ciência só se ocupa de fenômenos, e de forma 
alguma da “natureza das coisas”. 
• O objetivo da ciência é atingir leis, devendo ignorar o “modo de 
produção dos fenômenos”, isto é, a causalidade. 
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Posicionamento de COMTE 
• Comte instaura a era da “positividade” e pronuncia-se 
resolutamente em favor da liquidação radical de toda e qualquer 
psicologia enquanto disciplina intelectual específica e 
independente. 
 
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Pergunta-se 
• O que levou Comte a proscrever por completo a Psicologia? Não 
teria ele eliminado apenas a introspecção, fazendo com que esta 
desse lugar às funções mentais, cujo estudo participa ao mesmo 
tempo da biologia e da sociologia? 
 
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Como Comte entende a psicologia? 
• Como uma disciplina herdeira, a seu modo, a psychologia 
rationalis, ou, no dizer de Hegel, uma “filosofia do espírito. 
• Esta psicologia considerada como metafísica que deve ser 
eliminada como vestígio do estado metafísico do pensamento 
humano. 
• Ela não teria mais direito a existência porque o pensamento 
humano se estabeleceu no estado positivo. 
 
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COMTE 
• Para ele a psicologia é mantenedora do estado teológico do 
pensamento. 
• Afirma que não há lugar para esta psicologia ilusória, ultima 
transformação da teologia que, sem se preocupar com o estudo 
fisiológico de nossos órgãos intelectuais, nem com a observação 
dos processos racionais que dirigem efetivamente nossas diversas 
pesquisas científicas, pretende à descoberta das leis fundamentais 
do espírito humano, contemplando-o em si mesmo. 
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COMTE 
• “O espírito do homem, considerado em si mesmo, não pode ser um 
sujeito de observação, porque ninguém pode observá-lo em 
outrem, nem tampouco pode observá-lo em si mesmo. 
• O homem não poderá observar diretamente suas operações 
intelectuais, o que dela pode observar, são os órgãos e os 
resultados. 
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Veto positivista 
• Para ser ciência, teve que aceitar, pelo menos, o princípio do veto 
positivista à introspecção, a fim de em seguida, poder definir um 
campo de aplicação legítimo para os métodos científicos 
comprovados. 
 
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Século XIX 
• Muitos psicólogos, deixando às psicologias metafísicas a 
reivindicação de uma observação interna, introspectiva, do ser 
“espiritual”, das ações e faculdades da inteligência ou da vontade 
propriamente ditas, aceitaram a observação interna dos fenômenos 
das sensibilidades: sensações externas, emoções. 
 
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Desenvolvimento da teoria positiva das emoções 
• Foi nessa perspectiva, ao praticar o estudo positivo do sensível, 
que os psicólogos desenvolveram os estudo da psicologia 
experimental, a partir de 1850. 
• Os estudos advinham do hoje denominado psicofísica, partindo 
das leis de Weber e Fechner seguidos da sistematização de 
Helmholtz no domínio da visão e da audição, culminando com 
Wundt na constituição da psicologia experimental como disciplina 
realmente independente. 
 
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Progresso da psicologia 
• À observação interior é associada à manipulação das aparelhagens 
de laboratório e ao estudo biológico do sistema nervoso. 
 
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Ribot 
• Distingue fatos de natureza especial, difíceis de serem observados 
e clarificados, mas que constituíam a parte mais sólida e 
indiscutível da nova ciência. Uma ciência independente só se 
constitui quando passa a estudar esses fatos. 
• Afirma que a psicologia será constituída pelos fatos psicológicos 
ou fenômenos psíquicos em geral. 
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Ribot 
• Quanto ao método a ser empregado, diz que consiste na 
reflexão e na observação interior que é o ponto de partida 
pois é a condição indispensável para todo e qualquer tipo de 
psicologia. 
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Ribot 
• Acredita que, em psicologia, nada pode substituir o 
testemunho da consciência, muito embora reconhece a 
insuficiência da observação interna, pois a reflexão, por si só, é 
incapaz de nos fazer penetrar no espírito de outrem. 
• Daí a necessidade de se apelar à observação exterior, à 
percepção de sinais e de gestos, a interpretação desses sinais, à 
indução dos efeitos às causas, à inferência e a o raciocínio por 
analogia. 
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Ribot 
• O método, para Ribot, deve ser ao mesmo tempo subjetivo e 
objetivo. 
• O subjetivo procede por análise, o objetivo, por síntese; o interior 
é mais necessário, pois, sem ele, não podemos saber de que 
estamos falando; o exterior é mais fecundo, pois seu campo de 
investigação é quase ilimitado. 
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Conclusão RIBOT 
• O método concreto da psicologia científica é uma psicologia da 
observação do comportamento exterior do homem ou do animal, 
mas interpretada à luz da observação interna e introspectiva do fato 
mental, que fornece ao psicólogo o princípio e os meios de sua 
interpretação. 
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BINET 
• Se situa entre o programa positivista de Comte e o manifesto 
behaviorista de Watson. 
• Reconhece a dificuldade de demarcar a psicologia propriamente 
dita da fisiologia do sistema nervoso. 
• Define a introspecção como o ato pelo qual percebemos 
diretamente aquilo que se passa em nós: nossos pensamentos, 
nossas emoções. A introspecção está na base da psicologia que se 
distingue da fisiologia do sistema nervoso pelo uso que faz da 
introspecção. 
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BINET 
• Acresce à ideia de Binet a ideia de que o estudo psicológico deve 
ser feito através de questionários metodicamente elaborados . 
• Trata-se da primeira amostragem de estudo psicológico mais ou 
menos experimental, através de testes aplicados a uma determinada 
população de indivíduos. 
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Binet - questionários 
• Binet faz distinção entre a introspecção pessoal (introspecção do 
psicólogo, tomando a si mesmo como único ponto de referência no 
momento de passar à teoria) e a introspecção comparada, 
consistindo em esclarecer, uns pelos outros, os relatórios de 
introspecção feitos por outros indivíduos, em respostas a 
questionários metodicamente elaborados. 
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Binet reconhece três modos de observação: 
• A observação quanto ação pessoal de introspecção, viando o 
vivido mental próprio: introspecção pessoal; 
• A observação exterior dos comportamentos ou conditas de técnicas 
interpretadas por referência aos conhecimentos adquiridos em 
dependência de atos pessoais de auto-observação: uso 
interpretativo da introspecção pessoal 
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Binet reconhece três modos de observação: 
• A observação consistindoem tomar conhecimento de relatórios 
feitos por terceiros de suas observações introspectivas espontâneas 
ou programadas por questionários: introspecção comparada. 
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Binet 
• Com as respostas aos questionários, ele tabula não somente aquilo 
que o sujeito humano exprime, servindo-se de sua linguagem 
falada ou escrita, mas também o conjunto das tarefas inteligente 
que executa com maior ou menor êxito. 
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Binet-Simon 
• O sistema de testes chamado de Binet-Simon destinado a 
avaliação do grau da inteligência e da idade mental dos escolares, 
continua ainda, até hoje, a ser praticado. 
• O estudo de Binet contraria frontalmente as interdições comtianas 
e devolve à psicologia a possibilidade de observar as funções 
intelectuais. 
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Ambiguidade 
• Ao definir o comportamento (respostas de um sujeito animal ou 
humano a um estímulo exterior) a psicologia inclui tudo o que é 
objetivamente observável: aquilo que o sujeito observado faz, mas 
também aquilo que diz numa situação que a função-estímulo pode 
comportar a intervenção de coisas ditas ou o dado de certas 
informações através de um sistema qualquer de sinais. 
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Behaviorismo 
• Visa a proscrição absoluta, radical, sem ambiguidade nem 
compromisso, de todo uso de observação interna e de todo apelo 
direto ou indireto ao conhecimento fornecido por ela. 
• No nível dessa psicologia, a observação interna simplesmente não 
existe: é puramente uma atitude pré-científica, vinculada aos 
desvarios mentais da consciência mágica. O Behariovismo 
condena todas as psicologias pseudo-científicas que vão de Comte 
a Watson: as de Wundt, Ribot, Binet, etc. 
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Behaviorismo nascente 
• O estudo da natureza humana só poderia ser científico na medida 
em que eliminasse a noção de subjetividade e adotasse os métodos 
da psicologia animal... 
• No entanto, o behaviorismo reconhece agora a utilidade da 
introspecção: ela facilita os progressos da psicologia animal. Com 
o tempo, surgiu uma moção muito útil, a de variável 
intermediária, revelando uma ideia muito fecunda. 
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Surgimento da psicologia científica 
• Foram necessários o fracasso da psicologia dos estados mentais e 
o êxito simultâneo da psicologia animal, para que se produzisse a 
grande revolução em psicologia, que é o behaviorismo: 
• O objeto do psicólogo não é mais o conjunto dos conteúdos de 
consciências, mas o conjunto dos comportamento, isto é, as 
reações observáveis que são colocadas em relação com situações 
correspondente. 
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Progressos da psicologia 
• A ciência psicológica parra a ter por objeto de estudo as leis 
ligando SR. 
• Pavlov e Piéron tentaram compreender os mecanismos fisiológicos 
religando a situação á resposta. 
• Hoje, todos os behavioristas, exceto talvez Skinner, admitem como 
insatisfatório SR. 
• SOR 
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CONCLUSÃO 
• Nem o trabalho do psicólogo na perspectiva do laboratório de 
psicologia experimental (tal como Wundt o concebia) nem 
tampouco o trabalho do psicólogo, na perspectiva do estudo 
experimental da inteligência (tal como Binet o praticou), foram 
materialmente anulados pelas tomadas de posição behaviorista 
relativamente à introspecção, ao mentalismo e à consciência. 
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
 
• JAPIASSU. Hilton. Introdução à epistemologia da psicologia. 5ª. 
Ed. Letras e Letras, São Paulo: 1995. p. 55-69. 
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