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CONDUTA OMISSIVA E NEXO CAUSAL

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DIREITO PENAL I
	Conduta COMISSIVA – Crime COMISSIVO
	Para estudar um crime comissivo temos, antes, que analisar tipo proibitivo. É um pressuposto inevitável para entender o que é crime comissivo.
	Tipo Proibitivo – “O direito penal protege bens jurídicos, proibindo algumas condutas desvaliosas (matar, constranger, subtrair, falsificar, etc.).” Tipo proibitivo é aquele você abre, lê e percebe que o legislador está proibindo um comportamento. O tipo proibitivo protege o bem jurídico proibindo alguns comportamentos. 
	 “No crime comissivo, o agente infringe um tipo proibitivo praticando a ação proibida.” 
	Isso aqui é a regra no Código Penal, o óbvio. Ninguém pergunta isso, o que cai é o seguinte:
Conduta OMISSIVA – Crime OMISSIVO
	Para explicar crime omissivo eu vou ter que explicar que espécie de tipo? Crime omissivo não se refere a tipo proibitivo.
	Para entender o crime omissivo, temos que analisar o tipo mandamental.
	Tipo Mandamental - “O direito penal protege bens jurídicos determinando a realização de condutas valiosas (socorrer, notificar, guardar).”
	No proibitivo eu proíbo condutas desvaliosas. No mandamental, eu determino condutas valiosas. 
	“No crime omissivo, o agente deixa de agir de acordo com o que determinado por lei (é uma inação: não agir como determinado).”
	Importante: A norma mandamental (norma que manda agir) pode decorrer:
	a)	Do próprio tipo penal – significando que o tipo penal descreve a omissão. Por exemplo, “deixar de”.
	b)	De cláusula geral – aqui a omissão não está descrita no tipo. O dever de agir é que está descrito em norma geral, e não no tipo. O agente vai responder por crime comissivo. Isso é importante. Apesar da omissão, responde por crime comissivo.
ESPÉCIES DE TIPO OMISSIVO
	Quando a norma mandamental decorrer do próprio tipo penal, isto é, quando o tipo descrever a omissão, tenho o chamado tipo omissivo próprio ou puro. 
	Quando a omissão decorre de cláusula geral e apesar de omitir ele responde por ação, tenho o crime omissivo impróprio ou impuro. 
	O que difere um do outro é o tipo de norma mandamental, uma está no tipo e a outra em norma geral. A diferença está na espécie de norma mandamental. Do tipo penal ou da cláusula geral mais especificamente o art. 13, § 2º, do Código Penal. O artigo 13, § 2º nada mais é do que aquela cláusula geral que se você se enquadrar nela, você responde por ação.
		“§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
		a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
		b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 	
		c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
	Diferenças entre omissão PRÓPRIA e omissão IMPRÓPRIA
	
	
	OMISSÃO PRÓPRIA
	OMISSÃO IMPRÓPRIA
	1.
	O agente tem um dever genérico de agir 
	1.
	O agente tem um dever específico de evitar o resultado.
	2.
	A omissão está descrita no tipo – Subsunção direta.
	2.
	O tipo não descreve a omissão – Subsunção indireta. 
	3.
	Não admite tentativa – são delitos de mera conduta.
	3.
	Admite tentativa.
	Omissão própria:
Se eu falei em dever genérico é porque não tem destinatário certo. Atinge a todos indistintamente. É o dever de solidariedade.
Se a omissão está descrita no tipo, estou diante de uma subsunção direta. A omissão se ajusta perfeitamente ao tipo penal. Aqui o tipo penal descreve diretamente a omissão.
Crime omissivo puro não admite tentativa. São delitos de mera conduta.
	Omissão imprópria: 
Se eu falei que é dever específico, não é dever que atinge, que cabe, a todos, mas personagens especiais. É endereçado a personagens especiais, aqueles referidos no art. 13, § 2º. E isso não só para agir, mas para evitar o resultado típico.
Na omissão imprópria, o tipo não descreve a omissão. Estou diante de uma subsunção indireta. Por que subsunção indireta? Eu tenho a omissão e o tipo penal. O problema é que o tipo penal descreve uma ação. Como é que eu posso ajustar a omissão à ação? Não tem como. Eu preciso primeiro passar pelo art. 13, § 2º, para só depois chegar ao tipo penal. Eu preciso da norma geral para chegar no tipo penal. Daí subsunção indireta.
O crime omissivo impróprio concorre com o crime comissivo. Admite tentativa.
	Agora vamos colocar toda a teoria na prática: você se deparou na prova com uma omissão. É própria ou imprópria? Para responder isso, basta perguntar o seguinte: o omitente se encaixa no art. 13, § 2º? Sim. Pronto. É omitente impróprio e responde pelo resultado como se tivesse praticado a infração. O omitente não se enquadra no art. 13, §2º? Não. Então não é omissão imprópria. Tem que ter tipo penal específico, senão não é crime.
	Olha como fica fácil: vamos imaginar alguém que se omita diante de um menino agonizando e não faz nada. Que crime praticou? Vocês primeiro têm que perguntar o seguinte: Essa pessoa que estava vendo e não fez nada se enquadra no art. 13, §2º? Se ela se enquadrar, e o menino morrer, ela vai responder por homicídio. Se ela não se enquadrar e omitiu socorro, tem algum tipo que descreve omissão de socorro? Tem. É omissão de socorro. Se quem se omite é o pai, ele é omitente impróprio e responderá por homicídio. A pessoa que está olhando, de algum a forma assumiu a responsabilidade de impedir o resultado (era a babá) ou quem olhando e não está fazendo nada, foi quem empurrou. Se o omitente se enquadra em uma das três alíneas, ele é um omitente impróprio e vai responder por homicídio (doloso ou culposo, dependendo do animus dele). 
	Se ele se enquadra em uma dessas alíneas a doutrina diz que ele é garante ou garantidor. Ele não é um simples omitente. 
	Agora, se não é garante ou garantidor porque não se enquadra em nenhuma das alíneas, o fato de ele não socorrer, tem um tipo penal específico que é a omissão de socorro, aí ele é omitente próprio.
	Numa comarca do interior uma professora levou dois alunos para conhecer uma caverna. Ela se descuidou, não vigiou os meninos e um deles bateu a cabeça e morreu. Houve uma omissão. Ela tinha o dever de cuidado. A omissão dela é própria ou imprópria? Vcs conseguem enquadrá-la em alguma das alíneas do art. 13, § 2º? 
“§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:	a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 	c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.”
	
	Essa professora, de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado. Essa professora é uma garantidora e vai responder por homicídio, no caso, culposo, mas vai responder por homicídio. 
	3)	Conduta MISTA – Crime de CONDUTA MISTA
	Há crimes que no tipo penal exigem do agente ação e omissão. Não basta agir, também tem que omitir. Não basta agir, também tem que omitir. É um tipo penal específico que traz os dois núcleos, o comissivo e o omissivo para configurar o delito.
	Exemplo: art. 169, § único, II (apropriação de coisa achada):
	“Apropriação de coisa achada”
	“II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente (AÇÃO), deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente (OMISSÃO), dentro no prazo de quinze dias.”
	É uma ação seguida de omissão: crime de conduta mista. Há outro exemplo: Apropriação indébita previdenciária (art. 168-A):
	“Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional:”
	Neste caso, eu tinha primeiro uma ação (recolhimento), depois, deixo de repassar (omissão). Há divergência doutrinária neste caso porque há autores que enxergam o crime do art.168-A só como omissivo. Mas eu acho que está muito claro que há as duas condutas, uma omissiva e outra omissiva. Ação seguida de omissão.
	Com isso, terminamos conduta.
	Quando se fala em crime, mais especificamente em fato típico, o seu primeiro substrato, o assunto conduta, você já aprendeu. Pode perguntar o que for, sobre conduta, que vocês terão no caderno. Agora, vamos para o resultado, ou seja, o segundo requisito do fato típico.
3.	FATO TÍPICO: 2º ELEMENTO: RESULTADO
	
3.1. 	ESPÉCIES de Resultado
	
	Quando falamos em resultado, temos que lembrar das duas espécies: 
a)	Resultado NATURALÍSTICO (ou MATERIAL) – “Da conduta resulta efetiva alteração física no mundo exterior. Exemplo: morte, diminuição patrimonial, falsidade documental, etc.”. 
b)	Resultado NORMATIVO (ou JURÍDICO) – “Da conduta resulta lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado”.
	
3.2. 	CLASSIFICAÇÃO doutrinária do crime quanto ao Resultado
	a)	Crime MATERIAL – No crime material, o tipo penal descreve conduta mais resultado naturalístico. A ocorrência resultado naturalístico é indispensável para a consumação. Exemplo: homicídio. 
	b)	Crime FORMAL – No crime forma, o tipo penal também descreve conduta mais resultado naturalístico. Porém, cuidado! Aqui, o resultado naturalístico é dispensável. É mero exaurimento do crime. Por que? Porque o crime se consuma com a conduta. A consumação se dá com a conduta. Por isso é chamado de crime de consumação antecipada. O que o juiz faz com o exaurimento? Enfia na pena. Exemplo: Extorsão (se consuma com a exigência). Recebendo a vantagem indevida, é mero exaurimento.
	
	c)	Crime DE MERA CONDUTA – O tipo penal descreve uma mera conduta. Não descreve resultado naturalístico. É o chamado crime de mera atividade. Eu não digo que não possa existir de fato, mas juridicamente, não consta do tipo penal. Quem me dá um exemplo? Omissão de socorro, violação de domicílio, etc. Porte ilegal de arma é crime de mera conduta? Sim. 
	
	Todos os crimes têm resultado naturalístico? É algo inerente a todo e qualquer crime? Não. Crime material tem e exige. Crime forma tem, mas dispensa. Crime de mera conduta, sequer tem. Então, verdade insofismável: Nem todos os crimes têm resultado naturalístico. 
	Tem algum crime que não tem resultado jurídico? Se é verdade que nem todos os crimes tem resultado naturalístico, todos os crimes têm resultado jurídico. Não há crime sem lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. O crime material, o formal e o de mera conduta todos têm resultado normativo. É um elemento comum. 
	A última pergunta para acabar o estudo do resultado (e ir para relação de causalidade) eu pergunto o seguinte: Do que é feito o fato típico? O crime é constituído de fato típico, que é composto de conduta, resultado, nexo e tipicidade. Quantos resultados vocês conhecem? Dois, um naturalístico e um jurídico. Qual dos dois integra o fato típico? Olha a pergunta da Magistratura Federal: “Qual resultado integra o fato típico?” E a resposta que o examinador queria era a seguinte: 
1ª Corrente – Só o resultado naturalístico. É o que vocês vão encontrar na maioria dos manuais. Se é resultado naturalístico, eu tenho que diferenciar o fato típico no crime material do fato típico no crime formal ou de mera conduta. E por que? Se o crime é material, será constituído de conduta, resultado e nexo (o que une conduta e resultado) e tipicidade. Agora, se o crime é formal ou de mera conduta, ele é constituído só de conduta, não tem resultado, não tem nexo e só a tipicidade. O crime material tem o fato típico com quatro requisitos. O formal e o de mera conduta é constituído de dois requisitos: conduta e tipicidade, mais nada. Vocês vão encontrar isso em diversos manuais. 
2ª Corrente (doutrina moderna funcionalista) – Para essa segunda corrente, a tipicidade formal só é constituída de resultado naturalístico. Porém, a tipicidade material, é constituída de resultado normativo. Então, na tipicidade material não importa se o crime é material, não importa se o crime é formal e não importa se é de mera conduta. Para a tipicidade material, não importa nada disso porque será sempre constituído de conduta, resultado normativo, nexo e tipicidade. 
	Para a primeira corrente, o resultado que integra o fato típico é só o naturalístico e, com isso, ela diferencia os componentes do fato típico no crime material e no não material. Já a segunda corrente diz: Peraí, a tipicidade formal é só constituída de resultado naturalística. Então, aqui estão certos, mas na hora que você analisar a tipicidade material, verá que ela depende do resultado normativo. O fato típico, então, não importa se é material, formal ou de mera conduta porque ele é composto de conduta, resultado, nexo e tipicidade.
.
	
4.	FATO TÍPICO: 3º ELEMENTO: RELAÇÃO DE CAUSALIDADE
	
	“É o nexo causal, vínculo entre conduta e resultado. O estudo da causalidade busca concluir se o resultado, como um fato, ocorreu da ação e se pode ser atribuído, objetivamente (e juridicamente, ao sujeito ativo), inserindo-se na sua esfera de autoria por ter sido ele o agente do comportamento”.
	Já foi dissertação de concurso: relação de causalidade. Não tem como começar a falar disso, sem dar o conceito. 
	O nexo de causalidade existe em qualquer crime? É requisito essencial de qualquer crime? O nexo causal é requisito essencial do crime?
	1ª Corrente: Não. Só nos materiais. Essa primeira corrente diz que o nexo causal só existe nos crimes materiais. Por que? Porque crime formal e de mera conduta só tem conduta e tipicidade. Ela está dizendo que o nexo causal é sempre naturalístico. 
	2ª Corrente: Vai dizer o seguinte: O nexo causal nem sempre está presente na tipicidade formal. Porém, o nexo causal (normativo) é requisito da tipicidade material. A segunda corrente reconhece também o nexo causal normativo, que é requisito da tipicidade material.
	Eu vou agora analisar o nexo de causalidade a fundo.
4.1.	PREVISÃO LEGAL – Art. 13, do CP:
	Relação de causalidade
	“Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido”. 
	O art. 13 do Código Penal acabou tratando da causalidade de forma simples. Se você perguntar o que é causa, é simples: é toda ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. Esse artigo, quando trata do nexo de causalidade, adotou a causalidade simples.
4.2.	TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES CAUSAIS ou TEORIA DA CONDITIO SINE QUA NON
	“O art. 13, caput, do Código Penal, adotou a causalidade simples, generalizando as condições, é dizer, todas as causas concorrentes se põem no mesmo nível de importância equivalendo-se em seu valor (Teoria da Equivalência dos Antecedentes Causais também chamada de Teoria da 'Conditio Sine Qua Non').”
	Alguém te pergunta: O que é causa? O Código Penal responde: “Simples. A causa do resultado morte é todo comportamento (ação e omissão) anterior sem o qual o resultado não teria ocorrido.” ou seja, adotou a Teoria da Conditio Sine Qua Non. O que foi causa do resultado morte? Tudo aquilo que antecedeu e sem o qual não teria ocorrido.
	Aí alguém pergunta: “Mas como saber qual foi o comportamento determinante para o resultado?” Como que eu vou saber? A conditio sine qua non, sozinha não responde isso. Então, temos que adicionar à teoria da conditio sine qua non, a Teoria da Eliminação Hipotética dos Antecedentes Causais. Agora, sim, somando uma teoria com a outra, você vai saber o que é causa.
4.3.	TEORIA DA ELIMINAÇÃO HIPOTÉTICA DOS ANTECEDENTES CAUSAIS	
	O que é causa? O CP diz: É toda ação ou omissão sem a qual o resultado não ocorreria. Como é que eu vou saber qual foi ou não determinante? Vc vai eliminar hipoteticamente o comportamento dos antecedentes causais. E pergunta: eliminando oresultado, aconteceria? Se a resposta for positiva, então ele não foi determinante, não é causa. Eliminando o resultado muda? Muda! Então foi causa. O que é causa? É tudo o que antecede o resultado sem o qual não teria ocorrido.
	Teoria da Eliminação Hipotética dos Antecedentes Causais - “No campo mental da suposição e da cogitação, o aplicador deve proceder à eliminação da conduta para concluir pela persistência ou desaparecimento do resultado. Persistindo, não é causa. Se o resultado persiste, não é causa, desaparecendo, é causa.”
Para você saber o que é causa de um resultado, o Código Penal acaba exigindo a soma das duas teorias. Quando ele fala em ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido, como é que eu vou saber se o resultado ocorreria ou não ocorreria? Se eu elimino a sua conduta e o resultado persiste, significa que a sua conduta não tem influência no resultado, então ela não é causa do resultado. Agora, se eu elimino a sua conduta e o resultado desaparece é porque sua conduta deu causa ao resultado. 
Exemplo: Antes do envenenamento, eu tenho: 1) comprei o veneno; 2) comprei o bolo; 3) misturei o bolo + veneno; 4) tomei um suco de laranja; 5) eu servi o bolo para a vítima que morreu envenenada. O que foi causa da morte da vítima? O Código diz: tudo aquilo que antecedeu a morte, sem o qual a morte não teria ocorrido. Como eu vou saber? Vc vai pegar cada um dos cinco comportamentos e eliminar hipoteticamente. Vamos lá: eliminando a compra do bolo, eliminaria o resultado? Não porque ele comeu o bolo. Então, é causa. Eliminando a compra do veneno, ele deixaria de morrer como morreu, então é causa. Tudo é causa. Menos tomar o suco. Então, o que acontece: dos cinco antecedentes causais, você só consegue eliminar o suco.
	CRÍTICA: que se faz a essas duas teorias: Eu parei na compra do veneno, mas poderia ir até o pai e até a mãe do agente! Eliminando o pai e a mãe do Beira-Mar, ele não nasceria. E nem por isso eu posso dizer que os pais dele são a causa de tudo o que ele faz. Levando isso ao infinito, chegamos até Adão e Eva. A crítica que se faz a essa teoria é o seguinte: Ela faz com que a causalidade objetivamente regresse ao infinito. É óbvio que o pai e a mãe do Fernandinho não vão responder pelo crime porque não agiram com dolo ou culpa, mas objetivamente, são causa. 
A Causalidade Objetiva só trabalha com nexo causal. Eu só não vou responsabilizar o infinito porque eu ainda tenho a causalidade cíclica, eu ainda analiso dolo e culpa. Mas reparem que objetivamente, eu posso chegar a esse infinito. Eu só não vou responsabilizar esse infinito porque eu tenho o filtro do dolo e da culpa.
4.5.	CONCAUSAS
	Vamos supor que eu tenho aqui A, B e C. Vamos supor que às 19h A envenenou C e às 20h B atirou em C. C morreu às 21h em razão do disparo. 
Pergunto. Quantas causas concorreram para o resultado? Eu tenho o envenenamento e o disparo de arma de fogo concorrendo para o resultado. São duas causas concorrendo para o mesmo evento, sendo que somente uma atingiu o objetivo. Eu não tenho dúvida que B vai responder por homicídio consumado. A dúvida que eu tenho é: Por qual crime responde A? O que eu tenho aqui? Pluralidade de causas concorrendo para o mesmo evento. Como se chama isso? Concausas.
	“Pluralidade de causas concorrendo para a produção do mesmo evento.”
Quando estudo concausa não estou preocupado com a causa efetiva do resultado. Eu estou preocupado em como responsabilizar aquela causa que não atingiu o seu fim. 
	Quando a gente fala em concausa, temos que lembrar das suas duas grandes espécies:
	a)	Concausa absolutamente independente – ocorre quando a causa efetiva do resultado não se origina direta ou indiretamente da causa concorrente, não se origina direta ou indiretamente de nenhuma outra causa. A concausa absolutamente independente pode ser: preexistente, concomitante ou superveniente.
	b)	Concausa relativamente independente – aqui, a causa efetiva do resultado origina-se direta ou indiretamente da causa concorrente. A concausa relativamente independente também pode ser preexistente, concomitante ou superveniente.
Será preexistente quando a causa efetiva do resultado é anterior à concorrente. 
Será concomitante quando a causa efetiva do resultado concorre com outra causa.
Será superveniente quando a causa efetiva do resultado é posterior à concorrente.
Agora vamos analisar as concausas absolutamente independentes nas suas três subespécies: CAUSAS ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES:
Olha que interessante: Primeira coisa: ver se a causa é absoluta ou relativamente independente. Por que? Porque se você concluir que ela é absolutamente independente, você pode parar de procurar a resposta. De qualquer modo, o suposto autor do fato sempre responderá por tentativa. 
Isso é, se a causa for preexistente, concomitante e superveniente absolutamente independente o acusado sempre responderá por TENTATIVA!!!!!!!
	Vamos supor que A, às 19h envenenou C. B, às 20h atirou contra C. C morreu envenenado às 22h.
	
Pergunto: alguém tem dúvida por qual crime vai responder A? Homicídio consumado. Eu falei que o estudo da concausa não interessa para A, que conseguiu o resultado visado com o seu comportamento. O estudo da concausa tem interesse com relação a B, que agiu buscando o resultado, mas não o alcançou direta ou indiretamente. E aí, ele responde por qual crime? Eu pergunto: a causa do resultado morte é absoluta ou relativamente independente à conduta de B? 
RESPOSTA: Será absoluta se a causa da morte não se origina direta ou indiretamente de B. Ela se originou direta ou indiretamente de B? Elimine o comportamento de B do mundo. O resultado aconteceria? Sim! Então, elas são absolutamente independentes. Então, nós concluímos aqui que a causa efetiva é absolutamente independente.
	Agora, eu pergunto: ela é anterior, concomitante ou superveniente à outra causa? 
RESPOSTA: É anterior. Então é causa absolutamente independente preexistente. Quando eu tenho causa absolutamente independente e preexistente, o outro vai responder pelo quê? Tentativa! Então, B responde por tentativa. Quando estou diante de concausa absolutamente independente preexistente a outra causa será punida a título de tentativa. 
	Próximo exemplo (todos os exemplos são extraídos da doutrina):
	Vamos supor que às 20h A envenena C. Também às 20h, B atira contra C. C morre em razão do disparo. 
Eu já expliquei que não me interessa estudo da concausa apurar como punir o atirador. O atirador produziu o resultado. Se ele é assaltante, vai responder por latrocínio, inclusive. O estudo da concausa é importante para saber o que fazer com aquele que estava envenenando.
 Pergunto?: A causa efetiva do resultado é absoluta ou relativamente independente do envenenamento? 
RESPOSTA: É só vocês pensarem: o disparo se originou direta ou indiretamente do envenenamento? Se vocês tirarem do mundo o envenenamento, iria entrar o assaltante e atirar contra C do mesmo jeito? Sim. Então, eu estou diante de uma causa efetiva absolutamente independente. 
Agora, pergunto: é causa efetiva anterior, concomitante ou superveniente ao envenenamento? 
RESPOSTA: É concomitante. Nessa forma, qual o resultado? Aquele que envenenava, responde pelo quê? Por tentativa. É a mesma conclusão da preexistente! A exemplo da preexistente, também na concomitante ele responde por tentativa.
Mais um exemplo: 
Às 20h A envenenou C. Às 21h cai um lustre na cabeça de C. C morreu em razão de traumatismo craniano. 
Eu não tenho dúvida que a causa da morte de C foi à queda de um lustre (caso fortuito ou força maior). Agora veja: o estudo da concausa é importante para saber o que acontece com a causa concorrente. 
Pergunto: A causa efetiva do resultado (queda do lustre) é absoluta ou relativamente independente do envenenamento? 
Retire o envenenamento do mundo, o lustre cairia ou não cairia na cabeça da pessoa? Sim. Então, a causaefetiva é absolutamente independente da concorrente (do envenenamento). 
Agora eu pergunto: preexistente, concomitante ou posterior ao envenenamento? Superveniente. Qual é o resultado desta equação? Concausa absolutamente independente + causa superveniente = responde por tentativa. Aqui também responde por tentativa.
CAUSAS RELATIVAMENTE INDEPENDENTES. Vamos aos exemplos.
	Vamos supor que A deu um golpe de faca em C. No entanto, C era hemofílico e morreu em razão da doença. Se ele não fosse doente, aquela facada não ia ter condições de causar sua morte. Há intenção de A matar C, mas a facada não causaria o resultado morte se não fosse hemofílico. Houve grande perda de sangue. A doutrina diz o seguinte: a causa efetiva do resultado morte não foi à facada, foi à hemofilia. A facada desencadeou a doença. Fez com que a doença se desencadeasse efetivamente. 
Agora, eu pergunto: essa causa efetiva do resultado morte é absoluta ou relativamente independente da facada? 
RESPOSTA: Ela se originou direta ou indiretamente da facada ou não? Eliminem a facada do mundo, a doença não se desencadearia. Então, a causa efetiva é relativamente independente da concausa. 
Ele já era hemofílico ou ficou hemofílico depois da facada? Ou seja, a causa efetiva ao resultado morte é preexistente, concomitante ou superveniente a concausa?
RESPOSTA: É causa relativamente independente e preexistente. O agente responderá por consumação.
A jurisprudência atenua isso. A só vai responder por homicídio consumado se ele tem conhecimento de que havia uma doença preexistente. Para quê? 
Para evitar uma responsabilidade penal objetiva. Cuidado porque os manuais não alegam esse atenuante da jurisprudência. Para A responder por consumação, ele tem que ter consciência da doença. 
OUTRO EXEMPLO:
Vamos supor que A vai matar B. A aponta e atira. Aí a vítima, B, fala: “vou morrer, a bala vai me atingir” e morre de ataque cardíaco antes da bala atingir. 
Agora, eu pergunto: essa causa efetiva do resultado morte – ataque cardíaco - é absoluta ou relativamente independente do tiro? 
RESPOSTA: A doutrina diz que esse exemplo é uma concausa relativamente independente. Relativamente independente porque se não fosse o tiro vc não teria o ataque cardíaco.
A causa efetiva ao resultado morte – ataque cardíaco - é preexistente, concomitante ou superveniente a concausa?
RESPOSTA: concomitante. A concausa relativamente independente concomitante também a outra será punida por consumação. 
Quando a concausa é absolutamente independente, pouco importa se concomitante, preexistente ou superveniente, ela vai concorrer e será punida por tentativa. 
Se é uma concausa relativamente independente onde a causa efetiva se origina direta ou indiretamente da concorrente, a concorrente será punida por consumação se preexistente ou concomitante. Isso está previsto no art. 13, § 1º, do Código Penal.
“§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.” 
	
�Lendo esse dispositivo eu percebo duas espécies de concausa relativamente independente superveniente: uma causa relativamente independente por si só e uma causa que não relativamente independente por si só. 
	Eu posso ter uma causa relativamente independente superveniente que:
	a)	Por si só produziu o resultado ou então
b)	uma concausa relativamente independente que não por si só produziu o resultado.
	Isso fica claro da leitura do dispositivo. Quando que, por si só, produz o resultado? 
	AQUI, O RESULTADO SAI DA LINHA DE DESDOBRAMENTO CAUSAL NORMAL DA CAUSA CONCORRENTE. 
Em concurso recente, a pergunta da segunda fase foi: “O que significa o 'por si só' do §1º, do art. 13?” - só isso ele perguntou. Significa que o resultado sai da linha de desdobramento causal normal da causa concorrente e toma uma linha imprevisível. Já o não por si só o resultado está na linha de desdobramento normal da conduta (ou causa) concorrente e o tipo ainda produz o resultado no campo da criminalidade. Olha que fácil:
Se estivermos diante de uma concausa relativamente independente que, por si só, produziu o resultado, quem deu o tiro responde por tentativa.
Se estivermos diante de uma concausa relativamente independente que, não por si só, produziu o resultado, quem deu o tiro responde por consumação.
EXEMPLO:
A deu um tiro em B, que vai parar no hospital. Quando os médicos estão lá tentando salvar a vida de B, cometem um erro médico e a vítima, B, morre. O erro médico foi á causa efetiva do resultado. 
Essa causa efetiva do resultado morte – erro médico - é absoluta ou relativamente independente do tiro? 
RESPOSTA: A morte de B se originou direta ou indiretamente do tiro? Se eu não tivesse dado o tiro, B não estaria no hospital. Então, é causa relativamente independente. 
A causa efetiva ao resultado morte – erro médico - é preexistente, concomitante ou superveniente a concausa (tiro)?
RESPOSTA: O erro médico é anterior, concomitante ou superveniente ao tiro? Superveniente. Então, o erro médico é uma concausa relativamente independente, superveniente. 
Erro médico. O erro médico por si só produziu o resultado ou não produziu o resultado? Vocês acham que o erro médico é o resultado que faz a linha de desdobramento causal normal da causa concorrente? 
É algo imprevisível para quem dá um tiro? Ou você sabe que quem vai socorrer é um ser humano e ser humano é falível? Pessoal, o erro médico é uma causa que não por si só produziu o resultado. O erro médico está na linha de desdobramento causal normal da causa concorrente. Era previsível que quem socorresse do tiro pudesse errar. Então, você vai responder por consumação. Basta pensar na surpresa. Vocês ficariam surpresos em saber que houve um erro médico no hospital? Ninguém fica surpreso com erro médico porque está no campo da previsibilidade. São seres humanos.
OUTRO EXEMPLO: 
A deu um tiro em B, que vai pro hospital, enquanto está descansando da cirurgia, cai o teto e morre. A morte foi a queda do teto.
Essa causa efetiva do resultado morte – queda do teto - é absoluta ou relativamente independente do tiro? 
RESPOSTA: Se A não tivesse dado o tiro, B não estaria no hospital. Então, é causa relativamente independente. 
A causa efetiva ao resultado morte – queda do teto - é preexistente, concomitante ou superveniente a concausa (tiro)?
RESPOSTA: Superveniente.
Queda do teto - Vocês acham que isso está na linha de desdobramento causal normal de um tiro? Todo mundo que dá um tiro tem como prever que pudesse cair um teto na cabeça da vítima? 
Não. Então, a queda de um teto, por si só produziu o resultado. Está fora da linha de desdobramento causal normal da causa concorrente. A queda do teto por si só produziu o resultado. Quem deu o tiro responde por tentativa. Todo mundo fica surpreso com a queda de parte do teto do hospital, não está no campo de previsibilidade do agente a queda do teto.
INFECÇÃO HOSPITALAR – ESTÁ NA LINHA DO DESDOBRAMENTO FISICO DO AGENTE? OU NÃO? 
No concurso cai assim: onde eu devo ajustar a infecção hospitalar? Será que ela deve ser tratada como erro médico (quem deu o tiro responde por consumação)? Ou ela deve ser tratada como a queda de um teto? É isso que vai cair: infecção hospitalar! Deve ser equiparada à queda de um teto ou erro médico? 
Há divergência sobre isso:
Na prova do Cespe caiu isso e equipararam infecção hospitalar a erro médico (quem atirou responde por consumação porque a infecção hospitalar está na linha de desdobramento causal normal da causa concorrente – está no campo da previsibilidade). 
	“As concausas absolutamente independentes e relativamente independentes, essas quando preexistentes e concomitantes, norteiam-se pela causalidade simples do art. 13, caput. Já a concausa relativamente independentesuperveniente, norteia-se pela causalidade adequada, prevista no art. 13, § 1º.”
	Até a relativamente independente e concomitante, você estava trabalhando com causalidade simples (Teoria da Conditio Sine Qua Non, equivalência dos antecedentes causais). A partir da relativamente superveniente, você não trabalha mais com causalidade simples, mas causalidade adequada.
	Conceito de causalidade adequada: “Somente haverá imputação do fato se, no conjunto das causas, fosse a conduta do agente, consoante as regras de experiência comum, a mais adequada à produção do resultado ocorrente.”
	
Reparem que quando eu falei de erro médico e de infecção hospitalar, eu trabalhei com regras de experiência comuns. E isso é uma causalidade adequada. Eu não vou olhar de forma simples.
O que está faltando para a gente terminar relação de causalidade? Falta falar de relação de causalidade nos crimes omissivos.
	
4.6.	RELAÇÃO DE CAUSALIDADE NOS CRIMES OMISSIVOS
	Vimos que há duas espécies de crimes omissivos: os próprios (ou puros) e os impróprios (ou impuros). Vamos analisar a relação de causalidade nos dois.
	a)	A relação de causalidade no crime omissivo PRÓPRIO
	“Nessa espécie de infração penal, há somente a omissão de um dever de agir imposto normativamente, dispensando nexo de causalidade naturalístico (são crimes de mera atividade).”
Na omissão própria o seu dever é de agir, eu não estou pensando em resultado naturalístico, não se questiona o nexo naturalístico.
	Aqui só temos a omissão de um dever de agir. Eu não estou preocupado com o resultado. O que nos interessa vem a seguir.
	b)	A relação de causalidade no crime omissivo IMPRÓPRIO
	“Nessa espécie de infração penal, o dever de agir é para evitar o resultado concreto. Estamos diante de um crime de resultado material, exigindo, consequentemente, a presença do nexo causal entre a ação omitida e esperada e o resultado.”
No próprio, nós vemos que o dever é de agir (ninguém está preocupado com o resultado). No impróprio, não. Eu quero vê-lo agir para evitar um resultado concreto. No crime omissivo impróprio eu tenho uma omissão e um resultado naturalístico. Neste crime, que exige um resultado material, consequentemente, eu terei a presença do nexo entre a ação omissiva esperada e o resultado. Vocês devem estar pensando: se do nada, eu nada fiz, que nexo é esse?
“Esse nexo, no entanto, para a maioria da doutrina não é naturalístico (do nada, nada surge). Na verdade, o vínculo é jurídico, isto é, o sujeito não causou, mas como não impediu, é equiparado ao verdadeiro causador do resultado.”
	
Na imprópria, o dever é de agir para evitar o resultado naturalístico. Se você não conseguir evitar, o resultado naturalístico existe. Então, existe um vínculo entre a sua omissão e aquele resultado. É que esse vínculo não é naturalístico, é jurídico. 
Você não produziu o resultado, mas como não o impediu, é equiparado ao verdadeiro causador. É o que a doutrina chama, não de nexo causal, mas de nexo de não impedimento. Zaffaroni chama de nexo de hesitação. 
Se te perguntarem relação de causalidade nos crimes omissivos próprios, não existe resultado naturalístico no dever de agir, então eu não tenho que me preocupar com o nexo naturalístico. Nos crimes omissivos impróprios o dever de agir é para evitar um resultado naturalístico (eu tenho esse resultado). O problema é que eu tenho um resultado naturalístico e uma omissão! E, de acordo com a física, do nada, nada surge. Então esse nexo que existe entre a omissão e o resultado naturalístico não pode ser um nexo causal, físico, naturalístico. Na verdade, o nexo é de não impedimento ou não hesitação. Você tinha o dever de evitar o resultado, se não evitou, é equiparado ao verdadeiro causador físico. É uma equiparação jurídica.
Com isso, encerramos a relação de causalidade. Não vamos mais estudá-la.
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