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Ciberespaço: A Aldeia Global Virtual

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Ciberespaço
O termo ciberespaço foi criado em 1984 por William Gibson, um escritor norte-americano que se mudou para o Canadá, que usou o termo em seu livro de ficção científica, Neuromancer. Este livro trata de uma realidade que se constitui através da produção de um conjunto de tecnologias, enraizadas na sociedade, e que acaba por modificar estruturas e princípios desta e dos indivíduos que nela estão inseridos. O ciberespaço é definido como “o espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores” Trata-se de um novo meio de comunicação estruturado.
Marshall McLuhan, escritor canadense, um dos precursores da teoria da comunicação, formulou, há mais de trinta anos, o conceito de aldeia global. Ao perceber a agilidade e rapidez com que os meios de comunicação desenvolviam novas tecnologias McLuhan previu um novo conceito de sociedade: completamente interconectada e tomada pelas mídias eletrônicas. Essas novas mídias ao aproximar as pessoas de toda parte permitiriam a elas conhecer-se e comunicar-se, como em uma aldeia.
O surgimento da Internet como uma rede mundial de computadores, veio confirmar essas expectativas ao criar um novo espaço para a expressão, conhecimento e comunicação humana. Porém trata-se de um espaço que não existe fisicamente, mas virtualmente: o ciberespaço. Termo que foi idealizado por William Gibson, em 1984, no livro Neuromancer, referindo-se a um espaço virtual composto por cada computador e usuário conectados em uma rede mundial.
É inegável que a revolução cibernética-tecnológica afeta os mais variados aspectos da vida cotidiana, com a inserção de contextos virtuais, como círculos eletrônicos de amizade, por meio de comunidades virtuais, e da possibilidade de “navegar” pelo mundo, tornando o presente cada vez mais próximo da ideia de aldeia global. Porém foi na última metade do século XX, com o surgimento da rede digital e do ciberespaço, que foi explicitada a possibilidade de virtualização e o virtual passou a ser um traço inquestionável nas práticas sociais.
Pode-se afirmar que o ciberespaço diz respeito a uma forma de virtualização informacional em rede. Por meio da tecnologia, os homens, mediados pelos computadores, passam a criar conexões e relacionamentos capazes de fundar um espaço de sociabilidade virtual.
O espaço cibernético intensificou transformações sociais nos mais diversos campos da atividade humana, é o que Manuel Castells chama de sociedade em rede. No campo da produção de mercadorias surgiram as empresas virtuais que têm a internet como base de atuação, mas também ocorreram importantes alterações sócio-culturais e políticas que atingiram as principais mídias em decorrência do aceleramento dos meios de comunicação e de informação.
 Com o ciberespaço constituiu-se um novo espaço de sociabilidade que é não-presencial e que possui impactos importantes na produção de valor, nos conceitos éticos e morais e nas relações humanas.
Dentre as inúmeras metáforas utilizadas para explicar a experiência virtual, nenhuma parece alcançar mais êxito do que a da cidade. Quando se fala em “congestionamentos” de rede, ou se usa termos como “cidade de bits”, “cidadãos-rede” ou “homepages”, nota-se uma especial facilidade de compreensão dessas figuras de linguagem. Essa aparente proximidade de significados aponta para um possível paralelismo entre as chamadas realidade “real” e “virtual”. Tentativas bem sucedidas de estabelecer essa relação entre o mundo físico das cidades e o ciberespaço já acontecem frequentemente. Representam um bom exemplo disso as empresas que decidiram abrir “filiais” no popular jogo Second Life, bem como os cidadãos comuns que criam sua imagem pessoal virtual (avatar), com a qual dirigem carros, viajam, conhecem lugares, estabelecem negócios e interagem com outras representações virtuais de indivíduos reais. 
A relação da cidade real com o ciberespaço vai além das possibilidades de representações tridimensionais da nossa experiência espacial cotidiana. A metáfora abrange o funcionamento da web, onde cada usuário que ali “transita” o faz de acordo com interesses e necessidades pessoais mas, ao mesmo tempo, a atividade de todos em conjunto acaba contribuindo para a movimentação, para a “vida” do ciberespaço, exatamente da maneira como ocorre na cidade real. Daí é que surge o termo “cibercidade”, que designa a cidade virtual que funciona de forma semelhante à cidade real. Além disso, mesmo os usuários menos familiarizados conseguem perceber, no funcionamento da web, a existência de ligações – os links – que funcionam como transições de espaço entre uma página e outra, identificando um percurso percorrido. Tudo isso só tende a reforçar a similaridade do ciberespaço com um espaço real organizado e, de certa maneira, povoado.
O ambiente virtual encontra-se sempre em movimento e transformação, pois não é um espaço fixo e irreversível, muito pelo contrário o ciberespaço tende à uma recriação e atualização constantes como conseqüência das relações estabelecidas entre pessoas, documentos e máquinas que nele se interligam. Porém, é importante salientar que embora seja um espaço virtual, ele também é real. Por isso, alguns autores utilizam a noção de “território” para definir o ciberespaço e ressaltar a ideia de um lugar com localização concreta (os bits e bytes) que tem uma determinada configuração a qual gera diferentes relações entre seus componentes. É interessante destacar que essa forma de compreender o ciberespaço como território questiona as tradicionais noções do que é ou não real, pois com ele conceitos como comunicação, mobilidade, distância, proximidade, espaço público e privado, adquirem outros significados que afetam a vida das pessoas de diversas formas.

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