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Aula 6 Educação na Saúde do Idoso

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Universidade Nova Iguaçu – Nova Unig Campus V - Medicina
Educação na Saúde do Idoso
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA/
SAÚDE DO IDOSO
Prof. Ms. Luciana de Oliveira Fumian
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Introdução
“Envelhecer é um processo seqüencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio-ambiente e portanto aumente sua possibilidade de morte”.
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“É um processo de declínio progressivo da capacidade adaptativa e compensatória diante de eventos estressores, associado a mudanças biológicas, psicológicas e sociais dos indivíduos.” 
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 Envelhecimento como um Desafio
Envelhecimento é um fenômeno mundial;
Disparidades socioeconômicas e regionais;
Desafio: oferecer serviços de saúde de qualidade;
Preservar a autonomia e a independência funcional das pessoas idosas é um dos objetivos do SUS.
 
 
 Afinal, envelhecer com saúde é um direito de cidadania.
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POR QUE FALAR DE ENVELHECIMENTO?
Necessidade de se fomentar Políticas Públicas, nas três esferas de governo;
Ações de promoção, prevenção e proteção capazes de superar suas deficiências e limitações;
 Necessidade envolvimento de todos os setores da sociedade.
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DESAFIOS >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Envelhecimento rápido e intenso no Brasil;
Maioria com baixo nível socioeconômico e educacional; 
 Com uma alta prevalência de doenças crônicas causadoras de limitações funcionais e de incapacidades; 
 A população idosa consome mais de 26% dos recursos de internação hospitalar no SUS (Lima-Costa et al, 2000);
 Carência de profissionais qualificados para o cuidado ao idoso, em todos os níveis de atenção;
População Brasileira segundo IBGE 2010 = 190.732.694 pessoas.
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TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA 
CENSO 2000: 14.569.029 idosos ( > = 60 anos)
representando 8,6% da população.
PROJEÇÕES:
Em 2020  - 32.000.000 (+/_ 15% da pop. total)
Em 2030 = 40,5 milhões (18,7% da pop. total)
 - 6ª pop. Idosa do mundo, em números absolutos.
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TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
A população cima de 60 anos representa, atualmente, 9% da população brasileira. 
 Representa cerca de 30 a 40% da demanda dos serviços de saúde.
Em 2020 projeta-se que a população idosa representará 15% da população brasileira.
Demanda dos serviços de saúde em 2020  70%????
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Transição Epidemiológica
Diminuição da morbi-mortalidade causada por doenças infecto contagiosas;
Aumento da morbi-mortalidade causada por doenças crônico degenerativas;
Modificação do paradigma médico do curar  Aprender a evitar a Incapacidade, não só a Morte. 
De que morreu seu avô?
Do que você vai morrer?
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Transição Epidemiológica no Brasil
 Reaparecimento de doenças seculares ( Dengue, Febre Amarela, Leishmaniose, TB, Hanseníase dentre outras);
 Aumento expressivo das causas externas violência urbana;
 Aumento na prevalência das doenças Cardiovasculares;
 A Transição Demográfica é muito mais acelerada do que a Transição Epidemiológica.
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Popkin (1993) descreve 5 fases nesta transição, ao longo da evolução da espécie humana:
1. A fase de predador – o homem ainda é nômade e depende da caça e da procura de alimentos vegetais na natureza – os sobreviventes são altos, magros e fortes;
2. O homem se fixa à terra, deixa de ser nômade e inicia cultivos (no início monocultivos), etapa em que surgem os períodos de carestias, verdadeiras “epidemias” de fome - há desnutrição e a estatura se reduz;
3. Melhora o cultivo, surge a industrialização, a fome e a desnutrição diminuem progressivamente – persiste a baixa estatura;
4. Há redução das doenças infecciosas, a desnutrição se reduz muito, praticamente não há mais baixa estatura, surgem o sobrepeso e a obesidade e posteriormente a doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), redução da esperança de vida;
5. Mudança de comportamento (provável?): mudança de hábitos alimentares (utilização de alimentos mais saudáveis) e de vida (redução do sedentarismo) – redução das DCNT volta a aumentar a longevidade. 
Transição Epidemiológica 
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Pirâmide Etária – IBGE 2000
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Pirâmide Etária – IBGE 2010
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ENVELHECIMENTO E SAÚDE DA PESSOA IDOSA
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Expectativa 
de
 Vida
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ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER: 
Número médio de anos que um indivíduo viverá a partir do nascimento, considerando o nível e estrutura de mortalidade por idade observados naquela população. 
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75,5
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Indicadores de saúde dos idosos
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Índice de Envelhecimento
Representa o número de pessoas com 65 anos ou mais de idade para cada 100 pessoas com menos de 15 anos de idade, na população residente em determinado espaço geográfico e ano considerado.
IE = Pop. 65 anos ou > X 100
Pop. 0-14 anos
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Razão de Dependência
Representa a relação entre o segmento etário da população definido como economicamente dependente (os < de 15 anos e > 65 anos) e o seguimento etário potencialmente produtivo (15 a 64 anos de idade)
RD = Pop. < 15 anos e 65 anos ou > X 100
Pop. 15-64 anos
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 Proporção de mortalidade aos 60 ou mais anos de idade
Representa a mortalidade acima dos 60 anos e avalia a qualidade de vida da população.
PM = Óbitos 60 anos ou > X 100
Total de óbitos
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PRINCIPAIS AGRAVOS EM SAÚDE DO IDOSO
 HA e DM; 
Doença Isquêmica do Coração;
Acidente Vascular Encefálico;
 Doenças pulmonares;
Neoplasias;
 Atenção!
 Agravos decorrentes de maus-tratos.
 
Principais Problemas de Saúde
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 As condições sócio-econômicas determinam um número maior de idosos doentes e/ou inválidos, em conseqüência da má nutrição, más condições assistenciais e de trabalho, fazendo com que a invalidez na velhice tenha como substrato os efeitos cumulativos dos acidentes, doenças crônico-degenerativas, doenças agudas e carênciais.
As características regionais influenciam diretamente a sobrevida . Obviamente, quanto melhores as condições de vida, maior o número e/ou percentual de idosos sadios. 
Mortalidade em Idosos
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 Hospitalizações de Idosos na Rede SUS
Reflete a ocorrência de doenças e condições crônicas nessa fase da vida, permitindo avaliar o impacto dos idosos sobre os serviços hospitalares.
HSUS = n de internações faixa etária X 100
Tamanho proporcional da população
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 Hospitalizações de Idosos na Rede SUS
Em 2001 foi registrado, segundo SIH-SUS, 12.227.465 internações hospitalares no SUS;
Os idosos foram responsáveis por 18,3% das hospitalizações;
A razão proporção de habitantesX razão proporção de internações aumentou cerca de:
1,0% 20 – 59 anos;
2,4% 60 – 69 anos;
3,4% 70 anos ou mais.
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Por que as mulheres vivem mais????
Expectativa de vida, em média, 8 anos maior do que a dos homens;
Menor exposição aos riscos no trabalho;
Menor consumo de álcool e tabaco;
Maior atenção ao aparecimento dos sintomas;
Maior disponibilidade de serviços para a mulher.
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ENVELHECIMENTO E SAÚDE DA PESSOA IDOSA
O envelhecimento populacional é uma resposta à mudança de alguns indicadores de saúde; especialmente a queda: 
 Da fecundidade;
 Da mortalidade; 
 Aumento da esperança
de vida.
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EVOLUÇÃO NA QUEDA DA FECUNDIDADE
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1,72
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http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/02/japao-taxa-de-crescimento-da-populacao-e-a-mais-baixa-desde-1920.html
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CONSEQUÊNCIAS DO BAIXO CRESCIMENTO POPULACIONAL DOS PAÍSES DESENVOLVIDOS
Diminuição da PEA (População Economicamente Ativa), que leva à um intenso fluxo migratório global em busca de uma vida melhor;
Ascensão da extrema direita, do preconceitoe promoção da xenofobia principalmente nos países de maior atração populacional, como os EUA e a ALEMANHA;
Incentivos governamentais em países ricos para o aumento da taxa de natalidade – política do baby boom;
Como a população de idosos não para de crescer e a PEA diminui, estes países apresentam sérios problemas com enormes déficits na previdência social.
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POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA
Objetivo: 
Trabalhar em dois grandes eixos, tendo como paradigma a capacidade funcional.
Idosos Independentes 
Idosos 
 Independentes 
Idosos em situação
de Vulnerabilidade
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POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA
PREVENÇÃO
PROMOÇÃO
TRATAMENTO
REABILITAÇÃO
CUIDADO
POPULAÇÃO
ENVELHECIDA
POPULAÇÃO
EM PROCESSO 
DE ENVELHECIMENTO
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Grandes Síndromes Geriátricas 
Bio-Psico-Sociais
		
Incapacidade Cognitiva
Imobilidade
Instabilidade Postural
Incontinência Urinária
Iatrogenia
		
Insuficiência Familiar
Indiferença
Isolamento Social
Institucionalização
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Incapacidade
Infância
Adulto
Velhice
Envelhecimento Saudável
Envelhecimento Patológico
Envelhecimento Saudável 
X 
Envelhecimento Patológico
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ATENÇÃO DOMICILIAR
É um conjunto de ações realizadas por uma equipe interdisciplinar no domicílio do usuário/família. É dividida em duas modalidades.
1. ASSISTÊNCIA DOMICILIAR
É realizada por profissionais da Atenção Básica / Saúde da Família ou da atenção especializada
2. INTERNAÇÃO DOMICILIAR
Desenvolvida por equipe ligada a um hospital
GUIA PRÁTICO DO CUIDADOR
Instrumento utilizado pelos profissionais da assistência e da internação que auxilia a orientações aos cuidadores.
ATENÇÃO DOMICILIAR ÀS PESSOAS IDOSAS
Caderno de Atenção Básica – Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa
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ENVELHECIMENTO E SAÚDE DA PESSOA IDOSA
São três as áreas de atuação previstas nesse projeto:
Informação, Educação, Comunicação e Treinamento;
Sistema de Gestão da Assistência de Saúde;
Adequação do ambiente físico.
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AVALIAÇÃO GLOBAL DA PESSOA IDOSA NA ATENÇÃO BÁSICA
 Aspectos gerais
 Alimentação e nutrição
 Acuidade visual e auditiva
 Incontinência urinária
 Sexualidade
 Vacinação
 Avaliação cognitiva 
 Avaliação do humor 
 Mobilidade (MMSS e MMII)
 Quedas
 Avaliação funcional 
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AVALIAÇÃO GLOBAL DA PESSOA IDOSA NA
ATENÇÃO BÁSICA
 Alimentação e Nutrição
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AVALIAÇÃO GLOBAL DA PESSOA IDOSA NA
ATENÇÃO BÁSICA
Alimentação e Nutrição
Perda da autonomia para comprar os alimentos, inclusive financeira;
Perda da capacidade/autonomia para preparar os alimentos e para alimentar-se;
Perda de apetite e diminuição da sensação de sede e da percepção da temperatura dos alimento;
Perda parcial ou total da visão que dificulte a seleção, preparo e consumo dos alimentos.
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AVALIAÇÃO GLOBAL DA PESSOA IDOSA NA
ATENÇÃO BÁSICA
Alimentação e Nutrição
Perda ou redução da capacidade olfativa, interferindo no seu apetite;
Algum motivo que a faça restringir determinados tipos de alimentos, como dietas para perda de peso, diabetes, hipertensão;
Dificuldade de mastigação por lesão oral, uso de prótese dentária ou problemas digestivos.
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AVALIAÇÃO GLOBAL DA PESSOA IDOSA NA
ATENÇÃO BÁSICA
Acuidade Visual
CARTÃO JAEGER
O cartão é colocado a uma distância de 35 cm da pessoa idosa que se possuir óculos deve mantê-los durante o exame.
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AVALIAÇÃO GLOBAL DA PESSOA IDOSA NA
ATENÇÃO BÁSICA
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AVALIAÇÃO GLOBAL DA PESSOA IDOSA NA
ATENÇÃO BÁSICA
Acuidade Auditiva
A audição pode ser avaliada por meio do uso de algumas questões simples ou ainda pela utilização do Teste do Sussurro (whisper) já validade em relação à audiometria.
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AVALIAÇÃO GLOBAL DA PESSOA IDOSA NA
ATENÇÃO BÁSICA
Questões:
 Compreende a fala em situações sociais?
Consegue entender o que ouve no rádio ou televisão?
Tem necessidade que as pessoas repitam o que lhe é falado?
Sente zumbido ou algum tipo de barulho no ouvido ou cabeça?
Fala alto demais?
Evita conversar? Prefere ficar só?
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AVALIAÇÃO GLOBAL DA PESSOA IDOSA NA
ATENÇÃO BÁSICA
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AVALIAÇÃO GLOBAL DA PESSOA IDOSA NA
ATENÇÃO BÁSICA
Incontinência Urinária
Deve ser avaliada, pois, cerca de 30% das pessoas idosas não institucionalizadas costumam apresentá-la e nem sempre a referem na avaliação clínica ou por vergonha ou por acharem ser isso normal no processo de envelhecimento.
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AVALIAÇÃO GLOBAL DA PESSOA IDOSA NA
ATENÇÃO BÁSICA
Sexualidade
Estudos mostram que 74% dos homens e 56% das mulheres casadas mantêm vida sexual ativa após os 60 anos;
Identificação de disfunção nessa área pode ser indicativa de problemas psicológicos, fisiológicos ou ambos.
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VISITA DOMICILIAR – OBSERVAÇÃO DO AMBIENTE
CHECKLIST PARA FATORES DE RISCO PARA QUEDAS
MARIN et al (2004)
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
ALMEIDA, V. et al. Secretaria do Estado de saúde de Minas Gerais Atenção a Saúde do Adulto: Hipertensão e Diabetes.Saúde em Casa. Belo Horizonte. 1ª edição, 2006.
BANDEIRA, E. M. F. S. et al. Secretaria do Estado de saúde de Minas Gerais. Atenção a Saúde do Idoso. Saúde em Casa. Belo Horizonte. 1ª edição, 2006
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa. Cadernos de Atenção Básica. Nº19. Brasília. DF, 2006; pag. 192. (Serie A. Normas e Manuais Técnicos).
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Departamento de Apoio à Descentralização. Coordenação-Geral de Apoio à gestão Descentralizada. Diretrizes Operacionais dos Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão. 2ª edição., Brasília.DF. 2006; pag.76. (Serie A. Normas e Manuais Técnicos).
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Área Técnicas Saúde do Idoso. Atenção à Saúde da Pessoa Idosa e Envelhecimento. Brasília; 2010. 33p-(Série B. Textos Básicos de Saúde) (Série Pactos pela Saúde 2006; v.12).
BRASIL. PORTARIA Nº 2528 de 19 de outubro de 2006. Online. Disponível em:<http://portal.saude.gov.br/portal /arquivos/pdf/2528%20aprova%20a%20politica%20nacional%20de%20saude%20da%20pessoa%20idosa.pdf > acesso em 20 de mai. 2012.
CALDAS, C.P. Saúde do Idoso: a Arte de Cuidar. UNATI / Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 1998.
COSTA, E.M.A. Saúde da Família uma Abordagem Multidisciplinar. Editora Rubio, 2ª ed. 2009.
MARIN, Maria José Sanches et al . Identificando os fatores relacionados ao diagnóstico de enfermagem "risco de quedas" entre idosos. Rev. bras. enferm.,  Brasília,  v. 57,  n. 5, Oct.  2004 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672004000500009&lng=en&nrm=iso>. access on  08  June  2012.  http://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672004000500009.
NETTO, M. P. PONTES, J.R. Envelhecimento: Desafio na Transição do Século. Editora Atheneu, 2005
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