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Saúde Coletiva – Programas de Saúde AULA 3 – PROGRAMA DE SAÚDE DO IDOSO Segundo os dados do IBGE a população idosa chega cerca de 28 milhões de pessoas. • 13% da população é idosa • Esperança de vida ao nascer – 75,5 anos • Esperança de vida ao nascer aumenta 30 anos desde 1940 a 2019 Estimativas do IBGE apontam que em 2030 o número de idosos será maior que o número de pessoas de 0 a 14 anos. Os idosos chegarão a 41,5 milhões (18% da população) e as crianças serão 39,2 milhões (17,6% da população). Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que de 1950 a 2025 a quantidade de idosos no país aumentará quinze vezes, já a população total, cinco. Dado: transição demográfica e epidemiológica • O perfil epidemiológico da população idosa brasileira é caracterizado pela tripla carga de doenças, com forte predomínio das condições crônicas, prevalência de elevada mortalidade e morbidade por condições agudas decorrentes de causas externas e agudizações de condições crônicas. • A maioria dos idosos apresenta doenças e disfunções orgânicas, mas esse quadro não significa necessariamente limitação de suas atividades, restrição da participação social ou do desempenho do seu papel social. Dados – limitação funcional • Idosos do Brasil o 70 % independentes para autocuidado o 23% com alguma limitação funcional o 7% dependentes ENVELHECER NO BRASIL – PARTICULARIDADES • Heterogeneidade dos processos de envelhecimento marcada por fatores socioeconômicos, acesso serviços públicos, hábitos de vida, aspectos culturais (Ex: pessoas em pleno vigor físico e mental e outras mais vulneráveis) • Doenças e Agravos CrôQualidade de vida relacionada a capacidade funcional importância do desenvolvimento de ações para manutenção da autonomia e independência. • nicos como principais causas de morbimortalidade, incapacidade e perda de qualidade de vida, gerando situação de dependência e necessidade de cuidados contínuos • Novos portes e arranjos familiares demandam uma política intersetorial de cuidados • Necessidade de intervenções multidimensionais e Intra/intersetoriais Construção e fortalecimento de alternativas assistenciais (diferentes modalidades), parcerias intra e intersetoriais, serviços de base territorial, etc Considerar as especificidades da Pessoa Idosa na organização/qualificação da atenção implica em: Um novo paradigma das práticas de saúde, tendo como foco o “cuidado”, com ampliação do olhar para além do modelo biomédico. Reconhecer as peculiaridades da pessoa idosa quanto à apresentação, instalação e desfechos dos agravos em saúde, traduzidas pela maior vulnerabilidade a eventos adversos, necessitando de intervenções multidimensionais e multisetoriais. nesse novo paradigma é fundamental identificar condicionantes e determinantes do processo saúde/doença, em particular no que tange à capacidade funcional A perda da funcionalidade contribui significativamente para o comprometimento da qualidade de vida da pessoa, de seus familiares e cuidadores. Tanto que representa o condicionante mais importante de desfechos desfavoráveis na pessoa idosa, como hospitalização, institucionalização e morte, com grande impacto social e econômico. Dados – limitação funcional PNS 2013 • % de idosos com alguma limitação funcional o 30,1% o 6,8 ABVD • Estimativa de idosos brasileiros que precisam de ajuda para realizar atividades de vida diária o 6,5 milhões o 360 mil não recebem cuidados • Familiares não remunerados são a principal fonte de ajuda para idosos que necessitam de apoio para realizar atividades de vida diária. • ABVD: atividade básica de vida diária. POLÍTICA NACIONAL DE SAÚE DA PESSOA IDOSA – PT. N° 2528/2006 Finalidade: promover, manter e recuperar a autonomia e a independência dos indivíduos idosos, direcionando medidas coletivas e individuais de saúde para esse fim, em consonância com os princípios e diretrizes do sistema único de saúde “Não se fica velho aos 60 anos. O envelhecimento é um processo natural que ocorre ao longo de toda a experiência de vida do ser humano, por meio de escolhas e de circunstâncias. O preconceito contra a velhice e a negação da sociedade quanto a esse fenômeno colaboram para a dificuldade de se pensar políticas específicas para esse grupo. Ainda há os que pensam que se investe na infância e se gasta na velhice. Deve ser um compromisso de todo gestor em saúde compreender que, ainda que os custos de hospitalizações e cuidados prolongados sejam elevados na parcela idosa, também aí está se investindo na velhice”. “Envelhecer, portanto, deve ser com saúde, de forma ativa, livre de qualquer tipo de dependência funcional, o que exige promoção da saúde em todas as idades. Importante acrescentar que muitos idosos brasileiros envelheceram e envelhecem apesar da falta de recursos e da falta de cuidados específicos de promoção e de prevenção em saúde. Entre esses estão os idosos que vivem abaixo da linha de pobreza, analfabetos, os sequelados de acidentes de trabalho, os amputados por arteriopatias, os hemiplégicos, os idosos com síndromes demenciais, e para eles também é preciso achar respostas e ter ações específicas”. Diretrizes: • Promoção do envelhecimento ativo e saudável; • Atenção integral, integrada à saúde da pessoa idosa; • Estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade da atenção; • Provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à saúde da pessoa idosa; • Estímulo à participação e fortalecimento do controle social; • Formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na área de saúde da pessoa idosa; • Divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS; • Promoção de cooperação nacional e internacional das experiências na atenção à saúde da pessoa idosa; e • Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas. POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA – EM CONSONÂNCIA COM OMS Envelhecimento saudável: • A organização mundial da saúde define envelhecimento saudável como processo de desenvolvimento e manutenção da capacidade funcional que permite o bem- estar em idade avançada. • Assim, a OMS define capacidade funcional no Relatório Mundial de Envelhecimento e Saúde (2015) como atributos relacionados à saúde que permitem que as pessoas sejam e façam o que lhes é importante. Ela é composta pela capacidade intrínseca (capacidade física e mental) da pessoa, as características do entorno que afetam esta capacidade e as interações entre a pessoa e este entorno. POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA – MODELO DE ATENÇÃO Modelo de Atenção Integral à Saúde da Pessoa Idosa Organização do cuidado: • Integrado às Redes de Atenção à Saúde; • Ordenado pela Atenção Básica; • Articulado com áreas e programas estratégicos do SUS; • Intersetorial. Potencializar e Articular ações já desenvolvidas, propondo estratégias para fortalecer a qualificação do cuidado e a ampliação do acesso da pessoa idosa aos pontos de atenção da Rede de Atenção à Saúde. A atenção deve ser centrada nas necessidades do indivíduo, considerando sua integração na família e na comunidade, em substituição à atenção prescritiva centrada na doença. Para isso, as especificidades e singularidades da população idosa com suas novas demandas de cuidado devem ser priorizadas na organização e oferta dos serviços. PARTICULARIDADES DO CUIDADO À PESSOA IDOSA: • Novos arranjos familiares, famílias menores – necessidade de Política Intersetorial de Cuidados - cuidadores, rede social no território, atenção domiciliar e oferta de serviços dia.• Capacidade funcional orienta o cuidado • Necessidade de Intervenções multidimensionais e intersetoriais • DCNT como principais causas de morbimortalidade e incapacidade – aumento da demanda pelo uso de serviços de saúde. • Maior vulnerabilidade • Heterogeneidade dos processos de envelhecimento - Fatores socioeconômicos, acesso a serviços públicos, hábitos de vida aspectos culturais • Qualidade de vida relacionada à capacidade funcional – Ações de manutenção da autonomia e independência Pessoa idosa • Acolhimento • Atendimento • Avaliação multidimensional • identificação das Necessidades de Saúde da Pessoa Idosa o Idoso independente e autônomo o Idoso com limitação funcional grave (dependentes) o Idoso com alguma limitação funcional Projeto Terapêutico Singular A avaliação multidimensional de saúde da pessoa idosa deve contemplar as dimensões social, clínica, mental e funcional, e contribuir na identificação do conjunto das necessidades do idoso, possibilitando a otimização da alocação de recursos e estratégias de cuidado. Ao mesmo tempo, deve ampliar a compreensão do processo de envelhecimento permitindo a identificação e classificação de riscos e finalmente a elaboração de Projeto Terapêutico Singular. É necessário também incluir em todas as etapas de organização do cuidado a garantia do acesso, o acolhimento e cuidado humanizado da população idosa nos serviços de saúde do SUS, ou seja, não só exercitar a escuta, mas propiciar que está se traduza em responsabilização e resolutividade, o que leva ao acionamento de redes internas, externas e multidisciplinares O cuidado deve ser orientado a partir da funcionalidade da pessoa idosa, considerando o risco de fragilidade existente e seu grau de dependência (capacidade de execução), buscando a autonomia (capacidade de decisão) possível, do sujeito em questão. QUALIFICAÇÃO DO CUIDADO Para planejar ações voltadas para a população idosa é necessário saber quantos idosos vivem no território de abrangência e conhecer suas diferentes necessidades. Uma forma de planejar o cuidado a partir dessas necessidades é identificar as pessoas idosas de acordo com sua capacidade funcional e com os cuidados de que necessitam. Estas informações podem ser identificadas durante as visitas domiciliares e ou no acompanhamento de rotina das equipes. A 3ª Edição da Caderneta da Saúde da Pessoa Idosa, Foi estruturada para ser um instrumento estratégico de acompanhamento longitudinal das condições de saúde da população idosa nos serviços de saúde INFORMAÇÕES REVELANTES Viva SINAN (2013) 11.785 notificações de violência contra pessoas idosas • Violência física 57.8% • Psicológica 26% • Embora número expressivo acreditamos não refletir a realidade (necessidade de investir na capacitação para a identificação e qualificação do cuidado, de proteção, ampliar acesso aos serviços • Óbitos por lesão autoprovocada (2012) o Taxa por 100 mil habitantes Brasil :5.32 o 0+ a Taxa é de 7.99, sendo Homens 14,38 e Mulheres 2.87 QUALIFICAÇÃO DO CUIDADO – PESSOAS IDOSAS RESIDENTES DE ILPIS Idosos do Brasil – 28 milhões – 13% população total • 1% vive em instituições o Independentes 31,8 a 38,1% o Semi-dependentes: 25 a 34% o Dependentes: 30 a 40% QUALIFICAÇÃO DA GESTÃO: INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO SISAP - Sistema de Indicadores de Saúde e Acompanhamento de Políticas do Idoso POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE Objetivo geral: Promover a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidade e riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes – modos de viver, condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura, acesso a bens e serviços essenciais. ATENÇÃO DOMICILIAR – PT N° 825, DE 26 DE ABRIL DE 2016 Redefine a Atenção Domiciliar no Âmbito do SUS e representa um marco na estruturação da atenção domiciliar em todo Brasil, apresentando as diretrizes desta modalidade de cuidado, a forma como deve se organizar e também estabelece o incentivo federal para apoiar os gestores no aperfeiçoamento e /ou implementação da atenção domiciliar nas suas localidades. ATENÇÃO DOMICILIAR – PROGRAMA MELHOR EM CASA Indicado para pessoas que apresentam dificuldades temporárias ou definitivas de sair do espaço da casa para chegar até uma unidade de saúde. Proporciona o atendimento em casa com equipes multidisciplinares, formadas prioritariamente por médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e fisioterapeuta ou assistente social. Cerca de 70% dos atendimentos do Melhor em Casa é de idosos, o que corresponde a cerca de 86.800 pessoas. PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO - PNI Referência mundial – vacinas de Gripe e Pneumonia. Desde 1999, o Ministério da Saúde do Brasil investe na mobilização da população idosa para a vacinação. Oferece 5 tipos de vacinas para a população idosa: Hepatite B, Febre Amarela, Influenza (campanha anual), pneumocócica 23 e dT (difteria e tétano). Em 2016, foram aplicadas mais de 20 milhões de doses da vacina da influenza em pessoas idosas. Cobertura de 97% CONSULTA DE ENFERMAGEM – PRIMEIRA CONSULTA ENTREVISTA • IDENTIFICAÇÃO: Sexo, idade, estado civil (tempo), ocupação atual (tempo); profissão; escolaridade; o conhecimento sobre sua saúde e os fatores de risco relacionados a agravos à saúde; • HISTÓRIA ATUAL E PREGRESSA: queixa principal, doenças, tratamentos, cirurgias, internações, vícios, quedas, sintomatologia; • IMUNIZAÇÃO; • USO DE MEDICAMENTOS: prescritos, autoadministrado, conhecimentos, dificuldades (econômica, deglutição, visual, memória, manipulação, outras) • PERFIL FISIOLÓGICO: Aspectos cardiovasculares e metabólicos; Nível pressórico, colesterol, triglicérides, glicemia de jejum; • PERFIL NUTRICIONAL: Alimentação: composição, número de refeições, quem prepara a comida, conservação; deglutição, mastigação; • ASPECTOS SENSORIAIS: o Acuidade auditiva, Acuidade visual, Paladar, olfato, tato; • PERFIL PSICOLÓGICO: o Dependências: álcool, drogas, tabaco; o Cognição/memória; o Sono e repouso o Investigar sinais de violência psicológica no nível do convívio familiar; • PERFIL FAMILIAR: o Riscos familiares: obesidade, hipertensão, infarto, artrose, diabetes, câncer; o Situação familiar: composição, necessidade/disponibilidade de cuidado. • PERFIL SÓCIO-CULTURAL: o Lazer, atividades laborais, ocupação do tempo livre (frequência, tipo, satisfação), Espiritualidade: crenças, atividades, frequência; Ansiedade, estresse, depressão. • AUTOCUIDADO: o Atividades de vida diária Hábitos de higiene corporal e bucal (frequência, dificuldades); Vestuários (adequação/temperatura ambiente, elásticos, autonomia) • PERFIL DE AMBIENTE: o Tipo de moradia, utilização de tapetes, corrimão, banheira, iluminação, animais domésticos, condições de higiene e segurança. • SEXUALIDADE: o Parceiro, dificuldades/queixas, sexo seguro, etc; • HÁBITO INTESTINAL E URINÁRIO: o Frequência, queixas, perdas urinárias e/ou dificuldade de urinar e aspecto das eliminações.
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