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redejuris.com APOSTILA DE DIREITOS HUMANOS PROF. BRUNO PONTES Exame de Ordem Direitos Humanos Prof. Bruno Pontes 1 Sumário 1. Conceito e considerações preliminares. 2. Concepções ................................ 3. Características ................................ 4. Natureza e classificação ................................ 5. Evolução dos direitos humanos 6. Princípio da máxima efetividade (eficiência ou interpretação efetiva) 7. Teorias monista e dualista ................................ 8. Sistemas normativos global, regional, geral e específico de proteção dos direitos humanos 9. O sistema interamericano de proteção dos direit 10. Direitos Humanos das minorias 11. A Constituição de 1988 e os direitos humanos 12. Principais documentos históricos sobre direitos humanos: Questões de concursos ................................ 12) DPE/BA 2010 - CESPE - Defensor Público 13. Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) 14. Comissão Nacional da Verdade 15. Tribunal Penal Internacional redejuris.com Conceito e considerações preliminares. ................................................................ ................................................................................................................................ ................................................................................................................................ ................................................................................................ Evolução dos direitos humanos................................................................................................ Princípio da máxima efetividade (eficiência ou interpretação efetiva) ................................ ................................................................................................ ivos global, regional, geral e específico de proteção dos direitos humanos O sistema interamericano de proteção dos direitos humanos ................................ Direitos Humanos das minorias ................................................................................................ A Constituição de 1988 e os direitos humanos ................................................................ Principais documentos históricos sobre direitos humanos: ................................ ................................................................................................ Defensor Público - Classe inicial ................................ Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) ................................................................ Comissão Nacional da Verdade ................................................................................................ Tribunal Penal Internacional ................................................................................................ Exame de Ordem Direitos Humanos Prof. Bruno Pontes 2 .................................................................... 3 ................................................ 4 ............................................ 4 ............................................................. 8 ................................................ 11 ................................................... 16 ........................................................ 16 ivos global, regional, geral e específico de proteção dos direitos humanos ............ 19 ................................................................ 23 ........................................... 35 .................................................... 39 ................................................................ 53 .......................................................... 116 ................................................................. 116 ............................................. 164 .......................................... 178 .............................................. 180 Proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo da apostila, sem autorização do autor DIREITOS HUMANOS 1. Conceito e consideraç Apesar de direitos humanos ainda estar em formação de direitos humanos, um amplo e outro estrito. O amplo está relacionado com a figura humana e que tem conexão com o direito natural (vida, liberdade sentido estrito vai além, porque não basta se correlacionar com o direito natural, necessidade de estar positivado em tratados e convenções internacionais. Por outro lado, se forem incorporados no ordenamen chamados de direitos fundamentais Assim, direitos humanos são aqueles que surgem em função da figura humana, conexos aos direitos naturais e positivados em tratados ou convenções internacionais dignidade da pessoa humana3 O núcleo do conceito de Direitos Humanos está na dignidade da pessoa humana, que expressa um sistema de valores e orienta toda a ordem jurídica. A expressão “direitos humanos” é moderna, mas o princípio invocado fundamentais na medida em que, sem eles, a pessoa humana não consegue existir, se desenvolver e participar da vida em sociedade. 1 É comum a afirmação que o conceito de direitos humanos é, a um só tempo, único, mesmo diante do consenso estabelecido na Conven polêmicos sobre a extensão, até em face da mutação constante do direito internacional e do desenvolvimento do tema) e estruturante (porque avança sobre as bases lógicas, naturais e fundamentais do ser 2 Veja que a Constituição de 1988 fala em Direitos e Garantias Fundamentais no Título II, referentes àqueles reconhecidos na CF/88, e como princípio das relações internacionais, coloca a prevalência dos “direitos humanos”, justamente em referência àqueles universalmente aceitos, indicando a necessidade da nossa República incorporá 3 É comum diferenciar direitos fundamentais, direitos humanos e direitos de personalidade/naturais. Os direitos naturais decorreriam da razão e seriam v em toda parte a partir de determinado momento; os direitos fundamentais valeriam em um determinado momento, porém em determinados locais. redejuris.com Proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo da apostila, sem autorização do autor Lei 9610/98. Conceito e considerações preliminares. Apesar de direitos humanos ainda estar em formação1, existem basicamente dois conceitos de direitos humanos, um amplo e outro estrito. O amplo está relacionado com a figura humana e que tem conexão com o direito natural (vida, liberdade e justiça – dar a cada um o que é seu). O sentido estrito vai além, porque não basta se correlacionar com o direito natural, estar positivado em tratados e convenções internacionais. Por outro lado, se forem incorporados no ordenamento jurídico interno de determinado país, passam a ser direitos fundamentais2. Assim, direitos humanos são aqueles que surgem em função da figura humana, conexos aos direitos naturais e positivados em tratados ou convenções internacionais 3. O núcleo do conceito de Direitos Humanos está na dignidade da pessoa humana, que expressa um sistema de valores e orienta toda a ordem jurídica. A expressão “direitos humanos” é moderna, mas o princípio invocado é antigo como a própria humanidade, porque são fundamentais na medida em que, sem eles, a pessoa humana não consegue existir, se desenvolver e participar da vida em sociedade. É comum a afirmação que o conceito de direitos humanos é, a um só tempo, polissêmico único, mesmo diante do consenso estabelecido na Convenção de Viena), controverso (porque sempre gera debatespolêmicos sobre a extensão, até em face da mutação constante do direito internacional e do desenvolvimento do (porque avança sobre as bases lógicas, naturais e fundamentais do ser Veja que a Constituição de 1988 fala em Direitos e Garantias Fundamentais no Título II, referentes àqueles reconhecidos na CF/88, e como princípio das relações internacionais, coloca a prevalência dos “direitos humanos”, em referência àqueles universalmente aceitos, indicando a necessidade da nossa República incorporá É comum diferenciar direitos fundamentais, direitos humanos e direitos de personalidade/naturais. Os direitos naturais decorreriam da razão e seriam válidos em todos os momentos e locais; os direitos humanos seriam válidos em toda parte a partir de determinado momento; os direitos fundamentais valeriam em um determinado momento, Exame de Ordem Direitos Humanos Prof. Bruno Pontes 3 Proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo da apostila, sem autorização do autor xistem basicamente dois conceitos de direitos humanos, um amplo e outro estrito. O amplo está relacionado com a figura humana e dar a cada um o que é seu). O sentido estrito vai além, porque não basta se correlacionar com o direito natural, havendo estar positivado em tratados e convenções internacionais. Por outro lado, se to jurídico interno de determinado país, passam a ser Assim, direitos humanos são aqueles que surgem em função da figura humana, conexos aos direitos naturais e positivados em tratados ou convenções internacionais, que visam efetivar a O núcleo do conceito de Direitos Humanos está na dignidade da pessoa humana, que expressa um sistema de valores e orienta toda a ordem jurídica. A expressão “direitos humanos” é é antigo como a própria humanidade, porque são fundamentais na medida em que, sem eles, a pessoa humana não consegue existir, se desenvolver polissêmico (porque não há um sentido (porque sempre gera debates polêmicos sobre a extensão, até em face da mutação constante do direito internacional e do desenvolvimento do (porque avança sobre as bases lógicas, naturais e fundamentais do ser humano enquanto tal). Veja que a Constituição de 1988 fala em Direitos e Garantias Fundamentais no Título II, referentes àqueles reconhecidos na CF/88, e como princípio das relações internacionais, coloca a prevalência dos “direitos humanos”, em referência àqueles universalmente aceitos, indicando a necessidade da nossa República incorporá-los. É comum diferenciar direitos fundamentais, direitos humanos e direitos de personalidade/naturais. Os direitos álidos em todos os momentos e locais; os direitos humanos seriam válidos em toda parte a partir de determinado momento; os direitos fundamentais valeriam em um determinado momento, 2. Concepções Para a concepção jusnaturalista direito natural, e existem antes mesmo da estruturação estatal. Não haveria, então, nem mesmo necessidade de previsão positiva, porque os à natureza humana. Esta concepção, como s para combater o Estado absolutista e fundamentar revoluções, em especial para modificar o “status quo”. A concepção positivista concedidas pela lei, e não pela natureza das coisas. Não havendo previsão no direito positivo, ter se-á expectativa de direito, e não direito em si. A concepção idealista abstratas, que nascem do imaginá tempo. Já para a concepção realista absorvidos com o tempo de maneira natural. Muito ao contrário, os direitos fundamentais do homem são resultados reais das lutas sociais e políticas travadas na história. Para se chegar a eles, quase sempre há um rasto de sangue e muita luta por trás. A concepção liberal, que trata os direitos humanos como liberdades fundamentais, porque a liberdade é que dá força e possibilita modificar, inclusive, a natureza das coisas, porque os seres humanos podem, então, se associar, se reunir e lutar. Os direitos humanos estariam vocacionados para preservar a autonomia da vida do homem. A concepção histórico- de historicidade, porque estes seriam construções históricas marcadas por contradições, condições e nuanças da realidade social, política, econômica e cultural. 3. Características 3.1. Imprescritibilidade. Os direitos humanos não prescrevem. Interessante lembrar que na CF/88 a imprescritibilidade é a regra, sendo imprescritíveis o racismo e a ação de grupos armados, civis ou redejuris.com jusnaturalista, os direitos fundamentais do homem são imperativos do direito natural, e existem antes mesmo da estruturação estatal. Não haveria, então, nem mesmo necessidade de previsão positiva, porque os direitos não podem ser negados, já que são inerentes à natureza humana. Esta concepção, como se vê, está presente no Direito e na Filosofia, e serviu para combater o Estado absolutista e fundamentar revoluções, em especial para modificar o positivista, pelo contrário, entende que os direitos do homem são faculdades das pela lei, e não pela natureza das coisas. Não havendo previsão no direito positivo, ter á expectativa de direito, e não direito em si. idealista, por seu turno, entende que os direitos do homem são ideias abstratas, que nascem do imaginário e que vão sendo absorvidas pela realidade ao longo do realista, os direitos do homem não nascem do imaginário e nem são absorvidos com o tempo de maneira natural. Muito ao contrário, os direitos fundamentais do ultados reais das lutas sociais e políticas travadas na história. Para se chegar a eles, quase sempre há um rasto de sangue e muita luta por trás. , que trata os direitos humanos como liberdades fundamentais, porque força e possibilita modificar, inclusive, a natureza das coisas, porque os seres humanos podem, então, se associar, se reunir e lutar. Os direitos humanos estariam vocacionados ar a autonomia da vida do homem. -crítica vincula fortemente os direitos humanos à sua característica de historicidade, porque estes seriam construções históricas marcadas por contradições, condições e nuanças da realidade social, política, econômica e cultural. Os direitos humanos não prescrevem. Interessante lembrar que na CF/88 a imprescritibilidade é a regra, sendo imprescritíveis o racismo e a ação de grupos armados, civis ou Exame de Ordem Direitos Humanos Prof. Bruno Pontes 4 omem são imperativos do direito natural, e existem antes mesmo da estruturação estatal. Não haveria, então, nem mesmo direitos não podem ser negados, já que são inerentes e vê, está presente no Direito e na Filosofia, e serviu para combater o Estado absolutista e fundamentar revoluções, em especial para modificar o , pelo contrário, entende que os direitos do homem são faculdades das pela lei, e não pela natureza das coisas. Não havendo previsão no direito positivo, ter- , por seu turno, entende que os direitos do homem são ideias rio e que vão sendo absorvidas pela realidade ao longo do , os direitos do homem não nascem do imaginário e nem são absorvidos com o tempo de maneira natural. Muito ao contrário, os direitos fundamentais do ultados reais das lutas sociais e políticas travadas na história. Para se chegar a eles, , que trata os direitos humanos como liberdades fundamentais, porque força e possibilita modificar, inclusive, a natureza das coisas, porque os seres humanos podem, então, se associar, se reunir e lutar. Os direitos humanos estariam vocacionados cula fortemente os direitos humanos à sua característica de historicidade, porque estes seriam construções históricas marcadas por contradições, Os direitos humanos não prescrevem. Interessante lembrar que na CF/88 a imprescritibilidade é a regra, sendo imprescritíveis o racismo e a ação de grupos armados, civisou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático (art. 5º, X discussão para saber se este rol constitucional de imprescritibilidade é taxativo ou exemplificativo: a doutrina majoritária entende que é exemplificativo, possibilitando inclusão de outros crimes imprescritíveis, desde que para proteção (criação do TPI), uma vez que seus arts. 5º e 29 preveem a imprescritibilidade dos crimes de genocídio, contra a humanidade, de guerra e agressão 3.2. Efetividade. O reconhecimento não basta. Somente a positivação não significa que os direitos humanos estão sendo respeitados, daí porque se exige a real aplicação na prática no território nacional. Caso o Estado partícipe não conseguir efetivar os direitos humanos (no caso, existem garantias como o “habeas corpus”. A efetividade realça a dimensão objetiva dos direitos fundamentais, porque é uma garantia de estabilidade dos mesmos no ordenamento jurídico e ainda impõe ao Estado a criação de planejamentos e proce a sociedade. 3.3. Irrenunciabilidade. Não podem ser abdicados ou negociados, porque fazem parte da própria existência do ser humano. Pode deixar de ser exercido, mas seu titular não pode dispor dos mesmos de forma definitiva (não se pode exigir que um doente em estado terminal aceite a eutanásia). É costume dizer que a irrenunciabilidade não é absoluta, porque em alguns casos é possível renunciar algum direito fundamental, como é o caso de renunciar à integridade fís para parente (vide Lei 9434/97, que trata da doação de órgãos, tecidos e partes do corpo humano), ou de fixar cláusula contratual para limitar a liberdade de expressão, para que o funcionário não divulgue segredo industrial da diferentemente da inviolabilidade, visa a proteção do próprio titular do direito fundamental, e não está previsto explicitamente na Constituição; a inviolabilidade, por seu turno, está prevista na Constituição e protege o indivíduo contra terceiros. 3.4. Inalienabilidade. A alienação também está vedada (não são disponíveis como se fosse um patrimônio qualquer). 3.5. Historicidade. redejuris.com militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático (art. 5º, X rol constitucional de imprescritibilidade é taxativo ou exemplificativo: a doutrina majoritária entende que é exemplificativo, possibilitando inclusão de outros crimes imprescritíveis, desde que para proteção da pessoa humana, como ocorre no Estatuto de Roma (criação do TPI), uma vez que seus arts. 5º e 29 preveem a imprescritibilidade dos crimes de genocídio, contra a humanidade, de guerra e agressão – este ainda não regulamentado. nhecimento não basta. Somente a positivação não significa que os direitos humanos estão sendo respeitados, daí porque se exige a real aplicação na prática no território nacional. Caso o Estado partícipe não conseguir efetivar os direitos humanos (no caso, existem garantias como o “habeas corpus”. A efetividade realça a dimensão objetiva dos direitos fundamentais, porque é uma garantia de estabilidade dos mesmos no ordenamento jurídico e ainda impõe ao Estado a criação de planejamentos e procedimentos para sua efetivação para toda Não podem ser abdicados ou negociados, porque fazem parte da própria existência do ser humano. Pode deixar de ser exercido, mas seu titular não pode dispor dos mesmos de forma efinitiva (não se pode exigir que um doente em estado terminal aceite a eutanásia). É costume dizer que a irrenunciabilidade não é absoluta, porque em alguns casos é possível renunciar algum direito fundamental, como é o caso de renunciar à integridade física, para fazer doação de rim para parente (vide Lei 9434/97, que trata da doação de órgãos, tecidos e partes do corpo humano), ou de fixar cláusula contratual para limitar a liberdade de expressão, para que o funcionário não divulgue segredo industrial da empresa em que trabalhou. A irrenunciabilidade, diferentemente da inviolabilidade, visa a proteção do próprio titular do direito fundamental, e não está previsto explicitamente na Constituição; a inviolabilidade, por seu turno, está prevista na ão e protege o indivíduo contra terceiros. A alienação também está vedada (não são disponíveis como se fosse um patrimônio Exame de Ordem Direitos Humanos Prof. Bruno Pontes 5 militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático (art. 5º, XLII, XLIV). Existe rol constitucional de imprescritibilidade é taxativo ou exemplificativo: a doutrina majoritária entende que é exemplificativo, possibilitando inclusão de outros crimes da pessoa humana, como ocorre no Estatuto de Roma (criação do TPI), uma vez que seus arts. 5º e 29 preveem a imprescritibilidade dos crimes de este ainda não regulamentado. nhecimento não basta. Somente a positivação não significa que os direitos humanos estão sendo respeitados, daí porque se exige a real aplicação na prática no território nacional. Caso o Estado partícipe não conseguir efetivar os direitos humanos (no caso, fundamentais), existem garantias como o “habeas corpus”. A efetividade realça a dimensão objetiva dos direitos fundamentais, porque é uma garantia de estabilidade dos mesmos no ordenamento jurídico e dimentos para sua efetivação para toda Não podem ser abdicados ou negociados, porque fazem parte da própria existência do ser humano. Pode deixar de ser exercido, mas seu titular não pode dispor dos mesmos de forma efinitiva (não se pode exigir que um doente em estado terminal aceite a eutanásia). É costume dizer que a irrenunciabilidade não é absoluta, porque em alguns casos é possível renunciar algum ica, para fazer doação de rim para parente (vide Lei 9434/97, que trata da doação de órgãos, tecidos e partes do corpo humano), ou de fixar cláusula contratual para limitar a liberdade de expressão, para que o empresa em que trabalhou. A irrenunciabilidade, diferentemente da inviolabilidade, visa a proteção do próprio titular do direito fundamental, e não está previsto explicitamente na Constituição; a inviolabilidade, por seu turno, está prevista na A alienação também está vedada (não são disponíveis como se fosse um patrimônio Se por trás de cada direito há um rastro, senão de sangue, pelo menos de lu que o direito fundamental é um direito histórico; 3.6. Relatividade. Nada na vida é absoluto. O direito, mesmo o fundamental, absoluto, porque é preciso, em vários casos, limitá fundamental. O direito fundamental da liberdade, por exemplo, pode ser limitado, a bem da sociedade. Alguns entendem que o direito de não ser torturado e de não sofrer penas cruéis, e o direito de não ser reduzido à condição análoga de escravo, seria absolutos. 3.7. Proibição do retrocesso. Se o direito fundamental foi conquistado, não pode mais ser extirpado direito fundamental contido em uma norma constitucional de eficácia limitada foi regulamentado, não pode uma regulamentação posterior acabar com o direito concretizado pela norma anterior. Para quem leva esta proibição do retrocesso às últimas consequências, entende que nem mesmo uma nova Constituição poderá acabar com os direitos fundamentais, porque o seriam limites ao poder constituinte originário (neste caso, o poder constituinte teria natureza jurídica jusnaturalista, e não normativista, como entende a maioria). 3.8. Interdependência. Não há choque irremediável entre os direitos relacionar permanentemente para atingirem suas finalidades 3.9. Complementaridade. A interpretação de um direito fundamental deve levar em conta os outros direitos fundamentais. Não se interpreta um direito fundamenta 3.10. Inviolabilidade. Não pode ser tolerada violaçãodos direitos humanos, seja pela lei, pela autoridade ou pelo poder, órgão ou entidade pública, sob pena de responsabilização civil, administrativa e criminal. 4 O art. 4º da Convenção Americana de Direito Congresso pelo Decreto-Legislativo 27, de 25.09.1992 e promulgado pelo Decreto 678, de 06.11.1992), no art. 4º, item 3, diz que: “Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que como norma supralegal, esta expressa disposição a respeito da proibição do retrocesso, em matéria de pena de morte. redejuris.com Se por trás de cada direito há um rastro, senão de sangue, pelo menos de lu que o direito fundamental é um direito histórico; ada na vida é absoluto. O direito, mesmo o fundamental, também não é e nem pode ser absoluto, porque é preciso, em vários casos, limitá-lo, mesmo em se tratando de um di fundamental. O direito fundamental da liberdade, por exemplo, pode ser limitado, a bem da sociedade. Alguns entendem que o direito de não ser torturado e de não sofrer penas cruéis, e o direito de não ser reduzido à condição análoga de escravo, seriam direitos fundamentais Proibição do retrocesso. e o direito fundamental foi conquistado, não pode mais ser extirpado direito fundamental contido em uma norma constitucional de eficácia limitada foi regulamentado, pode uma regulamentação posterior acabar com o direito concretizado pela norma anterior. Para quem leva esta proibição do retrocesso às últimas consequências, entende que nem mesmo uma nova Constituição poderá acabar com os direitos fundamentais, porque o seriam limites ao poder constituinte originário (neste caso, o poder constituinte teria natureza jurídica jusnaturalista, e não normativista, como entende a maioria). ão há choque irremediável entre os direitos fundamentais, porque eles devem se relacionar permanentemente para atingirem suas finalidades. interpretação de um direito fundamental deve levar em conta os outros direitos fundamentais. Não se interpreta um direito fundamental isoladamente. Não pode ser tolerada violação dos direitos humanos, seja pela lei, pela autoridade ou pelo poder, órgão ou entidade pública, sob pena de responsabilização civil, administrativa e criminal. O art. 4º da Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto São José da Costa Rica, de 22.11.1969, aprovado pelo Legislativo 27, de 25.09.1992 e promulgado pelo Decreto 678, de 06.11.1992), no art. 4º, item Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam abolido como norma supralegal, esta expressa disposição a respeito da proibição do retrocesso, em matéria de pena de Exame de Ordem Direitos Humanos Prof. Bruno Pontes 6 Se por trás de cada direito há um rastro, senão de sangue, pelo menos de luta, é evidente também não é e nem pode ser lo, mesmo em se tratando de um direito fundamental. O direito fundamental da liberdade, por exemplo, pode ser limitado, a bem da sociedade. Alguns entendem que o direito de não ser torturado e de não sofrer penas cruéis, e o m direitos fundamentais e o direito fundamental foi conquistado, não pode mais ser extirpado4. Por exemplo: se o direito fundamental contido em uma norma constitucional de eficácia limitada foi regulamentado, pode uma regulamentação posterior acabar com o direito concretizado pela norma anterior. Para quem leva esta proibição do retrocesso às últimas consequências, entende que nem mesmo uma nova Constituição poderá acabar com os direitos fundamentais, porque os direitos naturais seriam limites ao poder constituinte originário (neste caso, o poder constituinte teria natureza fundamentais, porque eles devem se interpretação de um direito fundamental deve levar em conta os outros direitos Não pode ser tolerada violação dos direitos humanos, seja pela lei, pela autoridade ou pelo poder, órgão ou entidade pública, sob pena de responsabilização civil, administrativa e criminal. s Humanos (Pacto São José da Costa Rica, de 22.11.1969, aprovado pelo Legislativo 27, de 25.09.1992 e promulgado pelo Decreto 678, de 06.11.1992), no art. 4º, item a hajam abolido”. Consta, portanto, no Brasil, como norma supralegal, esta expressa disposição a respeito da proibição do retrocesso, em matéria de pena de Inviolabilidade, como se viu, existe para proteção contra terceiros, e irrenunciabilidade para proteção contra o próprio titular. 3.11. Universalidade e indivisibilidade Os direitos humanos/fundamentais nascem para todos os homens, independentemente de raça, nacionalidade, sexo, credo ou convicção político ou filosófica Humanos de Viena, de 1993, no item 5, diz que “ indivisíveis interdependentes e inter direitos humanos de forma global, justa e equitativa, em pé de igualdade e com a mesma ênfase. Embora particularidades nacionais e regionais devam ser levadas em consideração, assim como diversos contextos históricos, culturais e religiosos, é dever dos Esta os direitos humanos e liberdades fundamentais, sejam quais forem seus sistemas políticos, econômicos e culturais.” Ainda se fala em exigibilidade que cada cidadão tem a possibilidade de demandar a satisfação de seus direitos humanos, cabendo ao Estado e à própria sociedade, oferecer condições para sua efetivação. A justiciabilidade, por sua vez, imporia o reconhecimento de que os direitos humanos, por serem justiciáveis, podem ser demandados judicialmente caso não sejam realizados, especialmente nos dias atuais em que, em face do neoconstitucionalismo e do pós da Ética, há aumento da jurisdição constitucional e o Judiciário é cada di Questões de concursos 01) Prova: NUCEPE - 2012 - PM Em relação ao conceito dos Direitos Humanos, identifique com as FALSAS e marque, em seguida, a sequência ( ) O núcleo do conceito de Direitos Humanos se encontra no reconhecimento da dignidade da pessoa humana. Essa dignidade ex sobre a ordem jurídica porquanto estabelece “o bom e o justo” para o homem. redejuris.com viu, existe para proteção contra terceiros, e irrenunciabilidade para proteção contra o próprio titular. e indivisibilidade. Os direitos humanos/fundamentais nascem para todos os homens, independentemente o, credo ou convicção político ou filosófica. A Declaração de Direitos Humanos de Viena, de 1993, no item 5, diz que “Todos os direitos humanos são universais, indivisíveis interdependentes e inter-relacionados. A comunidade internacional deve tratar os reitos humanos de forma global, justa e equitativa, em pé de igualdade e com a mesma ênfase. Embora particularidades nacionais e regionais devam ser levadas em consideração, assim como diversos contextos históricos, culturais e religiosos, é dever dos Estados promover e proteger todos os direitos humanos e liberdades fundamentais, sejam quais forem seus sistemas políticos, exigibilidade e justiciabilidade. A exigibilidade seria o reconhecimento de em a possibilidade de demandar a satisfação de seus direitos humanos, cabendo ao Estado e à própria sociedade, oferecer condições para sua efetivação. A justiciabilidade, por sua vez, imporia o reconhecimento de que os direitos humanos, por serem eis, podem ser demandados judicialmente caso não sejam realizados, especialmente nos dias atuais em que, em face do neoconstitucionalismo e do pós-positivismo, o Direito se aproxima da Ética, há aumento da jurisdição constitucional e o Judiciário é cada dia mais proativo. PM-PI - Agente de Polícia - Sargento eito dos Direitos Humanos, identifique com V as alternativas e marque, em seguida, a sequência CORRETA. ( ) O núcleo do conceito de Direitos Humanos se encontra no reconhecimentoda dignidade da pessoa humana. Essa dignidade expressa num sistema de valores, exerce uma função orientadora sobre a ordem jurídica porquanto estabelece “o bom e o justo” para o homem. Exame de Ordem Direitos Humanos Prof. Bruno Pontes 7 viu, existe para proteção contra terceiros, e irrenunciabilidade para Os direitos humanos/fundamentais nascem para todos os homens, independentemente . A Declaração de Direitos Todos os direitos humanos são universais, relacionados. A comunidade internacional deve tratar os reitos humanos de forma global, justa e equitativa, em pé de igualdade e com a mesma ênfase. Embora particularidades nacionais e regionais devam ser levadas em consideração, assim como dos promover e proteger todos os direitos humanos e liberdades fundamentais, sejam quais forem seus sistemas políticos, . A exigibilidade seria o reconhecimento de em a possibilidade de demandar a satisfação de seus direitos humanos, cabendo ao Estado e à própria sociedade, oferecer condições para sua efetivação. A justiciabilidade, por sua vez, imporia o reconhecimento de que os direitos humanos, por serem eis, podem ser demandados judicialmente caso não sejam realizados, especialmente nos positivismo, o Direito se aproxima a mais proativo. as alternativas VERDADEIRAS e F, ( ) O núcleo do conceito de Direitos Humanos se encontra no reconhecimento da dignidade da pressa num sistema de valores, exerce uma função orientadora sobre a ordem jurídica porquanto estabelece “o bom e o justo” para o homem. ( ) Direitos Humanos é uma expressão moderna, mas o princípio que invoca é tão antigo quanto a própria humanidade. É que determinados direitos e liberdades são fundamentais para a existência humana. ( ) Os Direitos Humanos surgiram a partir do século XX, e devem ser utilizados apenas nos países democráticos. ( ) Os Direitos Humanos são considerados fundamentais porqu consegue existir ou não é capaz de se desenvolver e de participar plenamente da vida. ( ) Os Direitos Humanos devem privilegiar apenas a parcela da população mais carente, fato que justifica sua própria existência. a) V, V, F, V, F; b) V, V, V, V, V; c) V, V, F, F, V; d) F, F, V, F, V; e) V, V, F, F, F 4. Natureza e classificação Existe uma classificação positiva pela CF/88 classificações doutrinárias. No Título II (Dos Dir 1988 classifica os direitos fundamentais em 05 capítulos: a) Capítulo I – dos direitos e deveres individuais e coletivos; b) Capítulo II – dos direitos sociais; c) Capítulo III – da nacionalidade; d) Capítulo IV – dos direitos políticos; e) Capítulo V – dos partidos políticos. redejuris.com ( ) Direitos Humanos é uma expressão moderna, mas o princípio que invoca é tão antigo quanto a que determinados direitos e liberdades são fundamentais para a existência ( ) Os Direitos Humanos surgiram a partir do século XX, e devem ser utilizados apenas nos países ( ) Os Direitos Humanos são considerados fundamentais porque sem eles a pessoa humana não consegue existir ou não é capaz de se desenvolver e de participar plenamente da vida. ( ) Os Direitos Humanos devem privilegiar apenas a parcela da população mais carente, fato que justifica sua própria existência. Natureza e classificação Existe uma classificação positiva pela CF/88, em relação aos direitos fundamentais, classificações doutrinárias. No Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais), a Constituição de 1988 classifica os direitos fundamentais em 05 capítulos: dos direitos e deveres individuais e coletivos; dos direitos sociais; da nacionalidade; dos direitos políticos; dos partidos políticos. Exame de Ordem Direitos Humanos Prof. Bruno Pontes 8 ( ) Direitos Humanos é uma expressão moderna, mas o princípio que invoca é tão antigo quanto a que determinados direitos e liberdades são fundamentais para a existência ( ) Os Direitos Humanos surgiram a partir do século XX, e devem ser utilizados apenas nos países e sem eles a pessoa humana não consegue existir ou não é capaz de se desenvolver e de participar plenamente da vida. ( ) Os Direitos Humanos devem privilegiar apenas a parcela da população mais carente, fato que , em relação aos direitos fundamentais, e várias eitos e Garantias Fundamentais), a Constituição de Cada doutrinador, entretanto, costuma fazer sua própria classificação, daí a dificuldade em se adotar esta ou aquela, até porque nenhuma ganhou, ao longo do tempo, um destaque maior Por isso, a seguir serão destacadas aquelas mais importantes e didáticas. Classificação de José Carlos Vieira de Andrad 01) Direitos fundamentais de defesa Estado (Constituição-garantia), para que ele n na autonomia do homem, respeitando, assim, as liberdades públicas; 02) Direitos fundamentais de prestação Estado para o homem atingir a felicidade ( para interferir na sociedade, quando isto for necessário para proteger os bens jurídicos, seja pela intervenção indireta ou jurídica, como na expedição de normas, seja pela intervenção direta ou material, pela intervenção policial ou pela prestação direta das necessidades básicas de saúde, educação e segurança; 03) Direitos fundamentais de participação da coisa pública. Outra classificação bastante difundida é aqu está evoluindo para abandonar a expressão “gerações”, substituindo por “dimensões”, justamente para evitar a falsa impressão de que uma geração substui a outra, quando na verdade a completa). De toda forma, seriam 04 gerações/dimensões: 01 - Direitos fundamentais de 1ª geração (liberdade) revoluções burguesas do final do século XVIII, especialmente aquelas ocorridas nos Estados Unidos e na França, são conhecidos como direitos civis oposição ao Estado para limitar seus poderes absolutos. Exigia do Estado uma abstenção, daí o caráter negativo, próprio das constituições garantia (ou constituições quadro). indivíduo, e são conhecidos como físicas, liberdades de expressão, liberdades de consciência, direitos de propriedade privada, direitos da pessoa acusada e as garantias de direitos (“habeas corpus”, mandado de s mandado de injunção, “habeas data”) 02 - Direitos fundamentais de 2ª geração (igualdade). à igualdade, já que se referem aos direitos sociais, econômicos e culturais conquistados pela luta do proletariado (saúde, educação, segurança, habitação, cultura, esporte etc.). Visam a igualdade redejuris.com Cada doutrinador, entretanto, costuma fazer sua própria classificação, daí a dificuldade em se adotar esta ou aquela, até porque nenhuma ganhou, ao longo do tempo, um destaque maior Por isso, a seguir serão destacadas aquelas mais importantes e didáticas. Classificação de José Carlos Vieira de Andrade: 01) Direitos fundamentais de defesa: caráter negativo, porque exige uma abstenção do garantia), para que ele não se intrometa arbitrária e despropositadamente na autonomia do homem, respeitando, assim, as liberdades públicas; 02) Direitos fundamentais de prestação: caráter positivo, porque exige uma prestação do Estado para o homem atingir a felicidade (Constituição-dirigente). O Estado tem o dever de agir para interferir na sociedade, quando isto for necessário para proteger os bens jurídicos, seja pela intervenção indireta ou jurídica, como na expedição de normas, seja pela intervenção direta ou ntervenção policial ou pela prestação direta das necessidades básicas de saúde, 03) Direitos fundamentais de participação – direito do cidadão de participar na governança Outra classificação bastante difundida é aquela que os classifica em gerações (a doutrina estáevoluindo para abandonar a expressão “gerações”, substituindo por “dimensões”, justamente para evitar a falsa impressão de que uma geração substui a outra, quando na verdade a completa). iam 04 gerações/dimensões: Direitos fundamentais de 1ª geração (liberdade) - Surgidos influenciados pelas revoluções burguesas do final do século XVIII, especialmente aquelas ocorridas nos Estados Unidos e na França, são conhecidos como direitos civis e políticos. Ligados à oposição ao Estado para limitar seus poderes absolutos. Exigia do Estado uma abstenção, daí o caráter negativo, próprio das constituições garantia (ou constituições quadro). nhecidos como direitos negativos, ou direitos de defesa físicas, liberdades de expressão, liberdades de consciência, direitos de propriedade privada, direitos da pessoa acusada e as garantias de direitos (“habeas corpus”, mandado de s mandado de injunção, “habeas data”); Direitos fundamentais de 2ª geração (igualdade). Surgidos no século XX, estão ligados , já que se referem aos direitos sociais, econômicos e culturais conquistados pela luta aúde, educação, segurança, habitação, cultura, esporte etc.). Visam a igualdade Exame de Ordem Direitos Humanos Prof. Bruno Pontes 9 Cada doutrinador, entretanto, costuma fazer sua própria classificação, daí a dificuldade em se adotar esta ou aquela, até porque nenhuma ganhou, ao longo do tempo, um destaque maior. : caráter negativo, porque exige uma abstenção do ão se intrometa arbitrária e despropositadamente : caráter positivo, porque exige uma prestação do dirigente). O Estado tem o dever de agir para interferir na sociedade, quando isto for necessário para proteger os bens jurídicos, seja pela intervenção indireta ou jurídica, como na expedição de normas, seja pela intervenção direta ou ntervenção policial ou pela prestação direta das necessidades básicas de saúde, direito do cidadão de participar na governança ela que os classifica em gerações (a doutrina está evoluindo para abandonar a expressão “gerações”, substituindo por “dimensões”, justamente para evitar a falsa impressão de que uma geração substui a outra, quando na verdade a completa). Surgidos influenciados pelas revoluções burguesas do final do século XVIII, especialmente aquelas ocorridas nos Estados Unidos e políticos. Ligados à liberdade, surgiram em oposição ao Estado para limitar seus poderes absolutos. Exigia do Estado uma abstenção, daí o caráter negativo, próprio das constituições garantia (ou constituições quadro). Seu titular é o direitos de defesa. Exemplos: liberdades físicas, liberdades de expressão, liberdades de consciência, direitos de propriedade privada, direitos da pessoa acusada e as garantias de direitos (“habeas corpus”, mandado de segurança, Surgidos no século XX, estão ligados , já que se referem aos direitos sociais, econômicos e culturais conquistados pela luta aúde, educação, segurança, habitação, cultura, esporte etc.). Visam a igualdade material (na lei). Têm caráter positivo, porque exigem uma prestação do Estado, e não só uma abstenção, para que sejam reduzidas as desigualdades, próprios das constituições di titular é a coletividade. São conhecidos como Exemplos: art. 6º da Constituição de 1988 alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a pre maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. VIII da Constituição de 1988 (Da Ordem Social), prevê as seguintes categorias de direitos: Seguridade Social (Saúde, Previdência S Ciência e Tecnologia, Comunicação Social, Meio Ambiente, Família, Criança, Adolescente, Jovem, Idoso, Índios. Entretanto, os direitos relacionados à Comunicação Social e ao Meio Ambiente se inserem nos direitos fundamentais de 3ª geração 03 - Direitos fundamentais de 3º geração (fraternidade). A cada vez mais, estava se dividindo até perigosamente entre nações desenvolvidas e nações subdesenvolvidas, surge a consciência d Daí porque os principais direitos de 3ª geração são os direitos ao desenvolvimento, a paz, o meio ambiente, a autodeterminação dos povos, à comunicação, ao patrimônio comum e histórico da humanidade. Seu titular é o gênero humano meio ambiente, à autodeterminação dos povos, à comunicação e ao patrimônio comum da humanidade. 04 - Direitos fundamentais de 4ª geração com o futuro da própria cidadania, como é o caso do direito à democracia, à informação e ao pluralismo, além das questões éticas relacionadas com a biotecnologia (engenharia genética), ainda um campo sem fronteiras seguras. Referem da globalização política. Se a sociedade, um dia, ter como um grande problema o lixo ou a espionagem espacial, ou ainda com a clonagem humana, que interferirá no conteúdo das informações, na restrição da utilização da Int Neste sentido, o julgamento da ADI sobre células tronco embrionárias seria um caso em que esta dimensão foi analisada pelo STF. Paulo Bonavides prefere incluir na quarta dimensão a democracia, pluralismo, informação. Coloca a paz como quarta dimensão, para incluída na terceira dimensão. Paulo Bonavidades considera o redejuris.com lei). Têm caráter positivo, porque exigem uma prestação do Estado, e não só uma abstenção, para que sejam reduzidas as desigualdades, próprios das constituições di . São conhecidos como direitos positivos ou art. 6º da Constituição de 1988: “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. VIII da Constituição de 1988 (Da Ordem Social), prevê as seguintes categorias de direitos: Seguridade Social (Saúde, Previdência Social e Assistência Social), Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia, Comunicação Social, Meio Ambiente, Família, Criança, Adolescente, Jovem, Idoso, Índios. Entretanto, os direitos relacionados à Comunicação Social e ao Meio Ambiente se nos direitos fundamentais de 3ª geração; Direitos fundamentais de 3º geração (fraternidade). A consciência de que o mundo, cada vez mais, estava se dividindo até perigosamente entre nações desenvolvidas e nações subdesenvolvidas, surge a consciência de que o mundo precisa de solidariedade, de fraternidade. Daí porque os principais direitos de 3ª geração são os direitos ao desenvolvimento, a paz, o meio ambiente, a autodeterminação dos povos, à comunicação, ao patrimônio comum e histórico da Seu titular é o gênero humano. Exemplos: Direito ao desenvolvimento, à paz, ao meio ambiente, à autodeterminação dos povos, à comunicação e ao patrimônio comum da Direitos fundamentais de 4ª geração. São direitos relacionados ao futuro d com o futuro da própria cidadania, como é o caso do direito à democracia, à informação e ao pluralismo, além das questões éticas relacionadas com a biotecnologia (engenharia genética), ainda um campo sem fronteiras seguras. Referem-se à possibilidade de regulamentação jurídica da globalização política. Se a sociedade, um dia, ter como um grande problema o lixo ou a espionagem espacial, ou ainda com a clonagem humana, que interferirá no conteúdo das informações, na restrição da utilização da Internet e na característica básica do ser humano? Neste sentido, o julgamento da ADI sobre células tronco embrionárias seria um caso em que esta dimensão foi analisada pelo STF. Paulo Bonavides prefere incluir na quarta dimensão a ormação. Coloca a paz como quarta dimensão, para incluída na terceira dimensão. Paulo Bonavidades considera o Direito à Paz como um direito fundamental de Exame de Ordem Direitos Humanos Prof. Bruno Pontes10 lei). Têm caráter positivo, porque exigem uma prestação do Estado, e não só uma abstenção, para que sejam reduzidas as desigualdades, próprios das constituições dirigentes. Seu ou direitos de prestação. : “São direitos sociais a educação, a saúde, a vidência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. O Título VIII da Constituição de 1988 (Da Ordem Social), prevê as seguintes categorias de direitos: ocial e Assistência Social), Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia, Comunicação Social, Meio Ambiente, Família, Criança, Adolescente, Jovem, Idoso, Índios. Entretanto, os direitos relacionados à Comunicação Social e ao Meio Ambiente se consciência de que o mundo, cada vez mais, estava se dividindo até perigosamente entre nações desenvolvidas e nações e que o mundo precisa de solidariedade, de fraternidade. Daí porque os principais direitos de 3ª geração são os direitos ao desenvolvimento, a paz, o meio ambiente, a autodeterminação dos povos, à comunicação, ao patrimônio comum e histórico da . Exemplos: Direito ao desenvolvimento, à paz, ao meio ambiente, à autodeterminação dos povos, à comunicação e ao patrimônio comum da São direitos relacionados ao futuro da sociedade, com o futuro da própria cidadania, como é o caso do direito à democracia, à informação e ao pluralismo, além das questões éticas relacionadas com a biotecnologia (engenharia genética), ilidade de regulamentação jurídica da globalização política. Se a sociedade, um dia, ter como um grande problema o lixo ou a espionagem espacial, ou ainda com a clonagem humana, que interferirá no conteúdo das ernet e na característica básica do ser humano? Neste sentido, o julgamento da ADI sobre células tronco embrionárias seria um caso em que esta dimensão foi analisada pelo STF. Paulo Bonavides prefere incluir na quarta dimensão a ormação. Coloca a paz como quarta dimensão, para outros, seria como um direito fundamental de 5ª geração. Questões de concurso 02)Prova: CESPE - 2012 - PM-AL Com relação ao conceito, à evolução e à abrangência dos correta. a) Os chamados direitos de solidariedade correspondem, no plano dos direitos fundamentais, aos direitos de segunda geração, que se identificam com as liberdades concretas, acentuando o princípio da igualdade; b) No século XX, inaugurou-se uma nova fase no sistema de proteção dos direitos fundamentais, na medida em que foi nele que os Estados passaram a acolher as declarações de direitos em suas Constituições; c) A individualidade é uma das características dos dir sentido, eles são dirigidos a cada ser humano isoladamente considerado, o que se justifica em razão das diferenças de nacionalidade, sexo, raça, credo ou convicção político d) Os direitos fundamentais são os quais se atribui o poder político de editar normas, tanto no interior dos Estados quanto no plano internacional; são, assim, os direitos humanos positivados nas Constituições, nas leis, nos trat internacionais; e) Com o fim da Primeira Guerra Mundial, a estrutura do direito internacional dos direitos humanos começou a se consolidar. A essa época, os direitos humanos tornaram preocupação internacional e, então, foram criados me que levaram tais direitos a ocupar um espaço central na agenda das organizações internacionais 5. Evolução dos direitos humanos A doutrina costuma dividir a evolução dos direitos humanos de duas formas. A primeir em períodos axial, do cristianismo, do iluminismo e do período do pós aos documentos históricos. A segunda segue a divisão clássica da história, em Idade Antiga, Média, Moderna e Contemporânea, que é a divisão mais seguida. Assim, temos a primeira divisão: � Período axial (600 a 480 a.C). redejuris.com AL - Oficial Combatente da Polícia Militar Com relação ao conceito, à evolução e à abrangência dos direitos humanos, assinale a opção a) Os chamados direitos de solidariedade correspondem, no plano dos direitos fundamentais, aos direitos de segunda geração, que se identificam com as liberdades concretas, acentuando o se uma nova fase no sistema de proteção dos direitos fundamentais, na medida em que foi nele que os Estados passaram a acolher as declarações de direitos em suas c) A individualidade é uma das características dos direitos humanos fundamentais, e, nesse sentido, eles são dirigidos a cada ser humano isoladamente considerado, o que se justifica em razão das diferenças de nacionalidade, sexo, raça, credo ou convicção político d) Os direitos fundamentais são os direitos humanos reconhecidos como tais pelas autoridades às quais se atribui o poder político de editar normas, tanto no interior dos Estados quanto no plano internacional; são, assim, os direitos humanos positivados nas Constituições, nas leis, nos trat e) Com o fim da Primeira Guerra Mundial, a estrutura do direito internacional dos direitos humanos começou a se consolidar. A essa época, os direitos humanos tornaram preocupação internacional e, então, foram criados mecanismos institucionais e de instrumentos que levaram tais direitos a ocupar um espaço central na agenda das organizações internacionais Evolução dos direitos humanos A doutrina costuma dividir a evolução dos direitos humanos de duas formas. A primeir em períodos axial, do cristianismo, do iluminismo e do período do pós-guerra, além de referência aos documentos históricos. A segunda segue a divisão clássica da história, em Idade Antiga, Média, Moderna e Contemporânea, que é a divisão mais seguida. ssim, temos a primeira divisão: (600 a 480 a.C). Exame de Ordem Direitos Humanos Prof. Bruno Pontes 11 direitos humanos, assinale a opção a) Os chamados direitos de solidariedade correspondem, no plano dos direitos fundamentais, aos direitos de segunda geração, que se identificam com as liberdades concretas, acentuando o se uma nova fase no sistema de proteção dos direitos fundamentais, na medida em que foi nele que os Estados passaram a acolher as declarações de direitos em suas eitos humanos fundamentais, e, nesse sentido, eles são dirigidos a cada ser humano isoladamente considerado, o que se justifica em razão das diferenças de nacionalidade, sexo, raça, credo ou convicção político-filosófica; direitos humanos reconhecidos como tais pelas autoridades às quais se atribui o poder político de editar normas, tanto no interior dos Estados quanto no plano internacional; são, assim, os direitos humanos positivados nas Constituições, nas leis, nos tratados e) Com o fim da Primeira Guerra Mundial, a estrutura do direito internacional dos direitos humanos começou a se consolidar. A essa época, os direitos humanos tornaram-se uma legítima canismos institucionais e de instrumentos que levaram tais direitos a ocupar um espaço central na agenda das organizações internacionais. A doutrina costuma dividir a evolução dos direitos humanos de duas formas. A primeira, guerra, além de referência aos documentos históricos. A segunda segue a divisão clássica da história, em Idade Antiga, Média, Grandes princípios e diretrizes fundamentais da vida (Buda, Confúcio, Pitágoras, Isaías), quando então surge a filosofia, com grande importância para o saber racional em detrimento do saber mi � Período do Cristianismo Este período trouxe grande conquista aos direitos humanos porque propagou a igualdade entre os seres humanos no plano divino (todos são filhos de Deus). Não se pode esquec porém, que houve continuidade da escravidão e da inferioridade da mulher, dentre outros tantos problemas, como foi o caso da Inquisição. Como o cristianismovalorizou o homem, acabou ajudando, em alguma medida, � Período do Iluminismo A fé na ciência e na razão foi um salto na humanidade, propagadas pelo Iluminismo, inclusive incentivando decisivamente os direitos naturais e a (igualdade, liberdade, fraternidade). � Período Pós-2ª Guerra Depois dos horrores da 2ª Guerra Mundial é que a sociedade definitivamente acordou para a necessidade de proteção dos direitos humanos. Houve, então, criação da ONU, a Declaração dos Direitos do Homem de 1948 e outros tantos documentos internacionais, que acabaram significando outro período. → Documentos remotos e históricos. Importante citar, nesta evolução, os principais documentos de força e entusiasmo internacional, que protegeram, em boa medida, os direitos humanos: Magna Carta de 1215; Petition of Rights de 1628; Habeas Corpus Act de 1679; Bill of Rights de 1689; Declaração de Direitos do Estado da Virgínia de 1776; Declaração de Independência dos EUA e Constituição de 1787; Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão da França de 1789; Constituição do México de 1917; Constituição de Weimar de 1919; Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. No Brasil, a Constituição de 1988 e os chamados Planos Nacionais de Direitos Humanos: PNDH1 (1996); PNDH2 (2002); PNDH3 (2009) Na segunda divisão, mais aceita, temos: � Idade Antiga (4000 a.C a bárbaros). redejuris.com Grandes princípios e diretrizes fundamentais da vida (Buda, Confúcio, Pitágoras, Isaías), quando então surge a filosofia, com grande importância para o saber racional em detrimento do saber mitológico. Isto propiciou um grande salto para a Período do Cristianismo. Este período trouxe grande conquista aos direitos humanos porque propagou a igualdade entre os seres humanos no plano divino (todos são filhos de Deus). Não se pode esquec porém, que houve continuidade da escravidão e da inferioridade da mulher, dentre outros tantos problemas, como foi o caso da Inquisição. Como o cristianismo valorizou o homem, acabou ajudando, em alguma medida, para as políticas de conteúdo econômico e Período do Iluminismo. A fé na ciência e na razão foi um salto na humanidade, propagadas pelo Iluminismo, inclusive incentivando decisivamente os direitos naturais e a (igualdade, liberdade, fraternidade). 2ª Guerra. Depois dos horrores da 2ª Guerra Mundial é que a sociedade definitivamente acordou para a necessidade de proteção dos direitos humanos. Houve, então, criação da ONU, a Declaração dos Direitos do Homem de 1948 e outros tantos documentos internacionais, ue acabaram significando outro período. Documentos remotos e históricos. Importante citar, nesta evolução, os principais documentos de força e entusiasmo internacional, que protegeram, em boa medida, os direitos humanos: Magna Carta de Rights de 1628; Habeas Corpus Act de 1679; Bill of Rights de 1689; Declaração de Direitos do Estado da Virgínia de 1776; Declaração de Independência dos EUA e Constituição de 1787; Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão da França de ção do México de 1917; Constituição de Weimar de 1919; Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. No Brasil, a Constituição de 1988 e os chamados Planos Nacionais de Direitos Humanos: PNDH1 (1996); PNDH2 (2002); PNDH3 (2009) s aceita, temos: (4000 a.C até 476 d.C, quando da tomada do Império Romano pelos povos Exame de Ordem Direitos Humanos Prof. Bruno Pontes 12 Grandes princípios e diretrizes fundamentais da vida (Buda, Confúcio, Pitágoras, Isaías), quando então surge a filosofia, com grande importância para o saber racional em tológico. Isto propiciou um grande salto para a igualdade; Este período trouxe grande conquista aos direitos humanos porque propagou a igualdade entre os seres humanos no plano divino (todos são filhos de Deus). Não se pode esquecer, porém, que houve continuidade da escravidão e da inferioridade da mulher, dentre outros tantos problemas, como foi o caso da Inquisição. Como o cristianismo valorizou o homem, para as políticas de conteúdo econômico e social; A fé na ciência e na razão foi um salto na humanidade, propagadas pelo Iluminismo, inclusive incentivando decisivamente os direitos naturais e a Revolução Francesa Depois dos horrores da 2ª Guerra Mundial é que a sociedade definitivamente acordou para a necessidade de proteção dos direitos humanos. Houve, então, criação da ONU, a Declaração dos Direitos do Homem de 1948 e outros tantos documentos internacionais, Importante citar, nesta evolução, os principais documentos de força e entusiasmo internacional, que protegeram, em boa medida, os direitos humanos: Magna Carta de Rights de 1628; Habeas Corpus Act de 1679; Bill of Rights de 1689; Declaração de Direitos do Estado da Virgínia de 1776; Declaração de Independência dos EUA e Constituição de 1787; Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão da França de ção do México de 1917; Constituição de Weimar de 1919; Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. No Brasil, a Constituição de 1988 e os chamados Planos Nacionais de Direitos Humanos: PNDH1 (1996); PNDH2 (2002); PNDH3 (2009) quando da tomada do Império Romano pelos povos Neste período, não havia previsões normativas, e a regulação se baseava praticamente na justiça privada, com desproporção e injustiça. Poucas no podendo ser citados o Código de Manu, o Código de Hamurabi e a Lei das 12 Tábuas. O Código de Hamurabi5 se notabilizou pela lei do talião (“olho por olho e dente por dente” mas tratava as pessoas com desproporcionalidade e a de pessoas: 1ª classe mais alta (“awelum”): punição com patrimônio e sem sanções cruéis; 2ª classe intermediária (“mushkenum”): as vezes com penas cruéis, mas também punição com retirada do patrimônio; 3ª classe (“wa propriedade, mas a regra eram penas cruéis, difamantes e de morte regulava a vida do povo romano e tinha por base o princípio da igualdade, para tratamento igual de todos, ao contrário do Código � Idade Média (iniciada com a queda do Império Romano, 476 d.C, e termina com a transição para a Idade Moderna Apesar do período obscuro, com Inquisição, houve significativa evolução na proteção dos direitos humanos, com o surgimento da Magna Carta de 1215, do Rei João Sem Terra. 5 O Código de Hamurabi, de aproximadamente 1700 a.C., foi uma necessidade para a sociedade d unificou os reinos sumérios e consagrando o primeiro imperador mesopotâmico (Rei Dhammu necessárias regras de condutas unificadas para o império, o que acabou por ratificar a figura estatal conhecida na época e ainda trazer a noção de segurança e prévia definição de condutas. na pedra (estela em diorito), com 21 colunas e 282 cláusulas. 6 A lei do talião estava espalhada por todo o Código de Hamurabi, mas especialmente nos artigos arrancar o olho de outro homem, o olho do primeiro deverá ser arrancado quebrar o dente de um seu igual, o dente deste homem também deverá ser quebrado criminal (“lex talionis”) atingia inclusive os filhos dos causadores dos danos. comércio (com importância especial para o caixeiro viajante), a família (inclusive prevendo divórcio, pátrio poder, adoção, adultério e o incesto), o trabal básicas) e a propriedade (inclusive o escravo tinha direito à propriedade). 7 O tratamento punitivo diferenciado entre as classes ficava bem evidente nas seguintes passagens: “ arrancar o olho de um homem livre, ou quebrar o osso de um homem livre, ele deverá pagar uma mina em ouro “199. Se ele arrancar o olho do escravo de outrem, ou quebrar o osso do escravo de outrem, ele deve pagar metade do valor do escravo.” “201. Se ele quebrar o dentede um homem livre, ele deverá pagar 1/3 de uma mina em ouro. 202. Se alguém bater no corpo de um homem de posição superior, então este alguém deve receber 60 chicotadas em público”. 8 A Lei das Doze Tábuas, ou “Leis das Doze Táb organizava o procedimento judicial, estipulava normas conta os inadimplentes, pátrio poder, sucessões e tutela, propriedade, servidões e previa os delitos, e ainda tratava de normas atinentes a serviu para evitar a surpresa para os plebeus, que costumavam ser punidos sem saber o motivo, daí porque fixadas em 12 tabletes de madeira e colocados à frente do Fórum Romano, para todos lerem. Assim, foi formado um grupo dez grandes homens (“decenvirato”), para redigir o projeto do Código, realizado o trabalho no período de 451 a 450 a.C., com promulgação em 452 a.C. Posteriormente, no Século VI, o imperador Justiniano, ao assumir o poder, quis salvaguardar a herança do Direito Romano e organizar a legislação, e assim determinou a compilação e a codificação das principais leis, perfazendo então o chamado redejuris.com Neste período, não havia previsões normativas, e a regulação se baseava praticamente na justiça privada, com desproporção e injustiça. Poucas normas surgiram neste período, podendo ser citados o Código de Manu, o Código de Hamurabi e a Lei das 12 Tábuas. O se notabilizou pela lei do talião (“olho por olho e dente por dente” mas tratava as pessoas com desproporcionalidade e ainda considerando três classes sociais de pessoas: 1ª classe mais alta (“awelum”): punição com patrimônio e sem sanções cruéis; 2ª classe intermediária (“mushkenum”): as vezes com penas cruéis, mas também punição com retirada do patrimônio; 3ª classe (“wardum”, ou bárbaros”: tinham direito à propriedade, mas a regra eram penas cruéis, difamantes e de morte regulava a vida do povo romano e tinha por base o princípio da igualdade, para tratamento igual de todos, ao contrário do Código de Hamurabi. (iniciada com a queda do Império Romano, 476 d.C, e termina com a transição para a Idade Moderna, por volta de 1453 d.C). Apesar do período obscuro, com Inquisição, houve significativa evolução na proteção dos m o surgimento da Magna Carta de 1215, do Rei João Sem Terra. O Código de Hamurabi, de aproximadamente 1700 a.C., foi uma necessidade para a sociedade d unificou os reinos sumérios e consagrando o primeiro imperador mesopotâmico (Rei Dhammu necessárias regras de condutas unificadas para o império, o que acabou por ratificar a figura estatal conhecida na er a noção de segurança e prévia definição de condutas. Estas regras de conduta estavam inseridas na pedra (estela em diorito), com 21 colunas e 282 cláusulas. A lei do talião estava espalhada por todo o Código de Hamurabi, mas especialmente nos artigos arrancar o olho de outro homem, o olho do primeiro deverá ser arrancado - Olho por olho quebrar o dente de um seu igual, o dente deste homem também deverá ser quebrado nis”) atingia inclusive os filhos dos causadores dos danos. No entanto, o Código também regulava o comércio (com importância especial para o caixeiro viajante), a família (inclusive prevendo divórcio, pátrio poder, adoção, adultério e o incesto), o trabalho (indicativo de salário mínimo, categorias profissionais e leis trabalhistas básicas) e a propriedade (inclusive o escravo tinha direito à propriedade). O tratamento punitivo diferenciado entre as classes ficava bem evidente nas seguintes passagens: “ arrancar o olho de um homem livre, ou quebrar o osso de um homem livre, ele deverá pagar uma mina em ouro 199. Se ele arrancar o olho do escravo de outrem, ou quebrar o osso do escravo de outrem, ele deve pagar metade do 01. Se ele quebrar o dente de um homem livre, ele deverá pagar 1/3 de uma mina em ouro. 202. Se alguém bater no corpo de um homem de posição superior, então este alguém deve receber 60 chicotadas em A Lei das Doze Tábuas, ou “Leis das Doze Tábuas” (Lex Duodecim Tabularum), deu origem ao Direito Romano, e organizava o procedimento judicial, estipulava normas conta os inadimplentes, pátrio poder, sucessões e tutela, propriedade, servidões e previa os delitos, e ainda tratava de normas atinentes ao Direito Público e Sagrado. Isto serviu para evitar a surpresa para os plebeus, que costumavam ser punidos sem saber o motivo, daí porque fixadas em 12 tabletes de madeira e colocados à frente do Fórum Romano, para todos lerem. Assim, foi formado um grupo dez grandes homens (“decenvirato”), para redigir o projeto do Código, realizado o trabalho no período de 451 a 450 a.C., com promulgação em 452 a.C. Posteriormente, no Século VI, o imperador Justiniano, ao assumir o poder, quis o Direito Romano e organizar a legislação, e assim determinou a compilação e a codificação das principais leis, perfazendo então o chamado Corpus Juris Civilis. Exame de Ordem Direitos Humanos Prof. Bruno Pontes 13 Neste período, não havia previsões normativas, e a regulação se baseava praticamente na rmas surgiram neste período, podendo ser citados o Código de Manu, o Código de Hamurabi e a Lei das 12 Tábuas. O se notabilizou pela lei do talião (“olho por olho e dente por dente”6), inda considerando três classes sociais de pessoas: 1ª classe mais alta (“awelum”): punição com patrimônio e sem sanções cruéis; 2ª classe intermediária (“mushkenum”): as vezes com penas cruéis, mas também punição rdum”, ou bárbaros”: tinham direito à propriedade, mas a regra eram penas cruéis, difamantes e de morte7. Leis das 12 Tábuas8: regulava a vida do povo romano e tinha por base o princípio da igualdade, para tratamento (iniciada com a queda do Império Romano, 476 d.C, e termina com a transição Apesar do período obscuro, com Inquisição, houve significativa evolução na proteção dos m o surgimento da Magna Carta de 1215, do Rei João Sem Terra. O Código de Hamurabi, de aproximadamente 1700 a.C., foi uma necessidade para a sociedade da época, porque unificou os reinos sumérios e consagrando o primeiro imperador mesopotâmico (Rei Dhammu-rabi). Assim, eram necessárias regras de condutas unificadas para o império, o que acabou por ratificar a figura estatal conhecida na Estas regras de conduta estavam inseridas A lei do talião estava espalhada por todo o Código de Hamurabi, mas especialmente nos artigos 196 (“Se um homem Olho por olho”) e 200 (“Se um homem quebrar o dente de um seu igual, o dente deste homem também deverá ser quebrado - Dente por dente”. A parte No entanto, o Código também regulava o comércio (com importância especial para o caixeiro viajante), a família (inclusive prevendo divórcio, pátrio poder, ho (indicativo de salário mínimo, categorias profissionais e leis trabalhistas O tratamento punitivo diferenciado entre as classes ficava bem evidente nas seguintes passagens: “198. Se ele arrancar o olho de um homem livre, ou quebrar o osso de um homem livre, ele deverá pagar uma mina em ouro”; 199. Se ele arrancar o olho do escravo de outrem, ou quebrar o osso do escravo de outrem, ele deve pagar metade do 01. Se ele quebrar o dente de um homem livre, ele deverá pagar 1/3 de uma mina em ouro. 202. Se alguém bater no corpo de um homem de posição superior, então este alguém deve receber 60 chicotadas em uas” (Lex Duodecim Tabularum), deu origem ao Direito Romano, e organizava o procedimento judicial, estipulava normas conta os inadimplentes, pátrio poder, sucessões e tutela, o Direito Público e Sagrado. Isto serviu para evitar a surpresa para os plebeus, que costumavam ser punidos sem saber o motivo, daí porque fixadas em 12 tabletes de madeira e colocados à frente do Fórum Romano, para todos lerem. Assim, foi formado um grupo de dez grandes homens (“decenvirato”), para redigir o projeto do Código, realizado o trabalho no período de 451 a 450 a.C., compromulgação em 452 a.C. Posteriormente, no Século VI, o imperador Justiniano, ao assumir o poder, quis o Direito Romano e organizar a legislação, e assim determinou a compilação e a codificação Neste documento, o Rei começava a ser restringido, algo inusitado para a época, inclusive com previsão de “habeas corpus”, do direito de propriedade, do devido processo legal, da proporcionalidade, da proibição dos tributos com efeito de confisco. � Idade Moderna (período que vai de 1453, com a tomada de Constantinopla pelos Turco Otomanos, até 1789, com a Revolução Francesa). Surgiu o chamado “T Münster e Osnabrück) encerrar a Guerra dos Trinta Anos, Século XV, especialmente motivadas por rivalidades religiosas e territoria então, fez surgir a concepção do Estado moderno, com elementos objetivos (povo, território e governo soberano) e subjetivos (re consequentemente, um sistema internacional à vista das soberanias estatais. neste tratado, surge como algo novo, capaz de propiciar a paz entre os povos hierarquia religiosa foi afastada, gerando desenvolvimento dos povos. Também nesta Idade Moderna é que Petition of Rights, de ainda estabelecia, expressamente, que os impostos só poderiam ser cobrados com o consentimento do Parlamento, que não poderia haver prisão sem justa ca e que a lei marcial (restrição dos direitos) não poderia ser utilizada em tempo de paz; of Rights, de 1689, que independência do Parlamento e, assim, a divisão dos pode 1679, lei do Parlamento criada durante o reinado de Rei Charles II, e reforçava o já existente “habeas corpus” como garantia da liberdade individual contra prisão ilegal, abusiva ou arbitrária; o garantias para sucessão protestante do trono inglês e o poder do Parlamento, e ainda reafirmou que os governantes se submetiam ao princípio da legalidade, independência e autonomia dos órgãos jurisdicionais, inclusive acima responsabilidade política dos agentes políticos e possibilidade de “impeachment” EUA, digno de nota foi o surgimento da redejuris.com Neste documento, o Rei começava a ser restringido, algo inusitado para a época, inclusive com previsão de “habeas corpus”, do direito de propriedade, do devido processo legal, da de, da proibição dos tributos com efeito de confisco. (período que vai de 1453, com a tomada de Constantinopla pelos Turco Otomanos, até 1789, com a Revolução Francesa). Tratado de Vestfália” (ou Paz de Vestfália ou aind Münster e Osnabrück), conjunto de acordos internacionais celebrados em 1648 para a Guerra dos Trinta Anos, série de guerras entre nações na primeira metade do Século XV, especialmente motivadas por rivalidades religiosas e territoria a concepção do Estado moderno, com elementos objetivos (povo, território e governo soberano) e subjetivos (reconhecimento da sua existência) e, consequentemente, um sistema internacional à vista das soberanias estatais. neste tratado, surge como algo novo, capaz de propiciar a paz entre os povos hierarquia religiosa foi afastada, gerando aquietação territorial desenvolvimento dos povos. Também nesta Idade Moderna é que 1628, que requeria direitos e liberdades para os s ainda estabelecia, expressamente, que os impostos só poderiam ser cobrados com o consentimento do Parlamento, que não poderia haver prisão sem justa ca e que a lei marcial (restrição dos direitos) não poderia ser utilizada em tempo de paz; , que repetia os direitos protegidos pela Magna Carta de 1215 e previ independência do Parlamento e, assim, a divisão dos poderes; o , lei do Parlamento criada durante o reinado de Rei Charles II, e reforçava o já existente “habeas corpus” como garantia da liberdade individual contra prisão ilegal, ; o “Act of Settlement”, de 1701, que estabeleceu procedimentos e garantias para sucessão protestante do trono inglês e o poder do Parlamento, e ainda reafirmou que os governantes se submetiam ao princípio da legalidade, independência e autonomia dos órgãos jurisdicionais, inclusive acima da vontade da Coroa, além da responsabilidade política dos agentes políticos e possibilidade de “impeachment” EUA, digno de nota foi o surgimento da Declaração de Direitos do Bom Povo de Exame de Ordem Direitos Humanos Prof. Bruno Pontes 14 Neste documento, o Rei começava a ser restringido, algo inusitado para a época, inclusive com previsão de “habeas corpus”, do direito de propriedade, do devido processo legal, da de, da proibição dos tributos com efeito de confisco. (período que vai de 1453, com a tomada de Constantinopla pelos Turco (ou Paz de Vestfália ou ainda Tratados de conjunto de acordos internacionais celebrados em 1648 para série de guerras entre nações na primeira metade do Século XV, especialmente motivadas por rivalidades religiosas e territoriais. O Tratado, a concepção do Estado moderno, com elementos objetivos (povo, conhecimento da sua existência) e, consequentemente, um sistema internacional à vista das soberanias estatais. A soberania, neste tratado, surge como algo novo, capaz de propiciar a paz entre os povos, porque a territorial nas regiões, respeito e desenvolvimento dos povos. Também nesta Idade Moderna é que surgiram na Inglaterra a que requeria direitos e liberdades para os súditos do Rei e ainda estabelecia, expressamente, que os impostos só poderiam ser cobrados com o consentimento do Parlamento, que não poderia haver prisão sem justa causa apresentada e que a lei marcial (restrição dos direitos) não poderia ser utilizada em tempo de paz; o Bill tos protegidos pela Magna Carta de 1215 e previa ; o “Habeas Corpus Act”, de , lei do Parlamento criada durante o reinado de Rei Charles II, e reforçava o já existente “habeas corpus” como garantia da liberdade individual contra prisão ilegal, que estabeleceu procedimentos e garantias para sucessão protestante do trono inglês e o poder do Parlamento, e ainda reafirmou que os governantes se submetiam ao princípio da legalidade, independência e da vontade da Coroa, além da responsabilidade política dos agentes políticos e possibilidade de “impeachment”. Nos de Direitos do Bom Povo de Virgínia, de 16 de junho de 1776 julho de 1776, e da sua Constituição, de 17 de setembro de 1787 poder emana do povo, que em seu nome deve ser exercido, reconhecendo que todo ser humano tem direitos fundamentais previsão e a separação dos poderes executivo, legislativo e judiciário etc. � Idade Contemporânea Cidadão, surgido na França em 1789, influenciado pela Revoluçã Declaração dos Direitos do Povo da Virgínea, de 1776, até o presente momento). Esta Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi baseada no direito natural, e estabelece o Estado laico, o princípio da legalidade, da anterioridade e inocência. Insere-se neste período contemporâneo, 1791, que constituíram as 10 primeiras emendas como “Bill of Rights” norte com ratificação por três quartos dos estados, prevendo liberdade religiosa e proibição de estabelecimento oficial de religião, direito à vida, devido processo legal, imparcialidade dos julgamentos, (1776-1783) e Francesa (1789 da Francesa de 1791, separar os poderes e ainda prever da Espanha de 1812, de Portugal de 1822, do Bra no Século XX, merece destaque a Constituição Mexicana de 1917 e a Alemã, de 1919 (Constituição de Weimar), que, em meio à 1ª Guerra Mundial e logo depois do Tratado de Versalhes10, elegeram os direitos trabalhista fundamentais11. Foi neste 1945, além de inúmeros tratados internacionais Humanos, em 1948, com três dimensões: li 9 Entretanto, a concepção contemporânea
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