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Aula 1 - Introdução

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IGL – 358 ESTRATIGRAFIA
AULA 1 - INTRODUÇÃO
Patrick Francisco Fuhr Dal’ Bó
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Instituto de Geociências 
Departamento de Geologia
PROGRAMAÇÃO 2013
• CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
AULA 1 – INTRODUÇÃO À ANÁLISE ESTRATIGRÁFICA (PRINCÍPIOS
HISTÓRICOS E CONCEITOS BÁSICOS);
AULA 2 – ESTRATOS E CAMADAS (ORGANIZAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DOS
CORPOS GEOLÓGICOS);
AULA 3 – CORRELAÇÃO ESTRATIGRÁFICA (ESTABELECIMENTO DE
CRITÉRIOS PARA A CORRELAÇÃO DE SUPERFÍCIE E SUBSUPERFÍCIE);
AULA 4 – NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO ESTRATIGRÁFICA
(INTRODUÇÃO À CLASSIFICAÇÃO ESTRATIGRÁFICA E ESTABELECIMENTO
DE UNIDADES LITO-, BIO-, CRONO-, ALO-, MAGNETO- E
PEDOESTRATIGRÁFICAS;
AULA 5 – ARQUITETURA DEPOSICIONAL (INTRODUÇÃO E EXEMPLOS DE
APLICAÇÃO EM SISTEMAS CONTINENTAIS);
AULA 6 – ESTRATIGRAFIA DE SEQUÊNCIAS (CONCEITOS, FUNDAMENTOS,
CONTROLES E APLICAÇÕES EM MARGENS PASSIVAS);
AULA 7 – SISTEMAS DEPOSICIONAIS CONTINENTAIS (ESTRUTURAS
SEDIMETARES, IMPORTÂNCIA E RECONHECIMENTO NO REGISTRO
GEOLÓGICO);
AULA 8 – ARQUITETURA DEPOSICIONAL E ESTRATIGRAFIA DE SEQUÊNCIAS
APLICADA A SISTEMAS DEPOSICIONAIS CONTINENTAIS (RECONHECIMENTO
E CARACTERIZAÇÃO DE SUPERFÍCIES LIMITANTES E APLICAÇÃO DE
MODELOS GENÉTICOS DE CRIAÇÃO DO REGISTRO SEDIMENTAR);
AULA 9 – ESTILOS DE SEDIMENTAÇÃO E ORGANIZAÇÃO ARQUITETURAL EM
BACIAS SEDIMENTARES.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
• ALLEN, P.A., ALLEN, J.R., 1990. Basin Analysis – Principles and Applications.
Blackwell Science, London, 449 p.
• BOGGS, S., 2001. Principles of Sedimentology and Stratigraphy. Prentice Hall,
New Jersey, 726 p.
• CATUNEANU, O., 2006. Principles of Sequence Stratigraphy. Elsevier,
Amsterdam, 375 p.
• DELLA FÁVERA, J.C., 2001. Fundamentos de Estratigrafia Moderna. UERJ, Rio
de Janeiro, 263 p.
• MENDES, J.C., 1984. Elementos de Estratigrafia. EDUSP, São Paulo, 566 p.
• MIALL, A.D., 1985, Architectural-element analysis: a new method of facies
analysis applied to fluvial deposits. Earth-Science Reviews 22, 261-308.
• MIALL, A.D., 1996. The Geology of Fluvial Deposits: Sedimentary Facies, Basin
Analysis, and Petroleum Geology. Springer-Verlag, Berlin, 582 p.
• NICHOLS, G., 2009. Sedimentology and Stratigraphy. Backwell, Oxford, 355p.
• NACSN., 2005. North American Stratigraphic Code. AAPG Bulletin 89, 1547-
1591.
• PETRI, S., COIMBRA, A.M., OJEDA, H.O., FULFARO, V.J., PONÇANO, W.L.,
1986. Código Brasileiro de Nomenclatura Estratigráfica. Revista Brasileira de
Geociências 16, 370-415.
• POSAMENTIER, H.W., WALKER, R.G. (Ed.), 2006. Facies Models Revisited.
SEPM Special Publication 84, 520 p.
• READING, H.G., 1996. Sedimentary Environments – Processes, Facies and
Stratigraphy. Blackwell Science, Oxford, 688 p.
• RIBEIRO, H.J.P.S. (org.)., 2001. Estratigrafia de Sequências – Fundamentos e
Aplicações. Unisinos, São Leopoldo, 428 p.
• Média (M) = 1a Avaliação (50%) + 2ª Avaliação (50%);
• Aprovação  M ≥ 5,0
• Reprovação  M < 3,0
• Prova Final (PF) = (50%)
• Média Final (MF) = M (50%) + PF (50%)
• Aprovação  MF ≥ 5,0
• Reprovação  MF < 5,0
• Obs.: havendo falta em uma das 2 avaliações: (1) solicitar 2ª
chamada na secretaria do IGEO mediante abertura de
processo, com uso de justificativa circunstanciada, ou (2) o
aluno faz a Prova Final.
AVALIAÇÃO
INTRODUÇÃO
• Estratigrafia é um ramo da geologia que trata do estudo e organização
espacial e temporal das rochas sedimentares (principalmente), ígneas e
metamórficas;
• A designação Estratigrafia é composta pelos termos stratum (estrato)
derivado do latim e graphia (descrição) do grego. Hoje, entende-se que a
Estratigrafia cuida não só da descrição e idade das rochas, como também
da forma, distribuição, composição litológica, conteúdo fóssil e
propriedades geoquímicas e geofísicas. Por fim, trata da gênese das
rochas.
RELAÇÕES INTERDISCIPLINARES 
SEDIMENTOLOGIA
ESTRATIGRAFIA
ANÁLISE DE 
BACIAS
GEOTECTÔNICA
GEOLOGIA 
HISTÓRICA
ASTROGEOLOGIA
RELAÇÕES INTERDISCIPLINARES 
• A relação disciplinar mais explícita se faz com a Sedimentologia, ciência que
estuda os processos de formação, transporte e deposição de materiais em
ambientes continentais e marinhos.
USOS E APLICAÇÕES 
• Reconstrução paleoambiental;
• História geológica;
• Mapeamento geológico;
• Localização de jazidas minerais (hidrocarbonetos, carvão, urânio, fosfato,
calcário, etc);
• Localização de aquíferos;
• Aplicações ambientais (mapeamento de áreas de uso/ocupação, risco geológico,
etc).
PRINCÍPIOS E CONCEITOS
• Princípio da horizontalidade original (Nicolas Steno);
• Princípio da continuidade horizontal (Nicolas Steno);
• Princípio da sobreposição (Nicolas Steno);
• Princípio da sucessão faunística (William Smith);
• Uniformitarismo e Atualismo (James Hutton/Charles Lyell);
• Catastrofismo (Georges Cuvier);
• Lei da correlação de Fácies (Johannes Walther).
• PRINCÍPIOS HISTÓRICOS:
• Um dos primeiros cientistas a se opor à igreja
em defesa da geologia foi o jovem médico
dinamarquês Niels Stenson (1638-1686) ou
Nicolai Stenonis ou Nicolas Steno.
• Em sua dissertação: “Um Sólido Natural
Contido Dentro de um Sólido”, publicada em
1667, Steno definiu alguns princípios básicos,
que viriam a ser conhecidos como as três leis da
estratigrafia.
• PRINCÍPIOS HISTÓRICOS:
• Steno estabeleceu que as rochas
estratificadas foram depositadas em
camadas ou estratos horizontais
(Princípio da Horizontalidade
Original) e que estas rochas tinham
continuidade lateral (Princípio da
Continuidade Lateral) ao longo da
superfície da terra e que elas tinham
sido depositadas em ordem
cronológica (Princípio da
Sobreposição), de tal modo que as
mais velhas ocupariam a base das
sucessões e as mais novas o topo.
Aplicável a camadas dobradas 
e falhadas
Correlação física de estratos 
(distribuição espacial)
Ordenação cronológica dos 
estratos (organização temporal)
“. . . each stratum contained organized fossils 
peculiar to itself, and might, in cases otherwise 
doubtful, be recognised and discriminated from 
others like it, but in a different part of the series, 
by examination of them.”
• PRINCÍPIO DA SUCESSÃO FAUNÍSTICA
William Smith (1793)
Datação Relativa
• PRINCÍPIOS HISTÓRICOS:
• UNIFORMITARISMO
• Formulado por James Hutton (séc. XVIII) e
defendido por Charles Lyell (séc. XIX), o
Uniformitarismo pode ser dividido em duas
pressuposições: Uniformidade da Lei e
Uniformidade do Processo (Atualismo).
James Hutton
• PRINCÍPIOS HISTÓRICOS:
• A Uniformidade da Lei diz que as leis naturais
são invariáveis no espaço e tempo e
compreende a uniformidade de variação
(GRADUALISMO), que implica que as
mudanças da face da Terra se dão de forma
lenta e gradual;
• Para Lyell, esta lentidão seria tão extensa que,
para um observador humano tudo pareceria
estático; entretanto, a imensidão do tempo
geológico produziria os enormes resultados em
acumulação.
Sir Charles Lyell
• UNIFORMITARISMO
• PRINCÍPIOS HISTÓRICOS:
• A Uniformidade do Processo (Atualismo), não
exclusiva da geologia, explica o passado como
produto de causas que ainda operam na face da
Terra. Segundo o Atualismo, deve-se sempre
empregar o Princípio da Simplicidade (Navalha
de Occam), que diz que as hipóteses mais
simples são sempre as mais plausíveis.
“O presente é a chave para entender o passado (e vice-versa)”
Sir Archibald Geikie (1897) 
• ATUALISMO
• PRINCÍPIOS HISTÓRICOS:
“Se em tudo o mais forem idênticas 
as várias explicações de um 
fenômeno, a mais simples é a mais 
plausível“
William de Ockham
• ATUALISMO
• PRINCÍPIOS HISTÓRICOS:
MÉTODO INDUTIVO – ANALOGIAEstudo de casos particulares - generalização 
• Georges Cuvier (séc. XVIII-XIX),
fundamentado em dados paleontológicos,
observou que as alterações cíclicas das
formações marinhas e lacustres da Bacia de
Paris apresentavam quebras abruptas no
registro sedimentar expressas por mudanças
nos organismos encontrados (extinções).
Segundo Cuvier, a vida na Terra era
frequentemente interrompida por eventos
terríveis que culminavam com a extinção de
inúmeros organismos.
• PRINCÍPIOS HISTÓRICOS:
• CATASTROFISMO
• Seguindo esta concepção, tem-se hoje o catastrofismo atualista (Hsu, 1983), a
sedimentação episódica (Dott, 1983) e a evolução pontual (Gould, 1977)
• PRINCÍPIOS HISTÓRICOS:
• CATASTROFISMO
• Esta lei estabelece que numa sucessão
vertical de fácies que não apresenta
discordâncias, a distribuição vertical de fácies
reflete a ordem de distribuição horizontal das
mesmas, ou seja, reflete que os ambientes de
deposição foram contíguos no momento de
deposição. Segundo esta lei, seria possível
diagnosticar a distribuição horizontal de fácies
com base em uma única seção colunar.
• PRINCÍPIOS HISTÓRICOS:
• LEI DE WALTHER (séc. XIX) ou Princípio da Correlação de Fácies
• Casos nos quais esta Lei não se aplica:
a) sucessões sedimentares cortadas por superfícies erodidas (ausência de registro
sedimentar);
b) mudança no suprimento sedimentar (formação de depósitos carbonáticos,
minerais autigênicos, evaporitos).
• PRINCÍPIOS HISTÓRICOS:
• LEI DE WALTHER (séc. XIX) ou Princípio de Correlação de Fácies
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
• CARNEIRO, C.D.R., MISUZAKI, A.M.P., ALMEIDA, F.F.M., 2005. A determinação
da idade das rochas. Terrae Didática 1, 6-35.
• DELLA FÁVERA, J.C., 2001. Introdução. In: Della Fávera, J.C. Fundamentos de
Estratigrafia Moderna. UERJ, Rio de Janeiro, pp. 1-55.
• GAMA JR., E.G. 1989. Concepções estratigráficas em análise de bacias: a, b, c.
Geociências 8, 1-35.
• LAVINA, E.L.C., 2012. O Dilúvio de Noé e os primórdios da Geologia. Revista
Brasileira de Geociências 42, 91-110.
• SAWAKUCHI, A.O., GIANNINI, P.C.F., 2006. Complexidade em sistemas
deposicionais. Revista Brasileira de Geociências 36, 347-358.

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