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Guia de Educaçao Especial e Inclusiva

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Educação
Especial e
Inclusiva
EDUCAÇÂO ESPECIAL E 
INCLUSIVA
PROFª. M.SC. ANDRÉIA AP. FERRAZ
Guia referente à disciplina de Projetos 
Sociais e Comunitários do curso de 
Pedagogia da UNIRP – Centro Universitário 
de Rio Preto, orientado pela Profª Esp. 
Sandra Regina Domingos de Brito.
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SÃO PAULO – BRASIL
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE RIO PRETO - UNIRP
Halim Atique Junior
Reitor
Manuela Kruchewsky Bastos Atique
Vice-Reitora
Anete Maria Lucas Veltroni Schiavinatto
Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação
Agdamar Affini Suffredini
Pró-Reitora Acadêmica
Almir Pecoraro
Pró-Reitor Administrativo e Financeiro
Ricardo Costa
Gestor de EAD
INTRODUÇÃO .............................................................................. 7
CAPÍTULO 1 - FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E LEGAIS DO 
ATENDIMENTO À PESSOAS COM DEFICIÊNCIA .................. 9
CAPÍTULO 2 - A EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA ............ 35
CAPÍTULO 3 - ENSINANDO E APRENDENDO NA DIVERSI-
DADE ............................................................................................. 53
CAPÍTULO 4 - DEFICIÊNCIA FÍSICA ........................................ 81
CAPÍTULO 5 - DEFICIÊNCIA VISUAL ....................................... 97
CAPÍTULO 6 - DEFICIÊNCIA AUDITIVA ................................... 117
CAPÍTULO 7 - AUTISMO ............................................................. 141
CAPÍTULO 8 - ATENDIMENTO EDCUCACIONAL ESPE-
CIALIZADO ...................................................................................
149
CAPÍTULO 9 - FAMÍLIA PARCEIRA DA INCLUSÃO ESCO-
LAR ................................................................................................
REFERÊNCIAS ............................................................................
173
178
INTRODUÇÃO .............................................................................. 7
CAPÍTULO 1 - FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E LEGAIS DO 
ATENDIMENTO À PESSOAS COM DEFICIÊNCIA .................. 9
CAPÍTULO 2 - A EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA ............ 35
CAPÍTULO 3 - ENSINANDO E APRENDENDO NA DIVERSI-
DADE ............................................................................................. 53
CAPÍTULO 4 - DEFICIÊNCIA FÍSICA ........................................ 81
CAPÍTULO 5 - DEFICIÊNCIA VISUAL ....................................... 97
CAPÍTULO 6 - DEFICIÊNCIA AUDITIVA ................................... 117
CAPÍTULO 7 - AUTISMO ............................................................. 141
CAPÍTULO 8 - ATENDIMENTO EDCUCACIONAL ESPE-
CIALIZADO ...................................................................................
149
CAPÍTULO 9 - FAMÍLIA PARCEIRA DA INCLUSÃO ESCO-
LAR ................................................................................................
REFERÊNCIAS ............................................................................
173
178
7
Educação Especial e Inclusiva 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Atualmente a sociedade tem vivido um período de transição entre a valoração de 
velhos conceitos arraigados culturalmente e a construção de novos, mediante mudanças 
ocorridas devido às tentativas constantes de atender à necessidade social da 
equivalência de oportunidades para todos os cidadãos, já que a igualdade entre os 
mesmos é legalmente garantida. Assim sendo, a inclusão de pessoas com deficiência 
nos diversos contextos sociais cresce tanto quanto as reflexões sobre paradigmas, como 
o preconceito, a igualdade de direitos e muitos outros. 
A efetivação da inclusão exige a superação de vários desafios, tais como: 
estabelecimento de novas formas pedagógicas, capacitação dos professores para saber 
lidar com diferentes problemáticas, os alunos e a própria criança com deficiência precisa 
participar ativamente de seu processo de inclusão. 
A escola, como instituição responsável pela educação formal do indivíduo, deve 
prepará-lo para conviver de maneira saudável nessa nova sociedade, que se constitui do 
respeito à diversidade humana. Desse modo, a inclusão de alunos com necessidades 
especiais na rede regular de ensino, beneficia a todos os envolvidos nesse processo, 
pois promove a construção de uma sociedade mais justa. 
 Diante desse contexto, faz-se necessário um estudo aprofundado sobre o 
assunto, com o objetivo de refletir sobre a proposta da educação inclusiva no âmbito 
escolar, assim como a mesma pode maximizar o desenvolvimento da pessoa com 
deficiência, visando não somente o sucesso acadêmico, mas também a autonomia e 
independência desse aluno. 
 Partindo desse direcionamento, o presente material desenvolve uma 
apresentação sobre a visão geral das concepções de educação especial numa 
perspectiva inclusiva, evidenciando seus objetivos e princípios, elucidando os principais 
aspectos históricos, filosóficos e legais que justificam a radicalidade das mudanças 
ocorridas no meio educacional e a implantação legal desse norteador do cotidiano 
escolar. 
7
8
Educação Especial e Inclusiva 
 
Também, serão apresentadas as principais classificações das deficiências, bem 
como suas causas, prevenções e caracterizações, a fim de promover uma reflexão sobre 
as adequações pedagógicas a cada uma delas para promoção educacional plena. 
 Considerando que o alvo desse estudo é a aplicabilidade da educação inclusiva 
para alunos com as mais diversas deficiências, explicitaremos como deve ser o 
atendimento educacional especializado para esses educandos, e a importância da 
parceria entre o professor desse segmento, o professor da sala de aula comum e a 
família do aluno com deficiência mental. 
Espera-se que as informações dessa disciplina possam embasar uma reflexão 
segura, e proporcionar-lhe momentos de reflexão e condições de desenvolver sua 
prática pedagógica, atendendo à diversidade das necessidades apresentadas por seus 
alunos. Bom estudo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8
 
 
 
 
 
I – FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E LEGAIS DO ATENDIMENTO ÀS PESSOAS 
COM DEFICIÊNCIA 
 
Mesmo com o desenvolvimento histórico da educação especial no Brasil, com as 
informações veiculadas pela mídia e com o crescimento da tecnologia e das ciências da 
saúde, que possibilitam uma melhor qualidade de vida para o ser humano, ainda há um 
número significativo de pessoas que não tem informação necessária sobre as 
implicações da deficiência. 
Isso as impede de ter acesso aos programas e cuidados com a prevenção, o que 
resulta na marginalização e segregação dessas pessoas, que ficam sem atendimento 
educacional e com problemas de convivência social. 
Iniciar um estudo sobre os fundamentos da educação inclusiva, realizando uma 
retrospectiva histórica acerca da educação especial, nos leva à compreensão dos 
aspectos políticos e econômicos que justificam as necessidades de transformações para 
contemplar os direitos individuais da diversidade humana. 
A filosofia inclusiva permitiu que os programas de educação especial fossem 
reconhecidos como modalidade do ensino regular. 
Essa conquista histórica ainda está sendo implementada, mas já permite que 
pessoas com deficiências participem da comunidade escolar mais próxima de sua 
residência com os mesmos direitos de outros alunos. 
Por séculos a humanidade carregou um estigma preconceituoso de incapacidade 
das pessoas com deficiência, destinando-as ao isolamento social sem reconhecimento 
de humanidade e cidadania. 
 Acreditava-se que as deficiências eram doenças e que, se não havia cura, então 
o ideal seria manter as pessoas com deficiência afastadas do convívio comunitário e, em 
muitas situações, da própria família. 
Para iniciar nossareflexão sobre a história da educação especial e inclusiva, é 
interessante analisar alguns conceitos. 
 
 
Também, serão apresentadas as principais classificações das deficiências, bem 
como suas causas, prevenções e caracterizações, a fim de promover uma reflexão sobre 
as adequações pedagógicas a cada uma delas para promoção educacional plena. 
 Considerando que o alvo desse estudo é a aplicabilidade da educação inclusiva 
para alunos com as mais diversas deficiências, explicitaremos como deve ser o 
atendimento educacional especializado para esses educandos, e a importância da 
parceria entre o professor desse segmento, o professor da sala de aula comum e a 
família do aluno com deficiência mental. 
Espera-se que as informações dessa disciplina possam embasar uma reflexão 
segura, e proporcionar-lhe momentos de reflexão e condições de desenvolver sua 
prática pedagógica, atendendo à diversidade das necessidades apresentadas por seus 
alunos. Bom estudo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9
 
 
 
 
 
I – FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E LEGAIS DO ATENDIMENTO ÀS PESSOAS 
COM DEFICIÊNCIA 
 
Mesmo com o desenvolvimento histórico da educação especial no Brasil, com as 
informações veiculadas pela mídia e com o crescimento da tecnologia e das ciências da 
saúde, que possibilitam uma melhor qualidade de vida para o ser humano, ainda há um 
número significativo de pessoas que não tem informação necessária sobre as 
implicações da deficiência. 
Isso as impede de ter acesso aos programas e cuidados com a prevenção, o que 
resulta na marginalização e segregação dessas pessoas, que ficam sem atendimento 
educacional e com problemas de convivência social. 
Iniciar um estudo sobre os fundamentos da educação inclusiva, realizando uma 
retrospectiva histórica acerca da educação especial, nos leva à compreensão dos 
aspectos políticos e econômicos que justificam as necessidades de transformações para 
contemplar os direitos individuais da diversidade humana. 
A filosofia inclusiva permitiu que os programas de educação especial fossem 
reconhecidos como modalidade do ensino regular. 
Essa conquista histórica ainda está sendo implementada, mas já permite que 
pessoas com deficiências participem da comunidade escolar mais próxima de sua 
residência com os mesmos direitos de outros alunos. 
Por séculos a humanidade carregou um estigma preconceituoso de incapacidade 
das pessoas com deficiência, destinando-as ao isolamento social sem reconhecimento 
de humanidade e cidadania. 
 Acreditava-se que as deficiências eram doenças e que, se não havia cura, então 
o ideal seria manter as pessoas com deficiência afastadas do convívio comunitário e, em 
muitas situações, da própria família. 
Para iniciar nossa reflexão sobre a história da educação especial e inclusiva, é 
interessante analisar alguns conceitos. 
1
10
Educação Especial e Inclusiva 
 
O surgimento do conceito de inclusão, de acordo com Sassaki (2002), é recente 
devido à adoção da filosofia da inclusão social para modificar os sistemas sociais 
existentes. Sassaki afirma que, 
 
[...] é imprescindível dominarmos bem os conceitos exclusivistas para que 
possamos ser participantes ativos na construção de uma sociedade que 
seja realmente para todas as pessoas, independentemente de sua cor, 
idade, gênero, tipo de necessidade especial e qualquer outro atributo social. 
(2002, p. 27) 
 
Desse modo, a partir de alguns pontos de vista, a educação inclusiva pode ser 
considerada como: 
 
• Capacidade das escolas de atender a todas as crianças, sem qualquer 
tipo de exclusão. Ou seja, inclusão significa criar escolas que acolham todos 
os alunos, independentemente de suas condições pessoais, sociais ou 
culturais. Escolas que valorizem as diferenças dos alunos como 
oportunidades para o desenvolvimento dos estudantes assim como dos 
professores, em lugar de considerá-las um problema a resolver. (BRASIL, 
2005, p. 35) 
 
• Provisão de oportunidades equitativas a todos os estudantes, incluindo 
aqueles com deficiências severas, para que eles recebam serviços 
educacionais eficazes, com os necessários serviços suplementares de 
auxílios e apoios, em classe adequada à idade, em escolas da vizinhança, a 
fim de prepara-los para uma vida produtiva como membros plenos da 
sociedade. (SASSAKI, 2002, p. 122) 
 
• Construção de uma escola aberta para todos, que respeita e valoriza a 
diversidade, desenvolve práticas colaborativas, forma leis de apoio à 
inclusão e promove a participação da comunidade. (BRASIL, 2004, p. 1) 
 
Booth e Ainscow (apud Brasil, 2005. p. 41-42), colocam que as características 
da educação inclusiva podem ser assim resumidas: 
• a educação implica em processos para aumentar a participação dos estudantes e 
reduzir sua exclusão cultural, curricular e comunitária nas escolas locais; 
• a inclusão implica em reestruturar a cultura, as políticas e as práticas dos centros 
educacionais, para que possam atender à diversidade dos alunos em suas respectivas 
localidades; 
10
11
Educação Especial e Inclusiva 
 
O surgimento do conceito de inclusão, de acordo com Sassaki (2002), é recente 
devido à adoção da filosofia da inclusão social para modificar os sistemas sociais 
existentes. Sassaki afirma que, 
 
[...] é imprescindível dominarmos bem os conceitos exclusivistas para que 
possamos ser participantes ativos na construção de uma sociedade que 
seja realmente para todas as pessoas, independentemente de sua cor, 
idade, gênero, tipo de necessidade especial e qualquer outro atributo social. 
(2002, p. 27) 
 
Desse modo, a partir de alguns pontos de vista, a educação inclusiva pode ser 
considerada como: 
 
• Capacidade das escolas de atender a todas as crianças, sem qualquer 
tipo de exclusão. Ou seja, inclusão significa criar escolas que acolham todos 
os alunos, independentemente de suas condições pessoais, sociais ou 
culturais. Escolas que valorizem as diferenças dos alunos como 
oportunidades para o desenvolvimento dos estudantes assim como dos 
professores, em lugar de considerá-las um problema a resolver. (BRASIL, 
2005, p. 35) 
 
• Provisão de oportunidades equitativas a todos os estudantes, incluindo 
aqueles com deficiências severas, para que eles recebam serviços 
educacionais eficazes, com os necessários serviços suplementares de 
auxílios e apoios, em classe adequada à idade, em escolas da vizinhança, a 
fim de prepara-los para uma vida produtiva como membros plenos da 
sociedade. (SASSAKI, 2002, p. 122) 
 
• Construção de uma escola aberta para todos, que respeita e valoriza a 
diversidade, desenvolve práticas colaborativas, forma leis de apoio à 
inclusão e promove a participação da comunidade. (BRASIL, 2004, p. 1) 
 
Booth e Ainscow (apud Brasil, 2005. p. 41-42), colocam que as características 
da educação inclusiva podem ser assim resumidas: 
• a educação implica em processos para aumentar a participação dos estudantes e 
reduzir sua exclusão cultural, curricular e comunitária nas escolas locais; 
• a inclusão implica em reestruturar a cultura, as políticas e as práticas dos centros 
educacionais, para que possam atender à diversidade dos alunos em suas respectivas 
localidades; 
 
 
• a inclusão se refere à aprendizagem e à participação de todos os estudantes 
vulneráveis que se encontram sujeitos à exclusão, não somente daqueles com 
deficiências ou rotulados como apresentando necessidades especiais; 
• a diversidade não pode ser considerada um problema a resolver, mas sim uma riqueza 
para auxiliar na aprendizagem de todos; 
• a educação inclusiva é um aspecto da sociedade inclusiva. 
 
 Objetivando compreender quais acontecimentosou fatos influenciaram na 
prática do cotidiano escolar, marcando as conquistas alcançadas pelos indivíduos que 
apresentam deficiências, é importante que façamos um rastreamento histórico da 
Educação Especial e Inclusiva, procurando resgatar os diferentes momentos vivenciados.
 
 Analisando a sua história, tomando como pontos iniciais países da Europa e 
América do Norte, podemos identificar quatro estágios no desenvolvimento do 
atendimento às pessoas que apresentam deficiências (KIRK e GALLAGHER, 1979; 
MENDES, 1995; SASSAKI, 1997). 
 A primeira fase, marcada pela negligência, na era pré-cristã, havia uma ausência 
total de atendimento. Os deficientes eram abandonados, perseguidos e eliminados 
devido às suas condições atípicas, e a sociedade legitimava essas ações como sendo 
normais. Assim, durante a Idade Antiga, estas eram exterminadas ou, se acreditassem 
que os deuses poderiam mostrar-se simpáticos a proteção dessas pessoas, isolavam-
nas em lugares seguros, porém, sem convívio social. 
Como exemplo, temos o povo hebreu, que não aceitava a presença de pessoas 
com qualquer tipo de deficiência nas sinagogas, nem permitiam que essas pessoas 
recebessem comunhão. 
Também os espartanos da antiga Roma, que tinham o direito garantido por uma 
lei1 a rejeitar ou matar filhos com deficiências. Sua eliminação e abandono estavam em 
consonância com os ideais atléticos, estéticos e de potência de seus soldados. Tal ideal 
era fundamental para a formação, valorização e reconhecimento do tipo de homem 
 
1 A Lei das XII Tábuas, datada de 450 AC, em sua 4ª Tábua, que tratava do Pátrio 
Poder e do Casamento, em seu §1 dizia: “É permitido ao pai matar o filho que nasceu 
disforme, mediante o julgamento de cinco vizinhos”. 
11
12
Educação Especial e Inclusiva 
 
desejado: o guerreiro. Então, ao nascimento, ocorria a “eliminação” instantânea 
daqueles que não atendessem aos padrões desejados. 
Carvalho (1997, p. 15) resgata essa história ao descrever um postulado romano 
da Antiguidade. 
Nós matamos os cães danados, porcos? Ferozes e indomáveis degolamos 
as ovelhas doentes, com medo que infectem o rebanho, asfixiamos os 
recém-nascidos mal constituídos, mesmo as crianças se forem débeis 
mentais ou anormais, nós a afogamos, não se trata de ódio, mas da razão 
que nos convida a separar das partes sãs, aquelas que podem corrompê-
las. 
 
DICA 
 
Os 300 de Esparta. Direção de Rudolph Maté. EUA: 20th Century Fox, 1962. 1 filme 
(144 min.) 
Para ilustrar o que acabamos de expor, vale a pena assistir O filme Os 300 
de Esparta, que conta a história do Rei Leônidas mostrando, logo em seu início, o 
rigor da disciplina durante sua infância. Logo na introdução, o narrador apresenta a 
filosofia espartana e como era conduzida a educação das crianças ditas “normais” 
para o grupo e as com deficiências. 
Culturalmente, em Esparta, quando a criança atingia sete anos de idade, era 
tirada de sua família e iniciava um período de preparação que tinha como objetivo 
torná-lo cidadão e, para tanto, passava por um longo período de privações. 
Nesse cenário de rigor, a criança com deficiência não tinha chance de 
sobreviver e era lançada ao infortúnio e oferecida em sacrifício aos deuses. 
 
Fonte:http://br.web.img2.acsta.net/r_160_240/b_1_d6d6d6/medias/nmedia/18/87/76/
07/19961268.jpg 
 
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Educação Especial e Inclusiva 
 
desejado: o guerreiro. Então, ao nascimento, ocorria a “eliminação” instantânea 
daqueles que não atendessem aos padrões desejados. 
Carvalho (1997, p. 15) resgata essa história ao descrever um postulado romano 
da Antiguidade. 
Nós matamos os cães danados, porcos? Ferozes e indomáveis degolamos 
as ovelhas doentes, com medo que infectem o rebanho, asfixiamos os 
recém-nascidos mal constituídos, mesmo as crianças se forem débeis 
mentais ou anormais, nós a afogamos, não se trata de ódio, mas da razão 
que nos convida a separar das partes sãs, aquelas que podem corrompê-
las. 
 
DICA 
 
Os 300 de Esparta. Direção de Rudolph Maté. EUA: 20th Century Fox, 1962. 1 filme 
(144 min.) 
Para ilustrar o que acabamos de expor, vale a pena assistir O filme Os 300 
de Esparta, que conta a história do Rei Leônidas mostrando, logo em seu início, o 
rigor da disciplina durante sua infância. Logo na introdução, o narrador apresenta a 
filosofia espartana e como era conduzida a educação das crianças ditas “normais” 
para o grupo e as com deficiências. 
Culturalmente, em Esparta, quando a criança atingia sete anos de idade, era 
tirada de sua família e iniciava um período de preparação que tinha como objetivo 
torná-lo cidadão e, para tanto, passava por um longo período de privações. 
Nesse cenário de rigor, a criança com deficiência não tinha chance de 
sobreviver e era lançada ao infortúnio e oferecida em sacrifício aos deuses. 
 
Fonte:http://br.web.img2.acsta.net/r_160_240/b_1_d6d6d6/medias/nmedia/18/87/76/
07/19961268.jpg 
 
 
 
Com o advento da idade média surge a igreja cristã, que concebia o homem 
como imagem e semelhança de Deus. De acordo com Pessotti (1984), nessa era cristã, o 
tratamento variava segundo as concepções de caridade ou castigo predominantes na 
comunidade em que o deficiente estava inserido. 
Nessa época não se aceitava que crianças “imperfeitas” pudessem ser filhos do 
criador e, por consequência, eram tidas à margem da raça humana por serem 
consideradas imorais ou pecadoras. Crianças com má formação eram isoladas, 
menosprezadas e estigmatizadas, chamadas de doentes, loucas, sem possibilidade de 
conviver com as demais, ou ainda, aproveitados como fonte de diversão, como bobos da 
corte, como material de exposição, etc/ como na figura a seguir, em que se retrata um 
dos anões da corte espanhola da época de Velázquez (1644). 
Com origem na tradição caridosa medieval, as cortes européias do costumavam 
incorporar pessoas excluídas do contexto social (por deficiências e limitações físicas ou 
psicológicas), especialmente os anões, para atuarem como truões (palhaços) e bobos da 
corte. Na rigorosa corte de Felipe IV, estes personagens tinham a liberdade de parodiar 
sobre os fatos e burlar as regras de etiqueta da época. Como não eram levados a sério, 
acabavam novamente excluídos e humilhados em suas atuações. 
 
13
14
Educação Especial e Inclusiva 
 
 
O Bobo da Corte Sebastián Morra, 1644 (Diego Velázquez) 
Fonte: http://www.casthalia.com.br/a_mansao/obras/images/vel02.jpg 
 
Neste estágio, nos séculos XVIII e meados do século XIX, encontra-se a fase de 
institucionalização, em que os indivíduos que apresentavam deficiência eram 
segregados e protegidos em instituições residenciais. 
No século 18, começaram a surgir instituições para abrigarem as pessoas com 
deficiência, e também, as primeiras legislações sobre os cuidados a tomar com a 
sobrevivência e, sobretudo, com os bens dessas pessoas. Influenciados pelo 
Cristianismo, alguns feudais criaram e mantiveram casas de abrigo onde era ofertada 
assistência humanitária a esses desfavorecidos. Conventos e asilos, seguidos pelos 
hospitais psiquiátricos, constituíram-se em locais de confinamento, em vez de locais 
para tratamento das pessoas com deficiência. Na realidade, tais instituições eram pouco 
mais do que prisões. A criação de instituições para abrigar pessoas com deficiência, 
loucos, leprosos e outros doentes significava a materialização das formas mais 
avançadas de cuidar da nova ordem social. 
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Educação Especial e Inclusiva 
 
 
O Bobo da Corte Sebastián Morra, 1644 (Diego Velázquez) 
Fonte: http://www.casthalia.com.br/a_mansao/obras/images/vel02.jpg 
 
Neste estágio, nos séculos XVIII e meados do século XIX,encontra-se a fase de 
institucionalização, em que os indivíduos que apresentavam deficiência eram 
segregados e protegidos em instituições residenciais. 
No século 18, começaram a surgir instituições para abrigarem as pessoas com 
deficiência, e também, as primeiras legislações sobre os cuidados a tomar com a 
sobrevivência e, sobretudo, com os bens dessas pessoas. Influenciados pelo 
Cristianismo, alguns feudais criaram e mantiveram casas de abrigo onde era ofertada 
assistência humanitária a esses desfavorecidos. Conventos e asilos, seguidos pelos 
hospitais psiquiátricos, constituíram-se em locais de confinamento, em vez de locais 
para tratamento das pessoas com deficiência. Na realidade, tais instituições eram pouco 
mais do que prisões. A criação de instituições para abrigar pessoas com deficiência, 
loucos, leprosos e outros doentes significava a materialização das formas mais 
avançadas de cuidar da nova ordem social. 
 
 
 O terceiro estágio é marcado, já no final do século XIX e meados do século XX, 
pelo desenvolvimento de escolas e/ou classes especiais em escolas públicas, visando 
oferecer à pessoa com deficiência uma educação à parte. Nesta época, a 
institucionalização começou a ser criticamente examinada. Os movimentos culturais e 
intelectuais estimularam a ciência a pesquisar possíveis causas da deficiência dentro de 
um espírito humanístico, mais crítico e científico. Assim, iniciou-se um processo de 
desinstitucionalização e, em seu lugar, o surgimento da normalização. 
 A ideologia da normalização defendia a necessidade de introduzir a pessoa com 
deficiência na sociedade, procurando ajudá-la a adquirir as condições e os padrões da 
vida cotidiana, no nível mais próximo possível do normal. 
Reconhecia-se que a pessoa diferente tinha o direito à convivência social desde 
que pudesse ser modificada, ajustada e preparada, funcionando da maneira mais 
semelhante possível dos demais membros da sociedade. 
No quarto estágio, no final do século XX, por volta da década de 70, observa-se 
um movimento de integração social dos indivíduos que apresentavam deficiência, cujo 
objetivo era integrá-los em ambientes escolares, o mais próximo possível daqueles 
oferecidos à pessoa normal. 
 Ao se afastar o paradigma da institucionalização e adotar as ideias de 
normalização, criou-se o conceito de integração, que se referia à necessidade de 
modificar a pessoa com deficiência, de forma que esta pudesse vir a se assemelhar, o 
mais possível, aos demais cidadãos, para então poder ser inserida, integrada, ao 
convívio em sociedade. 
A manifestação educacional desse paradigma efetivou-se, desde o início, nas 
escolas especiais, nas entidades assistenciais e nos centros de reabilitação. 
Por volta da década de 60, esse novo paradigma começou a enfrentar críticas, 
provenientes da academia científica e das próprias pessoas com deficiência, já 
organizadas em associações e outros órgãos de representação. 
 Fundamentados no pressuposto de que a pessoa com deficiência tem direito à 
convivência não segregada e ao acesso imediato e contínuo aos recursos disponíveis aos 
demais cidadãos, se desenvolveu o processo de disponibilização de suportes, 
15
16
Educação Especial e Inclusiva 
 
instrumentos que garantam à pessoa com deficiência o acesso imediato a todo e 
qualquer recurso da comunidade. 
A Inclusão Social não é um processo que envolva somente um lado, mas sim um 
processo bidirecional, que envolve ações junto à pessoa com deficiência e ações junto à 
sociedade. 
No âmbito da educação, a opção política pela construção de um sistema 
educacional inclusivo vem coroar um movimento para assegurar a todos os cidadãos, 
inclusive aos com necessidades educacionais especiais, a possibilidade de aprender a 
administrar a convivência digna e respeitosa numa sociedade complexa e diversificada. 
A convivência na diversidade proporciona à criança com deficiência que tenha 
necessidades educacionais especiais maior possibilidade de desenvolvimento acadêmico 
e social. Proporciona ainda, para todos, alunos e professores, com e sem deficiência, a 
prática saudável e educativa da convivência na diversidade e da administração das 
diferenças no exercício das relações interpessoais, aspecto fundamental da democracia 
e da cidadania. 
A evolução da história levou a humanidade a criar acordos humanitários de 
respeito e compreensão de todas as raças e credos, assim também o paradigma 
inclusivo está alicerçado na concepção dos direitos humanos, combatendo de frente 
todas as armadilhas de uma sociedade excludente. 
Foi a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, que uniu os povos 
do mundo todo, percorrendo e influenciando os diversos segmentos da sociedade no 
reconhecimento de que, como consta em seu Artigo 1º, “todos os homens nascem livres 
e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em 
relação uns aos outros com espírito de fraternidade” 
De forma geral, essa declaração assegura às pessoas com deficiência os 
mesmos direitos à liberdade, a uma vida digna, à educação fundamental, ao 
desenvolvimento pessoal e social e à livre participação na vida da comunidade da qual 
fazem parte. 
 
1.1 O Atendimento à Pessoa com Deficiência no Brasil 
16
17
Educação Especial e Inclusiva 
 
instrumentos que garantam à pessoa com deficiência o acesso imediato a todo e 
qualquer recurso da comunidade. 
A Inclusão Social não é um processo que envolva somente um lado, mas sim um 
processo bidirecional, que envolve ações junto à pessoa com deficiência e ações junto à 
sociedade. 
No âmbito da educação, a opção política pela construção de um sistema 
educacional inclusivo vem coroar um movimento para assegurar a todos os cidadãos, 
inclusive aos com necessidades educacionais especiais, a possibilidade de aprender a 
administrar a convivência digna e respeitosa numa sociedade complexa e diversificada. 
A convivência na diversidade proporciona à criança com deficiência que tenha 
necessidades educacionais especiais maior possibilidade de desenvolvimento acadêmico 
e social. Proporciona ainda, para todos, alunos e professores, com e sem deficiência, a 
prática saudável e educativa da convivência na diversidade e da administração das 
diferenças no exercício das relações interpessoais, aspecto fundamental da democracia 
e da cidadania. 
A evolução da história levou a humanidade a criar acordos humanitários de 
respeito e compreensão de todas as raças e credos, assim também o paradigma 
inclusivo está alicerçado na concepção dos direitos humanos, combatendo de frente 
todas as armadilhas de uma sociedade excludente. 
Foi a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, que uniu os povos 
do mundo todo, percorrendo e influenciando os diversos segmentos da sociedade no 
reconhecimento de que, como consta em seu Artigo 1º, “todos os homens nascem livres 
e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em 
relação uns aos outros com espírito de fraternidade” 
De forma geral, essa declaração assegura às pessoas com deficiência os 
mesmos direitos à liberdade, a uma vida digna, à educação fundamental, ao 
desenvolvimento pessoal e social e à livre participação na vida da comunidade da qual 
fazem parte. 
 
1.1 O Atendimento à Pessoa com Deficiência no Brasil 
 
 
A história do atendimento à pessoa com deficiência no Brasil foi determinada, 
pelo menos até o final do século XIX, pelos costumes e informações vindas da Europa. O 
abandono de crianças com deficiências nas ruas, portas de conventos e igrejas era 
comum no século XVII, que acabavam sendo devoradas por cães ou acabavam morrendo 
de frio,fome ou sede. 
 
A roda dos expostos 
Fonte: http://gloriaperez.com.br/wp-content/uploads/2011/05/a-roda-dos-expostos.jpg 
A criação da “roda de expostos” em Salvador e Rio de Janeiro, no início do 
século XVIII e, em São Paulo, no início do século XIX, deu início a institucionalização 
dessas crianças que eram cuidadas por religiosas. 
De acordo com Mazzotta (1996), historicamente, pode-se dividir a educação 
especial no Brasil em dois momentos; o primeiro caracterizado pelas iniciativas 
governamentais isoladas ou particulares que compreendeu os anos de 1854 a 1956; e o 
segundo caracterizado por iniciativas de âmbito nacional que se desenvolveram a partir 
de 1957 e se mantiveram até os dias atuais. 
Segundo o autor, em 1854, ocorreu a fundação do Imperial Instituto dos Meninos 
Cegos no Rio de Janeiro, por D. Pedro II. Passados 36 anos Teodoro da Fonseca 
renomeou o local de Instituto Nacional dos cegos e no ano seguinte, para homenagear 
17
18
Educação Especial e Inclusiva 
 
uma personagem importante da nossa história, esse lugar é novamente renomeado 
definitivamente de Instituto Benjamim Constant (IBC). 
 
 
Fachada atual do Instituto Benjamin Constant – IBC 
Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-U6V3XkPLncI/UPPpjIgkb4I/AAAAAAAAau4/Oyqpk-XepGE/s1600/1saude-
ocular-sta-marta-2011-instituto-benjamin-constant.jpg 
 
D Pedro II também fundou o Imperial Instituto dos surdos-mudos, local, que 
posteriormente foi renomeado Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) em 1957, 
onde se oferecia educação literária e ensino profissionalizante. 
 
18
19
Educação Especial e Inclusiva 
 
uma personagem importante da nossa história, esse lugar é novamente renomeado 
definitivamente de Instituto Benjamim Constant (IBC). 
 
 
Fachada atual do Instituto Benjamin Constant – IBC 
Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-U6V3XkPLncI/UPPpjIgkb4I/AAAAAAAAau4/Oyqpk-XepGE/s1600/1saude-
ocular-sta-marta-2011-instituto-benjamin-constant.jpg 
 
D Pedro II também fundou o Imperial Instituto dos surdos-mudos, local, que 
posteriormente foi renomeado Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) em 1957, 
onde se oferecia educação literária e ensino profissionalizante. 
 
 
 
 
Fachada atual do Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES 
Fonte: http://s0.ejesa.ig.com.br/portal/images/2012-09/1.490868.jpg 
 
Ambos foram criados pela intercessão de amigos ou de pessoas 
institucionalmente próximas ao Imperador, que atendeu às solicitações, dada a amizade 
que com eles mantinha. Essa prática do favor, da caridade, tão comum no País naquela 
época, instituiu o caráter assistencialista que permeou a atenção à pessoa com 
deficiência, no país, e à educação especial, em particular, desde seu início. 
Após a Proclamação da República, profissionais que haviam ido estudar na 
Europa começaram a retornar entusiasmados com a ideia de modernizar o País. Em 
1906, as escolas públicas começaram a atender alunos com deficiência mental, no Rio 
de Janeiro. 
A educação de alunos com deficiências que, tradicionalmente se pautava num 
modelo de atendimento segregado, tem se voltado nas últimas duas décadas para a 
Educação Inclusiva. Esta proposta ganhou força, sobretudo a partir da segunda metade 
da década de 90 com a difusão da conhecida Declaração de Salamanca (UNESCO, 
1994), que entre outros pontos, propõe que “as crianças e jovens com necessidades 
19
20
Educação Especial e Inclusiva 
 
educativas especiais devem ter acesso às escolas regulares, que a elas devem se 
adequar...”, pois tais escolas constituem os meios mais capazes para combater as 
atitudes discriminatórias, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação 
para todos. 
Sob este enfoque, a Educação Especial que por muito tempo se configurou como 
um sistema paralelo de ensino, vem redimensionando o seu papel, antes restrito ao 
atendimento direto dos educandos com deficiências, para atuar como suporte à escola 
regular no recebimento deste alunado. 
A Educação Especial se constituiu originalmente como campo de saber e área de 
atuação a partir de um modelo médico ou clínico. Embora seja hoje bastante criticado, é 
preciso resgatar que os médicos foram os primeiros profissionais que despertaram a 
sociedade para a necessidade de escolarização dessa clientela que se encontrava 
“misturada” nos hospitais psiquiátricos, sem distinção de idade, principalmente no caso 
da deficiência (FERNANDES, 1999). Sob esse enfoque, a deficiência era entendida como 
uma doença crônica, e todo o atendimento dirigido a essa clientela, mesmo quando 
envolvia a área educacional era de cunho terapêutico. A avaliação e identificação eram 
baseadas em exames médicos e psicológicos, enfatizando o resultado de testes 
projetivos e de inteligência, com rígida classificação. 
De acordo com Glat (1989), a educação escolar não era considerada como 
necessária, ou mesmo possível, principalmente para aqueles com deficiências cognitivas 
e / ou sensoriais severas. O trabalho educacional era relegado a um interminável 
processo de “prontidão para a alfabetização”, sem maiores perspectivas já que não 
havia expectativas quanto à capacidade desses indivíduos desenvolverem-se 
academicamente e ingressarem na cultura formal. 
No Brasil assim como na Europa, os anos 70 representaram a institucionalização 
da Educação Especial, com a preocupação do sistema educacional público em garantir o 
acesso à escola aos indivíduos com deficiências. Em sua afirmação prático-teórica, a 
Educação Especial absorveu os avanços da Pedagogia e da Psicologia da Aprendizagem, 
principalmente a de enfoque comportamental. 
O desenvolvimento de novos métodos e técnicas de ensino baseados nos 
princípios de modificação de comportamento e controle de estímulos permitiu a 
20
21
Educação Especial e Inclusiva 
 
educativas especiais devem ter acesso às escolas regulares, que a elas devem se 
adequar...”, pois tais escolas constituem os meios mais capazes para combater as 
atitudes discriminatórias, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação 
para todos. 
Sob este enfoque, a Educação Especial que por muito tempo se configurou como 
um sistema paralelo de ensino, vem redimensionando o seu papel, antes restrito ao 
atendimento direto dos educandos com deficiências, para atuar como suporte à escola 
regular no recebimento deste alunado. 
A Educação Especial se constituiu originalmente como campo de saber e área de 
atuação a partir de um modelo médico ou clínico. Embora seja hoje bastante criticado, é 
preciso resgatar que os médicos foram os primeiros profissionais que despertaram a 
sociedade para a necessidade de escolarização dessa clientela que se encontrava 
“misturada” nos hospitais psiquiátricos, sem distinção de idade, principalmente no caso 
da deficiência (FERNANDES, 1999). Sob esse enfoque, a deficiência era entendida como 
uma doença crônica, e todo o atendimento dirigido a essa clientela, mesmo quando 
envolvia a área educacional era de cunho terapêutico. A avaliação e identificação eram 
baseadas em exames médicos e psicológicos, enfatizando o resultado de testes 
projetivos e de inteligência, com rígida classificação. 
De acordo com Glat (1989), a educação escolar não era considerada como 
necessária, ou mesmo possível, principalmente para aqueles com deficiências cognitivas 
e / ou sensoriais severas. O trabalho educacional era relegado a um interminável 
processo de “prontidão para a alfabetização”, sem maiores perspectivas já que não 
havia expectativas quanto à capacidade desses indivíduos desenvolverem-se 
academicamente e ingressarem na cultura formal. 
No Brasil assim como na Europa, os anos70 representaram a institucionalização 
da Educação Especial, com a preocupação do sistema educacional público em garantir o 
acesso à escola aos indivíduos com deficiências. Em sua afirmação prático-teórica, a 
Educação Especial absorveu os avanços da Pedagogia e da Psicologia da Aprendizagem, 
principalmente a de enfoque comportamental. 
O desenvolvimento de novos métodos e técnicas de ensino baseados nos 
princípios de modificação de comportamento e controle de estímulos permitiu a 
 
 
aprendizagem e o desenvolvimento acadêmico desses sujeitos, até então desacreditados 
no processo educacional. Glat (1985), coloca o fato de que “O deficiente pode aprender”, 
tornou-se a palavra de ordem, resultando numa mudança de paradigma do “modelo 
médico” para o “modelo educacional”. A ênfase não era mais a deficiência intrínseca do 
indivíduo, mas sim a falha do meio em proporcionar condições adequadas que 
promovessem a aprendizagem e o desenvolvimento (GLAT, 1985; 1995; KADLEC & 
GLAT, 1984). 
Apesar dos avanços, de acordo com Bueno (1993), este modelo não representou 
garantia de ingresso de alunos com deficiências no sistema de ensino. A Educação 
Especial funcionava como um serviço paralelo, com métodos ainda de forte ênfase 
clínica e currículos próprios. As classes especiais implantadas nas décadas de 70 e 80 
serviram mais como espaços de segregação para aqueles que não se enquadravam no 
sistema regular de ensino, do que uma possibilidade para ingresso na rede pública de 
alunos com deficiências, cuja maioria ainda continuava em instituições privadas. 
Acompanhando a tendência mundial da luta contra a marginalização das 
minorias, começou a se consolidar em nosso país, no início da década de 80, a filosofia 
a Integração e Normalização. A premissa básica desse conceito é que pessoas com 
deficiências têm o direito de usufruir as condições de vida o mais comuns ou normais 
possíveis na comunidade onde vivem, participando das mesmas atividades sociais, 
educacionais e de lazer que os demais (GLAT, 1989; 1995; PEREIRA, 1990). 
O modelo segregado de Educação Especial passou a ser questionado, iniciando 
uma busca por alternativas pedagógicas para a inserção de todos os alunos, mesmo os 
com deficiências severas, preferencialmente no sistema rede regular de ensino, como 
recomendado no artigo 208 da Constituição Federal de 1988. Assim, foi instituída, no 
âmbito das políticas educacionais, a Integração. Este modelo, que infelizmente até hoje 
ainda é o mais prevalente em nossos sistemas escolares, visa preparar alunos advindos 
das classes e escolas especiais para serem integrados em classes regulares recebendo, 
na medida de suas necessidades, atendimento paralelo em salas de recursos ou outras 
modalidades especializadas. 
 
1.2 Aspectos legais 
21
22
Educação Especial e Inclusiva 
 
 
Segundo Mantoan (2003), mesmo quando temos a garantia da lei, ainda é 
possível conduzir o conceito de diferença para o âmbito do preconceito, inferioridade, 
exclusão e discriminação, pois é o que tem acontecido ao longo da história em muitas 
políticas educacionais, que se aproveitam das indefinições da clientela onde está 
inserida, pouca participação dos pais nos assuntos relacionados à educação, falta de 
clareza conceitual, desrespeito a determinações constitucionais, interpretações 
equivocadas da legislação educacional, e acima de tudo, preconceitos, distorcem o 
verdadeiro sentido da inclusão, reduzindo seu princípio à simples convivência, inserção 
dos alunos com deficiência na rede regular de ensino, assim, faz-se necessário que o 
profissional de educação em especial e toda a sociedade tenha conhecimento dos 
aspectos legais que justificam a educação inclusiva. 
Para que o indivíduo, com deficiência ou não, esteja realmente incluído na escola 
e nos ambientes sociais em geral, as leis constituem um sustentáculo essencial no 
processo de inclusão das diversidades. 
No âmbito legal, na Constituição Brasileira de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional nº 9394 de 1996, o tema da educação especial está representado 
em forma de regras como o direito de igualdade de todo o cidadão, tendo sido escrita 
com base na Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações 
Unidas (O.N.U.) de 1948. No seu artigo 2º define “os princípios e fins da educação 
nacional que deve ser igualitária, com respeito à liberdade, garantindo um padrão de 
qualidade especializado e gratuito a todos, sem exceção”. 
No Brasil, iniciando nossa análise pela lei maior, a Constituição Federal de 1988, 
vemos que o direito à educação para todos está garantido. Nela se afirmam as seguintes 
proposições: 
 
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e 
sua qualificação para o trabalho. 
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 
I – igualdade de condições para acesso e permanência na escola; 
[...] 
Art. 208. O dever do estado com a educação será efetivado mediante 
garantia de: 
22
23
Educação Especial e Inclusiva 
 
 
Segundo Mantoan (2003), mesmo quando temos a garantia da lei, ainda é 
possível conduzir o conceito de diferença para o âmbito do preconceito, inferioridade, 
exclusão e discriminação, pois é o que tem acontecido ao longo da história em muitas 
políticas educacionais, que se aproveitam das indefinições da clientela onde está 
inserida, pouca participação dos pais nos assuntos relacionados à educação, falta de 
clareza conceitual, desrespeito a determinações constitucionais, interpretações 
equivocadas da legislação educacional, e acima de tudo, preconceitos, distorcem o 
verdadeiro sentido da inclusão, reduzindo seu princípio à simples convivência, inserção 
dos alunos com deficiência na rede regular de ensino, assim, faz-se necessário que o 
profissional de educação em especial e toda a sociedade tenha conhecimento dos 
aspectos legais que justificam a educação inclusiva. 
Para que o indivíduo, com deficiência ou não, esteja realmente incluído na escola 
e nos ambientes sociais em geral, as leis constituem um sustentáculo essencial no 
processo de inclusão das diversidades. 
No âmbito legal, na Constituição Brasileira de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional nº 9394 de 1996, o tema da educação especial está representado 
em forma de regras como o direito de igualdade de todo o cidadão, tendo sido escrita 
com base na Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações 
Unidas (O.N.U.) de 1948. No seu artigo 2º define “os princípios e fins da educação 
nacional que deve ser igualitária, com respeito à liberdade, garantindo um padrão de 
qualidade especializado e gratuito a todos, sem exceção”. 
No Brasil, iniciando nossa análise pela lei maior, a Constituição Federal de 1988, 
vemos que o direito à educação para todos está garantido. Nela se afirmam as seguintes 
proposições: 
 
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e 
sua qualificação para o trabalho. 
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 
I – igualdade de condições para acesso e permanência na escola; 
[...] 
Art. 208. O dever do estado com a educação será efetivado mediante 
garantia de: 
 
 
[...] 
III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, 
preferencialmente na rede regular de ensino; 
IV – atendimento em creches e pré-escolaàs crianças até 5 (cinco) anos de 
idade. 
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas, podendo ser 
dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas 
em lei, que: 
I – comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes 
financeiros em educação. 
 
 
 
Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-BW79oP0kJOs/UWgEybaB-
OI/AAAAAAAABoo/ycxnTz8HXA4/s1600/INCLUS%25C3%2583O.jpg 
 
 
A Constituição Federal do Brasil (1988), garante a todos, o direito à educação, 
responsabilizando o Estado no dever da oferta e à família no da frequência, garante o 
direito de igualdade de condições de acesso e permanência na escola de ensino regular, 
sem nenhum tipo de discriminação, com uma educação voltada para o pleno 
desenvolvimento humano e o preparo para a cidadania, devendo o Estado ainda oferecer 
preferencialmente na rede regular de ensino, o atendimento educacional especializado 
aos alunos com deficiência, ou seja, garante a todos não só o acesso à matrícula, mas 
também o direito a um ensino de qualidade, tornando assim, a escola de ensino regular 
de todos os alunos, torna direito do cidadão uma escola que atenda às suas 
23
24
Educação Especial e Inclusiva 
 
necessidades educacionais, ainda que para isso, seja necessário o atendimento 
educacional especializado. 
 
“Quando garante a todos o direito à educação e ao acesso à escola, a 
Constituição Federal não usa adjetivos e assim sendo, toda escola deve 
atender aos princípios constitucionais, não podendo excluir nenhuma 
pessoa em razão de sua origem, raça, sexo, cor, idade ou deficiência.” 
(MANTOAN, 2003, p. 23). 
 
 
A Declaração de Salamanca (1994), reafirma o compromisso com a educação 
para todos, afirmando que as escolas deveriam acolher a todas as crianças e promover 
um ensino de qualidade para as mesmas, buscando formas para que essa educação 
seja bem sucedida, e passa a influenciar a construção das políticas públicas inclusivas, 
convocando os governantes de todo o mundo, a assumirem politicamente a educação de 
qualidade para todos, com a pedagogia voltada para a criança, assim, considerando as 
experiências dos países participantes, as resoluções, recomendações e publicações do 
sistema das Nações Unidas, e outras organizações intergovernamentais, as propostas, 
direções e recomendações com origem nos cinco seminários regionais preparatórios da 
Conferência Mundial, o documento apresenta uma nova estrutura para a educação 
especial, voltada para a educação inclusiva, observando aspectos, como a filosofia da 
escola inclusiva, políticas públicas, legislação, políticas educacionais, recrutamento e 
treinamento de educadores e outros fatores importantes para que a proposta possa ter 
real sucesso. 
“A utilização de métodos que contemplem as mais diversas necessidades 
dos estudantes, inclusive eventuais necessidades especiais, deve ser regra 
no ensino regular e nas demais modalidades de ensino, como a Educação 
de Jovens e Adultos, a Educação Profissional, não se justificando a 
manutenção de um ensino especial, apartado.” (MANTOAN, 2003, p.24). 
 
Na Lei nº. 9.394, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu 
Capítulo V, a Educação Especial, é tida como uma modalidade de educação escolar, que 
atende os alunos com necessidades educacionais especiais de todos os níveis de ensino, 
devendo ser oferecida preferencialmente na rede regular, funcionando como apoio, 
suplementação e complementação, do ensino regular e não substituindo o mesmo, 
24
25
Educação Especial e Inclusiva 
 
necessidades educacionais, ainda que para isso, seja necessário o atendimento 
educacional especializado. 
 
“Quando garante a todos o direito à educação e ao acesso à escola, a 
Constituição Federal não usa adjetivos e assim sendo, toda escola deve 
atender aos princípios constitucionais, não podendo excluir nenhuma 
pessoa em razão de sua origem, raça, sexo, cor, idade ou deficiência.” 
(MANTOAN, 2003, p. 23). 
 
 
A Declaração de Salamanca (1994), reafirma o compromisso com a educação 
para todos, afirmando que as escolas deveriam acolher a todas as crianças e promover 
um ensino de qualidade para as mesmas, buscando formas para que essa educação 
seja bem sucedida, e passa a influenciar a construção das políticas públicas inclusivas, 
convocando os governantes de todo o mundo, a assumirem politicamente a educação de 
qualidade para todos, com a pedagogia voltada para a criança, assim, considerando as 
experiências dos países participantes, as resoluções, recomendações e publicações do 
sistema das Nações Unidas, e outras organizações intergovernamentais, as propostas, 
direções e recomendações com origem nos cinco seminários regionais preparatórios da 
Conferência Mundial, o documento apresenta uma nova estrutura para a educação 
especial, voltada para a educação inclusiva, observando aspectos, como a filosofia da 
escola inclusiva, políticas públicas, legislação, políticas educacionais, recrutamento e 
treinamento de educadores e outros fatores importantes para que a proposta possa ter 
real sucesso. 
“A utilização de métodos que contemplem as mais diversas necessidades 
dos estudantes, inclusive eventuais necessidades especiais, deve ser regra 
no ensino regular e nas demais modalidades de ensino, como a Educação 
de Jovens e Adultos, a Educação Profissional, não se justificando a 
manutenção de um ensino especial, apartado.” (MANTOAN, 2003, p.24). 
 
Na Lei nº. 9.394, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu 
Capítulo V, a Educação Especial, é tida como uma modalidade de educação escolar, que 
atende os alunos com necessidades educacionais especiais de todos os níveis de ensino, 
devendo ser oferecida preferencialmente na rede regular, funcionando como apoio, 
suplementação e complementação, do ensino regular e não substituindo o mesmo, 
 
 
sendo assim, sua função, passa a ser a de ajudar, apoiar a escola comum, nas 
peculiaridades da aprendizagem dos alunos com necessidades educacionais especiais. 
O projeto, a organização e a prática pedagógica das instituições de ensino 
devem respeitar a diversidade dos alunos, como elemento principal, integrante e distinto 
do sistema educacional, e oferecer diferenciações nos atos pedagógicos que 
contemplam as necessidades educacionais de todos os alunos. Os serviços educacionais 
especiais, embora diferenciados, não podem se desenvolver isoladamente, mas devem 
fazer parte de uma estratégia global de educação e visar as suas finalidades gerais. 
Conforme define a atual LDB nº 9.394 de 1996, a educação especial é uma 
modalidade de educação escolar voltada para a formação de pessoas com necessidades 
educativas especiais, que perpassa, ou seja, deve estar presente em todos os níveis de 
ensino, como está representada na figura2 a seguir: 
 
 
Fonte: Brasil (2006, p.04) 
 
 
2 O quadro ilustra como se deve entender e ofertar os serviços de educação especial, 
como parte integrante do sistema educacional brasileiro, em todos os níveis de 
educação e ensino”. (Parecer CNE/CEB Nº2/2001) 
 
25
26
Educação Especial e Inclusiva 
 
Referentes à educação especial, na LDB, são analisados dispositivos que 
apontam uma ação mais ligada ao sistema e aos programas do ensino regular. A LDB n. 
9394/96 reserva um capítulo exclusivo à educação especial e reafirma o direito à 
educação pública e gratuita das pessoas com deficiência, com condutas típicas e com 
altas habilidades. A seguir: 
 
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a 
modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede 
regular de ensino, para educandos comdeficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. (Redação dada pela 
Lei nº 12.796, de 2013) 
 
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola 
regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. 
 
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços 
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos 
alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino 
regular. 
 
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem 
início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. 
 
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou 
superdotação. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) 
 
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização 
específicos, para atender às suas necessidades; 
 
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível 
exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas 
deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa 
escolar para os superdotados; 
 
III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, 
para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular 
capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; 
 
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na 
vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não 
revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante 
articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que 
apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou 
psicomotora; 
 
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares 
disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. 
 
Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão 
critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, 
26
27
Educação Especial e Inclusiva 
 
Referentes à educação especial, na LDB, são analisados dispositivos que 
apontam uma ação mais ligada ao sistema e aos programas do ensino regular. A LDB n. 
9394/96 reserva um capítulo exclusivo à educação especial e reafirma o direito à 
educação pública e gratuita das pessoas com deficiência, com condutas típicas e com 
altas habilidades. A seguir: 
 
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a 
modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede 
regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. (Redação dada pela 
Lei nº 12.796, de 2013) 
 
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola 
regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. 
 
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços 
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos 
alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino 
regular. 
 
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem 
início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. 
 
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou 
superdotação. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) 
 
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização 
específicos, para atender às suas necessidades; 
 
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível 
exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas 
deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa 
escolar para os superdotados; 
 
III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, 
para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular 
capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; 
 
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na 
vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não 
revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante 
articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que 
apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou 
psicomotora; 
 
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares 
disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. 
 
Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão 
critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, 
 
 
especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de 
apoio técnico e financeiro pelo Poder Público. 
 
Parágrafo único. O poder público adotará, como alternativa preferencial, a 
ampliação do atendimento aos educandos com deficiência, transtornos 
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na própria 
rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições 
previstas neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) 
 
Nas Leis n. 4.024/61 e n. 5.692/71, não se dava muita importância a essa 
modalidade educacional. A presença da educação especial na atual LDB certamente 
reflete um crescimento da área em relação à educação geral nos sistemas de ensino. 
Na Resolução CNE/CEB n. 2/2001, Diretrizes Nacionais para a Educação Especial 
na Educação Básica, consideram-se ajudas técnicas os elementos que permitem 
compensar uma das limitações funcionais motoras, sensoriais ou mentais da pessoa 
com deficiência, com o objetivo de permitir-lhe superar as barreiras da comunicação e 
da mobilidade. 
 
A definição de ajudas técnicas está conceituada no artigo 19, parágrafo único, do 
Decreto n. 3.298/99. Essa definição, no âmbito pedagógico, relaciona-se com a ajuda 
que pode ser proporcionada a alunos e professores e está contemplada no Parecer 
CNE/CEB n. 17/2001, a saber: 
 
Todos os alunos, em determinado momento de sua vida escolar podem 
apresentar necessidades educacionais especiais, e seus professores em 
geral conhecem diferentes estratégias para dar respostas a elas. No 
entanto, existem necessidades educacionais que requerem, da escola uma 
série de recursos e apoios de caráter mais especializados. 
 
Mantoan (2003), evidencia a necessidade de as instituições de ensino, 
eliminarem as barreiras arquitetônicas e pedagógicas para facilitar o desenvolvimento 
acadêmico dos alunos com deficiência, assim as creches e escolas não podem mais 
ATENTE-SE 
A expressão “portador de necessidades especiais”, embora ainda esteja presente nas 
leis que amparam o aluno com deficiência, precisa ser substituída gradativamente 
pela expressão mais inclusiva “aluno com necessidades educativas especiais” ou 
“aluno com deficiência”. 
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Educação Especial e Inclusiva 
 
recusarem a matrícula de qualquer criança, devido à deficiência, mas favorecerem a 
estimulação precoce, sem que o aluno tenha prejuízo nos atendimentos clínicos, e para 
que isso não aconteça, estes devem acontecer se possível no mesmo ambiente, ou 
serem estabelecidos convênios. 
O Decreto nº.3.298/99, em seu Capítulo VII, (Da Equiparação de Oportunidades), 
Seção II (Do acesso à Educação), no Artigo 24, trata das condições que o sistema escolar 
por obrigatoriedade deve proporcionar ao aluno com deficiência ou necessidades 
educacionais especiais, bem como, define a educação especial e sua função na rede 
regular de ensino. 
Segundo a Convenção da Guatemala, Brasil (2001), que trata-se de um 
documento criado em maio de 1999, na Guatemala, doqual o Brasil se tornou signatário, 
sendo aprovado pelo Congresso Nacional pelo Decreto Legislativo nº 198, de 13 de junho 
de 2001 e promulgado pelo Decreto nº 3.956, de 08 de outubro de 2001, da Presidência 
da República, tornando-se um documento com valor de norma constitucional, define 
como discriminação qualquer tipo de tratamento desigual baseado na deficiência, que 
leve à privação ou restrição de qualquer direito, assim como não se caracteriza 
discriminação, a diferenciação ou preferência voltada para a pessoa com deficiência com 
a intenção de promover a inclusão, desde que aceita pela pessoa com deficiência e que 
não limitem em si mesmas o direito à igualdade, assim sempre que for para efetivar um 
direito, as preferências e diferenciações podem ser aceitas, já a exclusão ou restrição, 
jamais. 
Para que a Convenção da Guatemala seja cumprida, não há como continuar 
existindo espaços específicos para a educação escolar da pessoa com deficiência, como 
as escolas especiais, já que estas são baseadas nas diferenças observadas na 
deficiência, caracterizando segregação, discriminação e exclusão. (MANTOAN, 2003). 
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, ONU (2007), 
estabelece que deve ser oferecido no ensino regular, o apoio necessário e individualizado 
para que aconteça um bom desenvolvimento da pessoa com deficiência, onde devem ser 
construídas estratégias que busquem este objetivo, ou seja, é direito do aluno com 
deficiência que a rede regular de ensino, em qualquer modalidade, busque recursos que 
o ofereçam condições de alcançar o máximo sucesso acadêmico possível. 
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Educação Especial e Inclusiva 
 
recusarem a matrícula de qualquer criança, devido à deficiência, mas favorecerem a 
estimulação precoce, sem que o aluno tenha prejuízo nos atendimentos clínicos, e para 
que isso não aconteça, estes devem acontecer se possível no mesmo ambiente, ou 
serem estabelecidos convênios. 
O Decreto nº.3.298/99, em seu Capítulo VII, (Da Equiparação de Oportunidades), 
Seção II (Do acesso à Educação), no Artigo 24, trata das condições que o sistema escolar 
por obrigatoriedade deve proporcionar ao aluno com deficiência ou necessidades 
educacionais especiais, bem como, define a educação especial e sua função na rede 
regular de ensino. 
Segundo a Convenção da Guatemala, Brasil (2001), que trata-se de um 
documento criado em maio de 1999, na Guatemala, do qual o Brasil se tornou signatário, 
sendo aprovado pelo Congresso Nacional pelo Decreto Legislativo nº 198, de 13 de junho 
de 2001 e promulgado pelo Decreto nº 3.956, de 08 de outubro de 2001, da Presidência 
da República, tornando-se um documento com valor de norma constitucional, define 
como discriminação qualquer tipo de tratamento desigual baseado na deficiência, que 
leve à privação ou restrição de qualquer direito, assim como não se caracteriza 
discriminação, a diferenciação ou preferência voltada para a pessoa com deficiência com 
a intenção de promover a inclusão, desde que aceita pela pessoa com deficiência e que 
não limitem em si mesmas o direito à igualdade, assim sempre que for para efetivar um 
direito, as preferências e diferenciações podem ser aceitas, já a exclusão ou restrição, 
jamais. 
Para que a Convenção da Guatemala seja cumprida, não há como continuar 
existindo espaços específicos para a educação escolar da pessoa com deficiência, como 
as escolas especiais, já que estas são baseadas nas diferenças observadas na 
deficiência, caracterizando segregação, discriminação e exclusão. (MANTOAN, 2003). 
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, ONU (2007), 
estabelece que deve ser oferecido no ensino regular, o apoio necessário e individualizado 
para que aconteça um bom desenvolvimento da pessoa com deficiência, onde devem ser 
construídas estratégias que busquem este objetivo, ou seja, é direito do aluno com 
deficiência que a rede regular de ensino, em qualquer modalidade, busque recursos que 
o ofereçam condições de alcançar o máximo sucesso acadêmico possível. 
 
 
 
 
Fonte: http://educacaoinclusivaemfoco.com.br/wp-
content/uploads/2015/01/Educa%C3%A7%C3%A3o_Inclusiva_e_o_Atendimento_Educacional_Especializa
do.jpg 
 
Os alunos com necessidades educacionais especiais são aqueles que, conforme 
a Resolução CNE/CEB n. 2/2001, durante o processo educacional, apresentam: 
a) dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de 
desenvolvimento, que dificultam o acompanhamento das atividades curriculares e que 
são compreendidas em dois grupos: 
- aquelas necessidades não vinculadas a uma causa orgânica específica; 
- aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências; 
b) dificuldades que demandam a utilização de linguagem e códigos aplicados; 
c) altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que levam a 
dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes. 
 
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Educação Especial e Inclusiva 
 
Os profissionais da educação, voltam a realização de seu trabalho ao auxílio 
desses alunos, e necessitam estar preparados para atuar em classes comuns com os 
alunos que apresentam alguma deficiência. Assim, nesse sentido, o art. 208 da 
Resolução CNE/CEB n. 2/2001 apontam como algumas competências necessárias ao 
professor: 
- percepção das necessidades educacionais especiais dos alunos; 
- flexibilização da ação pedagógica nas diferentes áreas de conhecimento; 
- avaliação contínua da eficácia do processo educativo; 
- atuação em equipe, inclusive com professores especializados em educação especial. 
O Parecer CNE/CEB n. 17/2001 deixa claro que cabe a todos, principalmente aos 
setores de pesquisa e às universidades, o desenvolvimento de estudos na busca de 
melhores recursos para auxiliar/ampliar a capacidade das pessoas com necessidades 
educacionais especiais de se comunicar, de se locomover e de participar de maneira, 
cada vez mais autônoma, do meio educacional, da vida produtiva e da vida social, 
exercendo assim, de maneira plena, a sua cidadania. 
De acordo com Mantoan (2003), apenas os dispositivos legais deveriam bastar 
para que qualquer pessoa, com deficiência ou não, tivesse efetivado seu direito ao 
acesso à sala de aula comum, e a um ensino de qualidade, mas é preciso que os 
professores exerçam seu poder na escola, demonstrando a toda a sociedade que a 
inclusão, é uma grande oportunidade de aprendizagem, tanto com relação ao conteúdo 
acadêmico, quanto na construção da cidadania, para os alunos, a sociedade e a 
comunidade escolar, descobrirem e demonstrarem suas capacidades e 
responsabilidades educacionais. 
 
 
 
 
 
 
 
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Os profissionais da educação, voltam a realização de seu trabalho ao auxílio 
desses alunos, e necessitam estar preparados para atuar em classes comuns com os 
alunos que apresentam alguma deficiência. Assim, nesse sentido, o art. 208 da 
Resolução CNE/CEB n. 2/2001 apontam como algumas competências necessárias ao 
professor: 
- percepção das necessidades educacionais especiais dos alunos; 
- flexibilização da ação pedagógica nas diferentes áreas de conhecimento; 
- avaliação contínua da eficácia do processo educativo; 
- atuação em equipe, inclusive com professores especializados em educação especial. 
O Parecer CNE/CEB n. 17/2001 deixa claro que cabe a todos, principalmente aos 
setores de pesquisa e às universidades, o desenvolvimento de estudos na busca de 
melhores recursos para auxiliar/ampliar a capacidade das pessoas com necessidades 
educacionais especiais de se comunicar, de se locomover e de participar de maneira, 
cada vez mais autônoma, do meio educacional, da vida produtiva e da vida social,exercendo assim, de maneira plena, a sua cidadania. 
De acordo com Mantoan (2003), apenas os dispositivos legais deveriam bastar 
para que qualquer pessoa, com deficiência ou não, tivesse efetivado seu direito ao 
acesso à sala de aula comum, e a um ensino de qualidade, mas é preciso que os 
professores exerçam seu poder na escola, demonstrando a toda a sociedade que a 
inclusão, é uma grande oportunidade de aprendizagem, tanto com relação ao conteúdo 
acadêmico, quanto na construção da cidadania, para os alunos, a sociedade e a 
comunidade escolar, descobrirem e demonstrarem suas capacidades e 
responsabilidades educacionais. 
 
 
 
 
 
 
 
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II - A EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA 
 
 Segundo a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação 
Inclusiva – MEC/SEESP (2008), a Educação Inclusiva é um modelo educacional que se 
fundamenta na concepção dos direitos humanos, que entende igualdade e diferença, 
como questões impossíveis de serem tratadas fora do contexto social, interligadas entre 
si, assim, é uma ação política, cultural, social e pedagógica, que defende o direito de 
todos os alunos aprenderem em conjunto, sem nenhum tipo de discriminação. 
Deve ser entendida como uma reforma educativa, que visa inovar práticas, para 
que seja possível desenvolver metodologias que transformem os valores educacionais da 
escola pública tradicional, e consequentemente, permitam que todos os alunos, 
independentemente de suas diferenças de capacidade, aprendam juntos. 
Historicamente a escola, se caracterizou pela visão de que a escolarização era 
privilégio de poucos, daqueles que se adequavam aos padrões exigidos pela mesma 
para o desenvolvimento acadêmico, uma forma de exclusão que foi legitimada, pela 
prática docente e pelas políticas públicas. No entanto com a democratização da escola, 
ficou muito evidente o contraste entre a inclusão e a exclusão, pois o acesso é permitido 
para todos, mas os sistemas de ensino, excluem aqueles que não se encaixam nos 
padrões exigidos, assim o processo de exclusão tem ao longo do tempo categorizado 
seres humanos, e o processo de ensino, segregando e integrando os alunos com 
necessidades educacionais especiais, tornando natural o fracasso escolar. 
O princípio norteador da inclusão é o de que as escolas devem atender todos os 
alunos indistintamente. Não importando suas condições físicas, mentais, emocionais, 
sociais, linguísticas ou qualquer outra. (SALAMANCA, 1994) 
Segundo Mantoan (2003), o rompimento nas bases da estrutura organizacional 
da escola atual, proposto pela educação inclusiva, é uma forma, de libertá-la, para que 
todos os seus participantes, possam construir a aprendizagem, interagir na ação 
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Educação Especial e Inclusiva 
 
formadora, já que o conhecimento, está sendo interpretado de outra maneira, o mundo 
está sendo compreendido diferentemente, estão sendo contestados os velhos 
paradigmas dos tempos modernos. 
A democratização da escola, não a abriu para novas formas de conhecimento, 
pois deu-se continuidade à massificação do saber, sendo reconhecido apenas o 
aprendizado valorizado por essa instituição, o que se caracteriza uma das maneiras de 
exclusão e um grande obstáculo, na inovação da educação, destacando assim, a grande 
importância de questionarmos o modelo atual de formação acadêmica. 
Na proposta da Educação Inclusiva, deve-se extinguir a classificação das 
pessoas em normais e deficientes, iguais e diferentes e do ensino em regular e especial, 
mas promover uma educação direcionada à cidadania plena, que valoriza a diversidade e 
livre de preconceitos, em que o sujeito possa desfrutar de autonomia e independência, 
na vida em sociedade. 
 
 
Fonte: http://www.contrapauta.com.br/wp-
content/plugins/doptg/uploads/xBrTGds2DPEQDB3dP8pTwEAWpOk7jqFqkaQsq7Hz5RFnzf2qnqknpBWGj78y
6TH6p.jpg 
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Educação Especial e Inclusiva 
 
formadora, já que o conhecimento, está sendo interpretado de outra maneira, o mundo 
está sendo compreendido diferentemente, estão sendo contestados os velhos 
paradigmas dos tempos modernos. 
A democratização da escola, não a abriu para novas formas de conhecimento, 
pois deu-se continuidade à massificação do saber, sendo reconhecido apenas o 
aprendizado valorizado por essa instituição, o que se caracteriza uma das maneiras de 
exclusão e um grande obstáculo, na inovação da educação, destacando assim, a grande 
importância de questionarmos o modelo atual de formação acadêmica. 
Na proposta da Educação Inclusiva, deve-se extinguir a classificação das 
pessoas em normais e deficientes, iguais e diferentes e do ensino em regular e especial, 
mas promover uma educação direcionada à cidadania plena, que valoriza a diversidade e 
livre de preconceitos, em que o sujeito possa desfrutar de autonomia e independência, 
na vida em sociedade. 
 
 
Fonte: http://www.contrapauta.com.br/wp-
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Segundo Sassaki (2003), o grau de autonomia do sujeito com deficiência não 
depende apenas do nível de prontidão físico-social do mesmo, mas também da realidade 
do ambiente em que vive, pois é determinada pela relação dos dois, assim tanto um 
quanto o outro são passíveis de mudanças ou adequações, para que as barreiras 
encontradas possam ser minimizadas ou até mesmo eliminadas, ou seja, se em alguns 
casos, as adaptações são feitas pela pessoa com deficiência, como por exemplo, o uso 
da lupa, por pessoas com baixa visão, em outras o ambiente é que precisa ser adaptado 
para que se promova o maior nível de autonomia possível, como, por exemplo a 
construção de rampas para facilitar o acesso de cadeirantes. 
A independência é algo que pode ser construída e estimulada, assim o quanto 
antes a pessoa vivenciar oportunidades que a desenvolvam, melhor será sua vida adulta, 
pois poderá tomar as decisões adequadas às diferentes situações, já que mesmo não 
sendo autônoma em determinado ambiente, pode ser independente pedindo a ajuda que 
a deixará à vontade, em outros poderá agir com autonomia e independência 
simultaneamente. 
 O termo integração deve ser abandonado, porque trata-se de uma inserção 
parcial, o aluno, que anteriormente foi excluído pelo sistema, encaminhado apenas para 
atendimento na Educação Especial, agora é inserido em instituições que oferecem ao 
mesmo, a oportunidade de frequentar a sala de aula comum e/ou participar de 
atendimentos educacionais segregados, o que é incompatível com a inclusão, que 
defende a inserção plena, todos os alunos devem frequentar as salas de aula do ensino 
regular, que não destina-se a determinado modelo de aluno, mas à todos. (MANTOAN, 
2003). 
 Houve um período (passagem do século XX para o século XXI), em que vivíamos 
uma fase de transição entre a integração e a inclusão. Pode ser considerado natural que 
por um tempo, os dois conceitos se confundissem na sociedade, mas gradativamente a 
integração que também se faz necessária, ocuparia menos espaço, enquanto a inclusão 
cresceria, já que a integração pode ser vista como a inserção da pessoa com deficiência, 
preparada anteriormente para a convivência social, enquanto na inclusão a sociedade é 
que se prepara para receber a pessoa com deficiência, o que desafia as práticas 
educacionais do ensino brasileiro, já acostumado com a integração. (SASSAKI, 2003). 
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Educação Especial e Inclusiva 
 
 Segundo Batista e Mantoan (2007), na educação inclusiva, a adaptação do 
conteúdo escolar é feita pelo próprio aluno, a adequação intelectual é muito importante 
tanto para o ensino regular quanto para

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