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HIDRÁULICA – CCE-0187 PERÍODO 2016/02 Capítulo III: Cinemática dos Fluidos e Equação da energia para regime permanente ENGENHARIA / UNESA 1 CINEMÁTICA DOS FLUIDOS Vazão – velocidade média na seção Define-se vazão em volume Q como o volume de fluido que atravessa uma certa seção de escoamento por unidade de tempo. Existe uma relação importante entre a vazão em volume e a velocidade do fluido : Para uma velocidade uniforme na seção: Q = vA Na maioria dos casos práticos, o escoamento não é unidimensional. Assim, podemos definir uma velocidade média como: ENGENHARIA / UNESA 2 As unidades correspondem à definição: m3/s, L/s, m3/h, L/min, ou qualquer outra unidade de volume ou capacidade por unidade de tempo 𝑄𝑣 = 𝑉 𝑡 CINEMÁTICA DOS FLUIDOS Assim como se define uma vazão em volume, podem ser analogamente definidas as vazões em massa (Qm) e em peso (QW). Equação da continuidade para regime permanente Seja o escoamento de um fluido por um tubo de corrente. Em um tubo de corrente não pode haver fluxo lateral de massa. Seja a vazão em massa na seção de entrada Qm1 e na saída Qm2. Para que o regime seja permanente é necessário que não haja variação de propriedades, em nenhum ponto do fluido, com o tempo. ENGENHARIA / UNESA 3 CINEMÁTICA DOS FLUIDOS Logo, Se o fluido for incompressível, então a massa específica na entrada e na saída do volume V deverá ser a mesma. Dessa forma: ENGENHARIA / UNESA 4 Qm1 Qm2 A1 A2 CINEMÁTICA DOS FLUIDOS Ao longo do escoamento, velocidades médias e áreas são inversamente proporcionais, isto é, à diminuição da área correspondem aumentos da velocidade média na seção e vice-versa. Para o caso de diversas entradas e saídas de fluido, a generalização abaixo pode ser feita: Se o fluido for incompressível e for o mesmo em todas as seções, isto é, se for homogêneo: ENGENHARIA / UNESA 5 CINEMÁTICA DOS FLUIDOS Regime permanente: é aquele em que as propriedades do fluido são invariáveis em cada ponto com o passar do tempo. Note-se que as propriedades do fluido podem variar de ponto para ponto, desde que não haja variações com o tempo. Isso significa que, apesar de um certo fluido estar em movimento, a configuração de suas propriedades em qualquer instante permanece a mesma. Um exemplo prático disso será o escoamento pela tubulação do tanque da Figura, desde que o nível dele seja mantido constante. ENGENHARIA / UNESA 6 NC (1) (2) CINEMÁTICA DOS FLUIDOS Nesse tanque, a quantidade de água que entra em (1) é idêntica à quantidade de água que sai por (2); nessas condições, a configuração de todas as propriedades do fluido como velocidade, massa específica, pressão etc., será, em cada ponto, a mesma em qualquer instante. Note-se que em cada ponto a velocidade, por exemplo, é diferente, assim como a pressão o será, pela lei de Stevin. Regime variado: é aquele em que as condições do fluido em alguns pontos ou regiões de pontos variam com o passar do tempo. Se no exemplo da Figura, não houver fornecimento de água por (1), o regime será variado em todos os pontos. Denomina-se reservatório de grandes dimensões um reservatório do qual se extrai ou no qual se admite fluido, mas devido à sua dimensão transversal muito extensa, o nível não varia sensivelmente com o passar do tempo. Em um reservatório de grandes dimensões, o nível mantém-se aproximadamente constante com o passar do tempo, de forma que o regime pode ser considerado aproximadamente permanente. ENGENHARIA / UNESA 7 CINEMÁTICA DOS FLUIDOS A Figura mostra um reservatório de grandes dimensões, em que, apesar de haver uma descarga do fluido, o nível não varia sensivelmente com o passar do tempo, e o regime pode ser considerado permanente. A Figura abaixo mostra um reservatório em que a seção transversal é relativamente pequena em face da descarga do fluido. Isso faz com que o nível dele varie sensivelmente com o passar do tempo, havendo uma variação sensível da configuração do sistema, caracterizando um regime variado. ENGENHARIA / UNESA 8 NC t1 t1 t2 t2 CINEMÁTICA DOS FLUIDOS Experiência de Reynolds (1883): Seja um reservatório que contém água. Um tubo transparente é ligado ao reservatório e, no fim deste, uma válvula permite a variação da velocidade de descarga da água. No eixo do tubo é injetado um líquido corante do qual se deseja observar o comportamento. Nota-se que ao abrir pouco a válvula, portanto para pequenas velocidades de descarga, forma-se um filete reto e contínuo de fluido colorido no eixo do tubo (3). Ao abrir mais a válvula (5), o filete começa a apresentar ondulações e finalmente desaparece a uma pequena distância do ponto de injeção. Nesse último caso, como o nível (2) continua descendo, conclui-se que o fluido colorido é injetado, mas, devido a movimento transversais do escoamento, é totalmente diluído na água do tubo (3). Esses fatos denotam a existência de dois tipos de escoamento separados por um escoamento de transição. ENGENHARIA / UNESA 9 CINEMÁTICA DOS FLUIDOS ENGENHARIA / UNESA 10 (1) Água (,) (2) Líquido colorido (3) Tubo de vidro (diâmetro D) (4) Filete de líquido colorido (5) Válvula para regulagem da velocidade v (1) (2) (3) (4) (5) CINEMÁTICA DOS FLUIDOS No primeiro caso, em que é observável o filete colorido reto e contínuo, conclui-se que as partículas viajam sem agitações transversais, mantendo-se em lâminas concêntricas, entre as quais não há troca macroscópicas de partículas – escoamento laminar. No segundo caso, as partículas apresentam velocidades transversais importantes, já que o filete desaparece pela diluição de suas partículas no volume de água – escoamento turbulento. O escoamento laminar é menos comum na prática, mas pode ser visualizado por todos, em um filete de água de uma torneira pouco aberta ou no início da trajetória seguida pela fumaça de um cigarro, já que a uma certa distância dele notam-se movimentos transversais. Reynolds verificou que o fato de o movimento ser laminar ou turbulento depende do valor do número adimensional dado por: ENGENHARIA / UNESA 11 D = comprimento característico da geometria (ex: diâmetro da tubulação, m); = / = viscosidade cinemática do fluido (m2/s); 𝑅𝑒 = 𝐹𝑜𝑟ç𝑎𝑠 𝑖𝑛𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠 𝐹𝑜𝑟ç𝑎𝑠 𝑣𝑖𝑠𝑐𝑜𝑠𝑎𝑠 = 𝑣𝑚é𝑑𝑖𝑎𝐷 = 𝑣𝑚é𝑑𝑖𝑎𝐷𝜌 𝜇 CINEMÁTICA DOS FLUIDOS Essa expressão se chama número de Reynolds e mostra que o tipo de escoamento depende do conjunto de grandezas v, D e , e não somente de cada uma delas. Reynolds verificou que, no caso de tubos, seriam observados os seguintes valores: 1. Re 2.300 – escoamento laminar 2. 2.300 Re 4.000 – escoamento de transição 3. Re 4.000 – escoamento turbulento Observação: mesmo que o escoamento seja turbulento, poderá, em geral, ser admitido como permanente em média nas aplicações. ENGENHARIA / UNESA 12 EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA REGIME PERMANENTE No capítulo anterior, foi introduzida a equação da continuidade. Essa equação conclui que, para que a hipótese de regime permanente seja verdadeira, a massa de fluido que flui por uma seção de um tubo de corrente deve ser idêntica àquela que o abandona por outra seção qualquer. Pode-se, então, fazer um balanço de massas ou vazões em massa entre seções de entrada e saída de um certo escoamento. Baseado no fato de que a energia não pode ser criada nemdestruída, mas apenas transformada, é possível construir uma equação que permitirá fazer o balanço das energias, da mesma forma como foi feito para as massas, por meio da equação da continuidade. A equação que permite tal balanço chama-se equação da energia e nos permitirá, associada à equação da continuidade, resolver inúmeros problemas práticos como, por exemplo: determinação da potência de máquinas hidráulicas, determinação de perdas em escoamento, transformação de energia etc. ENGENHARIA / UNESA 13 EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA REGIME PERMANENTE Tipos de energias mecânicas associadas a um fluido Energia potencial (Ep) é o estado de energia do sistema devido à sua posição no campo da gravidade em relação a um plano horizontal de referência (PHR). Essa energia é medida pelo potencial de realização de trabalho do sistema. ENGENHARIA / UNESA 14 z PHR CG G = mg Na física, o centro de gravidade ou baricentro de um corpo é o ponto onde pode ser considerada a aplicação da força da gravidade de todo o corpo formado por um conjunto de partículas. Essas partículas são atraídas para o Centro da Terra, cada qual com sua força peso. Centro de gravidade, portanto, é o ponto onde pode-se equilibrar todas essas forças de atração. Trabalho = Força x Deslocamento W = Gz = mgz O PHR é adotado arbitrariamente conforme a conveniência da solução do problema. EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA REGIME PERMANENTE Energia cinética (Ec) é o estado de energia determinado pelo movimento do fluido. Seja um sistema de massa m e velocidade v; a energia cinética será dada por: Energia de pressão (Epr) corresponde ao trabalho potencial das forças de pressão que atuam no escoamento do fluido. Seja, por exemplo, um tubo de corrente. Admitindo que a pressão seja uniforme na seção, então a força aplicada pelo fluido externo no fluido do tubo de corrente, na interface de área A, será F = pA. No intervalo de tempo dt, o fluido irá se deslocar de um ds, sob a ação da força F, produzindo um trabalho: W = F.ds = pA.ds = p.dV ENGENHARIA / UNESA 15 CG m v EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA REGIME PERMANENTE ENGENHARIA / UNESA 16 Por definição: dW = dEpr e portanto dEpr = pdV ou EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA REGIME PERMANENTE Energia mecânica total do fluido (E): excluindo-se energias térmicas e levando-se em conta apenas efeitos mecânicos, a energia total de um sistema de fluido será •Equação de Bernoulli A equação de Bernoulli, devido ao grande número de hipóteses simplificadoras, dificilmente poderá produzir resultados compatíveis com a realidade. No entanto, é de importância fundamental, seja conceitualmente, seja como alicerce da equação geral, que será construída pela eliminação gradual das hipóteses da equação de Bernoulli e pela introdução dos termos necessários, para que a equação represente com exatidão os fenômenos naturais. ENGENHARIA / UNESA 17 EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA REGIME PERMANENTE As hipóteses simplificadoras são: 1. Regime permanente; 2. Sem máquina no trecho de escoamento em estudo (“bombas” que fornecem energia ao fluido ou “turbinas” que extraem energia do fluido); 3. Sem perdas por atrito no escoamento do fluido ou fluido ideal; 4. Propriedades uniformes nas seções; 5. Fluido incompressível; 6. Sem trocas de calor. A equação de Bernoulli pode ser enunciada da seguinte forma: “Se entre duas seções do escoamento, o fluido for incompressível, sem atritos, e o regime permanente, se não houver máquina nem trocas de calor, então as cargas totais se mantêm constantes em qualquer seção, não havendo nem ganhos nem perdas de carga” É preciso tomar cuidado ao aplicar a equação de Bernoulli, uma vez que ela é uma aproximação que se aplica apenas às regiões não viscosas do escoamento. Em geral, os efeitos do atrito sempre são importantes em regiões muito próximas de paredes sólidas (camadas-limite) e diretamente a jusante de corpos (esteiras). ENGENHARIA / UNESA 18 EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA REGIME PERMANENTE Simbolicamente: H1 = H2 Onde: H = energia total por unidade de peso numa seção ou carga total na seção ENGENHARIA / UNESA 19 p1 Tubo de corrente Seções (1) e (2) Intervalo de tempo dt, uma massa infinitesimal dm1 de fluido a montante da seção (1) atravessa a mesma e penetra no trecho (1)-(2) acrescentado-lhe a energia dE1. Na seção (2), uma massa dm2 do fluido que pertencia ao trecho (1)-(2) escoa para fora , levando a sua energia dE2. EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA REGIME PERMANENTE Como pelas hipóteses (2), (3) e (6) não se fornece nem se retira energia do fluido, para que o regime seja permanente, é necessário que no trecho (1)-(2) não haja variação de energia, o que implica obrigatoriamente que: Como = dm/dV, o fluido é incompressível (1 = 2) e o regime é permanente (dm1 = dm2): Dividindo a equação por g e lembrando que = g, tem-se a equação de Bernoulli, que permite relacionar cotas, velocidades e pressões entre duas seções do escoamento do fluido. ENGENHARIA / UNESA 20 EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA REGIME PERMANENTE ENGENHARIA / UNESA 21 Equação de Bernoulli z = Ep / G = Energia potencial por unidade de peso ou energia potencial de uma partícula de peso unitário (carga de elevação = energia potencial do fluido) v2 / 2g = Ec / G = energia cinética por unidade de peso ou energia cinética de uma partícula de peso unitário (carga da velocidade) p / = Epr / G = energia de pressão por unidade de peso ou energia de pressão de uma partícula de peso unitário (carga da pressão) Energia constante no volume entre (1) e (2) EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA REGIME PERMANENTE Equação da energia na presença de uma máquina Neste item serão mantidas todas as hipóteses simplificadoras, mas raciocina-se com a presença de uma máquina entre as seções (1) e (2) do tubo de corrente. Máquina, para efeito deste estudo, será qualquer dispositivo introduzido no escoamento, o qual forneça ou retire energia dele, na forma de trabalho. A maneira de funcionamento da máquina não interessa por enquanto, importando somente como sua presença afeta as equações. Por enquanto, subsiste a hipótese de fluido incompressível, para facilidade de linguagem, será denominada “bomba” qualquer máquina que forneça energia ao fluido e “turbina” qualquer máquina que retire energia dele. ENGENHARIA / UNESA 22 EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA REGIME PERMANENTE ENGENHARIA / UNESA 23 (2) (1) H1 H2 M Se não houvesse máquina: H1 = H2 Se a máquina for uma bomba, o fluido receberá um acréscimo de energia tal que: H2 H1 Para restabelecer a igualdade, deverá ser somada ao primeiro membro a energia recebida pela unidade de peso do fluido na máquina. Logo: H1 + HB = H2 A parcela HB é chamada “carga ou altura manométrica da bomba” e representa a energia fornecida à unidade de peso do fluido que passa pela bomba. 𝑃 𝜌𝑔 + 𝑉2 2𝑔 + 𝑧 = 𝐻 (𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜) EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA REGIME PERMANENTE ENGENHARIA / UNESA 24 (2) (1) H1 H2 M Se não houvesse máquina: H1 = H2 Se a máquina for uma turbina, há uma retirada de energia do fluido, tal que: H1 H2 Para restabelecer a igualdade, deverá ser subtraída do primeiro membro a energia retirada da unidade de peso do fluido pela turbina. Logo: H1 - HT = H2 A parcela HT é chamada “carga ou alturamanométrica da turbina”. EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA REGIME PERMANENTE ENGENHARIA / UNESA 25 (2) (1) H1 H2 M Como se deseja estabelecer uma equação geral, a carga manométrica da máquina será indicada por HM e podemos escrever: H1 + HM = H2 Sendo: HM = HB se a máquina for uma bomba HM = - HT se a máquina for uma turbina A presença de uma máquina pode acarretar variações da carga de pressão, da carga potencial e da carga cinética EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA REGIME PERMANENTE Potência de uma máquina e noção de rendimento Potência, por definição, é o trabalho por unidade de tempo. Como trabalho é uma energia mecânica, podemos generalizar definindo potência como sendo qualquer energia mecânica por unidade de tempo. A energia por unidade de peso já foi definida anteriormente e foi denominada “carga”, e o peso por unidade de tempo é a vazão em peso. Dessa forma: ENGENHARIA / UNESA 26 Potência referente ao fluido Vazão em volume Peso específico do fluido Energia por unidade de peso ou carga EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA REGIME PERMANENTE No caso da presença de uma máquina, verificou-se que a energia fornecida ou retirada do fluido, por unidade de peso, é indicada por HM (carga manométrica). Logo, nesse caso, a potência referente ao fluido será dada por: No caso de transmissão de potência, sempre existem perdas e, portanto, a potência recebida ou cedida pelo fluido não coincide com a potência da máquina, que é definida como sendo a potência no seu eixo. ENGENHARIA / UNESA 27 bombas turbinas EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA REGIME PERMANENTE ENGENHARIA / UNESA 28 B = N / NB Rendimento da bomba, N NB devido às perdas na transmissão da potência ao fluido, que se devem principalmente a atritos. NB = Potência da bomba ou disponível no eixo da bomba B N = QHB (potência recebida pelo fluido ao passar pela bomba) perdas motor eixo EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA REGIME PERMANENTE ENGENHARIA / UNESA 29 NT = potência da turbina ou disponível no eixo da turbina Observa-se nesse caso que o fluxo de energia é do fluido para a turbina e, portanto, NT N. Logo: T = NT / N rendimento de uma turbina T N = QHT Potência cedida pelo fluido à turbina perdas eixo gerador EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA REGIME PERMANENTE As unidades de potência são dadas por unidade de trabalho por unidade de tempo. SI: N.m/s = J/s = W (watt) MKS: kgf.m/s = kgm/s Outras unidades: CV (cavalo-vapor) e o HP (horse power) 1 CV = 75 kgm/s = 735 W 1 HP = 1,014 CV 1 kgm/s = 9,8 W ENGENHARIA / UNESA 30 CV - Esta unidade de medida nasceu quando James Watt precisou expressar a potência da máquina a vapor, sua recente invenção. Já que tinham-se estado usando cavalos para mover os moinhos, Watt usou-os como referência. Estimou que um cavalo podia levantar 33.000 lb de água a uma altura de um pé em um minuto. Assim nasceu a unidade de medida horsepower, termo inglês que literalmente significa força de cavalo. Horse-power (HP ou cavalo-de-força) é uma unidade de origem inglesa, aproximadamente equivalente ao CV, porém não são iguais, sendo o HP 1,38% maior que o CV. EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA REGIME PERMANENTE Casos especiais: Escoamento incompressível sem nenhum dispositivo de trabalho mecânico e atrito desprezível equação de Bernoulli. Fator de correção da energia cinética, : Os fatores de correção da energia cinética quase sempre são ignorados (ou seja, é igualado a 1) em uma análise elementar, uma vez que: (i) a maioria dos escoamento encontrados na prática são turbulentos, para os quais o fator de correção é próximo da unidade; e (ii) os termos da energia cinética quase sempre são pequenos com relação aos outros termos da equação da energia, e sua multiplicação por um fator menor do que 2,0 não faz muita diferença. Entretanto, é preciso lembrar de que em algumas situações esses fatores são significativos, particularmente quando o escoamento for laminar ( = 2,0 para escoamento de tubo laminar completamente desenvolvido). 𝐏𝟏 𝛒 + 𝜶𝟏 𝐕𝟏 𝟐 𝟐𝐠 + 𝐳𝟏 + 𝐡𝐛𝐨𝐦𝐛𝐚,𝐮 = 𝐏𝟐 𝛒 + 𝜶𝟐 𝐕𝟐 𝟐 𝟐𝐠 + 𝐳𝟐 + 𝐡𝐭𝐮𝐫𝐛𝐢𝐧𝐚,𝐞 + 𝒉𝑳 ENGENHARIA / UNESA 31 Escoamento em regime permanente incompressível Perdas de carga EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA REGIME PERMANENTE Observações finais: α = 1 A v vm 3 dA ∴ quando o diagrama de velocidades não é uniforme na seção O coeficiente é função do diagrama de velocidades. Quanto maior for o valor de , maior será a distância de um diagrama de velocidades uniforme. Se o perfil de velocidades for dado por: v = vmáx 1 − rn Rn vm = 1 A vdA ∴ vm = 1 πR2 vmáx 1 − rn Rn . 2πr. dr Assim: 𝐯𝐦 = 𝐯𝐦á𝐱 𝐧 𝐧+𝟐 , onde vm é a velocidade média na tubulação Logo: α = 1 πR2 Rn−rn Rn × n+2 n 3 . 2πr. dr ∴ α = 2 R2 . n+2 n 3 . r. Rn−rn Rn 3 . dr Finalmente: α = 2. n+2 n 3 . 1 2 + 3 2n+2 − 3 n+2 − 1 3n+2 ENGENHARIA / UNESA 32 Tubulação com seção circular EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA REGIME PERMANENTE ENGENHARIA / UNESA 33 x y Valor de n Valor de p/escoamento laminar: vm = vmáx 1 − r R 2 ; n = 2, = 2 (1) (2) 𝐻1 +𝐻𝑚 = 𝐻2 + 𝐻𝑃1,2 A energia é sempre decrescente no sentido do escoamento. A potência dissipada ou perdida por atrito pode ser calculada: Ndiss = γQ𝑣HP1,2 𝐻𝑀 = 𝐻𝐵 𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 𝐻𝑀 = −𝐻𝑇(𝑡𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎)
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