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Apostila LPT

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1. COMO LER TEXTOS 
 
 
 
 
ALUNO: ________________________________________________ RA: _____________ 
 
CURSO ________________________________________________ SALA ____________ 
1º SEMESTRE DE 2010 
PROFESSORES 
 
Chafiha Maria Suiti Laszkiewicz 
Celso Henrique Telles Ferreira 
Clélia Maria da Silva 
Jacy do Nascimento Floriano 
Ligia Ramo de Souza Rosa 
Maria Aparecida Silva Salim 
 
chafiha@uninove.br 
 
 
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Aula inicial 
 
Estudar para o sucesso ou estudar para ser feliz? 
Por Roseli Martins Coelho* 
Publicado em 20/07/2006 - 10:19 
 
O sociólogo inglês T.H. Marshall, autor do primeiro livro sobre o tema da cidadania, - CLASSE 
SOCIAL, STATUS E CIDADANIA, de 1949 - demonstra como os diretos que compõem a cidadania foram 
nascendo e se firmando ao longo de três séculos: os direitos civis no Século XVIII, os direitos políticos no 
Século XIX e os direitos sociais no Século XX. 
(...) 
É exatamente esse o objetivo central deste texto (direito de estudar), elaborado para reforçar a energia 
intelectual dos alunos que em breve irão enfrentar o desafio da escolha de uma faculdade e de uma carreira 
profissional. De início, convém enfrentar uma questão terrível: por que os jovens - salvo exceções - não 
gostam de estudar? Sabemos que existem milhares de razões individuais e/ou familiares, como falta de tempo, 
ambiente familiar tumultuado, falta de dinheiro, problemas de saúde, entre tantos outros. Porém, existe uma 
explicação geral para essa ausência de gosto pelos estudos, qual seja, jovens - e adultos também! - não 
gostam de estudar porque não aprendemos a tirar prazer do ato de adquirir conhecimento (grifo nosso). 
Desde cedo somos levados a acreditar que a felicidade mora lá fora, na praia, no sol, no carnaval, no futebol 
ou na balada noturna. Estudar, por sua vez, é encarado como um pesado fardo do qual precisamos nos livrar o 
mais rápido possível. 
(...) 
Aproximadamente metade dos alunos que estão se preparando para ingressar na faculdade irá escolher 
cursos das áreas de exatas ou biológicas. No entanto, a área de humanidades tem uma propriedade que deve 
ser aproveitada por todos os alunos, sejam eles futuros historiadores ou futuros engenheiros: a ênfase na 
linguagem, tanto no que diz respeito à pratica de redação, quanto na tarefa de ler e interpretar o texto escrito. 
Esse foco das disciplinas da área de humanidades deve ser aproveitado por todos os alunos, não apenas porque 
a redação tem peso decisivo nos exames de acesso às faculdades de um modo geral, ou porque sem 
desenvoltura na leitura e na interpretação ninguém é capaz de compreender os enunciados de questões de 
matemática, física, ou de quaisquer outras disciplinas. Mas, sobretudo, porque a linguagem é instrumento de 
desenvolvimento da consciência e do raciocínio. Além disso, a linguagem é o plasma da vida em sociedade, e 
todas as profissões são exercidas nos marcos da sociedade, com suas conquistas e suas injustiças. 
Aqui entra o papel da Literatura. É preciso dizer com todas as letras que ignorar a tradição literária de 
um povo tem conseqüências deletérias, pois não é possível formar um bom químico, por exemplo, sem uma 
dose de Machado de Assis. A literatura não apenas expressa quem somos nós, povo brasileiro, como situa os 
traços de personalidade de cada um de nós - e dos personagens - numa chave universal de humanidade. Um 
dos mais brilhantes intelectuais que o Brasil já produziu, Antonio Candido, no texto "Direito à Literatura", 
enfatiza um mérito da Literatura que geralmente passa despercebido: a obra literária é um fator de ajuda na 
organização de nossos pensamentos e de nossos sentimentos. 
 
 
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Uma vez que o texto literário nos ajuda na compreensão da sociedade e aprofunda nosso entendimento 
das relações pessoais, a convivência com as obras literárias pode ser importante instrumento na conquista da 
"inteligência emocional", uma das características pessoais mais valorizadas pelo mercado de trabalho, que 
nada mais é do que a capacidade de conviver com pessoas diferentes e de absorver decepções de modo 
civilizado e não auto-destrutivo. A obra literária pode ser uma aliada importante para o profissional de nossos 
dias, que não pode cogitar parar de estudar, porque a Literatura mantém a mente preparada para a inclusão de 
novos conhecimentos, pois "ela nos organiza, nos liberta dos caos e nos humaniza", para usar as palavras de 
Antonio Candido. 
Apesar de toda apologia que se possa fazer à ampliação do conhecimento, basta observar a realidade 
para saber que estudar não garante automaticamente um futuro profissional maravilhoso. Porém, todo mundo 
da área da educação sabe que há uma relação direta entre escolaridade e nível de renda, conforme já foi 
comprovado por diversas pesquisas. Independentemente da profissão, o salário - ou a renda, caso se torne um 
profissional liberal ou um empresário - estará relacionado ao número de anos passados na escola e, é claro, 
aos cursos de fato concluídos. Essa relação entre escolaridade e renda é verificável até mesmo entre 
trabalhadores de ocupações idênticas: um caixa de banco que estudou 18 anos ganha mais do que um colega 
que estudou 16 anos. Entre profissionais que concluíram o ensino superior está igualmente presente essa 
tendência: um médico que, depois de formado, fez cursos de especialização tem renda mais alta do que um 
colega que parou de estudar quando recebeu o diploma. Não por acaso, a reputação de "médico de ricos" - 
equivalente, é claro, à reputação de excelente médico - é construída a partir de títulos obtidos formalmente na 
universidade, como mestrado ou doutorado. Além da renda propriamente dita, quase todas as realizações que 
podem ser extraídas de uma carreira profissional dependem da quantidade de anos investidos nos estudos e 
dos diplomas obtidos. Que fique claro, portanto, que sem educação formal não existe possibilidade de sucesso 
profissional. 
Resta tentar responder à segunda parte da pergunta que relaciona estudo e felicidade. O processo de 
ampliação do conhecimento habilita cada um a enxergar o mundo e a si próprio com olhos críticos, pois 
fornece subsídios para a análise apurada das relações sociais que determinam o lugar de cada indivíduo na 
sociedade. A compreensão dos diversos fatores que compõem a estrutura social permite que o jovem do 
ensino médio - ou de qualquer estágio da escolarização - se situe de maneira realista diante de uma das 
perversidades da sociedade contemporânea, que é a integração social pelo consumo. Como a ditadura do 
consumo nunca pode ser plenamente satisfeita - há sempre um celular novo, um tênis mais bonito ou outro 
objeto de consumo - a frustração constante pode levar à diminuição da auto-estima e à erosão de relações 
sociais e familiares. A ampliação do conhecimento facilita a tarefa de desmontar as armadilhas do 
consumismo, tarefa essa da qual ninguém está liberado, nem mesmo os muito ricos, como fica evidente nos 
exemplos de milionários que perderam tudo. 
O posicionamento crítico diante da realidade social não significa diminuir a capacidade de sonhar. Os 
sonhos - de realização profissional, de bem-estar material, ou de felicidade afetiva - são o ponto de partida 
necessário de um projeto a ser perseguido. É claro que esse duplo exercício mental - um olho na realidade e 
 
 
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um olho nos projetos de vida - é constantemente submetido a provações de toda ordem. De um lado, os 
supostos exemplos de jovens que se tornaram muito ricos com o futebol ou com a música, por exemplo. De 
outro, as dificuldades concretas vivenciadas pelos jovens e suas famílias, e que muitas vezes são motivos reais 
de abandono ou de adiamento de projetos. Entretanto, o desenvolvimento
pessoal, resultado da ampliação do 
conhecimento, poderá assegurar a capacidade de se manter, de modo realista, na perspectiva da construção de 
um projeto profissional. 
Para encerrar com o mesmo autor, T.H. Marshall define a cidadania como um "conjunto formidável 
de direitos", no qual está o "direito de participar, por completo, na herança social e levar a vida de um ser 
civilizado de acordo com os padrões que prevalecem na sociedade". E os padrões que prevalecem na 
sociedade, sabemos todos, são aqueles de valorização absoluta do conhecimento. Quem está impedido de 
participar da herança social devido a insuficiências da formação profissional não pode conquistar a felicidade. 
Em outros termos, estudar é imprescindível para ser feliz. 
* Roseli Aparecida Martins Coelho é professora da cadeira de Teoria Política da FESPSP (Fundação Escola de 
Sociologia e Política de São Paulo). Doutora em Filosofia Política e Mestre em Ciências Sociais. 
Disponível em: http://www.universia.com.br/docente/materia.jsp?materia=11664.(02/02/2010) 
 
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO 
 A maioria das atividades de estudo compreende o ato de ler, desse modo, para atingir a apreensão dos 
conteúdos estudados é necessário ser um leitor competente, que saiba coletar e armazenar informações. Desse 
modo, além de se familiarizar com técnicas de leitura e escrita, é preciso avaliar o que se compreende por 
estudar e adotar um método adequado de trabalho. 
Método de estudo 
Na sala de aula 
 É muito importante freqüentar todas as aulas, até o final sem ficar entrando e saindo; 
 Fazer anotações, não basta adotar uma postura silenciosa e atenta, ou seja, olhar fixamente para o 
professor (o que o professor é tão ou mais importante que o que escreve na lousa), não podemos 
contar apenas com a memória; 
 Tenha em mãos os materiais necessários para a aula; 
 procure sanar suas dúvidas durante a aula, assim que elas surgirem (não perguntar não quer dizer que 
entendeu, as dúvidas surgem justamente quando se presta atenção às aulas e não o contrário: aqueles 
que mal ouvem o professor, realmente não têm o que perguntar); 
 Evite conversas e brincadeiras que possam dispersar a atenção da turma (lembre-se de desligar seu 
celular – todos sabem que você está estudando durante aquele período). 
 
A revisão em casa 
 É preciso ter os horários planejados, bem divididos; 
 
 
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 Concentre-se em uma tarefa de cada vez; 
 Analisar cada conteúdo em busca da melhor forma de estudar: o treino é importante, mas é preciso 
compreender, antes de repetir exercícios mecanicamente; 
 Criar um roteiro de trabalho que respeite as prioridades (prazos de entrega/grau de dificuldade); 
 Se possível faça a leitura prévia das aulas; 
 Faça intervalos regulares; 
 Procure relacionar o conteúdo novo ao que já conhece, envolva-se com o conteúdo; 
 Anote as dúvidas que surgirem para não se esquecer de saná-las na próxima aula. 
 
 
 
 
1. LEITURA: O ENTENDIMENTO DO TEXTO 
Texto para leitura e reflexão 
Você é um bom leitor?* 
“Viva livros um momento, aprenda neles o que lhe parecer digno de ser aprendido, mas, antes 
de tudo, ame-os. Este amor ser-lhe-á retribuído milhares de vezes e, como quer que se torne 
sua vida, ele passará a fazer parte, estou certo, do tecido de seu ser, como uma das fibras mais 
importantes, no mais das suas experiências, desilusões e alegrias” (RILKE, R. M. Cartas a 
um jovem poeta. Trad. P. Rónai. 11. ed. Rio de Janeiro: Globo, 1983, p. 29). 
Ninguém nega que ler de modo competente é decisivo ao sucesso na vida estudantil. 
Mas, não são poucos os que se perguntam: O que é ler? Como ler de modo proveitoso? 
Pensando nessas perguntas, meu objetivo neste artigo é tentar viabilizar o entendimento do 
significado da leitura, além de, observando o que dispõe a literatura especializada, arriscar-
me na proposta de uma metodologia para o ato de ler. 
Ler, necessidade de todas as pessoas, mas sobretudo de quem cursa o ensino superior, 
relaciona-se à capacidade de eleger, escolher, decifrar, conhecer e interpretar informações, 
conhecimentos e saberes registrados segundo as normas da cultura letrada. 
Nessa perspectiva, o bom leitor é aquele que vai além da decifração de um termo para 
captar idéias, conceitos e teorias, visando à ampliação dos horizontes culturais próprios e do 
seu entorno humano. 
Na academia, a leitura de textos científicos, filosóficos, literários, entre outros, além de 
aumentar o vocabulário do estudante e de lhe dar instrumentos conceituais apropriados ao 
entendimento dos conteúdos estudados, é um ato que potencializa a autoria de pensamento, o 
alcance da consciência crítica e a habilidade na elaboração de projetos de pesquisa, ensino e 
extensão, propósitos de vida e programas de ação em meio à realidade vivida. 
Ao ler, inicialmente, o leitor é desafiado a identificar o sentido das letras e palavras, 
dos parágrafos e capítulos, os chamados “símbolos gráficos textuais” que se apresentam 
repletos de noções, idéias, conceitos, opiniões, teses, leis e teorias relativas ao objeto a 
que se refere e investiga. É nessa etapa que os dicionários e assemelhados são 
imprescindíveis. 
Para que isso aconteça, no entanto, a leitura proveitosa, que leva o leitor a alcançar os 
objetivos propostos com essa atividade, requer três momentos subseqüentes, a saber: 
 LEMBRE-SE de que estudar é um processo contínuo, dedicar o final 
anterior à semana de provas, mesmo que todas as 48 horas, ao estudo do 
conteúdo do semestre não levará ao sucesso nas provas e, o que é pior, não 
garante de maneira alguma o aprendizado. 
 
 
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a) o da leitura pela “síncrese”, que consiste em passar os olhos na totalidade do texto para que 
o leitor compreenda o contexto do texto, mesmo que de maneira superficial; 
b) o da leitura pela “análise” é o momento em que a semântica do texto é esmiuçada de modo 
a evidenciar a intencionalidade do autor, a mostrar o que o autor objetivou ao escrever, razão 
pela qual o entendimento das partes deve levar ao entendimento do todo textual, em sua 
introdução, desenvolvimento e conclusão; 
c) o da leitura de “síntese” é o que conduz o leitor a recompor o texto, utilizando, para tanto, 
da compreensão profunda que adquiriu nos momentos precedentes e que lhe possibilitam 
dizer qual a tese, a idéia, a teoria, os conceitos apresentados, estudados e defendidos, ou 
não, pelo autor. 
Se essa atividade de leitura for enriquecida por uma postura que prime pela 
concentração, atenção, espírito crítico e vontade de saber, então a leitura passa a ser 
significativa. 
Assim realizada, a leitura passa a ser uma importante ferramenta ao 
desenvolvimento pessoal, humano e profissional, o qual determinará a qualidade de vida e a 
condição cidadã de quem a executa. 
Quando, em uma cultura letrada como a brasileira, as pesquisas indicam que estamos 
lendo pouco, então constatamos a desvalorização de uma forma importante de aprendizado e 
crescimento. Com essa desvalorização surge o embotamento da 
imaginação pessoal e coletiva, o empobrecimento do pensar, a fragilização da consciência, o 
pauperismo do querer e o raquitismo do saber. 
Esses desastres culturais não podem estar acontecendo impunemente. É preciso dizer que 
negar o direito à leitura é obstruir um caminho decisivo à inserção no mundo da cultura, é 
abortar um importante processo de humanização e fortalecimento da 
consciência política. 
Por que lemos pouco? Lemos pouco porque não formamos o hábito da leitura, porque 
no cotidiano familiar e da escola não nos mostram o poder da leitura. Lemos pouco porque os 
livros são caros, porque não aprendemos o prazer de ler, aprender e ensinar, porque não 
compreendemos bem
a função social do ato de ler. 
Causam estarrecimento as notícias que mostram que o fracasso na atividade de leitura 
tem motivos improváveis para o senso corrente: os estudantes não lêem porque seus pais e 
professores simplesmente não lêem. Como não lêem, eles não sabem transmitir apego aos 
variados tipos de texto, não fruem o sabor de saber. E é evidente: só podemos ensinar o que 
sabemos, aquilo de que gostamos e é importante para nós. Por isso, precisamos aprender 
essas coisas para que possamos ensiná-las aos outros. 
E, evidentemente, precisamos ler. Por meio da leitura, enriquecemos nosso universo 
vocabular, potencializamos nossa capacidade para a escrita e ampliamos nossa visão de 
mundo, de sociedade e da nossa vida pessoal e coletiva. A leitura nos enriquece. 
Contribui para que tenhamos instrumentos para construirmos sentido, direção e 
significado à existência. 
Ler é ser mais. Por isso, ler é uma daquelas poucas coisas nas quais vale a pena 
investir tempo e energia. De certo modo, como disse Jorge Luís Borges, ler é, sim, um outro 
modo de viver e ser feliz. 
_____ 
*Artigo publicado no sítio Philoterapia, em 15/06/2007. 
Wilson Correia 
Publicado no Recanto das Letras em 07/03/2009 
Código do texto: T1473578 
 
 
 
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Um dos grandes desafios no estudo da leitura tem sido como interpretar de modo adequado o 
significado dos textos a que somos diariamente expostos, já que vivemos em uma sociedade letrada. 
Esse desafio se acentua quando, em sala de aula, é proposta a análise e a discussão de um 
texto, prática comum, especialmente no ensino superior. Uma das grandes queixas dos alunos é que 
suas considerações só estão corretas quando vão ao encontro do que os professores pensam. 
Isso não é verdade, os textos trazem idéias reveladas explicitamente, ou de maneira implícita 
(mas que podem ser depreendidas); fazem referências a verdades externas ao texto ou a outros textos 
e ainda trazem idéias periféricas cuja função é dar sustentação à idéia central. Esses aspectos são a 
base da interpretação e compreensão que, portanto, devem ser percebidos e utilizados no processo de 
leitura e entendimento dos textos. 
 Até mesmo as questões da área de exatas pedem senso crítico e compreensão de enunciados, 
muitas vezes erra-se uma questão de física por não entender o que foi pedido. Trata-se então de 
interpretação de textos, que se torna exigência de todas as disciplinas e também da vida profissional. 
 
 Quando você for buscar uma vaga no mercado de trabalho a 
criticidade, a capacidade de comunicação e de compreensão do 
mundo serão atributos importantes nessa concorrência. 
 ( Russo, 2004:15) 
 
Assim, nossos estudos visam a minimizar esse problema. Para iniciar esse processo é 
necessário ampliar o conhecimento de mundo, ou seja, ler um pouco de tudo e entrar em contato com 
algumas técnicas de leitura que, certamente, o auxiliarão em seus estudos. 
 
2. ESTRATÉGIAS DE LEITURA I 
 Há procedimentos que podem ser utilizadas na leitura de um texto. Observe: 
a) o texto deve ser lido na íntegra, ou seja, a leitura se inicia no título e termina na fonte de onde foi 
retirado o texto. Essas referências, muitas vezes, estão ao final do texto. Recomenda-se uma primeira 
sem interrupções para que se tome conhecimento do texto como um todo (skimming). 
b) uma segunda leitura deve ser feita com o auxílio do dicionário, a fim de dirimir dúvidas em 
relação a uma ou outra palavra cujo significado não se pôde apreender pela leitura do todo. 
c) observar palavras repetidas ou retomadas, já que elas orientam a identificação do tema abordado 
no texto. 
 
 
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d) perceber as evidências tipográficas que também nos oferecem informações relevantes à 
compreensão dos textos como, por exemplo, letras maiúsculas, negrito, itálico, aspas. 
e) muitas vezes, lemos com o objetivo de encontrar informações específicas no texto, os 
procedimentos dos itens anteriores certamente favorecerão a localização dessas informações 
(scanning). 
f) a verificação de palavras do mesmo contexto semântico (índices, inflação, taxa de juros, 
porcentagem, longo prazo), a observação de elementos do contexto não-lingüístico como gravuras, 
gráficos, tabelas, números e até a própria estrutura do texto ( a divisão de parágrafos e a disposição 
das imagens) nos auxiliam a inferir o conteúdo do texto - trata-se de acionar nosso conhecimento 
prévio, nosso conhecimento de mundo (prediction). 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
 
1. Observe o texto a seguir, em dinamarquês, e veja se você consegue responder às questões: 
 
CASINO AALBORG 
Velkommen til Danmarks mest venlige kasino 
 
 
Ved Stranden, 14-16 Tlf. 98 10 15 50. Glaed dig til spaendende og morsomme timer i selskab 
med festlige mennesker i en international atmosfaere. Aben alle ugens dage fra kl. 20.00 – 04.00. 
Entré DKK 50,00,-. Der er legitimationspligt i henhold til dansk lov. Ingen adgang for unge under 18 
ar. (exercício extraído de: Munhoz, Inglês Instrumental: estratégias de leitura. 2003 p.18) 
 
 
 
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a) Que tipo de texto é este? Qual objetivo de um texto como esse? 
b) Quem você acha que estaria interessado em ler um texto deste tipo? 
c) Há palavras parecidas com o português, ou com outra língua que você conhece? Quais são 
elas? Copie-as do texto. 
 
2. Leia novamente o texto e tente encontrar respostas para estas perguntas: 
a) Qual é o horário de atendimento do cassino? 
b) Quanto custa o ingresso? 
c) Qual é o telefone do cassino? 
d) Quem pode freqüentar o cassino? 
 
3. ERROS COMUNS NA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 
 
As questões em relação a textos podem ser estruturadas de várias maneiras, entre elas: 
a) perguntas que exigem respostas diretas, pois incidem sobre o texto como um todo. 
b) questões que incidem sobre trechos específicos do texto, o que exige um volta ao texto. 
Entretanto, quando as questões são discursivas, a atenção aos enunciados é de extrema 
importância para que você responda exatamente o que lhe foi perguntado e não incorra em erros 
muito comuns como a extrapolação, a redução ou a contradição. 
Segundo Amaral, Severino & Patrocínio (1991) , esses processos podem ser definidos da 
seguinte maneira: 
 
Extrapolação 
Ocorre extrapolação quando se vai além do texto, fazendo outras associações ou evocando 
outros elementos, quando se cria a partir do que foi lido, quando se dá asas à imaginação e à memória, 
abandonando o texto que era o objeto de interpretação. 
 A extrapolação é muitas vezes um exercício de criatividade inadequada - porque leva a perder o 
contexto que está em questão. Geralmente, o processo de extrapolação se realiza por associações 
evocativas, por relações analógicas: uma idéia lembra outra semelhante e assim o pensamento se 
encaminha para fora do texto. Outras vezes, a extrapolação acontece pela preocupação de se descobrir 
pressupostos das idéias do texto, pontos de partida bem anteriores ao pensamento expresso, ou, ainda, 
pela preocupação de se tirar conclusões decorrentes das idéias do texto, mas já pertencentes a outros 
contextos, a outros campos de discussão. 
 
 
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 Reconhecer os momentos de extrapolação - sejam analógicos ou lógicos - significa conquistar 
maior lucidez, maior capacidade de compreensão objetiva dos textos, do contexto que está em questão. 
Essa clareza é necessária e é criadora: significa, inclusive, uma liberdade maior de imaginação e de 
raciocínio, porque os vôos para fora dos textos tornam-se conscientes, por opção, serão realizados por 
um projeto intencional, e não
mais por incapacidade de reconhecer os limites de um texto colocado em 
questão, nem por incapacidade de distinguir as próprias idéias das idéias apresentadas por um texto 
lido. 
 
Redução 
 Outro erro exercícios de entendimento de texto, oposto à extrapolação, é o que se chama de 
redução ou particularização indevida. Neste caso, ao invés de acrescentar outros elementos, faz-se o 
inverso: aborda-se apenas uma parte, um detalhe, um aspecto do texto, dissociando-o do contexto. 
Seria privilegiar um elemento (ou uma relação) que é verdadeiro mas não é suficiente diante do 
conjunto, ou então que se torna falso porque passa ser descontextualizado. Desse modo, o leitor detém-
se a um aspecto menos relevante do conjunto, perdendo de vista os elementos e as relações principais. 
Reconhecer os processos de redução representa também um salto de qualidade em nossa capacidade de 
ler e entender textos, assim como em nossa capacidade de perceber e compreender conjuntos de 
qualquer tipo, reconhecendo seus elementos e suas relações. 
 
Contradição 
O mais grave de todos, é o da contradição. Por algum motivo - uma leitura desatenta, a não 
percepção de algumas relações, a incompreensão de um raciocínio, o esquecimento de uma idéia, a 
perda de uma passagem no desenvolvimento do texto - leva a uma conclusão contrária ao texto. Como 
esse erro tende a ser mais facilmente reconhecido - por apresentar idéias opostas às idéias expressas 
pelos textos - os testes de interpretação muitas vezes são organizados com uma espécie de armadilha: 
uma alternativa apresenta muitas palavras do texto, apresenta até expressões inteiras do texto, mas com 
um sentido contrário. Um leitor desatento ou/e ansioso provavelmente escolherá essa alternativa, por 
ser a mais “parecida” com o texto. Por ser a que apresenta mais literalmente, mas “ao pé da letra”, 
elementos presentes no texto. 
 
 
EXEMPLOS 
 
 
 
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 Leia atentamente o texto que se segue. Faça a primeira leitura, a de entrar em contato, e, depois, 
faça a segunda leitura, captando as idéias centrais. Procure fazer um pequeno resumo do texto. Em 
seguida, verifique se você cometeu algum erro de extrapolação, redução ou contradição. 
 
A tradição e o moderno 
 A tradição é importante. É democrática quando desempenha a sua função natural de prover a 
nova geração com conhecimentos das boas e más experiências do passado, isto é, a sua função de 
capacitá-la a aprender às custas dos erros passados a fim de os não repetir. A tradição torna-se a 
ruína da democracia quando nega à geração mais nova a possibilidade de escolha; quando tenta ditar 
o que deve ser encarado como “bom” e como “mau” sob novas condições de vida. Os tradicionalistas 
fácil e prontamente se esquecem de que perderam a capacidade de decidir o que não é tradição. Por 
exemplo, o aperfeiçoamento do microscópio não foi conseguido pela destruição do primeiro modelo: 
o aperfeiçoamento foi realizado com a preservação e o desenvolvimento do modelo primitivo a par 
com um estágio mais avançado do conhecimento humano. Um microscópio do tempo de Pasteur não 
capacita o pesquisador moderno a estudar uma virose. Suponha agora que o microscópio de Pasteur 
tivesse o poder e o descaramento de vetar o microscópio eletrônico. 
 Os jovens não sentiriam nenhuma hostilidade para com a tradição, não teriam na verdade senão 
respeito por ela se, sem se arriscar, pudessem dizer: Isto nós o tomaremos de vocês porque é 
convincente, é justo, diz respeito também à nossa época e passível de desenvolvimento. Aquilo, 
entretanto, não podemos aceitar. Era útil e verdadeiro para o seu tempo - seria inútil para nós. E esses 
jovens deveriam preparar-se para ouvir dos seus filhos as mesmas palavras. (Wilhelm Reich - A 
revolução sexual) 
 
 Observe alguns exemplos de extrapolação, redução e contradição 
 
Extrapolação: O texto trata do papel dos cientistas na sociedade e sobre a importância da ciência 
para a democracia, que é o melhor sistema de governo. 
Redução: A importância do microscópio, importante instrumento de investigação científica. 
Contradição: Afirma-se que a tradição sempre é um empecilho para o desenvolvimento do 
conhecimento humano. 
 
 Como você vê, no primeiro caso, a afirmativa sai dos limites do texto, volta-se para outro assunto 
(papel dos cientistas na sociedade, ciência e democracia). No segundo caso, reduz-se o texto à 
 
 
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questão do microscópio, que é apenas um exemplo usado. No terceiro caso, conclui-se o oposto do 
que o texto afirma: a tradição seria sempre um obstáculo. 
 
A compreensão correta do texto apresentaria os seguintes elementos e relações 
 
 A importância da tradição; 
 A tradição, quando é democrática fornece elementos sobre as experiências do passado; 
 A tradição, quando é antidemocrática, tenta ditar o que é bom ou mau, em diferentes 
condições de vida; 
 
 
EXERCÍCIO 
 
1. Leia, com atenção, o texto abaixo e, em seguida, relacione as idéias básicas nele 
apresentadas. 
 
O mistério 
 
 O que podemos experimentar de mais belo é o mistério. Ele é a fonte de toda a arte e ciência 
verdadeira. Aquele que for alheio a essa emoção, aquele que não se detém a admirar as colinas, 
sentindo-se cheio de surpresa, esse já está, por assim dizer, morto e tem os olhos extintos. O que fez 
nascer a religião foi essa vivência do misterioso - embora mesclado de terror. Saber que existe algo 
insondável, sentir a presença de algo profundamente racional e radiantemente belo, algo que 
compreenderemos apenas em forma muito rudimentar - é esta a experiência que constitui a atitude 
genuinamente religiosa. Neste sentido, e unicamente neste sentido pertenço aos homens 
profundamente religiosos. (Albert Einstein - Como vejo o mundo) 
 
4. ESTRATÉGIAS DE LEITURA II - INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS 
Segundo Fiorin e Platão (1995), um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a 
verificação de que ele pode dizer coisas que parece não estar dizendo: além das informações 
explicitamente enunciadas, existem outras que ficam subentendidas ou pressupostas. Para realizar 
uma leitura eficiente, o leitor deve captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos. 
 
 
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Leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas entrelinhas. Caso contrário, ele pode passar 
por cima de significados importantes ou decisivos ou – o que é pior – pode concordar com coisas que 
rejeitaria se as percebesse. 
Não é preciso dizer que alguns tipos de texto exploram, com malícia e com intenções 
falaciosas, esses aspectos subentendidos e pressupostos. 
Pressupostos são aquelas idéias não expressas de maneira explícita, mas que o leitor pode 
perceber a partir de certas palavras ou expressões contidas na frase. 
 Observe: 
 Jorge tornou-se um homem feliz. 
 Nessa frase, há uma informação explícita: 
Ele não era feliz. 
 Na leitura e interpretação de um texto, é muito importante detectar os pressupostos, pois seu uso 
é um dos recursos argumentativos utilizados intenção de levar o leitor a aceitar o que está sendo 
comunicado. 
EXERCÍCIO 
Leia o trecho e as notícias abaixo em seguida faça a identificação dos pressupostos e teça um 
comentário sobre os objetivos do autor, a coerência e estrutura do texto. 
Texto I 
 O modelo agrário brasileiro, embora com inúmeros defeitos, possui uma característica 
que merece ser destacada, elogiada e preservada: a produção agropecuária brasileira é a última 
atividade econômica ainda totalmente nas mãos de brasileiros. Pouco se fala disso, mas o fato é que 
não encontramos multinacionais responsáveis por qualquer parcela
significativa da produção. 
Também não encontramos, no campo, as famigeradas empresas estatais. Embora existam 
multinacionais proprietárias de terra, o percentual de produção rural em suas mãos não é 
significativo. A produção rural, na verdade, é o reduto final da livre iniciativa brasileira. Com a nossa 
economia cada vez mais estatizada e desnacionalizada, a agropecuária permaneceu uma atividade 
essencialmente de brasileiros. (CAMARGO NETO, Pedro de. A burocracia da terra. Veja, 7 ago. 1985.) 
Texto II 
 
 
14 
 
 
 
5. PARÁGRAFO PADRÃO 
 Segundo Garcia (1983, p. 203), “Parágrafo padrão é a unidade de composição (de texto) 
constituída por um ou mais períodos, em que se desenvolve determinada idéia central, a que se 
agarram outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela.” 
Assim, cada parágrafo deve apresentar um aspecto (representado pelo tópico frasal) acerca do tema 
abordado no texto, as idéias secundárias nada mais são do que a exemplificação ou a explicação 
dessa idéia central. Desse modo, ao se encerrar um “tópico”, deve-se imediatamente criar novo 
parágrafo. 
 Graficamente, os parágrafos devem ser assinalados graficamente em textos manuscritos pelo 
adentramento (distanciamento entre a margem a o início da frase, em média 2 cm) e no computador 
pela tecla tab ( é comum verificar que há textos na internet que não utilizam o recuo, e sim pulando 
uma linha entre cada bloco de idéias – sugerimos a utilização do parágrafo tradicional tanto em 
textos manuscritos quanto em trabalhos digitados). 
 Quanto à extensão, não se pode determinar um número específico de linhas para cada 
parágrafo, entretanto os parágrafos mais longos são característicos dos textos científicos e 
acadêmicos, pois são mais complexos, tornando-se necessário um raciocínio mais elaborado na 
demonstração das ideias. 
 
 
15 
 
QUALIDADE DO PARÁGRAFO 
 
 Assim como o texto, o parágrafo deve apresentar as seguintes características: 
a) Unidade: deve-se apresentar apenas um aspecto em relação ao tema em questão, omitindo-se 
tudo o que não se relaciona com idéia predominante do parágrafo. 
b) Coerência e coesão: é preciso escrever de modo que haja ligação e lógica entre as idéias 
apresentadas. É preciso conhecer palavras e expressões que promovem o encadeamento das 
ideias (seja dentro do parágrafo, seja para relacionar parágrafo): logo, portanto, porque, 
entretanto, por outro lado, além disso. outro recurso é a utilização de palavras de referência 
que nos remetem a elementos já mencionados anteriormente no texto: os sinônimos, os 
tempos verbais, os pronomes (ele, esse, aquele). 
c) Clareza: trata-se de expressar-se de modo tal que só se possa obter uma única interpretação 
do que foi apresentado. Para se alcançar a clareza desejada deve-se utilizar um vocabulário 
simples, objetivo, sem expressões vagas como negócio, coisa. 
d) Concisão: deve-se apresentar apenas o que é essencial, sem rodeios ou pormenores 
desnecessários ou divagações. 
e) Correção: é preciso dominar e empregar as normas gramaticais, bem como o nível adequado 
de linguagem. 
O TÓPICO FRASAL 
A idéia central do parágrafo é enunciada através do tópico frasal que é considerado o período 
mestre, uma vez que orienta, ou governa o desenvolvimento períodos secundários. Reconhecer o 
tópico frasal auxilia o leitor a identificar o caminho, o raciocínio do escritor. 
 
OBSERVAÇÃO: Cada um dos parágrafos do texto deve apresentar necessariamente um 
tópico frasal. 
 
Observe o parágrafo a seguir em que estão destacados cada um dos elementos que constituem 
o parágrafo. 
 
 
 
 
 Tópico frasal 
 
 
16 
A comunicação por computador ameniza as distâncias - físicas ou de 
hierarquias. Um jornalista americano surpreendeu-se ao descobrir que o mais 
humilde empregado de Bill Gates, o mitológico criador e presidente da Microsoft, 
empresa que domina o Mercado mundial de programas de computador, pode 
facilmente comunicar-se com ele apenas enviando uma mensagem para o endereço 
eletrônico. A tendência é cada vez mais empresas terem as próprias redes internas de 
comunicação eletrônica. Desse modo, pode-se prever que haverá uma revolução nos 
sistemas de administração baseados em níveis hierárquicos. 
 
 
 Vejamos no texto a seguir, extraído de VIANA, 1998 como os tópicos frasais podem ser 
identificados. 
 
 Trapalhadas do Fisco 
 O contribuinte brasileiro precisa receber um melhor tratamento das autoridades fiscais. Ele é 
vítima constante de um Leão sempre descontente de sua mordida. Não há ano em que se sinta a 
salvo. É sempre surpreendido por novas regras, novas alíquotas, novos assaltos ao seu bolso. 
 A Receita Federal precisa urgentemente estabelecer regras constantes que facilitem a vida do 
brasileiro. Essas regras não podem variar ao sabor da troca de ministros. Cada um que entra se acha 
no direito de alterar o que foi feito anteriormente. 
 Agindo assim, a única coisa que se faz de concreto é perpetuar dois tipos de contribuintes. O 
que paga em dia seus tributos e o que sonega de tudo quanto é forma. Enquanto este continua livre 
de qualquer punição, aquele é vítima de impostos cada vez maiores. A impressão que se tem é de 
que mais vale ser desonesto que honesto. 
 Se o brasileiro é empurrado para sonegação é porque há razões muito fortes para isso. Ninguém 
sabe para onde vai o dinheiro arrecadado. O que deveria ser aplicado na educação e saúde some 
como por milagre e ninguém sabe onde. Há muitos anos que não se fazem investimentos em 
transportes. Grande parte da população continua sofrendo por falta de moradia. Paga-se muito 
imposto em troca de nada. 
 Vale a pena lembrar o ano de 1991 quando, além das complicações costumeiras, os 
contribuintes foram surpreendidos com a suspensão da entrega da declaração na data prevista. Um 
deputado entrou na Justiça alegando inconstitucionalidade no fator multiplicador do imposto a pagar 
e a receber. Todos sentiram um alívio, mesmo que temporário. 
conclusão 
desenvolvimento 
 
 
17 
 O texto nos mostra como se pode desenvolver um tema de forma bem objetiva. Cada parágrafo 
foi escrito obedecendo a uma estrutura. 
 
Formas de desenvolvimento de parágrafos 
 Há várias formas para desenvolver um parágrafo. No texto estudado, temos: 
 
Primeiro parágrafo (retomada da palavra-chave): 
a) O contribuinte brasileiro precisa receber um melhor tratamento das autoridades fiscais. 
b) Ele é vítima constante de um Leão sempre descontente de sua mordida. 
c) Não há ano em que se sinta a salvo. 
d) É sempre surpreendido por novas regras, novas alíquotas, novos assaltos ao seu bolso. 
 A expressão-chave deste parágrafo é contribuinte brasileiro (frase a). Ela é retomada nas frases 
seguintes através dos mecanismos de coesão. 
 Na frase b, contribuinte brasileiro é substituído pelo pronome ele. Nas frases c e d, aparece 
como sujeito oculto de se sinta e de é sempre surpreendido. 
 O termo contribuinte brasileiro está presente em todos os enunciados. Como podemos observar, 
basta retomar a expressão-chave a cada frase (de preferência sem repeti-la), acrescentando sempre 
uma informação nova a seu respeito. 
Segundo parágrafo (por encadeamento): 
a) A Receita Federal precisa urgentemente estabelecer regras constantes que facilitem a vida do 
brasileiro. 
b) Essas regras não podem variar ao sabor da troca de ministros. 
c) Cada um que entra se acha no direito de alterar o que foi feito anteriormente. 
 Aqui a estrutura já é bem diferente da anterior. A frase b retoma
a palavra regras da frase a, e a 
frase c retoma ministro (cada um) da frase b, num encadeamento de frase para frase. 
 No primeiro exemplo, todo o parágrafo está amarrado a uma só palavra. Neste parágrafo, é 
como se houvesse uma corrida de revezamento, em que o segundo enunciado leva adiante uma 
palavra do primeiro, o terceiro do segundo e assim sucessivamente. Por esse método, o parágrafo 
pode prolongar-se até onde acharmos conveniente. 
Terceiro parágrafo (por divisão): 
a) Agindo assim, a única coisa que se faz de concreto é perpetuar dois tipos de contribuintes que bem 
conhecemos. 
b) O que paga em dia seus tributos e o que sonega a torto e a direito. 
c) Enquanto este continua livre de qualquer punição, aquele é vítima de impostos cada vez maiores. 
 
 
18 
d) A impressão que se tem é de que mais vale ser desonesto que honesto. 
 Temos agora um terceiro tipo de estrutura de parágrafo. A frase inicial delimita o nosso campo 
exploratório do dividir os contribuintes em dois tipos. Quando isso acontece, o desenvolvimento do 
parágrafo restringe-se a explicar os componentes dessa divisão. A frase b esclarece quais são esses 
dois tipos de contribuintes. A frase c explica o que acontece com cada um deles. E a frase d conclui o 
assunto. 
Quarto parágrafo (por recorte): 
a) Se o brasileiro é empurrado para a sonegação é porque há razões muito fortes para isso. 
b) Ninguém sabe para onde vai o dinheiro arrecadado. 
c) O que deveria ser aplicado na educação e na saúde some como por milagre ninguém sabe onde. 
d) Há muitos anos que não se fazem investimentos em transportes. 
e) Grande parte da população continua sofrendo por falta de moradia. 
f) Paga-se muito imposto em troca de nada. 
 Ao contrário da frase delimitadora do início do terceiro parágrafo, aparece aqui uma de sentido 
muito amplo. A palavra razões leva-nos a pensar muita coisa de uma só vez. Quando isso acontece, 
devemos fazer um recorte nas ideias que ela suscita, escolher apenas um ângulo para ser explorado, 
fazendo uma enumeração dos exemplos mais pertinentes. 
 Que razões seriam essas para o brasileiro driblar o fisco? Entre as muitas que existem, 
escolhemos a malversação do dinheiro arrecadado pelo governo (frase b). As frases c,d e e 
exemplificam as áreas para as quais deveria convergir o imposto, se não fosse tão mal aplicado. A 
frase f conclui, dizendo por que há tanta sonegação. 
Quinto parágrafo (por salto): 
a) Vale a pena lembrar o ano de 1991 quando, além das complicações costumeiras, os contribuintes 
foram surpreendidos com a suspensão da entrega da declaração na data prevista. 
b) Um deputado entrou na Justiça alegando inconstitucionalidade no fator multiplicador do imposto a 
pagar e receber. 
c) Todos sentiram um alívio, mesmo que temporário. 
 Diferentemente do que aconteceu nos parágrafos anteriores, aqui não se retoma nenhum 
termo da frase de abertura. À primeira vista, parece não haver um elo entre a primeira e a segunda 
frase, pois não existe um fator de coesão explicito inter-relacionando-as. O vínculo que existe é 
mental, por isso precisamos reconstituí-lo com nosso raciocínio. Por que houve tal suspensão? 
Porque o fator multiplicador do imposto a pagar e a receber era inconstitucional, daí o deputado ter 
entrado na justiça. 
 
 
 
19 
Exercício 
 
1. Leia atentamente o texto abaixo, divida-o em parágrafos e, a seguir, responda ao que se pede: 
Viver em sociedade 
A sociedade humana é um conjunto de pessoas ligadas pela necessidade de se ajudarem umas às 
outras, a fim de que possam garantir a continuidade da vida e satisfazer seus interesses e desejos. 
Sem vida em sociedade, as pessoas não conseguiriam sobreviver, pois o ser humano, durante muito 
tempo, necessita de outros para conseguir alimentação e abrigo. E no mundo moderno, com a grande 
maioria das pessoas morando na cidade, com hábitos que tornam necessários muitos bens produzidos 
pela indústria, não há quem não necessite dos outros muitas vezes por dia. Mas as necessidades dos 
seres humanos não são apenas de ordem material, como os alimentos, a roupa, a moradia, os meios 
de transportes e os cuidados de saúde. Elas são também de ordem espiritual e psicológica. Toda 
pessoa humana necessita de afeto, precisa amar e sentir-se amada, quer sempre que alguém lhe dê 
atenção e que todos a respeitem. Além disso, todo ser humano tem suas crenças, tem sua fé em 
alguma coisa, que é a base de suas esperanças. Os seres humanos não vivem juntos, não vivem em 
sociedade, apenas porque escolhem esse modo de vida; mas porque a vida em sociedade é uma 
necessidade da natureza humana. Assim, por exemplo, se dependesse apenas da vontade, seria 
possível uma pessoa muito rica isolar-se em algum lugar, onde tivesse armazenado grande 
quantidade de alimentos. Mas essa pessoa estaria, em pouco tempo, sentindo falta de companhia, 
sofrendo a tristeza da solidão, precisando de alguém com quem falar e trocar idéias, necessitada de 
dar e receber afeto. E muito provavelmente ficaria louca se continuasse sozinha por muito tempo. 
Mas, justamente porque vivendo em sociedade é que a pessoa humana pode satisfazer suas 
necessidades, é preciso que a sociedade seja organizada de tal modo que sirva, realmente, para esse 
fim. E não basta que a vida social permita apenas a satisfação de algumas necessidades da pessoa 
humana ou de todas as necessidades de apenas algumas pessoas. A sociedade organizada com justiça 
é aquela em que se procura fazer com que todas as pessoas possam satisfazer todas as suas 
necessidades, é aquela em que todos, desde o momento em que nascem, têm as mesmas 
oportunidades, aquela em que os benefícios e encargos são repartidos igualmente entre todos. Para 
que essa repartição se faça com justiça, é preciso que todos procurem conhecer seus direitos e exijam 
que eles sejam respeitados, como também devem conhecer e cumprir seus deveres e suas 
responsabilidades sociais. 
 (DALLARI, Dalmo de D Viver em sociedade. São Paulo: Moderna, 1985. p. 5-6) 
 
a) Que ideia Dalmo de Abreu Dallari defende em seu texto? 
 
 
20 
b) No texto, o autor nos apresenta uma série de argumentos, ordenados logicamente, a fim de 
convencer o leitor. Quais são esses argumentos e como eles nos são apresentados? 
c) Qual a função do último parágrafo? Que ideias são agora apresentadas? 
2. Desenvolva os seguintes tópicos frasais. 
a) Dois são os principais motivos que contribuem para o empobrecimento acelerado da 
sociedade... 
b) Nos últimos dez anos, a internet tornou-se necessária a todas as pessoas que desejam 
ser bem sucedidas ... 
3. Elabore, para a conclusão apresentada a seguir, o tópico frasal e o desenvolvimento do 
período. 
a) ... É por isso que a sociedade se encontra nessas condições. 
 
4. Leia com atenção o texto abaixo e , em seguida, elabore um parágrafo que apresente seu 
ponto de vista sobre a questão abordado pelo autor, destaque o tópico frasal, o 
desenvolvimento e a conclusão. 
Nunca foi tão importante no País uma cruzada pela moralidade. As denúncias que se 
sucedem, os escândalos que se multiplicam, os casos ilícitos que ocorrem em diversos níveis 
da administração pública exibem, de forma veemente, a profunda crise moral por que passa o 
País. 
 O povo se afasta cada vez mais dos políticos, como se estes fossem símbolos de todos 
os males. As instituições normativas, que fundamentam o sistema democrático, caem em 
descrédito. Os governantes, eleitos pela expressão do voto, também engrossam a caldeira da 
descrença e, frágeis, acabam comprometendo seus programas de gestão. 
 Para complicar,
ainda estamos no meio de uma recessão que tem jogado milhares de 
trabalhadores na rua, ampliando os bolsões de insatisfação e amargura. 
 Não é de estranhar que parcelas imensas do eleitorado, em protesto contra o que vêem 
e sentem, procurem manifestar sua posição com o voto nulo, a abstenção ou o voto em 
branco. Convenhamos, nenhuma democracia floresce dessa maneira. A atitude de inércia e 
apatia dos homens que têm responsabilidade pública os condenará ao castigo da história. É 
possível fazer-se algo, de imediato, que possa acender uma pequena chama de esperança. 
O Brasil dos grandes valores, das grandes idéias, da fé e da crença, da esperança e do 
futuro necessita, urgentemente da ação solidária, tanto das autoridades quanto do cidadão 
comum, para instaurar uma nova ordem na ética e na moral. 
 ( Adaptado de Carlos Apolinário) 
 
 
21 
 
6. GRAMÁTICA DE USO 
DIFICULDADES COM A LINGUAGEM ESCRITA 
EMIGRANTE O que sai de um país 
IMIGRANTE O que entra em um país 
 
EMINÊNCIA Figura ilustre 
IMINÊNCIA Proximidade 
 
APRESSAR Acelerar 
APREÇAR Perguntar ao ajustar o preço de 
 
INFLIGIR Aplicar pena 
INFRINGIR Transgredir, violar 
 
INTERCESSÃO Ato de interceder, intervenção 
INTERSEÇÃO Ato de cortar 
 
MANDADO Ordem escrita de uma autoridade judicial 
MANDATO Delegação, procuração 
 
EMPOSSAR Tomar posse 
EMPOÇAR Formar poça 
 
 
 
22 
SOAR Produzir som 
SUAR Transpirar 
 
TAXA Imposto 
TACHA Prego 
 
TRÁFEGO Relativo a trânsito 
TRÁFICO Negócios fraudulentos 
 
EXPECTADOR Aquele que tem expectativa 
ESPECTADOR Aquele que vê um espetáculo 
 
SEÇÃO Divisão, repartição 
SESSÃO Tempo de uma reunião ou espetáculo 
CESSÃO Ato de ceder 
 
CELA Pequeno quarto 
SELA Arreio 
SELA Verbo selar 
 
COMPRIMENTO Extensão 
 
 
23 
CUMPRIMENTO Saudação 
 
EMINENTE Alto, elevado 
IMINENTE Prestes a ocorrer 
 
ASSESSÓRIO Relativo a assessor 
ACESSÓRIO Supérfluo 
 
CASSAR Tirar os direitos de alguém 
CAÇAR Perseguir a caça 
 
DEFERIR Conceder, concordar 
DIFERIR Discordar, ser diferente 
 
DESCRIÇÃO Ato de descrever 
DISCRIÇÃO Qualidade de quem é discreto 
 
DESTRATAR Insultar 
DISTRATAR Desfazer contrato 
 
RATIFICAR Confirmar, corroborar 
 
 
24 
RETIFICAR Corrigir 
 
POR QUE, POR QUÊ, PORQUE OU PORQUÊ? 
 
POR QUE – Utilizado no início de frases interrogativas. Com sentido de razão / motivo pelo(a) 
qual. 
 Por que você não foi à festa? 
Gostaria de saber por que você não foi à festa. 
 
POR QUÊ – Utilizado no final de frases interrogativas ou quando estiver isolado. 
 Você não foi à festa, por quê? 
 
PORQUE – Utilizado em respostas, na introdução de causa ou explicação. 
 Não fui à festa porque estava doente. 
 
PORQUÊ – Com valor substantivo, precedido de determinante. Pode ser substituído por 
motivo. 
 Quero saber o porquê de tanta gritaria. 
 
A FIM DE ou AFIM? 
 
A FIM DE – Com intuito 
Nós procuramos a fim de estabelecermos relações comerciais. 
 
AFIM – Com afinidade 
São pessoas afins. 
 
 
25 
 
ONDE ou AONDE? 
 
ONDE – Usado quando o verbo indica permanência (em que lugar). 
Onde está o meu carro? 
 
AONDE – Usado quando o verbo indica movimento (a que lugar). 
Aonde você vai agora? 
 
EU ou MIM 
 
O pronome EU representa o agente, ou seja, o responsável pela ação verbal. 
O diretor pediu para eu fazer o relatório. 
O relatório é para eu fazer. 
O pronome MIM exerce a função de receptor das ações expressas pelo verbo. 
O diretor pediu que o relatório fosse entregue para mim. 
Se o pronome que representa a 1º pessoa estiver precedido da preposição entre deve-se utilizar a 
forma MIM. 
 Entre ele e mim não há segredos. 
HÁ CERCA DE, ACERCA DE ou CERCA DE? 
 
HÁ CERCA DE – Indica tempo decorrido. 
A peça teatral está sendo apresentada há cerca de dois anos. 
 
ACERCA DE – a respeito de. 
 
 
26 
 Falávamos acerca de sua demissão. 
 
CERCA DE – Indica arredondamento (perto de, coisa de, por volta de, em torno de, 
aproximadamente) 
 Cerca de 10 mil pessoas compareceram à manifestação. 
Obs: Não usar para números exatos. Ex.: “Cerca de 543 pessoas...” 
 
HAJA VISTO ou HAJA VISTA? 
 
A expressão correta é HAJA VISTA, mesmo antes de palavras masculinas. 
 
Vamos repetir a demonstração. Haja vista o interesse dos participantes. 
 
TAMPOUCO ou TÃO POUCO? 
 
TAMPOUCO – Também não. 
 Não compareci a festa tampouco ao almoço. 
 
TÃO POUCO – Muito pouco. 
 Tenho tão pouco tempo disponível para essa tarefa. 
 
A ou HÁ? 
 
A – Preposição, indica tempo futuro, idéia de distância e na expressão a tempo. 
 Ele chegará daqui a duas semanas. 
 
 
27 
 A cidade fica a 20 km daqui. 
 Não chegaremos a tempo de ver o espetáculo. 
 
HÁ – Indica tempo decorrido, passado. 
 Há tempo que não trabalho tanto quanto agora. 
 Saiu há pouco do Rio de Janeiro. 
 
A PAR ou AO PAR? 
 
A PAR – Estar ciente de, sabedor. 
 Estou a par do ocorrido. 
 
AO PAR – Termo usado em Operadores de Mercado Financeiro (indica paridade ou igualdade). 
 O lançamento de ações foi feito ao par (com base no valor nominal). 
 
MENOS ou MENAS? 
 
Forma correta é : “Há menos pessoas aqui do que lá”. 
 
Não esqueça que NÃO existe a forma MENAS. 
 
MÁS, MAS ou MAIS? 
 
MÁS – Ruins. 
 Essas pessoas são muito más. 
 
 
28 
MAS – Conjunção coordenativa adversativa: entretanto, porém. 
 A virtude é comunicável. Mas o vício é contagioso. 
MAIS – Antônimo de menos. 
 O jornal de hoje publicou mais fotos da vencedora do festival. 
 
MAL ou MAU? 
 
MAL – Antônimo de bem. 
 A criança estava passando mal desde ontem. 
 
MAU – Antônimo de bom. 
 Houve mau uso dos equipamentos eletrônicos. 
 
A PRINCÍPIO ou EM PRINCÍPIO? 
 
A PRINCÍPIO – Significa inicialmente, no começo, num primeiro momento. 
 A princípio havia um homem e uma mulher. 
 
EM PRINCÍPIO – Quer dizer em tese, por princípios, teoricamente. 
 Em princípio, sou contra a pena de morte. 
Ou use simplesmente: 
 Em tese, sou contra a pena de morte. 
 
EM DOMICÍLIO ou A DOMICÍLIO? 
 
 
 
29 
 O correto é entregas em domicílio. É o mesmo que fazer entregas em casa, no escritório. 
 Fazemos entregas em domicílio. 
 
Obs.: Só usamos a domicílio com verbos de movimento. 
 Conduziram o doente a domicílio (melhor: ...ao seu domicílio). 
 
 
SE NÃO ou SENÃO? 
 
SE NÃO – Pode ser substituído por caso não. 
 Devolva o relatório se não estiver de acordo. 
 
SENÃO – Pode ser substituído por somente, apenas. 
 Não vejo outra alternativa senão concordar. 
 
SENÃO – Substantivo, significando contratempo. 
 O show não teve nenhum senão. 
 
PORISSO ou POR ISSO? 
 
NÃO existe a forma PORISSO. 
A forma correta é POR ISSO. 
 
É por isso que você não vai mais errar. 
 
 
 
30 
AO ENCONTRO DE ou DE ENCONTRO A? 
 
AO ENCONTRO DE – Designa uma situação favorável. 
 Nossas propostas vão ao encontro das atuais tendências do mercado. 
 
DE ENCONTRO A – Dá a idéia de oposição, contrariedade, choque. 
 Temos pontos de vista diferentes: minhas idéias vão de encontro às suas. 
 
COM CERTEZA OU CONCERTEZA? 
 
Com certeza, é com certeza, separado! 
 
CONTUDO OU COM TUDO? 
 
COM TUDO – Faz referência a algo mencionado anteriormente, invariavelmente acompanhado do 
pronome ISSO.
Com tudo isso é possível perceber que estudar é essencial! 
 CONTUDO – Introduz uma idéia oposta ao que foi mencionado anteriormente, pode ser substituído 
por entretanto, porém, todavia, mas. 
 Contudo não é possível afirmar que todas as pessoas são felizes. 
 
DERREPENTE OU DE REPENTE? 
 
 Só existe a forma DE REPENTE. 
 
 
 
31 
INFELIZMENTE OU INFELISMENTE? 
 
Grafa-se infeliz com Z, portanto o advérbio INFELIZMENTE, derivado de infeliz, deve também 
ser grafado com Z. 
 
OQUE OU O QUE? 
 
Trata-se de uma expressão formada por duas palavras, portanto O QUE. 
 A falta de desenvolvimento sustentável é O QUE acarreta tantos problemas ao meio ambiente. 
QUIZ OU QUIS? 
 
O verbo querer deve ser grafado com S, assim: 
 Eu não QUIS incomodar você. Ele também não QUIS. Talvez os outros QUISESSEM... 
 
 
AGENTE OU A GENTE? 
 
AGENTE – é substantivo. 
Este é o AGENTE 007. 
Ele é um AGENTE da Polícia Federal. 
 
A GENTE – forma oral que na linguagem coloquial substitui o pronome NÓS. 
- Vocês preferem ir ao cinema ou ao teatro? 
- É claro que A GENTE preferi ir ao cinema. 
 
 
 
32 
OPNIÃO OU OPINIÃO? / OPITAR OU OPTAR? CORRUPTO OU 
CORRUPITO? 
As formas corretas são OPTAR, OPINIÃO E CORRUPTO. 
 
ATENÇÃO À PRONÚNCIA E ESCRITA DE ALGUMAS PALAVRAS: 
Aeronáutica Bicarbonato 
Bandeja Problema 
Emagrecer Salsicha 
Progresso Próprio 
Coincidência Perturbar 
Advogado Frustrado 
Mortadela Cabeleireiro 
Entretela Caderneta 
Engajamento Misto 
Mendigo Prazerosamente 
Meteorologia Irrequieto 
Ignorante Beneficente 
Reivindicação Estupro 
Privilégio Empecilho 
Superstição Digladiar 
Lagartixa Rubrica 
 
 
33 
Receoso Subsídio 
Xifópagos Dignitário 
Cinquenta Asterisco 
 
5.1. Gramática de uso – TESTE I 
 
1. Meus avós saíram do Japão e vieram para o Brasil em 1933. Portanto, aqui no Brasil, eles podem 
ser considerados ____________. 
a) emigrantes b) imigrantes 
 
2. Na __________ de erupção do vulcão Etna, os habitantes da Sicília foram retirados de suas casas 
pelo governo italiano. 
a) eminência b) iminência 
 
3. Com o ajuste no preço da gasolina marcado para a próxima semana, muitos consumidores 
_____________-se em encher o tanque dos seus automóveis. 
a) apressaram b) apreçaram 
 
4. Por (I) o limite de velocidade, os guardas rodoviários (II) advertências e multas aos motoristas 
mais descuidados. 
(I) a) infligirem b) infringirem 
(II) a) infligem b) infringem 
 
5. A __________ de Hugo Chávez foi decisiva na libertação dos seqüestrados pelas FARC. 
a) intercessão b) interseção 
 
6. Vinte e quatro horas após terem prestado depoimentos, o casal recebeu ____________ de prisão 
preventiva. 
a) mandado b) mandato 
 
7. O novo ministro, ao (I) no Palácio do Planalto, jurou comprometimento e transparência até o fim 
de seu (II). 
 
 
34 
(I) a) empossar b) empoçar 
(II) a) mandado b) mandato 
 
8. Correndo sem parar debaixo desse sol, as crianças __________ muito e se desidratam. 
a) soam b) suam 
 
9. O IGPM e o INPC, assim como outras tantas _________, foram anunciados com moderados 
aumentos. 
a) taxas b) tachas 
 
10. Com o (I) de drogas descendo os morros e invadindo a cidade, o (II) nas principais avenidas tem 
se intensificado devido às constantes blitze policiais. 
(I) a) tráfego b) tráfico 
(II) a) tráfego b) tráfico 
 
11. Espera-se que os _____________ mantenham a paz no estádio no clássico de domingo. 
a) expectadores b) espectadores 
 
 
12. Com a (I) de um novo prédio, todas as audiências acontecerão somente na (II) de Audiências e 
poderão ser realizadas em mais de uma (III). 
(I) a) seção b) sessão c) cessão 
(II) a) Seção b) Sessão c) Cessão 
(III) a) seção b) sessão c) cessão 
 
13. Cumprindo (I) preventivo, a suspeita do crime foi colocada em (II) individual para não sofrer 
agressões de outras presas. 
(I) a) mandado b) mandato 
(II) a) sela b) cela 
 
14. Os organizadores das Olimpíadas em Pequim já encerraram as medições dos (I) de todas as pistas 
de atletismo. Estão todas de acordo com o (II) dos regulamentos. 
(I) a) comprimentos b) cumprimentos 
(II) a) comprimento b) cumprimento 
 
 
35 
 
15. Comprar um carro zero com seus ________ pode ficar até R$ 6.000,00 mais caro. 
a) assessórios b) acessórios 
 
16. Apesar de ter passado por um impeachment e seus direitos políticos terem sido __________, o 
ex-presidente elegeu-se senador na última eleição. 
a) cassados b) caçados 
 
17. Embora o pedido tenha sido (I) pelo reitor, os alunos (II) em suas opiniões quanto à (III) de 
almoço gratuito para estudantes de baixa renda. 
(I) a) deferido b) diferido 
(II) a) deferem b) diferem 
(III) a) seção b) sessão c) cessão 
 
18. Gostaria de saber _________ libertaram os suspeitos do crime. 
a) por que b) por quê c) porque d) porquê 
 
19. (I) libertaram os suspeitos do crime? Todos questionam o (II) dessa ação. 
 
(I) a) por que b) por quê c) porque d) porquê 
(II)a) por que b) por quê c) porque d) porquê 
 
20. Libertaram os principais suspeitos do crime. _________ ?! 
a) por que b) por quê c) porque d) porquê 
 
21. Libertaram os principais suspeitos do crime _________ a justiça alega que eles não interferem 
nas investigações. 
a) por que b) por quê c) porque d) porquê 
 
5.2. GRAMÁTICA DE USO – TESTE II 
 
1. Os alunos fizeram uma pesquisa prévia sobre o assunto _______ de escreverem seus artigos. 
a) a fim b) afim 
 
 
 
36 
2. (I) você foi? Eu o procurei ali por (II) você costuma estar, mas não o encontrei. 
a) Onde b) Aonde c) a e b são possíveis 
a) onde b) aonde c) a e b são possíveis 
 
3. (I) dez anos, não se falava (II) celulares, DVDs, i-pods e MP 3. No entanto, (III) 70% de crianças 
da classe média possuem um ou mais desses eletrônicos em casa. 
(I) a) Há cerca de b) Acerca de c) Cerca de 
(II) a) há cerca de b) acerca de c) cerca de 
(III) a) há cerca de b) acerca de c) cerca de 
 
4. O prefeito já pensa em instituir um outro tipo de rodízio de veículos, (I) o intenso (II) na capital 
nos últimos meses. 
(I) a) haja visto b) haja vista 
(II) a) tráfego b) tráfico 
 
5. Tenho (I) tempo disponível durante a semana que não consigo estudar (II) ler o livro recomendado 
pela professora. 
 
(I) a) tampouco b) tão pouco 
(II) a) tampouco b) tão pouco 
 
6. (I) muitos anos, o homem sonhou em pisar na lua. Hoje (II) aqueles que já podem fazer suas 
reservas para uma (III) espacial. 
(I) a) A b) Há 
(II) a) a b) há c) hão 
(III) a) viagem b) viajem 
 
7. Já (I) anos que trabalho nesta empresa. (II), vim substituir um funcionário afastado, (III) acabei 
sendo efetivado. 
(I) a) faz b) fazem 
(II) a) Em princípio b) A princípio 
(III) a)
mais b) más c) mas 
 
 
 
37 
8. Quando ficou (I) das causas da doença, o governador verificou também que, cada vez mais, (II) 
pessoas seguem as medidas de prevenção. 
(I) a) ao par b) a par 
(II) a) menas b) menos 
 
9. Os alunos que foram (I) na prova disseram que seu (II) desempenho deveu-se ao fato de terem 
perdido muitas aulas. 
(I) a) mal b) mau 
(II) a) mal b) mau 
 
10. O técnico preferiu realizar uma (I) de condicionamento físico (II) treino com bola. 
(I) a) seção b) sessão 
(II) a) ao invés de b) em vez de 
 
11. As medidas preventivas instituídas ___________ estadual podem ajudar no combate à dengue. 
a) a nível b) em nível 
 
12. Muitas pizzarias devem corrigir suas placas para: “Fazemos entregas ______________.” 
 
a) em domicílio b) a domicílio 
 
13. Nosso escritório situa-se (I) Avenida Nações Unidas, mas residimos (II) Avenida Higienópolis. 
(I) a) na b) à 
(II) a) na b) à 
 
14. O dia a dia do paulistano fica cada vez mais curto com o tempo gasto no seu deslocamento pela 
cidade. (I), este tempo tende a aumentar (II). 
 (I) a) infelizmente b) infelismente 
(II) a) dia a dia b) dia-a-dia 
 
15. _________ estiver de acordo com as exigências do cliente, a encomenda poderá ser devolvida e 
reposta por outro produto. 
a) Senão b) Se não 
 
 
 
38 
16. O professor contraiu uma virose e está de cama. _____________ a aula de hoje foi cancelada. 
a) Porisso b) Por isso 
 
17. Não adianta você querer ir _________________ novos projetos do diretor. Ele já decidiu colocá-
los em prática. 
a) ao encontro dos b) de encontro aos 
 
18. _____________ o diretor não vai mudar de idéia. Sabemos o quanto ele é irredutível. 
a) Com certeza b) Concerteza 
 
19. Hoje em dia, o jovem tem acesso a muita informação devido aos sites de pesquisa na internet, os 
canais por assinatura e aos aparelhos eletrônicos de alta tecnologia. (I) isso, o jovem atual pode 
crescer melhor preparado para a vida e para o mercado de trabalho. (II), alguns jovens ainda se 
negam a estudar. 
(I) a) Contudo b) Com tudo 
(II) a) Contudo b) Com tudo 
 
20. A noite caía normalmente. Os postes se (I), os maridos voltavam às casas e as portas e portões 
eram (II) até que, (III), ouviu-se um grito ecoando pela vizinhança. 
(I) a) acendiam b) ascendiam 
(II) a) serrados b) cerrados 
(II) a) derrepente b) de repente 
 
21. – Desculpe, não (I) incomodar você, mas talvez as crianças (II) sair um pouco para passear. 
(I) a) quis b) quiz 
(II) a) quisessem b) quizessem 
 
22. O (I) da Polícia Federal perguntou se (II) viajava a negócios ou como turistas. 
(I) a) a gente b) agente 
(II) a) a gente b) agente 
 
23. O (I) tinha a intenção de investigar a (II) da sociedade brasileira (III) da legalização do porte de 
armas por qualquer indivíduo. 
(I) a) plebicito b) plebiscito 
 
 
39 
(II) a) opnião b) opinião 
(III) a) há cerca b) acerca 
 
24. Os eleitores (I) pelo político (II) e se deixaram levar pela sua boa imagem. 
(I) a) optaram b) opitaram 
(II) a) corrupto b) corrupito 
 
 
7. VARIEDADES LINGUÍSTICAS 
Como falantes da Língua Portuguesa, percebemos que existem situações em que a língua 
apresenta-se sob uma forma bastante diferente daquela que nos habituamos a ouvir em casa ou nos 
meios de comunicação. Essa diferença pode manifestar-se tanto pelo vocabulário utilizado, como 
pela pronúncia ou organização da frase. 
Nas relações sociais, observamos que nem todos falam da mesma forma. Isso ocorre porque 
as línguas naturais são sistemas dinâmicos e extremamente sensíveis a fatores como, por exemplo, a 
região geográfica, o sexo, a idade, a classe social dos falantes e o grau de formalidade do contexto. 
Essas diferenças constituem as variações lingüísticas. 
Entre as variedades da língua, há uma que tem maior prestígio: a variedade padrão 
conhecida também como língua padrão e norma culta. Essa variedade é utilizada nos livros, 
jornais, textos científicos e didáticos e é ensinada na escola. As outras variedades lingüísticas são 
chamadas de variedades não padrão. 
Tanto na fala, quanto na escrita, a linguagem de uma pessoa pode variar, ou seja, passar de 
culta ou padrão à coloquial ou até mesmo à vulgar. O gramático Evanildo Bechara ensina que é 
preciso ser “poliglota de nossa língua”. Poliglota é a pessoa que fala várias línguas. No caso, ser 
poliglota do português significa ter domínio do maior número possível de variedades lingüísticas e 
saber utilizá-las nas mais diferentes situações. 
A linguagem culta é aquela utilizada pelas pessoas de instrução, niveladas pela escola. Ela é 
mais restrita, pois constitui privilégio e conquista cultural de um número reduzido de falantes. 
 Já a linguagem coloquial pode ser considerada um tipo de linguagem espontânea, ou seja, 
utilizada para satisfazer as necessidades vitais do falante sem muita preocupação com as formas 
lingüísticas. É a língua cotidiana, que comete pequenos – mas perdoáveis – deslizes gramaticais. 
 
 
40 
 A linguagem vulgar, porém, é própria das pessoas sem instrução. É natural, expressiva, livre 
de convenções sociais. 
Exercício 
 Elabore os textos de duas mensagens eletrônicas – uma para o coordenador de seu curso e 
outra para um colega de turma. Os textos devem apresentar: 
a) o destinatário (vocativo); 
b) sua identificação; 
c) uma solicitação; 
d) as razões dessa solicitação; 
e) encerramento 
f) assinatura 
 
Veja, a seguir, uma reportagem acerca do mau uso do e-mail publicada no Diário de São 
Paulo, 13/09/90. pp. 3-5 no caderno Talento e Sucesso. 
 
 
41 
 
 
 
 
42 
 
 
 
43 
 
 
 
 
 
 
44 
 
8. TEXTO VERBAL E NÃO-VERBAL 
A capacidade humana ligada ao pensamento que se manifesta por meio de palavras (verbum, 
em latim) de uma determinada língua caracteriza o texto ou linguagem verbal. 
Existem, porém, outras formas de linguagem de que o homem lança mão para representar o 
mundo, expressar-se, comunicar-se: os gestos, a música, a pintura, a mímica, as cores. Trata-se da 
linguagem ou do texto não-verbal. 
É possível apontar semelhanças e diferenças entre os dois tipos de textos. A análise criteriosa 
(leitura) dos signos utilizados nos textos não-verbais permite que o sentido seja apreendido e que se 
estabeleça comunicação, mesmo que a correspondência não seja absoluta e um mesmo tipo de 
mecanismo assuma contornos específicos em cada tipo de linguagem. 
A utilização de recursos não-verbais na comunicação é freqüente e exige que o leitor esteja 
atento a essas formas de interação que, muitas vezes tomam o lugar dos textos verbais -ou a eles se 
associam -com o objetivo de produzir sentido de maneira mais rápida e eficiente – é o caso das 
tabelas, dos gráficos, dos sinais de trânsito, charges. 
Observe a mensagem transmitida com a charge abaixo: 
 
 
 
 
Analise as capas da revista Veja, apresentadas abaixo, associe a linguagem verbal e a linguagem 
não-verbal. Analise-as e comente as mensagens transmitidas.
(http://www.patodelaranja.com/colu
nistas/clauro/cla_070205.php) 
EXERCÍCIO 
 
 
45 
 
 
Edição 2141. 2 de dezembro de 2009 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
Edição 2143. 16 de dezembro de 2009 
 
 
 
 
 
 
 
http://veja.abril.com.br/161209/sumario.shtml 
 
 
47 
 
 
8. GARAMÁTICA DE USO 
REGÊNCIA VERBAL 
 
 Regência verbal é a relação de dependência que se estabelece entre o verbo e seu complemento. 
 Dependendo da regência, os verbos podem ter o seu sentido modificado. Veja: 
 
Ele aspira o perfume das flores. 
Ele aspira ao cargo de diretor. 
 
REGÊNCIA DE ALGUNS VERBOS 
ASSISTIR. 
 Exige a preposição a quando significa “ver”, “presenciar”. 
 Assistimos a um belo espetáculo. 
 Assistiu ao filme. 
 Assistimos à novela. 
 Usa-se sem preposição quando significa “socorrer”, “ prestar ajuda”. 
 O médico assistiu o ferido. 
 Assistiu o doente com carinho. 
 A enfermeira assistiu a criança. 
 
 Exige a preposição em quando significa “morar”, “residir”. 
 O presidente assiste em Brasília. 
 Assisto em João Pessoa. 
 
ASPIRAR 
 É usado sem preposição quando significa “ sorver”, “cheirar”, “inalar” 
 
 Aspirou o perfume da rosa. 
 Aspiro o ar da manhã. 
 O doente aspirou o álcool e começou a melhorar. 
 
 
 
48 
 Exige a preposição a quando significa “desejar”, “almejar”, “pretender”. 
 Ele aspirava ao cargo político. 
 Aspirei ao cargo de chefe da seção. 
 Os trabalhadores aspiravam a maior segurança no trabalho. 
 
 AGRADECER. 
 É usado com a preposição a quando significa “demonstrar gratidão por alguém”. 
 Agradeço ao amigo. 
 Agradeci à professora. 
 
 É usado sem preposição quando se refere a coisas. 
 Agradeço o presente que me deram. 
 Agradeci o presente. 
 
CHEGAR . 
 É usado com a preposição a quando indica “direção”, “alcançar”. 
 Cheguei atrasado ao colégio. 
 Chegamos à faculdade muito cedo. 
 É usado com a preposição em quando se refere a tempo. 
 A ambulância chegou em meia hora. 
 
ESQUECER / LEMBRAR 
 São usados sem preposição quando não estão acompanhados de pronomes. 
 Esqueci o livro de História. 
 Ele esqueceu o dinheiro. 
 Lembrei o nome do artista. 
 Não esqueça os amigos. 
 
 Exigem a preposição de quando estão acompanhados de pronomes. 
 Esqueci-me de seu endereço. 
 Mário esqueceu-se do dinheiro. 
 Lembrei-me do nome do artista. 
 Não se esqueça dos amigos. 
 
 
 
49 
OBEDECER / DESOBEDECER 
 Exigem a preposição a 
 Obedecia aos seus instintos. 
 Obedeça à sua mãe. 
 Paulo obedece ao regulamento. 
 Não desobedeça às leis do trânsito. 
 O motorista desobedece ao sinal. 
 Poucos desobedeciam à faixa de pedestre. 
 
PRECISAR 
 É empregado sem preposição quando indica “precisão”, “certeza”. 
 O legista precisou a hora do acidente. 
 Ele precisou o lugar do encontro. 
 
 Exige a preposição de quando indica “ ter necessidade”. 
 Os presos precisam de melhores condições de tratamento. 
 O homem do campo precisa de terra para trabalhar. 
 
PREFERIR 
 Sem preposição, (ter preferência, sem sugerir a escolha). 
 O menino prefere chocolate. 
 Ele prefere cinema. 
 
 Com preposição, (ter preferência, sugerindo a escolha). 
 O menino prefere chocolate a doce de leite. 
 Ele prefere jogar futebol a jogar tênis. 
 Preferia a dura verdade do filho à doce mentira do marido. 
 
VISAR 
 É usado com a preposição a quando significa “ter em vista”, “ desejar” 
 Ele visava ao cargo de gerente da firma. 
 Eles visam ao lucro.. 
 Nós visávamos a um pouco de sol e aos dias calmos da praia. 
 
 
 
50 
 É suado sem preposição quando significa “ apontar”, “mirar” “ assinar”, “rubricar”. 
 O caçador visou o animal. 
 O homem visou o alvo e disparou o tiro. 
 Elas visaram o passaporte. 
 Para nossa segurança, visamos o cheque antes de viajar. 
 
EXERCÍCIOS 
 
I - Complete as frases com a preposição exigida pelos verbos em destaque. 
1) Aqui está a ferramenta _______ que preciso. 
2) Esse é o documento _____ que necessito. 
3) Essa é a pessoa ______ quem devemos entregar a encomenda. 
4) Essa é a comida _____ que mais gosto. 
5) O prêmio ______ que aspiramos é valioso. 
6) A piada ____ que ele lembrou é muita engraçada. de 
7) A causa _____ que lutamos é justa. 
8) Esse é o homem _____ quem a justiça perdoou. 
9) Esse é o regulamento _____ que todos devem obedecer. 
10) Ele preferia multiplicar os seus ganhos ____ dividir com os empregados os seus lucros. 
11) Os condôminos não obedeciam _____ regulamento do prédio. 
12) Não me refiro _____ você e sim ____ seu irmão. 
13) Fomos ____ cinema mais próximo. 
14) Os espectadores assistiam ____ peça de teatro muito emocionados. 
 
II – Dê o significado dos verbos em destaque. 
1)Algumas rádios assistem os doentes com programações assistencialistas. 
2) Os turistas assistiram a apresentações folclóricas na Bahia. 
3) O jogador visou as traves e chutou a bola certeira. 
4) Tudo que fazia era visando à tranqüilidade dos pais. 
5) O gerente do banco visou o cheque. 
6) Na primavera, aspiramos o perfume das flores. 
7) Há homens que aspiram ao poder pela força. 
8) O helicóptero precisou o local onde o avião havia caído. 
 
 
 
51 
 
CRASE 
A crase é a fusão da preposição a com o artigo feminino a(as) e com os pronomes 
demonstrativos aquela (s), aquele(s) e aquilo. 
Refiro-me à novela das oito. 
Ela se referia àquela passagem do romance. 
Nas frases acima, ocorre crase em à e àquela. 
 
CASOS EM QUE OCORRE EMPREGO DA CRASE 
 Na indicação de horas. 
 Cheguei à uma hora da manhã. 
 Vamos sair às oito horas em ponto. 
 Saímos à meia-noite. 
 O foguete partirá à zero hora. 
 
 Nas locuções adverbiais femininas. 
 Ela entrou à esquerda e sumiu. 
 A biblioteca fica à direita da porta de entrada. 
 Ele vem aqui às vezes. 
 Voltaremos à tarde. 
 Ele saiu às pressas. 
 
 Nas locuções prepositivas compostas de palavras femininas. 
 Ele estava à espera de alguém. 
 Lá vinha ela, à frente de todos! 
 O carro parou à beira do precipício. 
 
 Nas locuções conjuntivas à medida que e à proporção que etc. 
 O nervosismo aumentava à medida que o tempo passava. 
 À proporção que o dia vai clareando, muitos animais se escondem. 
 O Brasil cresce à medida que trabalhamos. 
 
 
 
52 
 Quando os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo vierem precedidos de 
verbos que são regidos pela preposição a. 
 Todos nós iremos àquele show na praça. 
 Raquel referia-se àquilo que você fez ontem. 
 Nossa equipe é superior àquela que jogou ontem. 
 
 Quando se subentendem as expressões: à moda de, à maneira de etc. 
 Tinha preferência por sapatos à Luís XV. 
 Preparou para o jantar bifes à milanesa. 
 
 Antes de nomes de lugares que admitem artigo. 
 O presidente foi á Itália em visita ao Papa. 
 Voltarei à Europa ainda este mês. 
 
 Antes dos pronomes relativos a qual ou as quais desde que o verbo regente exija 
 preposição. 
 Esta é a moça à qual me referi. 
 Estas são as moças às quais me referi. 
 
 CASOS EM QUE NÃO OCORRE O USO A CRASE 
 
 Antes

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