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1. COMO LER TEXTOS ALUNO: ________________________________________________ RA: _____________ CURSO ________________________________________________ SALA ____________ 1º SEMESTRE DE 2010 PROFESSORES Chafiha Maria Suiti Laszkiewicz Celso Henrique Telles Ferreira Clélia Maria da Silva Jacy do Nascimento Floriano Ligia Ramo de Souza Rosa Maria Aparecida Silva Salim chafiha@uninove.br 2 Aula inicial Estudar para o sucesso ou estudar para ser feliz? Por Roseli Martins Coelho* Publicado em 20/07/2006 - 10:19 O sociólogo inglês T.H. Marshall, autor do primeiro livro sobre o tema da cidadania, - CLASSE SOCIAL, STATUS E CIDADANIA, de 1949 - demonstra como os diretos que compõem a cidadania foram nascendo e se firmando ao longo de três séculos: os direitos civis no Século XVIII, os direitos políticos no Século XIX e os direitos sociais no Século XX. (...) É exatamente esse o objetivo central deste texto (direito de estudar), elaborado para reforçar a energia intelectual dos alunos que em breve irão enfrentar o desafio da escolha de uma faculdade e de uma carreira profissional. De início, convém enfrentar uma questão terrível: por que os jovens - salvo exceções - não gostam de estudar? Sabemos que existem milhares de razões individuais e/ou familiares, como falta de tempo, ambiente familiar tumultuado, falta de dinheiro, problemas de saúde, entre tantos outros. Porém, existe uma explicação geral para essa ausência de gosto pelos estudos, qual seja, jovens - e adultos também! - não gostam de estudar porque não aprendemos a tirar prazer do ato de adquirir conhecimento (grifo nosso). Desde cedo somos levados a acreditar que a felicidade mora lá fora, na praia, no sol, no carnaval, no futebol ou na balada noturna. Estudar, por sua vez, é encarado como um pesado fardo do qual precisamos nos livrar o mais rápido possível. (...) Aproximadamente metade dos alunos que estão se preparando para ingressar na faculdade irá escolher cursos das áreas de exatas ou biológicas. No entanto, a área de humanidades tem uma propriedade que deve ser aproveitada por todos os alunos, sejam eles futuros historiadores ou futuros engenheiros: a ênfase na linguagem, tanto no que diz respeito à pratica de redação, quanto na tarefa de ler e interpretar o texto escrito. Esse foco das disciplinas da área de humanidades deve ser aproveitado por todos os alunos, não apenas porque a redação tem peso decisivo nos exames de acesso às faculdades de um modo geral, ou porque sem desenvoltura na leitura e na interpretação ninguém é capaz de compreender os enunciados de questões de matemática, física, ou de quaisquer outras disciplinas. Mas, sobretudo, porque a linguagem é instrumento de desenvolvimento da consciência e do raciocínio. Além disso, a linguagem é o plasma da vida em sociedade, e todas as profissões são exercidas nos marcos da sociedade, com suas conquistas e suas injustiças. Aqui entra o papel da Literatura. É preciso dizer com todas as letras que ignorar a tradição literária de um povo tem conseqüências deletérias, pois não é possível formar um bom químico, por exemplo, sem uma dose de Machado de Assis. A literatura não apenas expressa quem somos nós, povo brasileiro, como situa os traços de personalidade de cada um de nós - e dos personagens - numa chave universal de humanidade. Um dos mais brilhantes intelectuais que o Brasil já produziu, Antonio Candido, no texto "Direito à Literatura", enfatiza um mérito da Literatura que geralmente passa despercebido: a obra literária é um fator de ajuda na organização de nossos pensamentos e de nossos sentimentos. 3 Uma vez que o texto literário nos ajuda na compreensão da sociedade e aprofunda nosso entendimento das relações pessoais, a convivência com as obras literárias pode ser importante instrumento na conquista da "inteligência emocional", uma das características pessoais mais valorizadas pelo mercado de trabalho, que nada mais é do que a capacidade de conviver com pessoas diferentes e de absorver decepções de modo civilizado e não auto-destrutivo. A obra literária pode ser uma aliada importante para o profissional de nossos dias, que não pode cogitar parar de estudar, porque a Literatura mantém a mente preparada para a inclusão de novos conhecimentos, pois "ela nos organiza, nos liberta dos caos e nos humaniza", para usar as palavras de Antonio Candido. Apesar de toda apologia que se possa fazer à ampliação do conhecimento, basta observar a realidade para saber que estudar não garante automaticamente um futuro profissional maravilhoso. Porém, todo mundo da área da educação sabe que há uma relação direta entre escolaridade e nível de renda, conforme já foi comprovado por diversas pesquisas. Independentemente da profissão, o salário - ou a renda, caso se torne um profissional liberal ou um empresário - estará relacionado ao número de anos passados na escola e, é claro, aos cursos de fato concluídos. Essa relação entre escolaridade e renda é verificável até mesmo entre trabalhadores de ocupações idênticas: um caixa de banco que estudou 18 anos ganha mais do que um colega que estudou 16 anos. Entre profissionais que concluíram o ensino superior está igualmente presente essa tendência: um médico que, depois de formado, fez cursos de especialização tem renda mais alta do que um colega que parou de estudar quando recebeu o diploma. Não por acaso, a reputação de "médico de ricos" - equivalente, é claro, à reputação de excelente médico - é construída a partir de títulos obtidos formalmente na universidade, como mestrado ou doutorado. Além da renda propriamente dita, quase todas as realizações que podem ser extraídas de uma carreira profissional dependem da quantidade de anos investidos nos estudos e dos diplomas obtidos. Que fique claro, portanto, que sem educação formal não existe possibilidade de sucesso profissional. Resta tentar responder à segunda parte da pergunta que relaciona estudo e felicidade. O processo de ampliação do conhecimento habilita cada um a enxergar o mundo e a si próprio com olhos críticos, pois fornece subsídios para a análise apurada das relações sociais que determinam o lugar de cada indivíduo na sociedade. A compreensão dos diversos fatores que compõem a estrutura social permite que o jovem do ensino médio - ou de qualquer estágio da escolarização - se situe de maneira realista diante de uma das perversidades da sociedade contemporânea, que é a integração social pelo consumo. Como a ditadura do consumo nunca pode ser plenamente satisfeita - há sempre um celular novo, um tênis mais bonito ou outro objeto de consumo - a frustração constante pode levar à diminuição da auto-estima e à erosão de relações sociais e familiares. A ampliação do conhecimento facilita a tarefa de desmontar as armadilhas do consumismo, tarefa essa da qual ninguém está liberado, nem mesmo os muito ricos, como fica evidente nos exemplos de milionários que perderam tudo. O posicionamento crítico diante da realidade social não significa diminuir a capacidade de sonhar. Os sonhos - de realização profissional, de bem-estar material, ou de felicidade afetiva - são o ponto de partida necessário de um projeto a ser perseguido. É claro que esse duplo exercício mental - um olho na realidade e 4 um olho nos projetos de vida - é constantemente submetido a provações de toda ordem. De um lado, os supostos exemplos de jovens que se tornaram muito ricos com o futebol ou com a música, por exemplo. De outro, as dificuldades concretas vivenciadas pelos jovens e suas famílias, e que muitas vezes são motivos reais de abandono ou de adiamento de projetos. Entretanto, o desenvolvimento pessoal, resultado da ampliação do conhecimento, poderá assegurar a capacidade de se manter, de modo realista, na perspectiva da construção de um projeto profissional. Para encerrar com o mesmo autor, T.H. Marshall define a cidadania como um "conjunto formidável de direitos", no qual está o "direito de participar, por completo, na herança social e levar a vida de um ser civilizado de acordo com os padrões que prevalecem na sociedade". E os padrões que prevalecem na sociedade, sabemos todos, são aqueles de valorização absoluta do conhecimento. Quem está impedido de participar da herança social devido a insuficiências da formação profissional não pode conquistar a felicidade. Em outros termos, estudar é imprescindível para ser feliz. * Roseli Aparecida Martins Coelho é professora da cadeira de Teoria Política da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo). Doutora em Filosofia Política e Mestre em Ciências Sociais. Disponível em: http://www.universia.com.br/docente/materia.jsp?materia=11664.(02/02/2010) IMPORTÂNCIA DO ESTUDO A maioria das atividades de estudo compreende o ato de ler, desse modo, para atingir a apreensão dos conteúdos estudados é necessário ser um leitor competente, que saiba coletar e armazenar informações. Desse modo, além de se familiarizar com técnicas de leitura e escrita, é preciso avaliar o que se compreende por estudar e adotar um método adequado de trabalho. Método de estudo Na sala de aula É muito importante freqüentar todas as aulas, até o final sem ficar entrando e saindo; Fazer anotações, não basta adotar uma postura silenciosa e atenta, ou seja, olhar fixamente para o professor (o que o professor é tão ou mais importante que o que escreve na lousa), não podemos contar apenas com a memória; Tenha em mãos os materiais necessários para a aula; procure sanar suas dúvidas durante a aula, assim que elas surgirem (não perguntar não quer dizer que entendeu, as dúvidas surgem justamente quando se presta atenção às aulas e não o contrário: aqueles que mal ouvem o professor, realmente não têm o que perguntar); Evite conversas e brincadeiras que possam dispersar a atenção da turma (lembre-se de desligar seu celular – todos sabem que você está estudando durante aquele período). A revisão em casa É preciso ter os horários planejados, bem divididos; 5 Concentre-se em uma tarefa de cada vez; Analisar cada conteúdo em busca da melhor forma de estudar: o treino é importante, mas é preciso compreender, antes de repetir exercícios mecanicamente; Criar um roteiro de trabalho que respeite as prioridades (prazos de entrega/grau de dificuldade); Se possível faça a leitura prévia das aulas; Faça intervalos regulares; Procure relacionar o conteúdo novo ao que já conhece, envolva-se com o conteúdo; Anote as dúvidas que surgirem para não se esquecer de saná-las na próxima aula. 1. LEITURA: O ENTENDIMENTO DO TEXTO Texto para leitura e reflexão Você é um bom leitor?* “Viva livros um momento, aprenda neles o que lhe parecer digno de ser aprendido, mas, antes de tudo, ame-os. Este amor ser-lhe-á retribuído milhares de vezes e, como quer que se torne sua vida, ele passará a fazer parte, estou certo, do tecido de seu ser, como uma das fibras mais importantes, no mais das suas experiências, desilusões e alegrias” (RILKE, R. M. Cartas a um jovem poeta. Trad. P. Rónai. 11. ed. Rio de Janeiro: Globo, 1983, p. 29). Ninguém nega que ler de modo competente é decisivo ao sucesso na vida estudantil. Mas, não são poucos os que se perguntam: O que é ler? Como ler de modo proveitoso? Pensando nessas perguntas, meu objetivo neste artigo é tentar viabilizar o entendimento do significado da leitura, além de, observando o que dispõe a literatura especializada, arriscar- me na proposta de uma metodologia para o ato de ler. Ler, necessidade de todas as pessoas, mas sobretudo de quem cursa o ensino superior, relaciona-se à capacidade de eleger, escolher, decifrar, conhecer e interpretar informações, conhecimentos e saberes registrados segundo as normas da cultura letrada. Nessa perspectiva, o bom leitor é aquele que vai além da decifração de um termo para captar idéias, conceitos e teorias, visando à ampliação dos horizontes culturais próprios e do seu entorno humano. Na academia, a leitura de textos científicos, filosóficos, literários, entre outros, além de aumentar o vocabulário do estudante e de lhe dar instrumentos conceituais apropriados ao entendimento dos conteúdos estudados, é um ato que potencializa a autoria de pensamento, o alcance da consciência crítica e a habilidade na elaboração de projetos de pesquisa, ensino e extensão, propósitos de vida e programas de ação em meio à realidade vivida. Ao ler, inicialmente, o leitor é desafiado a identificar o sentido das letras e palavras, dos parágrafos e capítulos, os chamados “símbolos gráficos textuais” que se apresentam repletos de noções, idéias, conceitos, opiniões, teses, leis e teorias relativas ao objeto a que se refere e investiga. É nessa etapa que os dicionários e assemelhados são imprescindíveis. Para que isso aconteça, no entanto, a leitura proveitosa, que leva o leitor a alcançar os objetivos propostos com essa atividade, requer três momentos subseqüentes, a saber: LEMBRE-SE de que estudar é um processo contínuo, dedicar o final anterior à semana de provas, mesmo que todas as 48 horas, ao estudo do conteúdo do semestre não levará ao sucesso nas provas e, o que é pior, não garante de maneira alguma o aprendizado. 6 a) o da leitura pela “síncrese”, que consiste em passar os olhos na totalidade do texto para que o leitor compreenda o contexto do texto, mesmo que de maneira superficial; b) o da leitura pela “análise” é o momento em que a semântica do texto é esmiuçada de modo a evidenciar a intencionalidade do autor, a mostrar o que o autor objetivou ao escrever, razão pela qual o entendimento das partes deve levar ao entendimento do todo textual, em sua introdução, desenvolvimento e conclusão; c) o da leitura de “síntese” é o que conduz o leitor a recompor o texto, utilizando, para tanto, da compreensão profunda que adquiriu nos momentos precedentes e que lhe possibilitam dizer qual a tese, a idéia, a teoria, os conceitos apresentados, estudados e defendidos, ou não, pelo autor. Se essa atividade de leitura for enriquecida por uma postura que prime pela concentração, atenção, espírito crítico e vontade de saber, então a leitura passa a ser significativa. Assim realizada, a leitura passa a ser uma importante ferramenta ao desenvolvimento pessoal, humano e profissional, o qual determinará a qualidade de vida e a condição cidadã de quem a executa. Quando, em uma cultura letrada como a brasileira, as pesquisas indicam que estamos lendo pouco, então constatamos a desvalorização de uma forma importante de aprendizado e crescimento. Com essa desvalorização surge o embotamento da imaginação pessoal e coletiva, o empobrecimento do pensar, a fragilização da consciência, o pauperismo do querer e o raquitismo do saber. Esses desastres culturais não podem estar acontecendo impunemente. É preciso dizer que negar o direito à leitura é obstruir um caminho decisivo à inserção no mundo da cultura, é abortar um importante processo de humanização e fortalecimento da consciência política. Por que lemos pouco? Lemos pouco porque não formamos o hábito da leitura, porque no cotidiano familiar e da escola não nos mostram o poder da leitura. Lemos pouco porque os livros são caros, porque não aprendemos o prazer de ler, aprender e ensinar, porque não compreendemos bem a função social do ato de ler. Causam estarrecimento as notícias que mostram que o fracasso na atividade de leitura tem motivos improváveis para o senso corrente: os estudantes não lêem porque seus pais e professores simplesmente não lêem. Como não lêem, eles não sabem transmitir apego aos variados tipos de texto, não fruem o sabor de saber. E é evidente: só podemos ensinar o que sabemos, aquilo de que gostamos e é importante para nós. Por isso, precisamos aprender essas coisas para que possamos ensiná-las aos outros. E, evidentemente, precisamos ler. Por meio da leitura, enriquecemos nosso universo vocabular, potencializamos nossa capacidade para a escrita e ampliamos nossa visão de mundo, de sociedade e da nossa vida pessoal e coletiva. A leitura nos enriquece. Contribui para que tenhamos instrumentos para construirmos sentido, direção e significado à existência. Ler é ser mais. Por isso, ler é uma daquelas poucas coisas nas quais vale a pena investir tempo e energia. De certo modo, como disse Jorge Luís Borges, ler é, sim, um outro modo de viver e ser feliz. _____ *Artigo publicado no sítio Philoterapia, em 15/06/2007. Wilson Correia Publicado no Recanto das Letras em 07/03/2009 Código do texto: T1473578 7 Um dos grandes desafios no estudo da leitura tem sido como interpretar de modo adequado o significado dos textos a que somos diariamente expostos, já que vivemos em uma sociedade letrada. Esse desafio se acentua quando, em sala de aula, é proposta a análise e a discussão de um texto, prática comum, especialmente no ensino superior. Uma das grandes queixas dos alunos é que suas considerações só estão corretas quando vão ao encontro do que os professores pensam. Isso não é verdade, os textos trazem idéias reveladas explicitamente, ou de maneira implícita (mas que podem ser depreendidas); fazem referências a verdades externas ao texto ou a outros textos e ainda trazem idéias periféricas cuja função é dar sustentação à idéia central. Esses aspectos são a base da interpretação e compreensão que, portanto, devem ser percebidos e utilizados no processo de leitura e entendimento dos textos. Até mesmo as questões da área de exatas pedem senso crítico e compreensão de enunciados, muitas vezes erra-se uma questão de física por não entender o que foi pedido. Trata-se então de interpretação de textos, que se torna exigência de todas as disciplinas e também da vida profissional. Quando você for buscar uma vaga no mercado de trabalho a criticidade, a capacidade de comunicação e de compreensão do mundo serão atributos importantes nessa concorrência. ( Russo, 2004:15) Assim, nossos estudos visam a minimizar esse problema. Para iniciar esse processo é necessário ampliar o conhecimento de mundo, ou seja, ler um pouco de tudo e entrar em contato com algumas técnicas de leitura que, certamente, o auxiliarão em seus estudos. 2. ESTRATÉGIAS DE LEITURA I Há procedimentos que podem ser utilizadas na leitura de um texto. Observe: a) o texto deve ser lido na íntegra, ou seja, a leitura se inicia no título e termina na fonte de onde foi retirado o texto. Essas referências, muitas vezes, estão ao final do texto. Recomenda-se uma primeira sem interrupções para que se tome conhecimento do texto como um todo (skimming). b) uma segunda leitura deve ser feita com o auxílio do dicionário, a fim de dirimir dúvidas em relação a uma ou outra palavra cujo significado não se pôde apreender pela leitura do todo. c) observar palavras repetidas ou retomadas, já que elas orientam a identificação do tema abordado no texto. 8 d) perceber as evidências tipográficas que também nos oferecem informações relevantes à compreensão dos textos como, por exemplo, letras maiúsculas, negrito, itálico, aspas. e) muitas vezes, lemos com o objetivo de encontrar informações específicas no texto, os procedimentos dos itens anteriores certamente favorecerão a localização dessas informações (scanning). f) a verificação de palavras do mesmo contexto semântico (índices, inflação, taxa de juros, porcentagem, longo prazo), a observação de elementos do contexto não-lingüístico como gravuras, gráficos, tabelas, números e até a própria estrutura do texto ( a divisão de parágrafos e a disposição das imagens) nos auxiliam a inferir o conteúdo do texto - trata-se de acionar nosso conhecimento prévio, nosso conhecimento de mundo (prediction). EXERCÍCIOS 1. Observe o texto a seguir, em dinamarquês, e veja se você consegue responder às questões: CASINO AALBORG Velkommen til Danmarks mest venlige kasino Ved Stranden, 14-16 Tlf. 98 10 15 50. Glaed dig til spaendende og morsomme timer i selskab med festlige mennesker i en international atmosfaere. Aben alle ugens dage fra kl. 20.00 – 04.00. Entré DKK 50,00,-. Der er legitimationspligt i henhold til dansk lov. Ingen adgang for unge under 18 ar. (exercício extraído de: Munhoz, Inglês Instrumental: estratégias de leitura. 2003 p.18) 9 a) Que tipo de texto é este? Qual objetivo de um texto como esse? b) Quem você acha que estaria interessado em ler um texto deste tipo? c) Há palavras parecidas com o português, ou com outra língua que você conhece? Quais são elas? Copie-as do texto. 2. Leia novamente o texto e tente encontrar respostas para estas perguntas: a) Qual é o horário de atendimento do cassino? b) Quanto custa o ingresso? c) Qual é o telefone do cassino? d) Quem pode freqüentar o cassino? 3. ERROS COMUNS NA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS As questões em relação a textos podem ser estruturadas de várias maneiras, entre elas: a) perguntas que exigem respostas diretas, pois incidem sobre o texto como um todo. b) questões que incidem sobre trechos específicos do texto, o que exige um volta ao texto. Entretanto, quando as questões são discursivas, a atenção aos enunciados é de extrema importância para que você responda exatamente o que lhe foi perguntado e não incorra em erros muito comuns como a extrapolação, a redução ou a contradição. Segundo Amaral, Severino & Patrocínio (1991) , esses processos podem ser definidos da seguinte maneira: Extrapolação Ocorre extrapolação quando se vai além do texto, fazendo outras associações ou evocando outros elementos, quando se cria a partir do que foi lido, quando se dá asas à imaginação e à memória, abandonando o texto que era o objeto de interpretação. A extrapolação é muitas vezes um exercício de criatividade inadequada - porque leva a perder o contexto que está em questão. Geralmente, o processo de extrapolação se realiza por associações evocativas, por relações analógicas: uma idéia lembra outra semelhante e assim o pensamento se encaminha para fora do texto. Outras vezes, a extrapolação acontece pela preocupação de se descobrir pressupostos das idéias do texto, pontos de partida bem anteriores ao pensamento expresso, ou, ainda, pela preocupação de se tirar conclusões decorrentes das idéias do texto, mas já pertencentes a outros contextos, a outros campos de discussão. 10 Reconhecer os momentos de extrapolação - sejam analógicos ou lógicos - significa conquistar maior lucidez, maior capacidade de compreensão objetiva dos textos, do contexto que está em questão. Essa clareza é necessária e é criadora: significa, inclusive, uma liberdade maior de imaginação e de raciocínio, porque os vôos para fora dos textos tornam-se conscientes, por opção, serão realizados por um projeto intencional, e não mais por incapacidade de reconhecer os limites de um texto colocado em questão, nem por incapacidade de distinguir as próprias idéias das idéias apresentadas por um texto lido. Redução Outro erro exercícios de entendimento de texto, oposto à extrapolação, é o que se chama de redução ou particularização indevida. Neste caso, ao invés de acrescentar outros elementos, faz-se o inverso: aborda-se apenas uma parte, um detalhe, um aspecto do texto, dissociando-o do contexto. Seria privilegiar um elemento (ou uma relação) que é verdadeiro mas não é suficiente diante do conjunto, ou então que se torna falso porque passa ser descontextualizado. Desse modo, o leitor detém- se a um aspecto menos relevante do conjunto, perdendo de vista os elementos e as relações principais. Reconhecer os processos de redução representa também um salto de qualidade em nossa capacidade de ler e entender textos, assim como em nossa capacidade de perceber e compreender conjuntos de qualquer tipo, reconhecendo seus elementos e suas relações. Contradição O mais grave de todos, é o da contradição. Por algum motivo - uma leitura desatenta, a não percepção de algumas relações, a incompreensão de um raciocínio, o esquecimento de uma idéia, a perda de uma passagem no desenvolvimento do texto - leva a uma conclusão contrária ao texto. Como esse erro tende a ser mais facilmente reconhecido - por apresentar idéias opostas às idéias expressas pelos textos - os testes de interpretação muitas vezes são organizados com uma espécie de armadilha: uma alternativa apresenta muitas palavras do texto, apresenta até expressões inteiras do texto, mas com um sentido contrário. Um leitor desatento ou/e ansioso provavelmente escolherá essa alternativa, por ser a mais “parecida” com o texto. Por ser a que apresenta mais literalmente, mas “ao pé da letra”, elementos presentes no texto. EXEMPLOS 11 Leia atentamente o texto que se segue. Faça a primeira leitura, a de entrar em contato, e, depois, faça a segunda leitura, captando as idéias centrais. Procure fazer um pequeno resumo do texto. Em seguida, verifique se você cometeu algum erro de extrapolação, redução ou contradição. A tradição e o moderno A tradição é importante. É democrática quando desempenha a sua função natural de prover a nova geração com conhecimentos das boas e más experiências do passado, isto é, a sua função de capacitá-la a aprender às custas dos erros passados a fim de os não repetir. A tradição torna-se a ruína da democracia quando nega à geração mais nova a possibilidade de escolha; quando tenta ditar o que deve ser encarado como “bom” e como “mau” sob novas condições de vida. Os tradicionalistas fácil e prontamente se esquecem de que perderam a capacidade de decidir o que não é tradição. Por exemplo, o aperfeiçoamento do microscópio não foi conseguido pela destruição do primeiro modelo: o aperfeiçoamento foi realizado com a preservação e o desenvolvimento do modelo primitivo a par com um estágio mais avançado do conhecimento humano. Um microscópio do tempo de Pasteur não capacita o pesquisador moderno a estudar uma virose. Suponha agora que o microscópio de Pasteur tivesse o poder e o descaramento de vetar o microscópio eletrônico. Os jovens não sentiriam nenhuma hostilidade para com a tradição, não teriam na verdade senão respeito por ela se, sem se arriscar, pudessem dizer: Isto nós o tomaremos de vocês porque é convincente, é justo, diz respeito também à nossa época e passível de desenvolvimento. Aquilo, entretanto, não podemos aceitar. Era útil e verdadeiro para o seu tempo - seria inútil para nós. E esses jovens deveriam preparar-se para ouvir dos seus filhos as mesmas palavras. (Wilhelm Reich - A revolução sexual) Observe alguns exemplos de extrapolação, redução e contradição Extrapolação: O texto trata do papel dos cientistas na sociedade e sobre a importância da ciência para a democracia, que é o melhor sistema de governo. Redução: A importância do microscópio, importante instrumento de investigação científica. Contradição: Afirma-se que a tradição sempre é um empecilho para o desenvolvimento do conhecimento humano. Como você vê, no primeiro caso, a afirmativa sai dos limites do texto, volta-se para outro assunto (papel dos cientistas na sociedade, ciência e democracia). No segundo caso, reduz-se o texto à 12 questão do microscópio, que é apenas um exemplo usado. No terceiro caso, conclui-se o oposto do que o texto afirma: a tradição seria sempre um obstáculo. A compreensão correta do texto apresentaria os seguintes elementos e relações A importância da tradição; A tradição, quando é democrática fornece elementos sobre as experiências do passado; A tradição, quando é antidemocrática, tenta ditar o que é bom ou mau, em diferentes condições de vida; EXERCÍCIO 1. Leia, com atenção, o texto abaixo e, em seguida, relacione as idéias básicas nele apresentadas. O mistério O que podemos experimentar de mais belo é o mistério. Ele é a fonte de toda a arte e ciência verdadeira. Aquele que for alheio a essa emoção, aquele que não se detém a admirar as colinas, sentindo-se cheio de surpresa, esse já está, por assim dizer, morto e tem os olhos extintos. O que fez nascer a religião foi essa vivência do misterioso - embora mesclado de terror. Saber que existe algo insondável, sentir a presença de algo profundamente racional e radiantemente belo, algo que compreenderemos apenas em forma muito rudimentar - é esta a experiência que constitui a atitude genuinamente religiosa. Neste sentido, e unicamente neste sentido pertenço aos homens profundamente religiosos. (Albert Einstein - Como vejo o mundo) 4. ESTRATÉGIAS DE LEITURA II - INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS Segundo Fiorin e Platão (1995), um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a verificação de que ele pode dizer coisas que parece não estar dizendo: além das informações explicitamente enunciadas, existem outras que ficam subentendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos. 13 Leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas entrelinhas. Caso contrário, ele pode passar por cima de significados importantes ou decisivos ou – o que é pior – pode concordar com coisas que rejeitaria se as percebesse. Não é preciso dizer que alguns tipos de texto exploram, com malícia e com intenções falaciosas, esses aspectos subentendidos e pressupostos. Pressupostos são aquelas idéias não expressas de maneira explícita, mas que o leitor pode perceber a partir de certas palavras ou expressões contidas na frase. Observe: Jorge tornou-se um homem feliz. Nessa frase, há uma informação explícita: Ele não era feliz. Na leitura e interpretação de um texto, é muito importante detectar os pressupostos, pois seu uso é um dos recursos argumentativos utilizados intenção de levar o leitor a aceitar o que está sendo comunicado. EXERCÍCIO Leia o trecho e as notícias abaixo em seguida faça a identificação dos pressupostos e teça um comentário sobre os objetivos do autor, a coerência e estrutura do texto. Texto I O modelo agrário brasileiro, embora com inúmeros defeitos, possui uma característica que merece ser destacada, elogiada e preservada: a produção agropecuária brasileira é a última atividade econômica ainda totalmente nas mãos de brasileiros. Pouco se fala disso, mas o fato é que não encontramos multinacionais responsáveis por qualquer parcela significativa da produção. Também não encontramos, no campo, as famigeradas empresas estatais. Embora existam multinacionais proprietárias de terra, o percentual de produção rural em suas mãos não é significativo. A produção rural, na verdade, é o reduto final da livre iniciativa brasileira. Com a nossa economia cada vez mais estatizada e desnacionalizada, a agropecuária permaneceu uma atividade essencialmente de brasileiros. (CAMARGO NETO, Pedro de. A burocracia da terra. Veja, 7 ago. 1985.) Texto II 14 5. PARÁGRAFO PADRÃO Segundo Garcia (1983, p. 203), “Parágrafo padrão é a unidade de composição (de texto) constituída por um ou mais períodos, em que se desenvolve determinada idéia central, a que se agarram outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela.” Assim, cada parágrafo deve apresentar um aspecto (representado pelo tópico frasal) acerca do tema abordado no texto, as idéias secundárias nada mais são do que a exemplificação ou a explicação dessa idéia central. Desse modo, ao se encerrar um “tópico”, deve-se imediatamente criar novo parágrafo. Graficamente, os parágrafos devem ser assinalados graficamente em textos manuscritos pelo adentramento (distanciamento entre a margem a o início da frase, em média 2 cm) e no computador pela tecla tab ( é comum verificar que há textos na internet que não utilizam o recuo, e sim pulando uma linha entre cada bloco de idéias – sugerimos a utilização do parágrafo tradicional tanto em textos manuscritos quanto em trabalhos digitados). Quanto à extensão, não se pode determinar um número específico de linhas para cada parágrafo, entretanto os parágrafos mais longos são característicos dos textos científicos e acadêmicos, pois são mais complexos, tornando-se necessário um raciocínio mais elaborado na demonstração das ideias. 15 QUALIDADE DO PARÁGRAFO Assim como o texto, o parágrafo deve apresentar as seguintes características: a) Unidade: deve-se apresentar apenas um aspecto em relação ao tema em questão, omitindo-se tudo o que não se relaciona com idéia predominante do parágrafo. b) Coerência e coesão: é preciso escrever de modo que haja ligação e lógica entre as idéias apresentadas. É preciso conhecer palavras e expressões que promovem o encadeamento das ideias (seja dentro do parágrafo, seja para relacionar parágrafo): logo, portanto, porque, entretanto, por outro lado, além disso. outro recurso é a utilização de palavras de referência que nos remetem a elementos já mencionados anteriormente no texto: os sinônimos, os tempos verbais, os pronomes (ele, esse, aquele). c) Clareza: trata-se de expressar-se de modo tal que só se possa obter uma única interpretação do que foi apresentado. Para se alcançar a clareza desejada deve-se utilizar um vocabulário simples, objetivo, sem expressões vagas como negócio, coisa. d) Concisão: deve-se apresentar apenas o que é essencial, sem rodeios ou pormenores desnecessários ou divagações. e) Correção: é preciso dominar e empregar as normas gramaticais, bem como o nível adequado de linguagem. O TÓPICO FRASAL A idéia central do parágrafo é enunciada através do tópico frasal que é considerado o período mestre, uma vez que orienta, ou governa o desenvolvimento períodos secundários. Reconhecer o tópico frasal auxilia o leitor a identificar o caminho, o raciocínio do escritor. OBSERVAÇÃO: Cada um dos parágrafos do texto deve apresentar necessariamente um tópico frasal. Observe o parágrafo a seguir em que estão destacados cada um dos elementos que constituem o parágrafo. Tópico frasal 16 A comunicação por computador ameniza as distâncias - físicas ou de hierarquias. Um jornalista americano surpreendeu-se ao descobrir que o mais humilde empregado de Bill Gates, o mitológico criador e presidente da Microsoft, empresa que domina o Mercado mundial de programas de computador, pode facilmente comunicar-se com ele apenas enviando uma mensagem para o endereço eletrônico. A tendência é cada vez mais empresas terem as próprias redes internas de comunicação eletrônica. Desse modo, pode-se prever que haverá uma revolução nos sistemas de administração baseados em níveis hierárquicos. Vejamos no texto a seguir, extraído de VIANA, 1998 como os tópicos frasais podem ser identificados. Trapalhadas do Fisco O contribuinte brasileiro precisa receber um melhor tratamento das autoridades fiscais. Ele é vítima constante de um Leão sempre descontente de sua mordida. Não há ano em que se sinta a salvo. É sempre surpreendido por novas regras, novas alíquotas, novos assaltos ao seu bolso. A Receita Federal precisa urgentemente estabelecer regras constantes que facilitem a vida do brasileiro. Essas regras não podem variar ao sabor da troca de ministros. Cada um que entra se acha no direito de alterar o que foi feito anteriormente. Agindo assim, a única coisa que se faz de concreto é perpetuar dois tipos de contribuintes. O que paga em dia seus tributos e o que sonega de tudo quanto é forma. Enquanto este continua livre de qualquer punição, aquele é vítima de impostos cada vez maiores. A impressão que se tem é de que mais vale ser desonesto que honesto. Se o brasileiro é empurrado para sonegação é porque há razões muito fortes para isso. Ninguém sabe para onde vai o dinheiro arrecadado. O que deveria ser aplicado na educação e saúde some como por milagre e ninguém sabe onde. Há muitos anos que não se fazem investimentos em transportes. Grande parte da população continua sofrendo por falta de moradia. Paga-se muito imposto em troca de nada. Vale a pena lembrar o ano de 1991 quando, além das complicações costumeiras, os contribuintes foram surpreendidos com a suspensão da entrega da declaração na data prevista. Um deputado entrou na Justiça alegando inconstitucionalidade no fator multiplicador do imposto a pagar e a receber. Todos sentiram um alívio, mesmo que temporário. conclusão desenvolvimento 17 O texto nos mostra como se pode desenvolver um tema de forma bem objetiva. Cada parágrafo foi escrito obedecendo a uma estrutura. Formas de desenvolvimento de parágrafos Há várias formas para desenvolver um parágrafo. No texto estudado, temos: Primeiro parágrafo (retomada da palavra-chave): a) O contribuinte brasileiro precisa receber um melhor tratamento das autoridades fiscais. b) Ele é vítima constante de um Leão sempre descontente de sua mordida. c) Não há ano em que se sinta a salvo. d) É sempre surpreendido por novas regras, novas alíquotas, novos assaltos ao seu bolso. A expressão-chave deste parágrafo é contribuinte brasileiro (frase a). Ela é retomada nas frases seguintes através dos mecanismos de coesão. Na frase b, contribuinte brasileiro é substituído pelo pronome ele. Nas frases c e d, aparece como sujeito oculto de se sinta e de é sempre surpreendido. O termo contribuinte brasileiro está presente em todos os enunciados. Como podemos observar, basta retomar a expressão-chave a cada frase (de preferência sem repeti-la), acrescentando sempre uma informação nova a seu respeito. Segundo parágrafo (por encadeamento): a) A Receita Federal precisa urgentemente estabelecer regras constantes que facilitem a vida do brasileiro. b) Essas regras não podem variar ao sabor da troca de ministros. c) Cada um que entra se acha no direito de alterar o que foi feito anteriormente. Aqui a estrutura já é bem diferente da anterior. A frase b retoma a palavra regras da frase a, e a frase c retoma ministro (cada um) da frase b, num encadeamento de frase para frase. No primeiro exemplo, todo o parágrafo está amarrado a uma só palavra. Neste parágrafo, é como se houvesse uma corrida de revezamento, em que o segundo enunciado leva adiante uma palavra do primeiro, o terceiro do segundo e assim sucessivamente. Por esse método, o parágrafo pode prolongar-se até onde acharmos conveniente. Terceiro parágrafo (por divisão): a) Agindo assim, a única coisa que se faz de concreto é perpetuar dois tipos de contribuintes que bem conhecemos. b) O que paga em dia seus tributos e o que sonega a torto e a direito. c) Enquanto este continua livre de qualquer punição, aquele é vítima de impostos cada vez maiores. 18 d) A impressão que se tem é de que mais vale ser desonesto que honesto. Temos agora um terceiro tipo de estrutura de parágrafo. A frase inicial delimita o nosso campo exploratório do dividir os contribuintes em dois tipos. Quando isso acontece, o desenvolvimento do parágrafo restringe-se a explicar os componentes dessa divisão. A frase b esclarece quais são esses dois tipos de contribuintes. A frase c explica o que acontece com cada um deles. E a frase d conclui o assunto. Quarto parágrafo (por recorte): a) Se o brasileiro é empurrado para a sonegação é porque há razões muito fortes para isso. b) Ninguém sabe para onde vai o dinheiro arrecadado. c) O que deveria ser aplicado na educação e na saúde some como por milagre ninguém sabe onde. d) Há muitos anos que não se fazem investimentos em transportes. e) Grande parte da população continua sofrendo por falta de moradia. f) Paga-se muito imposto em troca de nada. Ao contrário da frase delimitadora do início do terceiro parágrafo, aparece aqui uma de sentido muito amplo. A palavra razões leva-nos a pensar muita coisa de uma só vez. Quando isso acontece, devemos fazer um recorte nas ideias que ela suscita, escolher apenas um ângulo para ser explorado, fazendo uma enumeração dos exemplos mais pertinentes. Que razões seriam essas para o brasileiro driblar o fisco? Entre as muitas que existem, escolhemos a malversação do dinheiro arrecadado pelo governo (frase b). As frases c,d e e exemplificam as áreas para as quais deveria convergir o imposto, se não fosse tão mal aplicado. A frase f conclui, dizendo por que há tanta sonegação. Quinto parágrafo (por salto): a) Vale a pena lembrar o ano de 1991 quando, além das complicações costumeiras, os contribuintes foram surpreendidos com a suspensão da entrega da declaração na data prevista. b) Um deputado entrou na Justiça alegando inconstitucionalidade no fator multiplicador do imposto a pagar e receber. c) Todos sentiram um alívio, mesmo que temporário. Diferentemente do que aconteceu nos parágrafos anteriores, aqui não se retoma nenhum termo da frase de abertura. À primeira vista, parece não haver um elo entre a primeira e a segunda frase, pois não existe um fator de coesão explicito inter-relacionando-as. O vínculo que existe é mental, por isso precisamos reconstituí-lo com nosso raciocínio. Por que houve tal suspensão? Porque o fator multiplicador do imposto a pagar e a receber era inconstitucional, daí o deputado ter entrado na justiça. 19 Exercício 1. Leia atentamente o texto abaixo, divida-o em parágrafos e, a seguir, responda ao que se pede: Viver em sociedade A sociedade humana é um conjunto de pessoas ligadas pela necessidade de se ajudarem umas às outras, a fim de que possam garantir a continuidade da vida e satisfazer seus interesses e desejos. Sem vida em sociedade, as pessoas não conseguiriam sobreviver, pois o ser humano, durante muito tempo, necessita de outros para conseguir alimentação e abrigo. E no mundo moderno, com a grande maioria das pessoas morando na cidade, com hábitos que tornam necessários muitos bens produzidos pela indústria, não há quem não necessite dos outros muitas vezes por dia. Mas as necessidades dos seres humanos não são apenas de ordem material, como os alimentos, a roupa, a moradia, os meios de transportes e os cuidados de saúde. Elas são também de ordem espiritual e psicológica. Toda pessoa humana necessita de afeto, precisa amar e sentir-se amada, quer sempre que alguém lhe dê atenção e que todos a respeitem. Além disso, todo ser humano tem suas crenças, tem sua fé em alguma coisa, que é a base de suas esperanças. Os seres humanos não vivem juntos, não vivem em sociedade, apenas porque escolhem esse modo de vida; mas porque a vida em sociedade é uma necessidade da natureza humana. Assim, por exemplo, se dependesse apenas da vontade, seria possível uma pessoa muito rica isolar-se em algum lugar, onde tivesse armazenado grande quantidade de alimentos. Mas essa pessoa estaria, em pouco tempo, sentindo falta de companhia, sofrendo a tristeza da solidão, precisando de alguém com quem falar e trocar idéias, necessitada de dar e receber afeto. E muito provavelmente ficaria louca se continuasse sozinha por muito tempo. Mas, justamente porque vivendo em sociedade é que a pessoa humana pode satisfazer suas necessidades, é preciso que a sociedade seja organizada de tal modo que sirva, realmente, para esse fim. E não basta que a vida social permita apenas a satisfação de algumas necessidades da pessoa humana ou de todas as necessidades de apenas algumas pessoas. A sociedade organizada com justiça é aquela em que se procura fazer com que todas as pessoas possam satisfazer todas as suas necessidades, é aquela em que todos, desde o momento em que nascem, têm as mesmas oportunidades, aquela em que os benefícios e encargos são repartidos igualmente entre todos. Para que essa repartição se faça com justiça, é preciso que todos procurem conhecer seus direitos e exijam que eles sejam respeitados, como também devem conhecer e cumprir seus deveres e suas responsabilidades sociais. (DALLARI, Dalmo de D Viver em sociedade. São Paulo: Moderna, 1985. p. 5-6) a) Que ideia Dalmo de Abreu Dallari defende em seu texto? 20 b) No texto, o autor nos apresenta uma série de argumentos, ordenados logicamente, a fim de convencer o leitor. Quais são esses argumentos e como eles nos são apresentados? c) Qual a função do último parágrafo? Que ideias são agora apresentadas? 2. Desenvolva os seguintes tópicos frasais. a) Dois são os principais motivos que contribuem para o empobrecimento acelerado da sociedade... b) Nos últimos dez anos, a internet tornou-se necessária a todas as pessoas que desejam ser bem sucedidas ... 3. Elabore, para a conclusão apresentada a seguir, o tópico frasal e o desenvolvimento do período. a) ... É por isso que a sociedade se encontra nessas condições. 4. Leia com atenção o texto abaixo e , em seguida, elabore um parágrafo que apresente seu ponto de vista sobre a questão abordado pelo autor, destaque o tópico frasal, o desenvolvimento e a conclusão. Nunca foi tão importante no País uma cruzada pela moralidade. As denúncias que se sucedem, os escândalos que se multiplicam, os casos ilícitos que ocorrem em diversos níveis da administração pública exibem, de forma veemente, a profunda crise moral por que passa o País. O povo se afasta cada vez mais dos políticos, como se estes fossem símbolos de todos os males. As instituições normativas, que fundamentam o sistema democrático, caem em descrédito. Os governantes, eleitos pela expressão do voto, também engrossam a caldeira da descrença e, frágeis, acabam comprometendo seus programas de gestão. Para complicar, ainda estamos no meio de uma recessão que tem jogado milhares de trabalhadores na rua, ampliando os bolsões de insatisfação e amargura. Não é de estranhar que parcelas imensas do eleitorado, em protesto contra o que vêem e sentem, procurem manifestar sua posição com o voto nulo, a abstenção ou o voto em branco. Convenhamos, nenhuma democracia floresce dessa maneira. A atitude de inércia e apatia dos homens que têm responsabilidade pública os condenará ao castigo da história. É possível fazer-se algo, de imediato, que possa acender uma pequena chama de esperança. O Brasil dos grandes valores, das grandes idéias, da fé e da crença, da esperança e do futuro necessita, urgentemente da ação solidária, tanto das autoridades quanto do cidadão comum, para instaurar uma nova ordem na ética e na moral. ( Adaptado de Carlos Apolinário) 21 6. GRAMÁTICA DE USO DIFICULDADES COM A LINGUAGEM ESCRITA EMIGRANTE O que sai de um país IMIGRANTE O que entra em um país EMINÊNCIA Figura ilustre IMINÊNCIA Proximidade APRESSAR Acelerar APREÇAR Perguntar ao ajustar o preço de INFLIGIR Aplicar pena INFRINGIR Transgredir, violar INTERCESSÃO Ato de interceder, intervenção INTERSEÇÃO Ato de cortar MANDADO Ordem escrita de uma autoridade judicial MANDATO Delegação, procuração EMPOSSAR Tomar posse EMPOÇAR Formar poça 22 SOAR Produzir som SUAR Transpirar TAXA Imposto TACHA Prego TRÁFEGO Relativo a trânsito TRÁFICO Negócios fraudulentos EXPECTADOR Aquele que tem expectativa ESPECTADOR Aquele que vê um espetáculo SEÇÃO Divisão, repartição SESSÃO Tempo de uma reunião ou espetáculo CESSÃO Ato de ceder CELA Pequeno quarto SELA Arreio SELA Verbo selar COMPRIMENTO Extensão 23 CUMPRIMENTO Saudação EMINENTE Alto, elevado IMINENTE Prestes a ocorrer ASSESSÓRIO Relativo a assessor ACESSÓRIO Supérfluo CASSAR Tirar os direitos de alguém CAÇAR Perseguir a caça DEFERIR Conceder, concordar DIFERIR Discordar, ser diferente DESCRIÇÃO Ato de descrever DISCRIÇÃO Qualidade de quem é discreto DESTRATAR Insultar DISTRATAR Desfazer contrato RATIFICAR Confirmar, corroborar 24 RETIFICAR Corrigir POR QUE, POR QUÊ, PORQUE OU PORQUÊ? POR QUE – Utilizado no início de frases interrogativas. Com sentido de razão / motivo pelo(a) qual. Por que você não foi à festa? Gostaria de saber por que você não foi à festa. POR QUÊ – Utilizado no final de frases interrogativas ou quando estiver isolado. Você não foi à festa, por quê? PORQUE – Utilizado em respostas, na introdução de causa ou explicação. Não fui à festa porque estava doente. PORQUÊ – Com valor substantivo, precedido de determinante. Pode ser substituído por motivo. Quero saber o porquê de tanta gritaria. A FIM DE ou AFIM? A FIM DE – Com intuito Nós procuramos a fim de estabelecermos relações comerciais. AFIM – Com afinidade São pessoas afins. 25 ONDE ou AONDE? ONDE – Usado quando o verbo indica permanência (em que lugar). Onde está o meu carro? AONDE – Usado quando o verbo indica movimento (a que lugar). Aonde você vai agora? EU ou MIM O pronome EU representa o agente, ou seja, o responsável pela ação verbal. O diretor pediu para eu fazer o relatório. O relatório é para eu fazer. O pronome MIM exerce a função de receptor das ações expressas pelo verbo. O diretor pediu que o relatório fosse entregue para mim. Se o pronome que representa a 1º pessoa estiver precedido da preposição entre deve-se utilizar a forma MIM. Entre ele e mim não há segredos. HÁ CERCA DE, ACERCA DE ou CERCA DE? HÁ CERCA DE – Indica tempo decorrido. A peça teatral está sendo apresentada há cerca de dois anos. ACERCA DE – a respeito de. 26 Falávamos acerca de sua demissão. CERCA DE – Indica arredondamento (perto de, coisa de, por volta de, em torno de, aproximadamente) Cerca de 10 mil pessoas compareceram à manifestação. Obs: Não usar para números exatos. Ex.: “Cerca de 543 pessoas...” HAJA VISTO ou HAJA VISTA? A expressão correta é HAJA VISTA, mesmo antes de palavras masculinas. Vamos repetir a demonstração. Haja vista o interesse dos participantes. TAMPOUCO ou TÃO POUCO? TAMPOUCO – Também não. Não compareci a festa tampouco ao almoço. TÃO POUCO – Muito pouco. Tenho tão pouco tempo disponível para essa tarefa. A ou HÁ? A – Preposição, indica tempo futuro, idéia de distância e na expressão a tempo. Ele chegará daqui a duas semanas. 27 A cidade fica a 20 km daqui. Não chegaremos a tempo de ver o espetáculo. HÁ – Indica tempo decorrido, passado. Há tempo que não trabalho tanto quanto agora. Saiu há pouco do Rio de Janeiro. A PAR ou AO PAR? A PAR – Estar ciente de, sabedor. Estou a par do ocorrido. AO PAR – Termo usado em Operadores de Mercado Financeiro (indica paridade ou igualdade). O lançamento de ações foi feito ao par (com base no valor nominal). MENOS ou MENAS? Forma correta é : “Há menos pessoas aqui do que lá”. Não esqueça que NÃO existe a forma MENAS. MÁS, MAS ou MAIS? MÁS – Ruins. Essas pessoas são muito más. 28 MAS – Conjunção coordenativa adversativa: entretanto, porém. A virtude é comunicável. Mas o vício é contagioso. MAIS – Antônimo de menos. O jornal de hoje publicou mais fotos da vencedora do festival. MAL ou MAU? MAL – Antônimo de bem. A criança estava passando mal desde ontem. MAU – Antônimo de bom. Houve mau uso dos equipamentos eletrônicos. A PRINCÍPIO ou EM PRINCÍPIO? A PRINCÍPIO – Significa inicialmente, no começo, num primeiro momento. A princípio havia um homem e uma mulher. EM PRINCÍPIO – Quer dizer em tese, por princípios, teoricamente. Em princípio, sou contra a pena de morte. Ou use simplesmente: Em tese, sou contra a pena de morte. EM DOMICÍLIO ou A DOMICÍLIO? 29 O correto é entregas em domicílio. É o mesmo que fazer entregas em casa, no escritório. Fazemos entregas em domicílio. Obs.: Só usamos a domicílio com verbos de movimento. Conduziram o doente a domicílio (melhor: ...ao seu domicílio). SE NÃO ou SENÃO? SE NÃO – Pode ser substituído por caso não. Devolva o relatório se não estiver de acordo. SENÃO – Pode ser substituído por somente, apenas. Não vejo outra alternativa senão concordar. SENÃO – Substantivo, significando contratempo. O show não teve nenhum senão. PORISSO ou POR ISSO? NÃO existe a forma PORISSO. A forma correta é POR ISSO. É por isso que você não vai mais errar. 30 AO ENCONTRO DE ou DE ENCONTRO A? AO ENCONTRO DE – Designa uma situação favorável. Nossas propostas vão ao encontro das atuais tendências do mercado. DE ENCONTRO A – Dá a idéia de oposição, contrariedade, choque. Temos pontos de vista diferentes: minhas idéias vão de encontro às suas. COM CERTEZA OU CONCERTEZA? Com certeza, é com certeza, separado! CONTUDO OU COM TUDO? COM TUDO – Faz referência a algo mencionado anteriormente, invariavelmente acompanhado do pronome ISSO. Com tudo isso é possível perceber que estudar é essencial! CONTUDO – Introduz uma idéia oposta ao que foi mencionado anteriormente, pode ser substituído por entretanto, porém, todavia, mas. Contudo não é possível afirmar que todas as pessoas são felizes. DERREPENTE OU DE REPENTE? Só existe a forma DE REPENTE. 31 INFELIZMENTE OU INFELISMENTE? Grafa-se infeliz com Z, portanto o advérbio INFELIZMENTE, derivado de infeliz, deve também ser grafado com Z. OQUE OU O QUE? Trata-se de uma expressão formada por duas palavras, portanto O QUE. A falta de desenvolvimento sustentável é O QUE acarreta tantos problemas ao meio ambiente. QUIZ OU QUIS? O verbo querer deve ser grafado com S, assim: Eu não QUIS incomodar você. Ele também não QUIS. Talvez os outros QUISESSEM... AGENTE OU A GENTE? AGENTE – é substantivo. Este é o AGENTE 007. Ele é um AGENTE da Polícia Federal. A GENTE – forma oral que na linguagem coloquial substitui o pronome NÓS. - Vocês preferem ir ao cinema ou ao teatro? - É claro que A GENTE preferi ir ao cinema. 32 OPNIÃO OU OPINIÃO? / OPITAR OU OPTAR? CORRUPTO OU CORRUPITO? As formas corretas são OPTAR, OPINIÃO E CORRUPTO. ATENÇÃO À PRONÚNCIA E ESCRITA DE ALGUMAS PALAVRAS: Aeronáutica Bicarbonato Bandeja Problema Emagrecer Salsicha Progresso Próprio Coincidência Perturbar Advogado Frustrado Mortadela Cabeleireiro Entretela Caderneta Engajamento Misto Mendigo Prazerosamente Meteorologia Irrequieto Ignorante Beneficente Reivindicação Estupro Privilégio Empecilho Superstição Digladiar Lagartixa Rubrica 33 Receoso Subsídio Xifópagos Dignitário Cinquenta Asterisco 5.1. Gramática de uso – TESTE I 1. Meus avós saíram do Japão e vieram para o Brasil em 1933. Portanto, aqui no Brasil, eles podem ser considerados ____________. a) emigrantes b) imigrantes 2. Na __________ de erupção do vulcão Etna, os habitantes da Sicília foram retirados de suas casas pelo governo italiano. a) eminência b) iminência 3. Com o ajuste no preço da gasolina marcado para a próxima semana, muitos consumidores _____________-se em encher o tanque dos seus automóveis. a) apressaram b) apreçaram 4. Por (I) o limite de velocidade, os guardas rodoviários (II) advertências e multas aos motoristas mais descuidados. (I) a) infligirem b) infringirem (II) a) infligem b) infringem 5. A __________ de Hugo Chávez foi decisiva na libertação dos seqüestrados pelas FARC. a) intercessão b) interseção 6. Vinte e quatro horas após terem prestado depoimentos, o casal recebeu ____________ de prisão preventiva. a) mandado b) mandato 7. O novo ministro, ao (I) no Palácio do Planalto, jurou comprometimento e transparência até o fim de seu (II). 34 (I) a) empossar b) empoçar (II) a) mandado b) mandato 8. Correndo sem parar debaixo desse sol, as crianças __________ muito e se desidratam. a) soam b) suam 9. O IGPM e o INPC, assim como outras tantas _________, foram anunciados com moderados aumentos. a) taxas b) tachas 10. Com o (I) de drogas descendo os morros e invadindo a cidade, o (II) nas principais avenidas tem se intensificado devido às constantes blitze policiais. (I) a) tráfego b) tráfico (II) a) tráfego b) tráfico 11. Espera-se que os _____________ mantenham a paz no estádio no clássico de domingo. a) expectadores b) espectadores 12. Com a (I) de um novo prédio, todas as audiências acontecerão somente na (II) de Audiências e poderão ser realizadas em mais de uma (III). (I) a) seção b) sessão c) cessão (II) a) Seção b) Sessão c) Cessão (III) a) seção b) sessão c) cessão 13. Cumprindo (I) preventivo, a suspeita do crime foi colocada em (II) individual para não sofrer agressões de outras presas. (I) a) mandado b) mandato (II) a) sela b) cela 14. Os organizadores das Olimpíadas em Pequim já encerraram as medições dos (I) de todas as pistas de atletismo. Estão todas de acordo com o (II) dos regulamentos. (I) a) comprimentos b) cumprimentos (II) a) comprimento b) cumprimento 35 15. Comprar um carro zero com seus ________ pode ficar até R$ 6.000,00 mais caro. a) assessórios b) acessórios 16. Apesar de ter passado por um impeachment e seus direitos políticos terem sido __________, o ex-presidente elegeu-se senador na última eleição. a) cassados b) caçados 17. Embora o pedido tenha sido (I) pelo reitor, os alunos (II) em suas opiniões quanto à (III) de almoço gratuito para estudantes de baixa renda. (I) a) deferido b) diferido (II) a) deferem b) diferem (III) a) seção b) sessão c) cessão 18. Gostaria de saber _________ libertaram os suspeitos do crime. a) por que b) por quê c) porque d) porquê 19. (I) libertaram os suspeitos do crime? Todos questionam o (II) dessa ação. (I) a) por que b) por quê c) porque d) porquê (II)a) por que b) por quê c) porque d) porquê 20. Libertaram os principais suspeitos do crime. _________ ?! a) por que b) por quê c) porque d) porquê 21. Libertaram os principais suspeitos do crime _________ a justiça alega que eles não interferem nas investigações. a) por que b) por quê c) porque d) porquê 5.2. GRAMÁTICA DE USO – TESTE II 1. Os alunos fizeram uma pesquisa prévia sobre o assunto _______ de escreverem seus artigos. a) a fim b) afim 36 2. (I) você foi? Eu o procurei ali por (II) você costuma estar, mas não o encontrei. a) Onde b) Aonde c) a e b são possíveis a) onde b) aonde c) a e b são possíveis 3. (I) dez anos, não se falava (II) celulares, DVDs, i-pods e MP 3. No entanto, (III) 70% de crianças da classe média possuem um ou mais desses eletrônicos em casa. (I) a) Há cerca de b) Acerca de c) Cerca de (II) a) há cerca de b) acerca de c) cerca de (III) a) há cerca de b) acerca de c) cerca de 4. O prefeito já pensa em instituir um outro tipo de rodízio de veículos, (I) o intenso (II) na capital nos últimos meses. (I) a) haja visto b) haja vista (II) a) tráfego b) tráfico 5. Tenho (I) tempo disponível durante a semana que não consigo estudar (II) ler o livro recomendado pela professora. (I) a) tampouco b) tão pouco (II) a) tampouco b) tão pouco 6. (I) muitos anos, o homem sonhou em pisar na lua. Hoje (II) aqueles que já podem fazer suas reservas para uma (III) espacial. (I) a) A b) Há (II) a) a b) há c) hão (III) a) viagem b) viajem 7. Já (I) anos que trabalho nesta empresa. (II), vim substituir um funcionário afastado, (III) acabei sendo efetivado. (I) a) faz b) fazem (II) a) Em princípio b) A princípio (III) a) mais b) más c) mas 37 8. Quando ficou (I) das causas da doença, o governador verificou também que, cada vez mais, (II) pessoas seguem as medidas de prevenção. (I) a) ao par b) a par (II) a) menas b) menos 9. Os alunos que foram (I) na prova disseram que seu (II) desempenho deveu-se ao fato de terem perdido muitas aulas. (I) a) mal b) mau (II) a) mal b) mau 10. O técnico preferiu realizar uma (I) de condicionamento físico (II) treino com bola. (I) a) seção b) sessão (II) a) ao invés de b) em vez de 11. As medidas preventivas instituídas ___________ estadual podem ajudar no combate à dengue. a) a nível b) em nível 12. Muitas pizzarias devem corrigir suas placas para: “Fazemos entregas ______________.” a) em domicílio b) a domicílio 13. Nosso escritório situa-se (I) Avenida Nações Unidas, mas residimos (II) Avenida Higienópolis. (I) a) na b) à (II) a) na b) à 14. O dia a dia do paulistano fica cada vez mais curto com o tempo gasto no seu deslocamento pela cidade. (I), este tempo tende a aumentar (II). (I) a) infelizmente b) infelismente (II) a) dia a dia b) dia-a-dia 15. _________ estiver de acordo com as exigências do cliente, a encomenda poderá ser devolvida e reposta por outro produto. a) Senão b) Se não 38 16. O professor contraiu uma virose e está de cama. _____________ a aula de hoje foi cancelada. a) Porisso b) Por isso 17. Não adianta você querer ir _________________ novos projetos do diretor. Ele já decidiu colocá- los em prática. a) ao encontro dos b) de encontro aos 18. _____________ o diretor não vai mudar de idéia. Sabemos o quanto ele é irredutível. a) Com certeza b) Concerteza 19. Hoje em dia, o jovem tem acesso a muita informação devido aos sites de pesquisa na internet, os canais por assinatura e aos aparelhos eletrônicos de alta tecnologia. (I) isso, o jovem atual pode crescer melhor preparado para a vida e para o mercado de trabalho. (II), alguns jovens ainda se negam a estudar. (I) a) Contudo b) Com tudo (II) a) Contudo b) Com tudo 20. A noite caía normalmente. Os postes se (I), os maridos voltavam às casas e as portas e portões eram (II) até que, (III), ouviu-se um grito ecoando pela vizinhança. (I) a) acendiam b) ascendiam (II) a) serrados b) cerrados (II) a) derrepente b) de repente 21. – Desculpe, não (I) incomodar você, mas talvez as crianças (II) sair um pouco para passear. (I) a) quis b) quiz (II) a) quisessem b) quizessem 22. O (I) da Polícia Federal perguntou se (II) viajava a negócios ou como turistas. (I) a) a gente b) agente (II) a) a gente b) agente 23. O (I) tinha a intenção de investigar a (II) da sociedade brasileira (III) da legalização do porte de armas por qualquer indivíduo. (I) a) plebicito b) plebiscito 39 (II) a) opnião b) opinião (III) a) há cerca b) acerca 24. Os eleitores (I) pelo político (II) e se deixaram levar pela sua boa imagem. (I) a) optaram b) opitaram (II) a) corrupto b) corrupito 7. VARIEDADES LINGUÍSTICAS Como falantes da Língua Portuguesa, percebemos que existem situações em que a língua apresenta-se sob uma forma bastante diferente daquela que nos habituamos a ouvir em casa ou nos meios de comunicação. Essa diferença pode manifestar-se tanto pelo vocabulário utilizado, como pela pronúncia ou organização da frase. Nas relações sociais, observamos que nem todos falam da mesma forma. Isso ocorre porque as línguas naturais são sistemas dinâmicos e extremamente sensíveis a fatores como, por exemplo, a região geográfica, o sexo, a idade, a classe social dos falantes e o grau de formalidade do contexto. Essas diferenças constituem as variações lingüísticas. Entre as variedades da língua, há uma que tem maior prestígio: a variedade padrão conhecida também como língua padrão e norma culta. Essa variedade é utilizada nos livros, jornais, textos científicos e didáticos e é ensinada na escola. As outras variedades lingüísticas são chamadas de variedades não padrão. Tanto na fala, quanto na escrita, a linguagem de uma pessoa pode variar, ou seja, passar de culta ou padrão à coloquial ou até mesmo à vulgar. O gramático Evanildo Bechara ensina que é preciso ser “poliglota de nossa língua”. Poliglota é a pessoa que fala várias línguas. No caso, ser poliglota do português significa ter domínio do maior número possível de variedades lingüísticas e saber utilizá-las nas mais diferentes situações. A linguagem culta é aquela utilizada pelas pessoas de instrução, niveladas pela escola. Ela é mais restrita, pois constitui privilégio e conquista cultural de um número reduzido de falantes. Já a linguagem coloquial pode ser considerada um tipo de linguagem espontânea, ou seja, utilizada para satisfazer as necessidades vitais do falante sem muita preocupação com as formas lingüísticas. É a língua cotidiana, que comete pequenos – mas perdoáveis – deslizes gramaticais. 40 A linguagem vulgar, porém, é própria das pessoas sem instrução. É natural, expressiva, livre de convenções sociais. Exercício Elabore os textos de duas mensagens eletrônicas – uma para o coordenador de seu curso e outra para um colega de turma. Os textos devem apresentar: a) o destinatário (vocativo); b) sua identificação; c) uma solicitação; d) as razões dessa solicitação; e) encerramento f) assinatura Veja, a seguir, uma reportagem acerca do mau uso do e-mail publicada no Diário de São Paulo, 13/09/90. pp. 3-5 no caderno Talento e Sucesso. 41 42 43 44 8. TEXTO VERBAL E NÃO-VERBAL A capacidade humana ligada ao pensamento que se manifesta por meio de palavras (verbum, em latim) de uma determinada língua caracteriza o texto ou linguagem verbal. Existem, porém, outras formas de linguagem de que o homem lança mão para representar o mundo, expressar-se, comunicar-se: os gestos, a música, a pintura, a mímica, as cores. Trata-se da linguagem ou do texto não-verbal. É possível apontar semelhanças e diferenças entre os dois tipos de textos. A análise criteriosa (leitura) dos signos utilizados nos textos não-verbais permite que o sentido seja apreendido e que se estabeleça comunicação, mesmo que a correspondência não seja absoluta e um mesmo tipo de mecanismo assuma contornos específicos em cada tipo de linguagem. A utilização de recursos não-verbais na comunicação é freqüente e exige que o leitor esteja atento a essas formas de interação que, muitas vezes tomam o lugar dos textos verbais -ou a eles se associam -com o objetivo de produzir sentido de maneira mais rápida e eficiente – é o caso das tabelas, dos gráficos, dos sinais de trânsito, charges. Observe a mensagem transmitida com a charge abaixo: Analise as capas da revista Veja, apresentadas abaixo, associe a linguagem verbal e a linguagem não-verbal. Analise-as e comente as mensagens transmitidas. (http://www.patodelaranja.com/colu nistas/clauro/cla_070205.php) EXERCÍCIO 45 Edição 2141. 2 de dezembro de 2009 46 Edição 2143. 16 de dezembro de 2009 http://veja.abril.com.br/161209/sumario.shtml 47 8. GARAMÁTICA DE USO REGÊNCIA VERBAL Regência verbal é a relação de dependência que se estabelece entre o verbo e seu complemento. Dependendo da regência, os verbos podem ter o seu sentido modificado. Veja: Ele aspira o perfume das flores. Ele aspira ao cargo de diretor. REGÊNCIA DE ALGUNS VERBOS ASSISTIR. Exige a preposição a quando significa “ver”, “presenciar”. Assistimos a um belo espetáculo. Assistiu ao filme. Assistimos à novela. Usa-se sem preposição quando significa “socorrer”, “ prestar ajuda”. O médico assistiu o ferido. Assistiu o doente com carinho. A enfermeira assistiu a criança. Exige a preposição em quando significa “morar”, “residir”. O presidente assiste em Brasília. Assisto em João Pessoa. ASPIRAR É usado sem preposição quando significa “ sorver”, “cheirar”, “inalar” Aspirou o perfume da rosa. Aspiro o ar da manhã. O doente aspirou o álcool e começou a melhorar. 48 Exige a preposição a quando significa “desejar”, “almejar”, “pretender”. Ele aspirava ao cargo político. Aspirei ao cargo de chefe da seção. Os trabalhadores aspiravam a maior segurança no trabalho. AGRADECER. É usado com a preposição a quando significa “demonstrar gratidão por alguém”. Agradeço ao amigo. Agradeci à professora. É usado sem preposição quando se refere a coisas. Agradeço o presente que me deram. Agradeci o presente. CHEGAR . É usado com a preposição a quando indica “direção”, “alcançar”. Cheguei atrasado ao colégio. Chegamos à faculdade muito cedo. É usado com a preposição em quando se refere a tempo. A ambulância chegou em meia hora. ESQUECER / LEMBRAR São usados sem preposição quando não estão acompanhados de pronomes. Esqueci o livro de História. Ele esqueceu o dinheiro. Lembrei o nome do artista. Não esqueça os amigos. Exigem a preposição de quando estão acompanhados de pronomes. Esqueci-me de seu endereço. Mário esqueceu-se do dinheiro. Lembrei-me do nome do artista. Não se esqueça dos amigos. 49 OBEDECER / DESOBEDECER Exigem a preposição a Obedecia aos seus instintos. Obedeça à sua mãe. Paulo obedece ao regulamento. Não desobedeça às leis do trânsito. O motorista desobedece ao sinal. Poucos desobedeciam à faixa de pedestre. PRECISAR É empregado sem preposição quando indica “precisão”, “certeza”. O legista precisou a hora do acidente. Ele precisou o lugar do encontro. Exige a preposição de quando indica “ ter necessidade”. Os presos precisam de melhores condições de tratamento. O homem do campo precisa de terra para trabalhar. PREFERIR Sem preposição, (ter preferência, sem sugerir a escolha). O menino prefere chocolate. Ele prefere cinema. Com preposição, (ter preferência, sugerindo a escolha). O menino prefere chocolate a doce de leite. Ele prefere jogar futebol a jogar tênis. Preferia a dura verdade do filho à doce mentira do marido. VISAR É usado com a preposição a quando significa “ter em vista”, “ desejar” Ele visava ao cargo de gerente da firma. Eles visam ao lucro.. Nós visávamos a um pouco de sol e aos dias calmos da praia. 50 É suado sem preposição quando significa “ apontar”, “mirar” “ assinar”, “rubricar”. O caçador visou o animal. O homem visou o alvo e disparou o tiro. Elas visaram o passaporte. Para nossa segurança, visamos o cheque antes de viajar. EXERCÍCIOS I - Complete as frases com a preposição exigida pelos verbos em destaque. 1) Aqui está a ferramenta _______ que preciso. 2) Esse é o documento _____ que necessito. 3) Essa é a pessoa ______ quem devemos entregar a encomenda. 4) Essa é a comida _____ que mais gosto. 5) O prêmio ______ que aspiramos é valioso. 6) A piada ____ que ele lembrou é muita engraçada. de 7) A causa _____ que lutamos é justa. 8) Esse é o homem _____ quem a justiça perdoou. 9) Esse é o regulamento _____ que todos devem obedecer. 10) Ele preferia multiplicar os seus ganhos ____ dividir com os empregados os seus lucros. 11) Os condôminos não obedeciam _____ regulamento do prédio. 12) Não me refiro _____ você e sim ____ seu irmão. 13) Fomos ____ cinema mais próximo. 14) Os espectadores assistiam ____ peça de teatro muito emocionados. II – Dê o significado dos verbos em destaque. 1)Algumas rádios assistem os doentes com programações assistencialistas. 2) Os turistas assistiram a apresentações folclóricas na Bahia. 3) O jogador visou as traves e chutou a bola certeira. 4) Tudo que fazia era visando à tranqüilidade dos pais. 5) O gerente do banco visou o cheque. 6) Na primavera, aspiramos o perfume das flores. 7) Há homens que aspiram ao poder pela força. 8) O helicóptero precisou o local onde o avião havia caído. 51 CRASE A crase é a fusão da preposição a com o artigo feminino a(as) e com os pronomes demonstrativos aquela (s), aquele(s) e aquilo. Refiro-me à novela das oito. Ela se referia àquela passagem do romance. Nas frases acima, ocorre crase em à e àquela. CASOS EM QUE OCORRE EMPREGO DA CRASE Na indicação de horas. Cheguei à uma hora da manhã. Vamos sair às oito horas em ponto. Saímos à meia-noite. O foguete partirá à zero hora. Nas locuções adverbiais femininas. Ela entrou à esquerda e sumiu. A biblioteca fica à direita da porta de entrada. Ele vem aqui às vezes. Voltaremos à tarde. Ele saiu às pressas. Nas locuções prepositivas compostas de palavras femininas. Ele estava à espera de alguém. Lá vinha ela, à frente de todos! O carro parou à beira do precipício. Nas locuções conjuntivas à medida que e à proporção que etc. O nervosismo aumentava à medida que o tempo passava. À proporção que o dia vai clareando, muitos animais se escondem. O Brasil cresce à medida que trabalhamos. 52 Quando os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo vierem precedidos de verbos que são regidos pela preposição a. Todos nós iremos àquele show na praça. Raquel referia-se àquilo que você fez ontem. Nossa equipe é superior àquela que jogou ontem. Quando se subentendem as expressões: à moda de, à maneira de etc. Tinha preferência por sapatos à Luís XV. Preparou para o jantar bifes à milanesa. Antes de nomes de lugares que admitem artigo. O presidente foi á Itália em visita ao Papa. Voltarei à Europa ainda este mês. Antes dos pronomes relativos a qual ou as quais desde que o verbo regente exija preposição. Esta é a moça à qual me referi. Estas são as moças às quais me referi. CASOS EM QUE NÃO OCORRE O USO A CRASE Antes
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